Sunday, January 21, 2007

O que têm em comum a Familia Adams, Pinky e Kathleen Turner?




A quem interessa o crime de lesa-mente? - perguntaria um aprendiz de Sherlock Holmes, criação de Sir Conan Doyle, mestre do método dedutivo para pegar criminosos. Vamos por partes (essa é da Mary Shelley, mãe de Frankenstein, pai do "Hermann Monster" e cia. Esses conterrâneos de Patsy e Edina são ótimos, não? ): a prática educacional, hoje em dia, tornou-se a infiltração grosseira, em todos os escalões - a começar pelas disposições do MEC -, da pseudomoral do "politicamente correto", uma praga que não passa de um simulacro, uma imitação avacalhada e pervertida, de um ethos universal, que por sua vez é calcado no relativismo absoluto (a esfarrapada "contradição em termos"...), também conhecido como moral laica, um pastiche filosófico mal e porcamente oriundo de um corroído pragmatismo que - pasmem os doutos! - já encontrava eco popular no ditado dance conforme a música. Como vêem, nada há de novo sob o sol, REALMENTE.
As táticas de conquista do poder são as mesmíssimas, só muda a nomenclatura, manobra que dá ares de modernidade - outra palavra indispensável ao arsenal semântico dos Cérebros de sempre - às teorias dos que estão sempre planejando dominar o mundo...
Ainda assim, no que concerne à sofisticação estratégica, houve um grande avanço, por obra e desgraça de Antônio Gramsci, no momento em que ele percebeu (Que fantástica obviedade! Que cara bocó!) que o alvo da repressão totalitária deveria ser a hipnose de mentes e corações em lugar da mera eliminação dos reclacitrantes, via encarceramento pro rata tempore ou imediato extermínio físico. O avanço extraordinário das tecnologias da comunicação serviu de catapulta a esses propósitos de "persuasão incruenta", acelerando espantosamente a eficácia daquilo que, na verdade, sinaliza uma descarada reeducação em massa, sem o ostensivo uso dos clássicos campos de concentração.
Uma cena emblemática - engraçadíssima, por sinal! - desse processo de conquista subliminar pode ser vista no filme A família Adams2, em que Wandinha (na interpretação magistral da já promissora Cristina Ricci) é trancada numa cabana, sendo obrigada a ver, ad nauseam, filmes água-com-açúcar como a Noviça Rebelde e congêneres.
Em Mamãe é de morte (Serial mom), outra comédia de humor negro desfavorável à pasteurização comportamental, vê-se Kathleen Turner, dona de casa exemplar e serial killer ultrapoliticamente correta, ser guindada a pop star, depois de um julgamento sensacional em que ela mesma se defende, obtendo plena absolvição ao desmoralizar, uma a uma, todas as testemunhas de seus estapafúrdios assassinatos, jogando-as contra a opinião pública por meio de uma retórica esplêndida, na qual se destaca o truque de arruinar o testemunho de uma velhinha bibilhoteira - eis aí um suculento argumento ad hominem... - ao denunciar que ela NÃO RECICLAVA LIXO! Isso deixou o júri indignado, ora vejam só!
Em suma: a mídia hoje é muito mais eficiente do que os velhos esquemas "pedagógicos" de, por exemplo, um Celso Freire, no quesito propaganda ideológica descarada, contribuindo para a manipulação doutrinária de pessoas que, por outro lado, não encontram nas escolas o contraponto, a crítica, a resistência a esse discurso insidioso, justamente porque esse espaço também já foi tomado pelo lado negro da força. "Tá tudo dominado", diria o exilado Boris Casoy...
É só dar uma olhada nas novelas globais - rigorosamente idênticas em suas estruturas ideológicas - para que todas as mazelas acima sejam flagradas de "a" a "z". O ritual maquiavélico está lá, desde a lenga-lenga contra o "preconceito" de qualquer calibre até a barafunda religiosa que mistura - nivelando por baixo, é claro -, como nunca se misturou antes "nestepaiz", ritos afros, cristãos e escolha-você-mesmo-o-sabor-do-misticismo-da-moda! Essa geléia geral, é, por definição, o caldo de cultura da implementação da Nova Ordem Mundial. É preciso rasgar, urgentemente, essa cartilha, embora nos pareça que essa metástase seja incontrolável.
Enfim, respondendo a Sherlock Holmes, a quem interessa o crime de lesa-mente? Ao Cérebro, ora! Felizmente Deus sabe o que faz, e ninguém é perfeito: o Pinky pode estragar tudo!

Imagens: Wandinha, Pinky e Kathleen Turner...

Marx, o Groucho

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