Wednesday, December 06, 2006

Veríssimo - mais um rico metido a socialista.


Já que o assunto era Veríssimo, vamos homenagear nossa heróica leitora que deu um pé no namorado cuja mãe tietava Veríssimo. Tietar já é ridículo, mas tietar Veríssimo é bizarro. A leitora tinha toda a razão. Estamos com você. Coragem!!!



Mais uma do Blog do Diego:

A CANETA DE VERISSIMO

por Rodrigo Constantino


Quando penso que o colunista Verissimo vai desistir do seu proselitismo e voltar para os bons artigos sobre o cotidiano, o gaúcho aparece com mais um espetáculo de ideologia barata. No seu último artigo, Parker 51, Verissimo conta uma rápida história de como tinha um símbolo todo especial a caneta que ele pegava emprestado com o pai para fazer sua prova final. Reconhece que não era pela sua maior eficiência que a pedia, mas pelo simbolismo que tinha. A história, que parece meio sem sentido no começo, mostra no final a intenção do autor, ao afirmar que é “esse significado maior, que não é mensurável, que não se julga nem tecnicamente nem pelo resultado da prova, que nunca entra na equação dos privatistas”. Verissimo está condenando aqueles que defendem a privatização da Petrobras pelo argumento da eficiência, que ele parece ao menos reconhecer ser maior na gestão privada. Assim como a caneta Parker que seu pai lhe emprestava, ele acredita que a empresa tem um valor simbólico, e por isso deve permanecer uma estatal, ainda que seja menos eficiente assim. Os “ultraliberais” seriam insensíveis para este sentimento tão nobre e superior.

Há uma “pequena” diferença, que o ilustre colunista parece não perceber. No caso da canetinha, sua propriedade era bem definida. Ela era do pai de Verissimo, que tinha o direito de emprestá-la para quem quisesse, pelo motivo que fosse. Mas a Petrobras não. A Petrobras utiliza recursos públicos, é propriedade estatal, e por isso pertence, ao menos na teoria, a cada pagador de imposto. Ela não é do Verissimo apenas. E, portanto, ele não tem o direito de torrar o dinheiro alheio, via maior ineficiência, em troca da busca desse lindo sentimento de simbolismo. Verissimo, que é bem rico, poderia juntar várias outras nobres almas – e com o bolso cheio também – para comprar a Petrobrás do governo, e aí esses sensíveis homens poderiam fazer o que quisessem com a empresa, inclusive levá-la à bancarrota em nome do símbolo que ela representa. Os insensíveis, que precisam pensar na eficiência, seriam poupados assim.

Talvez a explicação para Verissimo não ter notado tão gritante distinção entre os casos de sua analogia esteja no seu próprio artigo, quando assume que sempre foi “um péssimo aluno, da tribo dos que passavam raspando”. Talvez, se tivesse estudado um pouco mais...


Oriane

1 comment:

Anonymous said...

Se não fosse essa caneta então, o Veríssimo teria se tornado semi-analfabeto e eleito Presidente da República!

O quê mais me estressa com a privatização não é a privatização em si, mas as facilidades que o (des)governo fornece aos compradores, que, em via de regra, são estrangeiros. Financiamentos, parcelamento de débitos, recursos para investimento, tudo com juros sempre muito baixos (via BNDES).

Agora tenta você conseguir crédito para levantar uma empresa ou simplesmente expandir uma empresa que já esteja estabelecida.

É um ultraje, na minha opinião, colocar um dinheiro que é "nosso" na mão de gente que vai levar o lucro para fora do país. Veja se no Canadá , Estados Unidos ou Europa eles dariam esse tipo de vantagem para uma companhia estrangeira.

Nada contra nossos irmãos d'além-mar mas isso é coisa de país sub-desenvolvido africano.