Monday, June 25, 2007

O escorpião, Anne Sullivan e o minotauro: relações lógicas...




Estamos dizendo isso em sala de aula há décadas e ninguém acredita. Agora, com o aval do Tio Rei, talvez as almas de boa vontade entendam o espírito da coisa: O texto perturbado indica que também pensam de um modo perturbado. (Blog de Reinaldo Azevedo, em 25/06/07, no meio de um post sobre os disparates proferidos por um ente "Ah, cadê-o-MICO?", da USP, só para variar...) Na mosca! Quando é que as pessoas vão entender que a linguagem formal, também dita gramatical ou culta, não é o mero "decoreba de regrinhas" inventadas por velhinhos tarados, sádicos gagás que se comprazem em torturar os outros com o ensino de um troço chato, absolutamente inútil numa sociedade entupida de sons e imagens, recursos perfeitamente satisfatórios em termos de comunicação, segundo os parâmetros trogloditas?
Quando vão entender que niguém "nasce feito", que é preciso trabalhar sobre os dons recebidos para que desabrochem em todo seu esplendor? Somos seres simbólicos, verbais, dotados da capacidade de pensar por meio do domínio das línguas, um instrumento fantástico e exclusivamente humano, embora dependa de estudo e aplicação, sempre mais esmerados, a fim de que frutifique à altura da sua nobilíssima função.
Trocando em miúdos: sem o aperfeiçoamento lingüístico - e isso se faz com o estudo gramatical em todas as suas particularidades - não se pode PENSAR decentemente, com lógica - uma organização objetiva das idéias -, pois esse é o fio de Ariadne que nos conduz para fora do labirinto de Creta, onde o Minotauro da Subjetividade Destrambelhada nos tocaia, permanentemente, tentando comer nossa sanidade mental.
Por que isso é assim e não de outra forma? - perguntaria um fanático das hostes de "um outro mundo é possível". Parafraseando a fábula do escorpião e do sapo, porque essa é a nossa natureza, ora bolas! Por que não nascemos com três cotovelos e dois umbigos, não é mesmo?
Quem faz questão de pesquisar emocionalmente o tema, tente ver por aí um velhíssimo filme, O milagre de Anne Sullivan (1962), com a excelente e já falecida Anne Brancroft no papel de uma professora, quase cega, que é contratada para "ensinar" Helen Keller, uma mocinha... TOTALMENTE cega e, ainda por cima, surda-muda! Essa condição física precaríssima mantinha a infeliz num estado semi-animalesco, sem, é claro, nenhuma das benesses adaptativas que os animais trazem consigo ao nascer. Ela não era nada, era um aborto vivo, uma massa de carne ensandecida, sem linguagem articulada, um feixe de emoções reativas e brutais.
Qual foi o milagre de Anne Sullivan? Foi dar a Helen Keller um canal de acesso ao simbólico pelo único sentido que lhe restara, o tato. Ela aprendeu a falar, escreveu livros e esteve no Brasil, há muitos anos, fazendo palestras. Viveu, enfim, como gente.
Vejam o filme e percebam o que é disciplina, determinação, amor autêntico. E, sobretudo, percebam a importância do aprendizado formal da Língua na estruturação da nossa psique, o diferencial que, a todo custo, querem destruir "nestepaiz", por meio do culto diabólico ao analfabetismo funcional...

Marx, o Groucho

3 comments:

Da C.I.A. said...

Infelizmente a filosofia de estudo que domina a Escola brasileira é a PauloFreireana, onde o "educando"nunca está errado e tudo deve ser analisado pelo ponto de vista do oprimido.
Uma merda só!

Ricardo Rayol said...

Marx, a groucha, considerando que um apedeuta é presidente desse circo e que o tio rei é um mané, não farei maiores comentários ehehehe

patricia m. said...

Concordo com o Angelo, e levando-se em consideracao que o petralhismo ja aparelhou todas as universidades que prestam no pais, nao ha mais solucao, a nao ser afundar ainda mais na lama. Vide ultimo post do Reinaldao sobre um tal Congresso de Psicologia, eh de chorar de rir. Etnomatematica, etnopsicologia, etnomedicina, hoje em dia eh tudo etnoalgumacoisa...