Brincadeira! Nosso modesto blog, cujo nome vai passar de furiosa à furibunda se a coisa em Banânia continuar do jeito que está - o que é mais do que provável -, fez um ano em 21 de outubro! Como novembro começa cheio de movimentos bélicos venezuelanos, fofocas do gás com a Petrobrás e o Keiser cuspindo as sandices de sempre, resolvemos, por conta da ilustre data que já foi para o brejo da memória, republicar alguns posts, escolhidos a dedo, lá do início dos tempos furiosos, para mostrar que nada mudou sob o sol destes tristíssimos trópicos: a bagunça compulsiva, o gosto pela ignorância, o crescente sadomasoquismo e o processo de abdução em massa continuam os mesmos, em inexorável ascensão "nestepaiz". Nossa esperança é que Oriane, em seus estudos metafísicos, seja abduzida pela mente superior e nos leve junto, de carona, para um outro mundo, realmente melhor, sem ter de passar por toda aquela parafernália de aeroporto entupido pelo entulho da incompetência estatal... Amém.
(Mensagem para Clau: Yogananda para presidente!)
Marx, o Groucho - soprando velinhas com Oriane e as AbFab!
Princípio da homeopatia
Pois é, o que mata pode curar... No meio do caos que assola o país do Lulalá, brilha uma esperança cujas raízes (Alô,alô, alma do Sérgio B. de Holanda!) psicopatológicas se explicam assim: se brasileiro tivesse construído forno crematório no período nazista, os cadáveres dos judeus teriam ficado mal-passados! Tal qual a idéia de Nelson Rodrigues, a vocação tupiniquim para o complexo de viralata nos faz cativos da CRÔNICA falta de eficiência, tanto para o bem quanto para o mal. Por exemplo, é fato que a turma da URSS que financiava as atividade de Prestes e Cia no Brasil, alvo soviético para uma tomada do poder à epoca, ficou TIRIRICA da vida com o desvio de recursos e trapalhadas estratégicas dos militantes tupiniquins, o que provocou um puxão de orelha tipicamente comunista: suspenderam o envio do ouro de Moscou e mataram os que foram ingênuos o suficiente para irem à Rússia prestar contas - pessoalmente - de sua incompetência. Prestes, vivaldino, tirou o corpo fora (fonte: Camaradas, de William Wack).
Resumo: pela lógica, a reeleição lulística pode significar o fim do Estado de Direito no Brasil, num médio prazo, mas a esculhambação cultural que nos levou a isso pode, também, impedir que cheguemos às vias de fato simplesmente porque o Brasil É UMA CHANCHADA da ATLÂNTIDA.
Ave, homeopatia, morituri te salutant!
Marx, o Groucho
Tomando carona no texto de Oriane sobre a "horrorível" Bienal em Sampa, voltamos a um tema que jamais sairá de cartaz enquanto Bullshitland não tomar vergonha na cara: a educação tupinicoide é uma batida de trem, do tipo TGV, francês, superveloz. Que desastre, hein?
Insistimos no ponto crucial da questão, relacionando a Estética à Moral e à capacidade de raciocinar com Lógica. Explicando: quem acha que a Arte - que enseja a expressão do Belo - desenvolve-se à revelia da Moral - que conduz à apreciação do Bem - e que ambas nada têm a ver com a Razão, que apague a fita e comece tudo de novo. Essa noção é o sintoma mais descarado de fragmentação psíquica, a tal doença que nos ronda há décadas, por conta da programadíssima falência do simbólico. Trocando, mais ainda, em miúdos, uma sociedade mostra sua face por meio da manifestação de uma variada série de produtos culturais que se interligam necessariamente por um notório zeitgeist (alemão não é chique, darling?). Assim, onde, por exemplo, grassa a vulgaridade, o gosto intragável pelo desregramento, o culto à indisciplina e à falta de limites morais, viceja, igualmente, a absoluta incapacidade para a elaboração de qualquer nível razoável de criação estética. Ou seja, vai tudo para o mesmíssimo buraco de indigência formal, pois o fio condutor do Logos foi rompido, restando o caos em todas as suas tenebrosas instâncias. A imoralidade é feia e a feiúra é imoral porque ambas agridem a Razão.
Tal panorama assustador agrava-se há décadas, a reboque de uma propaganda insidiosa e rigorosamente simplista, que vem sempre atribuindo a uma classe social, delineada, mal e porcamente, pelos estereótipos de "burguesia dominante, opressora e exploradora" - uma execrável vilã, bem na linha teórica do "bode expiatório" de René Girard -, o mofo de um conservadorismo caracterizado pela prática de normas e preceitos antiquados, candidatos ao banimento sumário pelo fato de representarem mecanismos de manutenção de um "modus vivendi" parasitário, incompatível com as propostas "revolucionárias e progressistas" dos profetas da chatice, aqueles, superbonzinhos e compreensivos, que têm como meta o paraíso na terra, a erradicação da pobreza, a igualdade entre os homens, aquela xaropada que costuma encarnar a isca psicológica perfeita para as futuras vítimas de um festim canibal. Haja comilança...
Análises da realidade, focadas a partir de recortes epistemologicamente precários, levam a narrativas ideológicas indigentes e, à adoção, pura e simples, dos livros da musa uspiana, Xuxaí, como a cereja do bolo por tamanho esforço intelectual!
Um bom exemplo dessa distorção paratáxica fica por conta de um monte de gente que leu as orelhas dos livros de Freud e, ato contínuo, desandou a ver sexo em tudo, cacoete conhecido como surto-do-pau-pra-toda-obra, principal leitmotiv de dez entre nove textos teatrais em Banânia. O fenômeno é muito comum e está intimamente ligado àquela famosa "lei do menor esforço": se eu tenho um modelito "muderno"- obviamente, compatível com as minhas neuras - para enunciar todos os sentidos do mundo, por que vou-me esforçar em conhecer outros ângulos? Aliás, por que perder tempo em conhecer alguma coisa, não é mesmo?
Bem, aí vem um petralha e diz: Ah, mas vocês também estão adotando um modelito! Claro, Pedro Bó! Acontece que há modelitos universais e modelitos particulares, justamente aqueles meramente circunstanciais, criados a partir de ataques de solipcismo agudo, os projetados sob o influxo de uma tara específica, de um rancor inconsciente etc e tal. Paradigmas, assim estatuídos, morrem na praia da inaplicabilidade porque não resistem a uma análise lógica. Ok, a "lógica é mais uma ilusão", diz aquela "raça" que costuma pagar um mico, tamanho King Kong, quando tropeça com armadilhas como as que Alain Sokal preparou para seus pares acadêmicos num momento de agudo bom humor (leiam Imposturas Intelectuais de Alan Sokal e Jean Bricmont.) Só nos resta, então, apagar a vela deles, como fez Tokusan com seu discípulo zen... Arre!
Nota paranóica: sim, sim, já sabemos que é proibido falar negativamente sobre canibalismo porque a Antropologia diz por aí que os povos que o praticam o fazem em rituais simbólicos, cheios de boas intenções, com o inocente intuito, quase sempre, de adquirir as excelsas qualidades - ops! - dos devorados, blá,blá,blá... Chamem Cunhambebe ou devorem uma caixa de chocolates Godiva, que não foram criados por aquela mulher que gostava de andar, peladona, a cavalo!
Imagens: Cunhambebe, um canibal tapuia, e Lady Godiva, a pelada achocolatada.
Marx, o Groucho - comendo chocolate, uma delícia asteca, como a "pequena" da Tabacaria, do Fernando Pessoa.
A cultura do ódio
Diane Arbus - Menino com Granada.
A respeito do post abaixo de Marx - Mais uma radiografia do futuro de Banânia - Já havia falado aqui neste blog do susto que tomei ao ler duas cartilhas de Filosofia para segundo grau. O assunto era espoliação, exclusão, cidadania etc, nada de Filosofia. Os livros indicados eram Marx, Saussure, Galeano, vejam só, como se Galeano fosse filósofo...
Pois bem, esta semana li a PCN - Parâmetros para o ensino de segundo grau. Publiquei uma parte dos meus comentários no Filósofo de Mau Humor.
O documento nem era tão ruim, mas na própria lei já percebemos o perigo. Os artigos pertinentes à Filosofia e Sociologia só falam em cidadania. Parece ser este o único assunto a ser tratado no currículo. A persistência me chamou a atenção. O currículo de Filosofia parece tender a ser uma extensão da Sociologia, sendo que ambas devem tratar de cidadania, distribuição de bens na sociedade, igualdade entre os homens, e por aí vai. O interessante é que o documento já parte dos princípios: a sociedade é desigual, nossa sociedade é excluída, deve-se lutar pela mudança deste modelo - o capitalismo-. Simples assim, sem disfarces, para qualquer um que leia.
Há passagens como pérolas que propõem o aperfeiçoamento enquanto pessoa humana (sic), o que diabos é isso??? Ficaria fascinada se não me lembrasse que isso é o que chamam parâmetros para o ensino de filosofia para o segundo grau. Meu Deus, o que essas crianças vão aprender? A ter ódio? Ressentimento? Será que as crianças da escola pública já não têm isso em excesso? Elas não vão aprender a contrapor, o que deveria ser a função da Filosofia, mas a pensar todas a mesma coisa. Todas unidas pelo laço do ressentimento.
Se temos alguma dúvida, é só olhar a situação atual. Todos se sentem excluídos, principalmente porque esta é a nossa visão de povo da América Latina. Eu sou mais realista, não me sinto excluída, me sinto bárbara mesmo. Mas mesmo com algumas exceções, é assim que somos ensinados a perceber a realidade. Este adestramento vem sendo perpetrado há mais de 10 anos, sendo que suas influências, o pensamento de Gramsci e sua turma da pesada, já se insinuava há bem mais tempo.
A noção que se teve de educação é, há muito, ligada à inclusão, igualdade etc. Não que esses conceitos estejam errados. Nada disso, é bom promover, na medida do possível, a igualdade, mas trata-se de igualdade perante o Estado. As pessoas não podem ser tornadas iguais à força, pois elas são naturalmente diferentes. Aqui queremos igualar as pessoas à força sem igualar sua relação com o Estado. Uns são mais iguais que outros. Claro que isso fala dos mais ricos, mas fala também dos amigos do Rei. Esses, muito mais do que os ricos, sâo mais iguais que os outros.
O fato é que o incitamento das classes baixas contra as altas já vem ocorrendo há bastante tempo. E o resultado, junto ao fato de que a diferença entre ambas só fez crescer, é a violência que estamos vendo. Para as classes baixas o inimigo é todo aquele que tem alguma coisa. Qualquer coisa. Não importa se você se mata de trabalhar todo dia, você é o inimigo porque conquistou algo. Os pobres roubam os um pouco menos pobres. Como no assunto do post que coloquei outro dia, a questão passa a girar em torno da inveja.
O que estamos ensinando em nossas escolas, por culpa dos Darcys Ribeiros da vida, é a invejar aqueles que, por esforço ou sorte, são mais favorecidos que nós.
Esse é o discurso por trás da "cidadania", reconhecimento da desigualdade na distribuição das riquezas, e busca de um mundo melhor.
Todos queremos um mundo melhor, trata-se de um proposta unânime. Mas isso não se consegue incitando o ódio, mas apenas o amor. Podemos recorrer a São Paulo - I Cor.13 - o amor acima de tudo é o fundamento da vida. Quando ensinamos nossas crianças a odiar estamos decretando nossa própria morte. Regimes calcados no ódio nunca trouxeram prosperidade.
O problema não é político, é espiritual. Karl Marx vivia às custas de Engels, pois este era o seu ideal, viver às custas de algo mais forte, sustentado por sua própria ideologia. Ninguém me convence que ele não tinha uma terrível inveja de seu protetor.
Oriane
PS: dêem uma olhada no livro de Paul Johnson, Os Intelectuais. O sujeito era realmente um baixo-astral só... - Marx, o Groucho (o verdadeiro!)
Um texto revelador, mais um, denunciando o estado educacional (???) de Bullshitland, com todas as sombrias previsões que a lógica nos permite desenhar.
"REVOLUÇÃO SILENCIOSA - por Diego Casagrande, jornalista
Não espere tanques, fuzis e estado de sítio. Não espere campos de concentração e emissoras de rádio, tevê e as redações ocupadas pelos agentes da supressão das liberdades.
(...) Não espere os oficiais do regime com uniformes verdes e estrelinha vermelha circulando nas cidades. Não espere nada diferente do que estamos vendo há pelo menos duas décadas.(...)
A revolução comunista no Brasil já começou e não tem a face historicamente conhecida. Ela é bem diferente. É hoje silenciosa e sorrateira. Sua meta é o subdesenvolvimento. Sua meta é que não possamos decolar. Age na degradação dos princípios e do pensar das pessoas. Corrói a valoração do trabalho honesto, da pesquisa e da ordem. Para seus líderes, sociedade onde é preciso ser ordeiro não é democrática. Para seus pregadores, país onde há mais deveres do que direitos não serve. Tem que ser o contrário para que mais parasitas se nutram do Estado e de suas indenizações. Essa revolução impede as pessoas de sonharem com uma vida econômica melhor, porque quem cresce na vida, quem começa a ter mais, deixa de ser “humano” e passa a ser um capitalista safado e explorador dos outros. Ter é incompatível com o ser.
Vai ser triste ver o uso político-ideológico que as escolas brasileiras farão das disciplinas de filosofia e sociologia, tornadas obrigatórias no ensino médio a partir do ano que vem. A decisão é do Ministério da Educação, onde não são poucos os adoradores do regime cubano mantidos com dinheiro público.(...)
(...) Hoje, mesmo sem essa malfadada determinação governamental - que é óbvio faz parte da revolução silenciosa -, as crianças brasileiras já sofrem um bombardeio ideológico diário. Elas vêm sendo submetidas ao lixo pedagógico do socialismo, do mofo, do atraso, que vê no coletivismo econômico a saída para todos os males.(...)
No Brasil, são as escolas os principais agentes do serviço sujo. (...)
Perdi a conta de quantas vezes já denunciei nos espaços que ocupo no rádio, tevê e internet, escolas caras de Porto Alegre recebendo freis betos e mantendo professores que ensinam às cabecinhas em formação que o bandido não é o que invade e destrói a produção, e sim o invadido, um facínora que “tem” e é “dono” de algo, enquanto outros nada têm. Como se houvesse relação de causa e efeito.
Recebi de Bagé, interior do Rio Grande do Sul, o livro “Geografia”, obrigatório na 5ª série do primeiro grau no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora. Os autores são Antonio Aparecido e Hugo Montenegro. (...)
Por meio desse livro, as crianças aprendem que propriedades grandes são de “alguns” e que assentamentos e pequenas propriedades familiares “são de todos”. Aprendem que “trabalhar livre, sem patrão” é “benefício de toda a comunidade”. Aprendem que assentamentos são “uma forma de organização mais solidária... do que nas grandes propriedades rurais”. E também aprendem a ler um enorme texto de... adivinhe quem? João Pedro Stédile, o líder do criminoso MST que há pouco tempo sugeriu o assassinato dos produtores rurais brasileiros. (...)
Essa é a revolução silenciosa a que me refiro, que faz um texto lixo dentro de um livro lixo parar na mesa de crianças, cujas consciências em formação deveriam ser respeitadas. Nada mais totalitário. Nada mais antidemocrático. Serviria direitinho em uma escola de inspiração nazifascista.
Tristes são as conseqüências. Um grupo de pais está indignado com a escola, mas não consegue se organizar minimamente para protestar e tirar essa porcaria travestida de livro didático do currículo do colégio. Alguns até reclamam, mas muitos que se tocaram da podridão travestida de ensino têm vergonha de serem vistos como diferentes.(...)
O antídoto para a revolução silenciosa? Botar a boca no trombone, alertar, denunciar, fazer pensar, incomodar os agentes da Stazi silenciosa. Não há silêncio que resista ao barulho." (o texto, na íntegra, aqui.)
Comentários - A sigla MEC nos dá arrepios - é um filme de terror classe B -, há décadas. É mais um rótulo vazio, uma excrescência jurássica, especialmente por incluir a palavra educação, eufemismo típico da Língua de Pau para disfarçar doutrinação. Cheira a controle estatal cretino, cheira a cabide de emprego, cheira à burocracia bolchevique, cheira a infindáveis reuniões que não levam a nada - uma mise-en-scène a serviço da embromação -, cheira à controle sanitário de "corações e mentes". Em suma, cheira mal: dêem a descarga...
Marx, o Groucho
Um primor de estupidez
Olhem só a que nível de belelequice ultrapiscótica chega a petralhada, lendo este trecho sobre Frei Betto, extraído do texto de Carlos I.S. Azambuja, Frases que fizeram a História – 1ª parte:
"Frei Beto, no II Fórum Social Mundial, usou da palavra e, lá pelas tantas, disse que a sociedade do futuro mais livre, mais igualitária e mais solidária se define em uma só palavra: socialismo. Pediu uma salva de palmas para Karl Marx e disse que o homem novo deve ser filho do casamento de Ernesto Che Guevara e Santa Teresa de Jesus."
Well, seria um estupro, darling!
Marx, o Groucho
Da barbárie à decadência, sem escalas...
Quem gosta de ópera ou de clássicos sabe que o conhecimento e o gosto por tal cultura não é instintivo. Para gostar de uma ópera é preciso acostumar-se com ela, conhecer a história e ouvi-la várias vezes. Não é um conhecimento fácil, assim como não é fácil compreender a arte barroca. São saberes difíceis, que exigem concentração, recolhimento profundidade. Não é para qualquer um no sentido de que nem todos buscam, mas é para qualquer um na medida em que todos podem ter.
Os patrulheiros de plantão diriam que isso é coisa da Zelite. Pode ser, mas não se trata de uma elite financeira, mas sim de pessoas que cultivam a beleza, o recolhimento. As pessoas atualmente só querem o que é fácil, rápido, que não exija recolhimento e silêncio.
O estudo de tais artes promove um indivíduo capaz de crítica, mas principalmente, capaz de ter senso estético. Alguém que leia Balzac, Wilde, Proust, não é capaz de falar aos berros num restaurante, coçar o saco, enfim, agir como um símio. As letras clássicas são um antídoto contra a grosseria e a vulgaridade.
Pois bem, vários livros fundamentais para o conhecimento nunca chegaram ao Brasil. Nosso primeiro doutorado em História da Arte tem apenas dois anos, e nasceu de um esforço particular dos professores da UNICAMP. Seria fundamental que houvesse no Brasil uma editora como a Fondo de Cultura do México que tem um maravilhoso catalogo de clássicos. Quase sempre me sirvo desta editora ( principalmente pelos preços acessíveis ) para comprar livros de que preciso.Enquanto isso, as cartilhas de segundo grau são todas sobre espoliação, não importa qual a matéria (existe um post antigo meu sobre isso, o susto que tomei ao olhar as cartilhas de segundo grau de história e filosofia - está embaixo do post " consumatus est"), o governo investe fortunas em livros e cartilhas que falam todos a mesma coisa! Letras clássicas e boa educação viraram artigos politicamente incorretos, coisas da Zelite. O certo agora é ler livros fáceis da esquerda, nada de Weber, que é muito difícil (aliás, nada de Marx, é muito caudaloso - os livros não podem ter muito mais do que 100 páginas-), Proust é coisa de desocupado rico e boa educação, delicadeza, gentileza são valores vilipendiados e associados à Zelite.
A tal poderosa da minha universidade, que é extremamente grosseira, já me disse várias vezes: eu sou grossa mesmo, sou de esquerda (sic), boa educação é coisa de gente fraca, em cima do muro. Gente riquinha que não deveria estar aqui... nunca consegui discutir com ela, está além da minha capacidade. Da última vez tive um ataque de choro e vomitei. Eu aprendi cedo a jamais gritar ou ser estúpida com os outros. Essas armas eu não tenho. Portanto, eu perco, perco sempre.
Esses são os valores que agora imperam no Brasil. Estamos nos tornando um povo grosseiro, identificado com o que há de pior e vulgar, nivelado por baixo. Esta gente, que fala tanto em construir um país melhor, está transformando nosso povo numa massa de ignorantes incapaz de competir internacionalmente. Quem perde são os poucos intelectuais sérios, que precisam buscar educação e livros fora do país, a peso de ouro.
Conheci um menino de rua na Argentina, ele citava Borges e conhecia Gardel, tinha orgulho de sua cultura. Os nossos meninos mal sabem falar.
Nós não devemos nos enganar: nosso povo está se tornando mais grosseiro do que já era. Com isso está se tornando mais animalesco e mais agressivo. O pouco valor que se dá a vida hoje é conseqüência direta da falta de cultura, da falta de cultivo.
Um povo cultivado é naturalmente mais civilizado e menos agressivo.
Não sei quem disse isso, mas concordo: o Brasil está passando da barbárie à decadência, sem escalas.
Imagem: Jeremias, de Michelangelo, detalhe do teto da Capela Sistina, evoca a melancolia. Ver também: Dürer - Melancolia e o Heráclito-Michelangelo, de Rafael, na Escola de Atenas.
Oriane
Clipping - comentando comentários
Algumas observações sobre os comentários de nossos 400 leitores diários:
"...e esse discurso de não ser nem de direita nem de esquerda é típico de direitistas reacionários que querem enganar os outros e não se reconhecem como de direita. Pelo menos é isso que todo esquerdista diz..."
Pois é, eles dizem qualquer coisa que simplifique os dados de realidade, de forma grosseira. Existe a simplificação inteligente, mas a deles é aquela que elimina partes essenciais do todo, privilegiando as que interessam, em geral, as acidentais. Isso é nítido em discussões com esquerdopatas. Por exemplo: certa vez amigos meus desandaram a conversar sobre místicos cristãos - que raridade!... - desembarcando em Teresa D'Ávila. Pois bem, o máximo que veio à baila foi uma interpretação "erótica" da belíssima estátua de Bernini - ilustração de uma postagem abaixo - é a tal velha história, do tempo da vovó-guru: cada um dá o que tem, não é mesmo? No caso em pauta, o modelito é freudiano, mal lido e pior absorvido, que transforma qualquer coisa num caso de monótono imbróglio sexual.
Da mesma forma, viciados em seus pequenos paradigmas espistemológicos, esquerdopatas só enxergam o mundo a partir daquele esqueminha caduco, intragável, com suas eternas lutas de classe pré-fabricadas, relativismos cínicos, éticas mambembes e outras pragas advindas de um paupérrimo e esclerosado recorte da realidade, sobre o qual o barbudo alemão, pai da raquítica criança filosófica, teve dúvidas atrozes em seus raros momentos de clarividência, ao fim de uma vida repleta de furúnculos morais. Sabe o que é mais? A alma brasileira está em estado de depressão... Haja Stolly, sweetie...
Imagem: metáfora da muderna alma brasileira, carcomida pela esquerdopatia epidêmica, he,he,he...
Marx, o Groucho
A burrocracia acadêmica faz sua vítima!
Vocês devem estar lembrados daquele meu post sobre os burocratas da academia. No final, eu falava daquela minha amiga linda, perseguida pela chefe de departamento feia. Pois bem, ela foi chantageada pela chefe. Isso mesmo, CHANTAGEADA! Agora sabemos porque essas pessoas querem tanto a chefia. É para se locupletar, para usar isso em benefício próprio. Elas disputavam uma bolsa e a "chefe" disse que se, ela não desistisse, faria um parecer negativo sobre ela (estava em estágio probatório). Foi assim, no meio de uma reunião. Todos viram, e vai ficar por isso mesmo. Minha doce amiga, que nunca fez mal a uma mosca, me ligou, arrasada. Foi terrivelmente prejudicada.
Por que os piores sempre se dão bem? Porque são capazes dessas vilanias que, para pessoas educadas, são impensáveis. Os argumentos, então: fulana não precisa, é rica...
Mérito, esforço, tudo isso vai pelo ralo. Minha amiga era melhor, a chefe sabia que ia "dançar". Usou sua triste arma. Não preciso dizer que ela é da esquerda. Daquelas convictas.
Para eles, este tipo de coisa é comum. Os fins justificam os meios, sempre. Ela acha que tem mais direito porque é mais pobre, e vale tudo para suprir essa diferença.
Outro argumento "excelente" usado por ela: diz que minha amiga não pode opinar porque não tem produção acadêmica. Por produção leia-se pontuação da Capes. Minha amiga publicou uns 5 artigos. Todos de vinte páginas em revistas da Europa, revistas de prestígio. A tal chefe-bruxa tem milhares, pois edita uma revista e cada entrevista que ela faz ela conta como artigo. Cada uma dessas entrevistas vale tanto quanto artigos que são quase teses e que demandam meses de estudo.
O destino de nossa academia está nas mãos de gente assim. Vide Emir Sader...
Que horror!...
Oriane
Povo merece sua molusca excelência...
O imperador de Banânia, o molusco lesado, colocou a culpa da violência nas políticas econômicas do passado e disse que a violência é, muitas vezes, questão de sobrevivência. Ele é tão abilolado que pasmem, estava falando do crime dos franceses! O cara não tem a menor idéia do que está falando.
Acorda, molusco burro! O cara que matou os franceses não passava privação, era educado, eles pagaram faculdade para ele. Ele assassinou brutalmente seus benfeitores. Não tem nada a ver com exclusão, necessidade, pobreza. Tem a ver com caráter, tem a ver, senhor molusco, com comportamentos como o seu, pessoas que querem ganhar sem trabalhar, que querem se dar bem em cima dos outros. Na falta de bolsa-ditadura, ele roubava os amigos. Assim como vossa molusca excelência faz: rouba-nos com a bolsa ditadura, a bolsa-reeleição e a graninha do seu filho obeso. Sua excelência é o que de mais podre já houve no Brasil. Explora nossos bons sentimentos em seu favor.
Sabe como é a mentalidade do assassino? Largou a faculdade porque não queria estudar, assim como o senhor molusco não quis. Dá muito trabalho, não é mesmo? Trabalho é chato, mas como fazer para comprar o tênis da moda? Ou a camisa oficial da seleção? Ou consumir tudo o que se quer? O cara deu um desfalque de 80.000 reais. Necessidade? Isso é um dinheirão! Para quê? Provavelmente para comprar a chuteira do Ronaldinho ou um loira cachorra qualquer.
Essa é a mentalidade do nosso povo...
Oriane
Um surto: contraditório para petralhas e a divina Scarlett.
Prosseguindo em nossa campanha converta um petralha no próximo verão, aí vão os meios para se atingir um razoável equilíbrio analítico, em termos de se estabelecer o contraditório em questões rotineiras, relativas ao embate (???) esquerdo-diretóide (consultar Jung, que inventou o... psicóide !). Na verdade, estamos às voltas com um delicioso surto de implicância pedagógica, mas vá lá... Ah, antes que eu me esqueça, esse post vai, com todo respeito de Buffalo Bill por Touro Sentado (eles eram amigos, eles eram!), para nossa indignada-full-time-Juju.
Você adorou "Olga" e "Os diários de motoclicleta"? Leia o livro-reportagem de William Wack, Camaradas, em seguida ao Manual do perfeito idiota latino-americano, de Álvaro Vargas Llosa et alii. Acha que Stalin pirou (sífilis, essa burguesinha...) e traiu as idéias de Lênin e Paul Paul McCartney? No mesmo barco, o amarelo Mao, o afrancesado Pol Pot et caterva? Tente encarar O livro negro do comunismo, de Stéphane Courtois e Jean-Louis Margolin.
Tem como ponto pacífico que Marx era um cara cheio de boas intenções? Leia Paul Johnson, em Os intelectuais. Crê piamente que o barbudo alemão era um gênio da Filosofia? Procure um capítulo sobre ele na História da Filosofia de Júlian Marías. Depois, para destrinchá-lo visceralmente, vá de Raymond Aron, em O marxismo de Marx.
Detalhe importante: pegue esses textos com Chauí e Sader à mão. Afinal, é MESMO para chafurdar nas diferenças conceituais, sem dó. Se ficar muito caro comprar tanto livro, apele para a política educacional do Kaiser, que faz tudo pela boa leitura "nestepaiz". Há milhares de excelentes bibliotecas públicas - atualizadíssimas com o que há de melhor no planeta, desde os papiros de Cleópatra às confissões da Surfistinha! -, acolhendo pessoas ávidas por publicações de TODO o TIPO. Eis aí o espetáculo de crescimento intelectual!
Dica-bônus: tá de mau humor, tá ranzinza, tá cuspindo marimbondo? Alugue filmes dos Irmãos Marx, episódios das AbFabs, assista a turma do Monty Python ou veja A noviça rebelde de trás para frente porque dizem que é tremendamente esotérico!
Se tudo for inútil, reveja ... E o vento levou, especialmente as cenas em que a divina Scarlett O'Hara termina suas falas com a antológica expressão I won't think of it now.... I'll think of it tomorrow.
Imagem: Vivian Leigh, a insubstituível intérprete de Scarlett O'Hara.
Marx, o Groucho
4 comments:
O blog fez aniversário? Meus parabéns!
Vocês produziram tanta coisa boa nesse curto aninho que me fizeram perder a noção do tempo. Juro que pensava que tinha a companhia de vocês desde sempre!
Bom, parabéns atrasado, confesso que li por alto os posts comemorativos, que são irados, então vida longa às fori-bundas.
Parabéns meninas!
E tell me: onde compro a camiseta e o bottom de 'Yogananda para Presidente'? Voto nele de olhos fechados!
Passe lá em casa e leia sobre minha última 'odisséia'... Bjs
parabéns pelo aniversário. não conheço muitos blogs, mas dos que conheço este é um dos melhores, senão o melhor... enquanto os outros ficam dando pitacos sobre as questões do dia e achando que esses pitacos são interessantes de ser lidos, o que raramente acontece, neste as coisas são bem diferentes. porque não basta ter opinião, né? é preciso algo (ou muito) mais. que o blog seja eterno enquanto dure.
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