Saturday, April 14, 2007

A sinistra colheita


"Tá lá um corpo estendido no chão!" Esse era um bordão das transmissões esportivas do rádio, do tempo de Mário Vianna - aquele, com dois "n"! -, Jorge Curi e Valdir Amaral. O primeiro, ex-juiz, era comentarista de arbitragem; os outros, simpáticos locutores esportivos, muito queridos em seu meio. A frase ilustrava de forma tragicômica a queda de um jogador no gramado, violentamente atropelado por um colega de profissão. Well, todo esse nostálgico intróito é para dizer o seguinte: jogaram ao chão e estão pisoteando a inteligência "destepaiz". O que foi semeado durante anos de manipulação ideológica está florescendo bem aí, sob os narizes distraídos, quiçá incautos, de pessoas que subitamente mostram-se assustadas com o altíssimo nível de ignorância que assola Banânia.
O esquema causador desse panorama horrendo, inspirado em Gramsci, prosperou loucamente nesta terra de zumbis, dando dividendos sinistros cuja eliminação é praticamente impossível. Está tudo definitivamente "dominado" - outro bordão, by o "exilado midiático" Boris Casoy. Não é pessimismo, é senso de realidade: não tem mais volta! Estragaram gerações inteiras com doses maciças de desidratação neuronal, chuparam tudo, vampirizaram a seiva mental da população, substituindo-a por um líquido escuro, fétido, do tipo que escoa diretamente em direção ao esgoto. Foi-se a alma, foi-se a gentileza graciosa e espontânea que só se manifesta quando o espírito é apascentado com o alimento nutritivo da liberdade amorosa. Tempos de opressão, manipulação e brutalidade externa afugentam as chances de alguém expressar, deixar fluir o que tem de melhor. Vai-se o trigo, resta o joio. Ou, como diziam as vovós de antanho, come-se hoje o "pão que o diabo amassou".

Marx, o Groucho

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