Tuesday, March 11, 2008

Reportagem sobre a China no cangote do Tibete: e se o sinal fosse invertido?

Reportagem da revista Época (janeiro de 2008), extensa, conta as agruras tibetanas em mãos chinesas desde a invasão. Ela fala da política chinesa de terra arrasada, conta das manobras chinesas para destruir os traços da cultura local que ainda insiste em resistir ao estupro ideológico chinês; narra como os chineses lidam com o turismo interno - preferencial, é lógico - e o externo - severamente controlado, é lógico também... - de modo a evitar as péssimas influências estrangeiras e o mau comportamento dos simpatizantes da causa tibetana que, eventualmente, teimam em defender suas convicções "separatistas".
É chinês para cá, chinês para lá, tudo muito direitinho, com todos os "efes e erres" de uma reportagem bem feita: estatísticas, entrevistas oportunas, lindas fotos etc. Vamos, agora, ao espírito da coisa: em nenhum momento do texto aparecem as palavras comunista ou comunismo, deu para entender? As idéias totalitárias são chinesas, as manobras políticas são chinesas, a opressão burocrática é chinesa, a "grife" da mão de ferro que esmaga os tibetanos é exclusivamente chinesa. Não há a mais leve alusão ao regime comunista que inspira o comportamento "humanitário" dos... chineses!
Invertam os sinais da matéria de Época, imaginem os americanos - ou gente dessa banda infecta - cometendo todos esses delitos execráveis e façam suas apostas para avaliar o grau de incidência das palavras "imperialismo", "capitalismo" e "extrema direita" no texto dessa hipotética reportagem.
É isso aí, como sempre dizemos por aqui: toda manipulação das pobres gentes começa e acaba nas garras do discurso. E dá-lhe língua de pau!!!
PS: quem quiser dar uma olhada na causa tibetana espie aqui.
Imagem: a portentosa muralha da China, expressivo símbolo para os que entendem símbolos...

Marx, o Groucho

1 comment:

Ricardo Rayol said...

disse tudo, invertam-se os sinais e veremos no que dá.