Hoje um amigo me escreveu da França, agradecendo uma tarde na praia. Um talvez raro momento de paz. Sábado tentei ir à praia. Na chegada, um grande susto. Próximo ao hotel Cesar Park, havia flanelinhas de areia. Isso mesmo, vocês não estão lendo mal, flanelinhas de areia mesmo. Os caras ficavam ali no calçadão gritando: "aqui, aqui, cadeira, e algumas palavras numa tosca tentativa de inglês que não pude identificar.
A praia era uma baderna loteada entre flanelinhas e que tais. Depois de finalmente nos isntalarmos, comecei a ler o jornal. Do nosso lado um grupo de rapazes veio se acomodar. Aparência de morro, cultura de morro, impossível não ouvir a conversa: falavam aos berros, para a gente ouvir mesmo. Papo de traficante, os caras não eram só assustadores, pareciam perigosos. Ali, do meu lado, falando alto a ponto de eu não conseguir ler.
Falei para minha amiga: "vamos para mais perto da água"
Minha amiga: "não, é melhor ir embora, e se eles se ofendem e se vingam na gente?
Eu: "mas que absurdo, eles estão nos expulsando???"
Paguei a barraca e as cadeiras, que usei por dez minutos, e fui embora para outro canto. Finalmente instalada, recomeço a ler. Mas não dura muito tempo: dois barrigudos de cerveja na mão falam aos gritos sobre o síndico gay do prédio deles. Soube tudo sobre a briga no prédio e a mentalidade tacanha daquelas pessoas. Não havia como não ouvir a conversa, mais uma vez, pobres ou ricos, todos no Rio falam aos berros.
Moral da estória: se vocês resolverem ir à praia no Rio tentem o final de tarde quando essa gente horrorosa já encheu a cara e foi dormir.
Conselho de amiga...
Oriane
3 comments:
Pô? Quer dizer que os papos de traficantes não te interessam? Que fechamento é este para as outras culturas! hahahaha
Quando algum carioca vier me dizer que praia é vantagem, vou perguntar com quantos traficantes ele bateu papo em seu último sabadão na praia...
O Sentido da Vida é o menos engraçado! Vc devia ter começado pela Vida de Brian ou pelo Cálice Sagrado!
...essa vulgarização ampla geral e irrestrita (além da exagerada carioquice-do-carioca) também me perturba muito...ô gentalha.
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