Saturday, January 06, 2007
Cadê Dostoievski?
Olhem só que ótima observação foi feita na no MSM, no setor de "Cartas", a respeito de um artigo de Ipojuca Pontes, por um senhor chamado Luís Gustavo - os grifos são nossos:
Sobre artigo de Ipojuca Pontes
Amigos, como de hábito o sr. Ipojuca Pontes publica artigo brilhante e que demonstra toda a sua cultura e erudição. O texto é irretocável. Permitam-me apenas tecer um comentário que me ocorre no momento, que seria como que uma nota de rodapé ao que escreveu o ilustre Ipojuca: Dostoievski escreveu toda a sua obra monumental, maravilhosa, gigantesca, notem bem, à mão. Isso mesmo, tudo o que o gênio russo escreveu saiu de sua mente extraordinária e foi para o papel através do bico de pena. De resto, todos os grandes escritores e filósofos até o advento da máquina de escrever.
Então eu pergunto: por que, dadas as condições materiais dos dias de hoje, do computador e etc., a humanidade não consegue mais gerar um Dostoievski, nem um Tolstoi, nem um Balzac, nem um Musil, nem um Proust, nem um mísero Machado de Assis? Ipojuca respondeu, mas não frisou: porque as ondas de niilismo, de destruição revolucionária, de depredação do cristianismo em geral e da Igreja em particular, do desprezo pela herança ocidental, da subversão dos princípios da autoridade e da ordem, produziram, notadamente a partir da segunda metade do séc. XX, as gerações mais hedonistas, mais egoístas, mas idiotizadas, mais ignorantes, e, por isso tudo isso, mais desesperadas que a nossa pobre humanidade já produziu.
Como, então, esse mundo acelerado e doentio, fanático por prazeres e avesso a qualquer responsabilidade, pode dar à luz um gênio do tamanho desses citados, cuja grande força estava em tirar de dentro de si mesmos, de dentro de suas contradições e reflexões, de seus sofrimentos e dilaceramentos, os temas de que tratavam?
Se alguém já disse que a Revolução destruiu o que a França tinha de melhor, eu diria que o fantasma ou o espírito que habitou o corpo dessa Revolução venceu o Ocidente, e destruiu tudo, simplemente tudo o que havia de bom. Jamais teremos um outro Dostoievski.
Um grande abraço.
Luis Gustavo
Comentário: síntese perfeita do que está acontecendo neste planeta cada vez mais culturalmente mambembe.
Marx, o Groucho
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