Tuesday, May 25, 2010

Chamem o Neimar e o Ganso - ou a arte de traduzir o impossível!


Direto do blog do Augusto Nunes:


"Se só Celso Arnaldo consegue decifrar o dilmês, traduzir para o inglês o que diz Dilma Rousseff é mais complicado que marcar, sozinho, o ataque inteiro do Santos. Se soubesse disso, a angolana escalada para a missão impossível teria pedido demissão antes da chegada a Nova York da sucessora que Lula inventou. Acompanhe o calvário da tradutora do Discurso sobre o Nada, resumido por Celso Arnaldo:
Eu cantei a bola. O tradutor de Dilma em Nova York seria levado à loucura ao perceber, já nas primeiras palavras, que a simultaneidade da tradução é uma impossibilidade humana na compreensão e na versão da fala de Dilma para qualquer idioma.
Dito e feito. Leio na Folha que a coletiva de imprensa no New York Palace teve problemas de tradução. O problema é Dilma — mas, em respeito à convidada, culparam o mensageiro.
A primeira parte de sua entrevista foi traduzida por um homem. Os tradutores simultâneos, não sei se todos sabem, têm normas rígidas de trabalho – não podem atuar mais do que duas horas seguidas, porque é uma das três mais estressantes atividades do mundo, dizem os especialistas.
No caso de discurso ou entrevista de Dilma, o tempo máximo de trabalho contínuo deve ser reduzido ao prazo de meia hora, estourando – findo o qual, o coitado é levado ao pronto-socorro mais próximo, com estafa galopante, olhos em midríase, pulso acelerado, delírios trêmulos, um quadro, enfim, de overdose.
Efetivamente, esse primeiro tradutor pediu para sair depois de meia hora. Saiu cambaleando e precisou de ajuda para não desabar, sendo levado ao serviço médico da casa.
Entra em cena uma mulher, a angolana Marísia Lauré, que fala 12 línguas e domina o Inglês e o Português como Shakespeare e Camões. Ninguém melhor do que uma mulher para entender a alma e a fala de Dilma, certo? Errado.
Já nas primeiras frases, Marísia entrou em pane. Quando Dilma, discorrendo sobre o Banco Central, mencionou a expressão “autonomia operacional”, a tradutora, já em transe, esqueceu o “operacional”. Dilma percebeu, parou e, numa língua que remotamente lembrava o inglês, corrigiu: “Opereichional autônomi”.
E veio à tona a repressora Dilma: “Eu peço para você traduzir literalmente, porque é complicado”.
Sim, é complicado. Dilma é mais complicada ainda. Ela passou a falar sobre privatizações e as empresas que devem permanecer públicas, como Petrobras, Eletrobras, bancos públicos. A tradutora esperou que a convidada concluísse a frase para traduzir. Ao final, Dilma conferiu com a platéia: “Não faltou da Petrobras?”. Não, não tinha faltado.
Na frase seguinte, Dilma ouviu o início da tradução e, achando que havia mais um erro, interrompeu Marísia. “No, no,no. Yes, yes, yes”, emendou, ao se dar conta de que a frase traduzida estava correta, arrancando risos da plateia atônita. E emendou: “Eu prefiro que você copie e faça porque se não eu vou quebrar meu raciocínio todo, tá bom?”
Tava mais ou menos bom, porque a esta altura Marísia estava quase desmaiando com o raciocínio quebrado de Dilma. Preferiria estar traduzindo, sob chibatadas, o ditador King Jong-il em coreano – idioma que ela não domina.
Na pergunta seguinte, a angolana trocou “redução da dívida” por “redução de impostos”. Dilma a interrompeu novamente.
“Copia, minha santa, eu vou falar”.
Nesse momento, a organização trouxe de volta o tradutor anterior – que, segundo testemunhas, entrou no palco empurrado. Chegaram a ver o brilho de uma lâmina em suas costas – mas a informação ainda carece de confirmação.
E a coisa foi indo, aos trancos e barrancos, como qualquer fala de Dilma, traduzida para qualquer idioma, mas sobretudo no original, em português.
Ao final da coletiva, Maurísia e Dilma se abraçaram. A tradutora, ainda com o olhar perdido, esgazeado, pediu desculpas e atribuiu o engano ao excesso de trabalho – de fato, cinco minutos traduzindo Dilma equivalem aos seis anos que Champollion gastou decifrando a Pedra da Rosetta.
“Você trabalha muito bem”, disse Dilma, comprovando, mais uma vez, que mentir é sua melhor tradução.
Apenas uma dúvida: como verter “minha santa” para o Português? My Saint, por acaso?"

Acessando na fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-martirio-da-tradutora-do-discurso-sobre-o-nada/

Marx, o Groucho - abrindo o dicionário...

Sunday, May 23, 2010

O que J.D. Salinger viu, ou melhor, voltou a ver, sob a perspectiva de Banânia!

Esquisitice verbal por esquisitice verbal, vai abaixo, pelo menos, uma narrativa um pouco mais literária-filosófico-esotérica-ufff, em homenagem ao recém-falecido J.D.Salinger, cujos livros esplêndidos animaram bastante a minha distantíssima adolescência.
Eis aí um exercício de palavra-puxa-palavra, com sotaque salingeriano:

Um belo dia, lá para as bandas remotas do Éden, o homem identificou-se com a porcaria do ego - catátrofe produzida na instância da maya hindu -, que era antes desse desastre apenas um "eu" comportadíssimo, centro da sua modesta consciência individual por meio da qual as abundantes benesses de uma conexão com a unidade criadora poder-se-ia efetivar, posto que o Pai o havia nomeado co-criador de tudo que estava aí ou coisa que o valha...
Iludido pela idéia besta de ser o dono da fazenda e não apenas seu solidário capataz, o homem perdeu as estribeiras e as regalias da convivência íntima com a esfera divina para cair no círculo infernal da terra-de-ninguém: foi extraditado para o Brasil e obrigado a votar na Dilma Roussef, a rainha do anacoluto e tudo… 
De ser realmente racional que era, dono da palavra que vivifica, porta-voz do discurso original, o homem passou à categoria de "orc", teleguiado pelo que há de pior e mais boçal do inconsciente coletivo, tornando-se o homem-massa do Ortega y Gasset, o homem-legião do Novo Testamento, o homem-clichê do discurso moderno e o homem-que-vê da cândida candidata Dilma, garota-propaganda da Ótica do Povo, morô? Passou de servo a escravo, por conta de sua deslavada e ambiciosa opção. A liberdade que tinha, doada diretamente pelo Criador, para co-criar, co-criar, co-criar, tornou-se a maldita sina de copiar, copiar, copiar…

Entenderam ou querem uma fotocópia autenticada do melhor conto de Salinger, "Um dia ideal para os peixe-banânia" ???
Imagem: J.D.Salinger, recém-falecidíssimo.

Marx, o Groucho, relendo "O apanhador no campo de centeio"...






Sunday, May 16, 2010

Vamos votar na foca!!!









Belo e instrutivo vídeo, especialmente para os apreciadores de animais "semi-racionais"...hehehe



Marx, o Groucho - ecologicamente correto...

Sunday, May 02, 2010

"Olha para mim, olha nos meus olhos!" - o Zen de Lia?



Poderia ser um bordão de novela ou de programa humorístico, típicos fenômenos da cultura " pop", mas não é. Ele surgiu na boca de uma participante do BBB10, a Lia, apelido de Eliane. A moça era ouriçada até a medula e vivia chamando os outros para uma estado quase permanente de DR (para os desligados, "discutir a relação"). Isso lhe valeu alguns ódios básicos dentro da casa e, como soe acontece na "sociedade do espetáculo", uma admiração inusitada fora dela, o que lhe valeu, ao final do programa, uma avalanche de fanáticos seguidores, espalhados pelas diversas redes sociais da internet. A criatura está, como diriam os adeptos da boa gíria, "bombando". Vamos tentar entender o porquê, o essencial, não os periféricos, geralmente cretinos.
Independente de qualquer crítica à aridez lingüística dos participantes desse já longevo evento televisivo, cuja inspiração se deve a um dos mais contumazes freqüentadores deste blog, George Orwell  - vide postagem recentissima  -, não podemos deixar de registrar a significativa sinalização que a supradita frase de Lia nos oferece, originada diretamente dos confins do inconsciente coletivo, segundo nosso amigo, C.G.Jung: OLHA!
Se juntarmos a palavra a seu par perfeito, OUVE!, teremos o melhor dos mundos, o mundo dos primeiros passos em direção ao diálogo! Estranho? Nem tanto, se atentarmos (saudades do jargão "atentai!", do senador Mão Santa...) ao fato de que vivemos cada vez mais imersos na escuridão do ...escotoma!
Conscientemente ou não, a ex-BBB usava e abusava da função fática da linguagem - procurem Jakobson et caterva para entender o conceito - , um recurso bastante banal, usado principalmente em conversas telefônicas, por meio do qual o contato com o interlocutor é permanentemente ativado.
Lembrando que escotoma é "ponto cego" - ocorrência tanto visual quanto auditiva -, nada mais justo do que indicar o comportamento aparentemente obsessivo da moça como um sintoma dos tempos "mudernos", nos quais ninguém presta atenção a nada, ao outro, ao contexto, ao que está logo ali, bem defronte ao nariz. Um bom psicoterapeuta diria que o chamado de Lia, que acabou virando sua marca registrada, muito mais do que um cacoete sem sentido, denuncia uma calamidade epidêmica da atualidade: o não saber ouvir, o não saber ver, condições sine qua para o início - VEJAM BEM! -, do início do processo de uma real comunicação! 
Enclausurada no meio de pessoas um tanto ou quanto títeres de seus próprios egos, todas em busca de um respeitável prêmio, Lia, sem ter consciência profunda do seu insistente enunciado, corporificou o que centenas de aprendizes de "doutores em linguagem", enleados pela parafernália de clichês ideológicos, midiáticos e acadêmicos, não conseguem, de forma rigorosamente objetiva, dizer com tamanha fúria: o princípio de tudo é... a ATENÇÃO! Olhar no olho é estabelecer o bom e velho rapport, vínculo sem o qual toda gente fica "falando para ontem", como diziam as vovós...

Em suma, é a primeira vez - e isso não é um acidente de percurso puro e simples - que alguém rompe o bloqueio do pegajoso e circular discurso do "entretenimento" na TV, justamente num programa de estrondosa audiência, e chateia, conclama, irrita, hipnotiza, chicoteia o público com a convocação para uma tomada de consciência que só costuma freqüentar os melhores textos do... zen budismo...hehehe...
Ufff! Dependendo do olhar, o BBB também é cultura!


Imagem: 1 - Lia, meditando... 2 - Chuang-tsu, fazendo o mesmo...


Marx, o Groucho

Saturday, May 01, 2010

Socorro, Shakespeare!


Pois é… nada mudou sob o sol… Na última eleição tínhamos a tropa de choque petralha mandando ver, em todas as frentes. Neste ano da graça (ou ainda da mais pura desgraça???) de 2010, vamos de repeteco, só que dessa vez temos em pauta a PATÉTICA - ou pata-anti-ética, como quiserem - criatura apelidada de Dilma Roussef, cujo sobrenome honra ortograficamente os melhores fulanos da falecida URSS, um "russês" de respeito, hehehe…. Aliás, muito mais adequado ao perfil vermelhinho da dondoca do que os codinomes que ela usava em tempos de "cólera"...
Imaginem o que vem por aí, tendo em vista a pequena amostra do que já está rolando "nestepaiz" pré-eleitoral: rede de intrigas e mentiras sustentada por blogs a soldo, censura aceita explicitamente pela rede Globo (isso não é nenhuma novidade, não sei por que tantas pessoas se espantam com essa manobra de censura ÓBVIA à empresa dos Marinho), o judiciário bocejando de braçada ante o uso escandaloso da máquina pública em favor desse "despacho de múmia paralítica" que o nosso divino Keiser, provavelmente em momento etílico, escolheu para sua sucessão. Trata-se de uma escolha meio estranha, não acham? Não haveria alguém menos embananado para a missão sucessória? Talvez a aposta seja de inspiração lulo-obâmica: o primeiro torneiro-mecânico a ser eleito em Banânia e o primeiro negro a ser eleito nos USA podem ter inspirado a eleição da primeira mulher a ser eleita por aqui - também conhecida como a rainha do anacoluto no baixo Brasília. Será isso mesmo ou haverá mais carne-seca por detrás? HUMMMMMMMMMM… Há algo de podre no reino verde-amarelo e já está dando para sentir o odor!
Quem deveria mesmo ser indicado/a para sentar no troninho de Rei Lear? Será que o cara quer mesmo é uma megera domada?
Ah, Shakespeare, ajude-nos além-túmulo!

Imagem: Lula domando sua candidata megera, na tentativa de enquadrá-la!

Marx, o Groucho