Sunday, May 23, 2010

O que J.D. Salinger viu, ou melhor, voltou a ver, sob a perspectiva de Banânia!

Esquisitice verbal por esquisitice verbal, vai abaixo, pelo menos, uma narrativa um pouco mais literária-filosófico-esotérica-ufff, em homenagem ao recém-falecido J.D.Salinger, cujos livros esplêndidos animaram bastante a minha distantíssima adolescência.
Eis aí um exercício de palavra-puxa-palavra, com sotaque salingeriano:

Um belo dia, lá para as bandas remotas do Éden, o homem identificou-se com a porcaria do ego - catátrofe produzida na instância da maya hindu -, que era antes desse desastre apenas um "eu" comportadíssimo, centro da sua modesta consciência individual por meio da qual as abundantes benesses de uma conexão com a unidade criadora poder-se-ia efetivar, posto que o Pai o havia nomeado co-criador de tudo que estava aí ou coisa que o valha...
Iludido pela idéia besta de ser o dono da fazenda e não apenas seu solidário capataz, o homem perdeu as estribeiras e as regalias da convivência íntima com a esfera divina para cair no círculo infernal da terra-de-ninguém: foi extraditado para o Brasil e obrigado a votar na Dilma Roussef, a rainha do anacoluto e tudo… 
De ser realmente racional que era, dono da palavra que vivifica, porta-voz do discurso original, o homem passou à categoria de "orc", teleguiado pelo que há de pior e mais boçal do inconsciente coletivo, tornando-se o homem-massa do Ortega y Gasset, o homem-legião do Novo Testamento, o homem-clichê do discurso moderno e o homem-que-vê da cândida candidata Dilma, garota-propaganda da Ótica do Povo, morô? Passou de servo a escravo, por conta de sua deslavada e ambiciosa opção. A liberdade que tinha, doada diretamente pelo Criador, para co-criar, co-criar, co-criar, tornou-se a maldita sina de copiar, copiar, copiar…

Entenderam ou querem uma fotocópia autenticada do melhor conto de Salinger, "Um dia ideal para os peixe-banânia" ???
Imagem: J.D.Salinger, recém-falecidíssimo.

Marx, o Groucho, relendo "O apanhador no campo de centeio"...






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