Monday, August 04, 2008
As escolas-serpentário de Banânia: cadê a guerra???
Tuesday, July 22, 2008
Na mosca, com louvor...
Assinamos embaixo, em cima, no meio, do lado etc! A coisa maldita está no DNA de Banânia, que deve ter sido abduzido, logo após a chegada dos portugueses, e trasmutado em um código genético alienígena, programado para uma longa experiência cósmica de séculos a fio, com resultados assustadores, sendo que o maior deles é precisamente a eleição - e reeleição - do Keiser...
"Por que não debelamos a corrupção?
Porque a enxergamos por uma ótica otimista. Atribuímos tudo ao passado: à colonização, aos portugueses, à formação do País. É uma análise evolucionista. Temos a impressão de que vamos em direção a algo melhor. O que atrapalharia seriam os grilhões do passado. Isso não é necessariamente verdade. Essa leitura esconde outra premissa, o conceito do bom selvagem de Jean-Jacques Rousseau. O homem é bom, mas a sociedade o corrompe. No Brasil, a elite é ruim, mas o povo é essencialmente bom. Essa impressão é profundamente superficial. O Brasil é essencialmente corrupto. A verdade é a seguinte: nada indica que estamos a caminho de um mundo melhor. Corrupção e clientelismo não estão dando sinais de terem diminuído. Acho que estão aumentando. Quando o governo diz que temos mais informação sobre corrupção e só por isso ela aparece mais, isso soa como uma afirmação tão válida quanto qualquer outra. Só poderia aceitá-la se o governo tivesse uma lista com todos os corruptos e quanto desviaram ao longo dos tempos. No Brasil, a transgressão é generalizada e ocorre sempre por motivos econômicos. Há casos passionais, mas esses existem em qualquer sociedade e são a exceção. Estelionato, assalto, corrupção, o crime brasileiro tem causas econômicas."
Marx, o Groucho
Thursday, July 10, 2008
Logofobia, preguiça, Farenheit 451 e algemas: tudo a ver.
Wednesday, July 09, 2008
Furiosamente de volta: as perguntas da hora!
O blog estava de férias, nossa fúria, não! Alguém ainda agüenta Banânia??? Alguém ainda tem paciência para suportar tanta debilidade mental??? Há cidadãos, se é que merecem tal nome, que ainda restem impassíveis diante de tanta estupidez, mediocridade, preguiça e COVARDIA na atual conjuntura bananense, em que admitem-se leis que punem a maioria pela destrambrelhação da minoria - como a lei seca que está encantando os cretinos de plantão...- e permitem-se, mais e mais, atos de um ogro estatal contra a liberdade dos indivíduos? A abdução dos neurônios terá chegado ao seu clímax? Nada mais há a fazer? A vaca foi para o brejo? Todos nós já fomos para a célebre cucuia? As urnas confirmarão tudo isso nas próximas eleições? Dantas voltou para chantagear o PT? Os PMs que trucidam criancinhas serão exemplarmente punidos? A garotinha que foi atirada pela janela terá inaugurado um novo método de controle da natalidade? Chamarão de volta FHC para controlar a inflação com um novo plano REAL? Ingrid, a eterna francesa latino-americana, voltará aos braços das FARC para comandá-las contra Uribe numa espetacular retomada do poder colombiano pelas forças "democráticas" de esquerda? Tá todo mundo no hospício??? Chamem Alfred Hitchcock, pois é muito suspense!
Respostas urgentes, sérias e eficazes para este blog! De nossa parte, a proposta é instituir a insanidade como método. Enquanto isso, tomemos Bollystolly à vera, em protesto contra a Lei Seca!
Imagem: as AbFab, dando o exemplo politicamente correto para os abestalhados de Banânia...
Marx, o Groucho, a todo vapor!
Friday, June 06, 2008
Será que este filme passará em Banânia?
"Contando a história soviética -
Ter sua efígie queimada nas ruas de Moscou por gorilas nacionalistas deve contar como uma espécie de Oscar caso você seja um cineasta letão cujo objetivo é expor a cegueira da Rússia moderna em relação à história criminosa da União Soviética. A ira do protesto organizado semana passada pelo grupo Jovem Rússia em frente à embaixada da Letônia era dirigida contra Edvins Snore, cujo filme “História Soviética” é o mais poderoso antídoto já produzido contra a tentativa de se criar um passado asséptico.
O filme é emocionante, audacioso e nem um pouco condescendente. Embora comece narrando a história do assassinato de 7 milhões de ucranianos em 1933, ele não é um mero catálogo de atrocidades. O principal objetivo do filme é mostrar as conexões íntimas – filosóficas, políticas e organizacionais – entre os sistemas nazista e soviético."
Friday, May 30, 2008
Temporada de caça aos embriões: Prometeu se deu bem...
Nada melhor para alavancar a liberação do aborto do que a decisão tomada ontem pelo Supremo Bestialógico, um grupo de togados dignos deste país, dignos deste pseudopresidente, dignos dessa massa debilóide que consegue a proeza de fazer do voto uma arma de suicídio coletivo, a senha para a porta de todos os abismos possíveis.
Não reclamem, não ousem remungar amanhã, quando houver a constatação de que comprar embriões fresquinhos e charmosos para as delirantes e discutíveis - repetimos, discutíveis - pesquisas com células-tronco embrionárias for um negócio mais lucrativo do que o tráfico de drogas na América Latrina.
Há uma massa enorme de gente sofredora, cheia de justa esperança, querendo isso, desejando isso, sendo iludida diariamente por isso, pela promessa de uma cura, um alívio, uma vida melhor. Eles têm todo direito de desejar que a ciência lhes acene alegremente com notícias sobre o êxito das pesquisas que serão feitas pelos novos doutores Mengele de plantão. Sim, eles têm todo o direito, sem dúvida, mas raciocinemos: será que há alguma relação entre a conquista de um mundo melhor, sempre cuidadosamente arquitetada sobre uma pilha astronômica de cadáveres, e a conquista de uma vida pessoal melhor, mais uma vez construída sobre uma outra pilha de seres com vocação para Inês de Castro, aquela célebre portuguesinha que foi rainha "sem nunca ter sido"? Entenderam? A manobra mental é a mesma: para alcançar a perfeição - privilégio da esfera divina, não é mesmo, Prometeu?... -, seja ela científica, física, social ou estética, é preciso relativizar tudo num ataque de pragmatismo delirante em que realmente qualquer meio é válido contanto que se atinja o almejado fim. No caso dos embriões, infelizmente, o fim que será atingido será exatamente o fim da picada, pois a política do lençol curto estará em voga novamente por estas plagas bananosas, uma vez que vidas serão ceifadas em nome de um progresso científico que, é claro(???), propiciará uma melhor qualidade de vida para milhões de desvalidos da sorte. Palmas para eles, os iluminados.
Que queimem no fundo do inferno de suas consciências os magistrados que não entenderam o mito de Prometeu - e que o abutre olímpico não lhes poupe um milímetro de seus preciosos fígados, sem direito à reposição celular...
Ao mais, como Banânia está cada vez mais parecida com um vaso sanitário, só nos resta desejar que o último a sair não se esqueça de dar a descarga.
Imagem: frontispício da edição de Frankenstein, de Mary Shelley, 1831: Um Prometeu moderno.
Marx, o Groucho, furibundo, experimentando uma fantasia de Frankenstein.
Tuesday, May 27, 2008
Miscelânia de infelicidades: Jô e a CPI vadia...
Foi dada a partida para Dilminha 2010!
Depois da entrevista de ontem, ainda existem dúvidas sobre de que lado está a pseudo-inteligência de Jô Soares? Pseudo, sim, porque pessoas verdadeiramente inteligentes reconhecem o erro, o dolo e a má-fé como coisas execráveis que devem necessariamente ser denunciadas, combatidas, repudiadas. Por esse ângulo, a inteligência autêntica seria naturalmente moral e intuitivamente correta em termos de valores, algo que já se vislumbrava no antigo e mal compreendido conceito de Logos, onipresente nos "fragmentos" do filósofo pré-socrático Heráclito.
Levantar a bola para uma terrorista que hoje usufrui, às custas de um povo imbecilizado, as mordomias do poder em Banânia foi exatamente o que fez o "gordo global", sem pejo algum, já com ares de lançamento televisivo oficial, de mais uma candidatura petralha. Quem sobreviver, sem dúvida, votará...
Chamem o Carequinha!
A CPI dos cartões corporativos estertora. Alguém ainda acredita que essas estapafúrdias regras que permitem uma "maioria" - seja de que lado for - votando contra uma "minoria" funcionem para valer, proporcionando o ambiente ideal para que ocorram investigações dignas desse nome? É um asco só, ouvir o discurso dos lídimos representantes da base do governo, arrasando com as pálidas pretensões de uma oposição anêmica e jogando para escanteio qualquer possibilidade de uma cena que não seja apenas a de mais um circo idiota, anos-luz da ingenuidade e da graça de um Carequinha, e, pior, fazendo-nos a todos, os pagadores de astronômicos impostos, de patéticos palhaços. E, pelo amor de Deus, o que é aquela criatura tucana que preside essa porcaria???!!!
Marx, o Groucho
Friday, May 09, 2008
A perversão do heroísmo...
"Não tenho por que desconfiar de Dilma Rousseff, certo? Se ela, como disse ao exaltar o próprio heroísmo, conseguiu, sob tortura, mentir de forma deliberada para salvar a vida dos companheiros de antes e enganar os seus algozes, não poderia, sem tortura nenhuma, fazer o mesmo para salvar os companheiros de agora e enganar os senadores da oposição? A ministra demonstrou ali ter uma têmpera de aço, certo? Acredito nela. A minha indagação é puramente lógica: o que se faz, por necessidade, sob risco de vida, não se pode fazer, também por necessidade, sem nenhuma ameaça ou perigo?"
Ai que preguiça!!! Os neurônios de Banânia estão tão comprometidos pela cachaça - et caterva - do populismo, que raciocínios sereníssimos como o supradito passam ao largo da percepção das gentes, sobretudo das gentes do nosso vergonhoso Senado... O dado relevante nessa triste estória da guerrilheira que virou ministra é, sem dúvida, sua tenacidade, sua lealdade à "causa" quadrilheira. É nessa obsessiva adesão ao idealismo de proveta marxista que mora o perigo: a perversão do heroísmo, no sentido em que todos os fins justificam os meios e dane-se quem defende o contrário. A distorção do conceito de "herói", uma vez mais, denuncia a manipulação do discurso coletivo com fins de lavagem cerebral dos néscios disponíveis por metro quadrado sob o luar deste sertão, uma turminha que, para nosso desespero sem peias, já totaliza um apavorante número, o que nos deixa à beira do abismo absoluto. Todavia, não precisaríamos realmente recorrer a tanta retórica, posto que bastaram apenas algumas horas para que as mentiras se rendessem aos fatos, só para variar...
Que coisa cansativa! Que triste país o nosso, em que psicopatas e cínicos espertalhões de todos os matizes se travestem de heróis e ninguém diz nada, só os resistentes de sempre...
Marx, o Groucho, torturando o teclado.
Sunday, April 27, 2008
Ainda sobre a "desinformatzia", agora em francês...
PMB — (...) On s’y perd. François-Bernard Huyghe, que veut dire vraiment le mot “ désinformation ” ?
FBH — D’abord le sens le plus technique : ici le concept de désinformation existe bien avec un sens très précis. Dans les domaines de la cybernétique, des sciences de la communication, on parle de la désinformation comme d’un trouble de la communication : une mauvaise réception de données. En allant un peu plus loin, Watzlavick, fait des expériences en laboratoire sur la désinformation.
Paul Watzlavick, chercheur au Mental Research Institut, est considéré en France comme le chef de file de l’école de psychothérapie de Palo Alto dont les fondements sont diamétralement opposés à la psychologie traditionnelle et à la thérapie freudienne : Une logique de la communication, Seuil, 1974 ; Changements, paradoxes et psychothérapie, Seuil 1980.
Sa démarche, pragmatique, consiste à « manipuler » les patients en modifiant leur vision du monde et des autres, jusqu’à restaurer un état stable de leurs relations avec autrui et leur donner la sensation d’être guéris. Certaines écoles de commerce, y compris en France, enseignent les méthodes de Paul Watzlawick pour les appliquer aux relations commerciales et aux relations d’entreprise.Il s’agit d’étudier la réaction de cobayes, animaux ou humains, face à des expériences truquées : on propose par exemple à des sujets humains des séries de chiffres auxquelles il faut trouver un sens ; il n’y a en réalité aucun sens dans ces séries, mais si les sujets feignent d’en trouver un, et ils sont encouragés à cette fausse lecture par des récompenses. Le but est de mesurer comment le cerveau humain est capable de créer un système d’interprétation cohérent mais délirant à partir de données arbitraires et aléatoires. (...)"
Desarmando a desinformação: espalhem ISTO!
Não tem jeito. É de dar dó e profundo desânimo. A rede esquerdopata de desinformação e chantagem é deveras eficiente. Agora é Uribe, o alvo imediato e urgentíssimo do Foro de São Paulo. Nossa santa imprensa, naquele setor superconhecido dos pelegos de carteirinha vermelha, dificilmente abordará a questão sob o correto ângulo do direito ao contraditório, à contraprova, ao contra-argumento. Assim como o populacho de Banânia só é informado prioritariamente sobre os "Esteites" por intermédio das notinhas transplantadas do New York Times - ignorando todas as outras vastíssimas fontes da complexa mídia americana - dificilmente chegará às páginas da nossa grande "imprensada", com o devido destaque, esta informação do jornal El Espectador:
"25 Abril 2008 - 12:19pm
Fiscalía escuchará a reinsertado que acusa a ONG de sobornarlo para incriminar a Uribe
La Fiscalía General de la Nación anunció que escuchará al desmovilizado que acusa a una ONG de haberle ofrecido dinero para vincular al presidente Álvaro Uribe con la parapolítica.
24/04/2008 - 10:25pm Reinsertado da pormenores de su denuncia
Ferney Suaza denunció públicamente en el Sena de Apartadó (Antioquia) que una organización internacional de izquierda le ofreció 200 millones de pesos y asilo político en el exterior si hablaba de supuestos vínculos entre el presidente Álvaro Uribe y los paramilitares.
Suaza habló de la extorsión aprovechando la visita del presidente de la Cámara de Representantes, Oscar Arboleda, y los miembros de la comisión de paz del mismo organismo, Mauricio Lizcano y Edgar Torres. En el lugar también se encontraban representantes ante la OEA y de la Consejería para la reintegración.
Según se informó, el video en el que el reinsertado denuncia la extorsión está en poder de funcionarios de prensa de la Cámara de Representantes."
http://www.elespectador.com/noticias/judicial/articulo-reinsertado-denuncia-soborno-comprometer-uribe
O texto completo sobre o assunto está aqui, publicado pelo MSM na seção de cartas dos leitores, sob o título "Colômbia- armadilha contra Uribe."
Marx, o Groucho, apostando que Uribe, infelizmente, não passa deste ano (não é mesmo, Celso Daniel???)...
Friday, April 25, 2008
Gosto se discute!
Ótimo o post abaixo, publicado no Indivíduo, de autoria do Pedro Sette Câmara. Trata-se de ar fresco em ambiente viciado pelos jargões, clichês e falácias maltrapilhas da esquerdopatia imbecilizante. Se dependesse dessa turma, ainda estaríamos acendendo o fogo com pauzinhos e inventando a roda todo dia de manhã. A única coisa em que eles são maravilhosos - e especialmente criativos - é o momento em que irrigam as próprias veias financeiras com recursos do tesouro público. Nisso eles são imbatíveis.
Definitivamente, a ditadura pretendida pelos amantes de um "mundo melhor" será sempre um estado de ignorância aterradora, por conta da qual um grupo de espertalhões travestidos de salvadores do planeta estará se locupletando permanentemente à custa de milhões de beócios idiotizados até a medula - diga-se de passagem, devido à própria preguiça mental -, imersos numa situação particularmente propícia ao controle mental das massas.
Eis o texto do Pedro:
Contra a tirania do gosto
É possível, a qualquer momento, ler um texto fresquinho de alguém que reclama da tirania do consumismo e do mercado sobre o gosto. Aparentemente somos todos obrigados a ouvir as músicas da Madonna e a assistir ao Big Brother, quando deveríamos estar ouvindo Bach e vendo o canal educativo. Lembro até de uma entrevista de alguém, talvez o Lobão, que dizia que os discos (foi na época em que os LPs ainda eram comercializados...) da Madonna deveriam pagar ICMS, o imposto sobre a circulação de mercadorias, em vez de valer-se da isenção dada a produtos culturais.
Ainda assim, não vejo como não observar: terá havido alguma época em toda a história na qual é possível viver num mundo de referências culturais absolutamente próprias? Em todas as épocas houve uma certa - ênfase em "uma certa" - tirania do gosto. Se você vivesse na Inglaterra elizabetana, provavelmente ouviria muito John Dowland, e a alternativa eram canções um tanto folclóricas. Em termos de literatura, havia Spenser, talvez edições de Chaucer, alguns clássicos greco-latinos. Se adiantarmos o calendário em uns 150 anos, veremos Rousseau como autor de best-sellers vendidos em toda a Europa e um leque de opções um tanto mais ampliado - mas nada que se compare ao que oferece uma única loja da Livraria Cultura, isso para não falar no cosmos paralelo representado pela Amazon.com.
Por isso é que fico impressionado: com o aumento do mercado, da atividade capitalista, da aceleração das trocas, isto é, das compras e vendas, ficou infinitamente mais fácil escapar da "tirania do gosto" da sua própria época.
Sentado em meu apartamento no Rio de Janeiro, sem levantar da minha cadeira, ponho os fones de ouvido ligados ao meu computador, que me oferece minhas interpretações favoritas de Wagner e Schubert, de canções medievais e renascentistas (adoro o grupo La Reverdie), de canções brasileiras, americanas e francesas. Posso em um segundo passar de "O tu qui servas", a mais antiga canção (com letra em latim) conhecida da cidade italiana de Modena ao álbum mais recente de Bruce Springsteen. Quando alguém fala que o rádio só toca o artista X, não tenho como não pensar: "mas você pode desligar o rádio e ouvir o que quiser".
Há 100 anos eu estaria integralmente submetido à programação das salas de concertos. Hoje eu posso passar o dia inteiro no YouTube vendo vídeos de Celibidache, meu maestro favorito. Eu seria idiota de não admitir que são experiências muito diferentes, mas seria igualmente estúpido de não admitir que há 100 anos eu poderia simplesmente nunca ouvir falar daquele que viria a ser o regente de minha preferência, ou ainda ouvir falar e precisar de ser rico o bastante para poder ir à Europa vê-lo e ainda correr o risco de não gostar.
Em suma, se você é curioso ou simplesmente deseja formar o seu gosto de modo particular, distante do gosto comum, nunca houve tantas opções. As modas sempre existiram e sempre existirão, mas você pode escapar delas com facilidade quase absoluta. Você pode gostar de filmes japoneses dos anos 1950, de poesia italiana do século XIX, de comida coreana contemporânea (apimentada e deliciosa), de estudar as divergências sobre a questão da eternidade do mundo na filosofia européia continental medieval. Você pode até consumir vorazmente poesia brasileira contemporânea, vendida à razão de 500 exemplares por título.
Por isso é que penso que, quando alguém reclama contra a tirania do gosto comum, tenho a impressão de que essa pessoa gostaria de ver o seu gosto pessoal replicado pelas massas. Afinal, nada impede ninguém de ter as suas referências pessoais, de viver em busca da imitação dos mestres do passado e do presente ou de arriscar uma síntese absolutamente original (com ou sem o risco da ingenuidade). E isto não se deve a uma suposta tirania do marketing e do capitalismo, mas à libertação do gosto que é proporcionada pelo próprio capitalismo. É muito melhor deixar o meu tributo voluntário e agradecido às caixas da Livraria Cultura e da Amazon.com, que apresentam opções, do que pagar por algo que parece uma opção mas é na verdade uma falta de opção.
Tuesday, April 15, 2008
O homem-massa de Ortega explica tudo!
Eis aí o texto, na íntegra:
"Eu olhei nos olhos de Putin e vi três coisas:
um ‘K’, um ‘G’ e um ‘B’. “
– John McCain
Recentemente foi publicado na The New Criterion um ensaio de Anthony Daniels, no qual ele resume o conceito de “homem-massa”, do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, como sendo aquele homem “que vai de uma distração a outra distração, que é presa de modismos absurdos, que nunca pensa em profundidade...”. Na primeira década do século XXI isso soa até familiar demais. Em 2008, vivemos numa sociedade dominada por “homens-massa”, engolida pela psicologia de massa, pela mídia de massa, pela escola de massa e pela ignorância em massa que atualmente nos circunda e avulta.
O grande público de hoje não é capaz de distinguir o importante do trivial. O que precisa ser reconhecido, e um dia será, é a distinção bastante real entre princípios elevados e aquilo que é vulgar, entre coragem moral e conformismo apenas desculpável, entre pensadores e embusteiros. E é a isto que tudo se resume. As massas cresceram fracas e indolentes. Elas não querem admitir a realidade porque nisso poderia haver uma cláusula de responsabilidade. Sendo esta a consideração principal, a negação de eventos-chave completa-se melhor através de uma maré enchente de trivialidades – a cápsula de escape da realidade do homem comum. Uma vez que você está perdido no Grande Oceano do Lixo Intelectual, serve qualquer meia-verdade, à qual você se agarra, mesmo que essa seja um bote furado e cheio de ratos.
Se tivéssemos sido treinados para pensar em termos hierárquicos em vez de em termos igualitários, se entendêssemos a base de nossa própria existência, nossa atenção crítica estaria instintivamente voltada para determinados assuntos, para aqueles que tocassem em nosso futuro político e econômico. Então, saberíamos que certas escolhas de estilos de vida são perniciosas à sociedade como um todo, que moedas fiduciárias (papéis-moeda) não duram para sempre, que ser brando na punição estraga a “criança”[1], que se você deseja a paz deve estar preparado para a guerra. Todavia, fica mais e mais evidente que o homem-massa de hoje perdeu seus instintos, perdeu de vista o que é importante e que julga tudo a partir de suposições falsas, feitas a partir de um ponto de vista igualmente falso.
Houve um tempo em que tínhamos uma civilização. Tínhamos padrões. Tínhamos noções de objetividade. Nós tínhamos uma cultura que não era vulgar. Nós olhávamos para os grandes homens do passado tal como olhávamos para a nossa posteridade. A arte era bela e tinha sentido. A política evoluía para longe da tirania. A economia dizia respeito à liberdade e responsabilidade. O que temos hoje? Temos Britney Spears e Jerry Springer. Nossos padrões erodiram-se seriamente. A subjetividade declarou, cinicamente, que a objetividade não existe. Tudo aquilo que continha princípios elevados, aquilo que não é vulgar, foi negligenciado.
Mas mais importante, e ainda mais desastroso, é que a emergência do “homem-massa” tem algo a ver com a emergência do totalitarismo (que ceifou as vidas de aproximadamente 100 milhões de pessoas no século XX). E é seguro afirmar que o totalitarismo ceifará ainda mais vidas no futuro. Mas as pessoas não querem acordar. Elas não querem reconhecer que o totalitarismo é real e avança. Ele cresce no solo da cultura de massa; leva à destruição e ao assassínio em massa, pois todo o conceito totalitário baseia-se em mentiras sustentadas pelo crime e dirigidas pela politização das frustrações e invejas pessoais. Alguma atrocidade faz parte da história quando um país invade outro, ou quando um comandante de cavalaria ou um chefe indígena cometem uma atrocidade. Os homens têm feito coisas terríveis uns aos outros ao longo dos tempos. Mas transformar o terror e o assassinato num sistema significa um novo tipo de regime.
O homem-massa não consegue ver os males do totalitarismo; ele não vê a inclinação de Hitler; ele não vê as letras”K-G-B” por detrás de Putin; ele nega o Holocausto; ele não se importa se o Irã construirá armas nucleares; ele acha que Rússia e China nunca começarão uma guerra global. O espírito filistino do homem-massa é encontrado em sua prontidão para acreditar na propaganda totalitária. É uma propaganda que inculpa a futura vítima.
O totalitarismo se ergue porque o homem-massa é suscetível e é fundamentalmente um ignorante, apesar de notavelmente “bem-informado”. A inércia do homem-massa aceita o que é ditado pela burocracia. Ele não tem nenhuma “grande idéia” ou “fé” para resguardá-lo da acomodação e transigência convenientes, ou da participação no genocídio. O oportunismo sem questionamentos do homem-massa permite-lhe exemplificar aquela mesma “banalidade do mal” à qual se referiu Hannah Arendt, em seu livro Eichmann em Jerusalém. Afinal de contas, o homem-massa sob Hitler[2], sob Stalin, se defenderia dizendo que estava apenas fazendo o seu trabalho. Ele estava apenas obedecendo a ordens.
O homem-massa é inócuo ou sinistro? Ele faz o que faz de propósito ou precisa de um planejador maligno, tal como Hitler? O que significaria dizer que o extermínio em massa de judeus na época de Hitler foi um fenômeno sociológico que nada teve a ver com a intencionalidade? Dito de outro modo, o que significa dizer que o Holocausto foi alguma coisa outra que não uma conspiração contra vítimas específicas? O que significa dizer que o aviltamento sistemático de um povo foi em virtude de “um processo histórico”?
Eu não acredito que o resultado, de um lado, seja possível sem a intenção do outro lado. Não há nada diabólico a menos que seja intencional. E tudo que é intencional é individual. Hitler era um indivíduo. Seus companheiros de crime eram indivíduos. Cada um foi responsável por suas ações individuais. Não serve como desculpa declarar-se apenas um dente da engrenagem maior. Cada um obteve alguma satisfação particular na perseguição, pilhagem e matança de judeus. Imaginar que pessoas assim não podem existir, apenas porque a sua imaginação é muito limitada, é esquecer aquilo que a história já provou.
Se irromper outra guerra genocida, quais nações serão vitimadas? Quais nações estão sendo vilipendiadas atualmente? Duas nações, especificamente: (1) a dos judeus e (2) a dos americanos. A falha em não compreender a significância desse aviltamento e a falha em não reconhecer suas origens, é, de fato, uma falha triste e sombria.
Como Bernard Chazelle chamou a atenção recentemente em seu ensaio intitulado Anti-Americanism: a Clinical Study [Antiamericanismo: um estudo clínico], não há um antifrancesismo, um antipolonismo ou um antiespanholismo. E por que não há? Porque “o antiamericanismo está isolado: é um testamento vivo...”. Bem, não tão sozinho assim. É preciso lembrar o anti-semitismo, sendo ainda necessário juntá-lo ao Holocausto.
O aviltamento de um povo inteiro é algo similar a amaciar uma carne. A tarefa do aviltamento a deixa pronta para o forno.
Foi Paul Johnson, o historiador inglês, quem escreveu: “O antiamericanismo é a doença predominante entre os intelectuais de hoje”. O que ele deveria ter dito, mas falhou em esclarecer, é que os “intelectuais” de hoje são fraudes; eles são homens-massa, exatamente como aqueles a quem Ortega y Gasset se referia em seu livro A Rebelião das Massas. O fingimento de erudição e o fingimento de pensar apenas encobrem a baixeza e torpeza de alguém que, nas palavras de Anthony Daniels, “não reconhecerá aqueles que lhe são superiores”.
O homem-massa adquire idéias do mesmo modo que os ratos adquirem pulgas infestadas de peste bubônica. Ele é infectado por elas. E é perfeitamente possível que alguém dissemine a infecção intencionalmente. Pondere a seguinte sutileza: quando um estrategista americano pensa a respeito de mísseis nucleares, ele pensa em termos de dissuasão. Quando um estrategista russo pensa a respeito de mísseis nucleares, pensa em aniquilar os inimigos. Estrategistas nucleares americanos, de Herman Kahn a Vincent Pry, estavam especialmente preocupados com a dissuasão. Já os estrategistas russos, de Sokolovskiy a Sidorenko, estavam principalmente preocupados com a aniquilação do inimigo. A diferença de conceitos é importante – apesar de ser facilmente negligenciada ou nem sequer percebida.
O ódio é o ingrediente, e fazer com que os americanos odeiem-se entre si têm sido um truque especial. Talvez o homem-massa, ao odiar aquilo que tem grandeza, incline-se a odiar o seu próprio país, se a grandeza deste for suficiente. Nesse caso, um inimigo ardiloso não precisaria levantar nem um dedo sequer – ainda que a União Soviética tenha movidos céus e terras para espalhar, de 1950 a 1991, o ódio antiamericano. Uma das técnicas de propaganda mais eficazes envolvia plantar histórias falsas nos jornais ocidentais. Tais eram as “medidas ativas” de Moscou. No que diz respeito a essa técnica, o recente desertor da SVR [KGB], Sergei Tretyakov, confidenciou ao autor Pete Earley: “Nós dizíamos [após o colapso da União Soviética]: ‘Ok, agora nós somos amigos. Vamos parar de fazer isso’. E a SVR [KGB] fechou o Diretório A [Medidas Ativas]. Mas o Diretório A submeteu-se apenas a uma mudança de nome. E isso foi tudo. Ele tornou-se o Departamento MA [Medidas de Apoio], e as mesmíssimas pessoas que o dirigiam sob a KGB, continuaram a fazê-lo para a SVR”.
O homem-massa é uma criatura facilmente manipulável. Ele é presa fácil dos adversários, dos vendedores de óleo de cobra e de charlatães de todo naipe. Por favor, permitam-me dizer-lhes, caras massas: vocês têm sido o alvo especial de uma variedade superior de propaganda. Vocês foram alvejados. Vocês foram tapeados. Os fornos estão sendo aquecidos neste exato momento.
[1] NT: “Sparing the rod spoils the child”. É evidente que o autor não advoga a punição física de crianças, muito menos com varas. No contexto apresentado, a expressão idiomática, já antiga, aplica-se aos adultos à rédea solta, “crianças” sem punição, quer na área criminal ou quanto às transgressões morais cada vez mais toleradas; em suma, é ao crescente laxismo da sociedade americana que o autor se refere.
[2] NT: Hitler e Stalin foram, eles mesmos, exemplos de homens-massa no poder: vulgares, incultos, mas implacáveis e capazes de provocar fascínio e infundir terror na mente de outros homens massa. Ver Hitler e os Alemães, Eric Voegelin, São Paulo: É Realizações, 2008.
© 2008 Jeffrey R. Nyquist
Publicado por Financialsense.com
Marx, o Groucho
Friday, April 11, 2008
Oriane Guermantes - de volta e ainda mais furiosa!!!
Se pensarmos na estranha relação entre ter muitos filhos e seguir cegamente um líder, certamente não faremos uma associação imediata. Entretanto estas são duas das características fundamentais de nosso sistema límbico, ou seja, do que há de mais instintivo em nós, aquilo que é puro instinto. Já havia falado sobre o fato do nosso cérebro ser igual ao do homem das cavernas. Não obstante, a linguagem nos permitiu um avanço intelectual pouco compatível com nosso cérebro reptiliano ( uma outra forma de chamar o sistema límbico). Kant já havia dito que o que nos diferencia dos animais é a capacidade de controlar nossos instintos. Os instintos mais básicos que guardamos são: maternidade, sobrevivência, territorialidade e hierarquia. Seguir líderes cegamente é um instinto e a única forma de combater instintos é educar o cérebro. O cérebro, como sabemos, é um músculo e precisa ser exercitado. Se só exercitamos uma área, esta área se sobrepõe sobre as outras. Daí podemos perceber que o mesmo instinto que gera muitos filhos gera a necessidade de seguir cegamente um líder.
Quanto mais deseducada uma sociedade, mais torna-se presa a instintos básicos como violência, maternidade, síndrome de boiada.
A imensa popularidade de Lula deixa bastante claro quais os instintos básicos que regem nossa sociedade e, talvez, quem sabe não seja a explicação da terrível aversão que todas estas pessoas sentem ao conhecimento.
São instintos contrários.
Oriane
A PETELITE: galinhas e porcos à solta...
Hoje, em Banânia, só existe isto, a petelite e seus acólitos. Quem quiser viver bem, por estas dengosas plagas, tem de jogar o jogo deles, obedecer a eles, babar o ovo deles, prestar favores a eles, ou temê-los, é claro, porque há sempre um dossiê apontado para as costas de quem não entendeu o espírito da coisa.
Marx, o Groucho, preparando um dossiê contra Tarso Genro, hehehe...
Tuesday, April 08, 2008
Desconstruindo o Keiser, esse ilusionista...
Enquanto isso, o país despenca ladeira abaixo, entregue às baratas e, principalmente, aos mosquitos...
Eis o texto, com grifos nossos:
Em direção a lugar nenhum
Por César Benjamin
Dias atrás, mais uma vez, o presidente Lula comparou seu PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) ao Plano de Metas, do governo Kubitschek, e ao 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), do governo Geisel. É um delírio. Esses últimos expressavam considerável esforço de pensamento sobre a economia brasileira.
Propunham-se a realizar mutações ou alterações de qualidade, separando épocas. O PAC não é nada.
O Plano de Metas produziu um salto impressionante na infra-estrutura e nas indústrias de base, associado à passagem da industrialização a um novo patamar, com a implantação do setor automobilístico, dotado de elevada capacidade de encadeamento. Somou-se a isso a construção de Brasília, chamada "metassíntese", que refez os eixos de deslocamento no interior do país e, para o bem e para o mal, alterou todo o processo de ocupação do território nacional. O 2º PND, por sua vez, completou o ciclo de industrialização por substituição de importações, conduzindo-o até os insumos básicos e a indústria de bens de capital, expandindo atividades estratégicas, como a produção de petróleo e a transmissão de grandes blocos de eletricidade, além de, igualmente, abrir setores novos, entre os quais a indústria nuclear.
Muito se pode debater sobre acertos e erros desses planos, bem como sobre os respectivos contextos, mas não lhes faltavam ousadia e implicações de longo prazo. Para ficarmos no Plano de Metas, realizado sob fortes restrições externas, ele envolveu diretamente cerca de 25% da capacidade produtiva do país. Foram estudados os pontos de germinação e de estrangulamento, a interdependência dos setores e a demanda derivada dos investimentos, definindo-se então metas ambiciosas para cinco áreas prioritárias: energia, transportes, indústrias de base, alimentação e educação.
Os resultados impressionam até hoje. Em cinco anos, a malha de estradas pavimentadas cresceu 100%, a produção siderúrgica, 82%, a geração de eletricidade, 36%, o transporte ferroviário de cargas, 32%, e assim por diante.
Ao reiterar comparações entre essas experiências e o PAC, até mesmo com vantagem para este último, o presidente Lula mostra que não teme o ridículo. Pois, repito, o PAC não é nada. Ou melhor, é apenas uma catalogação de projetos preexistentes, quase sempre miúdos, concebidos isoladamente, sem visão sistêmica ou capacidade estruturante, sem perspectiva histórica, sem a vocação de produzir mutações.
Os documentos oficiais que apresentam a previsão de investimentos federais e os indicadores macroeconômicos durante a implantação do PAC mostram o tamanho da pequenez. A União deve investir 0,6% do PIB, e as estatais, 3,7%. Nem esses diminutos recursos são novos, pois estavam previstos no Orçamento ou nos planos das empresas, especialmente a Petrobras e a Eletrobrás.
A gestão macroeconômica hostil ao crescimento se mantém: o superávit primário e os juros permanecerão altos, o câmbio ficará onde os especuladores desejam. Continuamos crescendo menos que a média do mundo, perdendo posições.
A rotina de governo tornou-se um permanente espetáculo. A tímida execução do Orçamento da União e os investimentos das estatais viraram PAC, e o PAC é Lula. Não há mais coisa pública. É um tremendo retrocesso político e cultural. O presidente não se constrange em cumprir uma agenda de vereador federal, inaugurando, freneticamente, insignificâncias e promessas. Comporta-se como um animador de auditórios. É ágil para discursar, mas seu governo não executa: nos últimos meses, apenas 12% dos recursos anunciados foram efetivamente desembolsados.
As claques aplaudem. O povo gosta. Políticos sôfregos pegam carona.
E o Brasil não vai a lugar nenhum. Quem viver verá.
(César Benjamim, economista, é editor da Editora Contraponto)
Marx, o Groucho, com suspeita de estar com dengue!
Thursday, April 03, 2008
O assunto é o mesmo, mas quanta diferença! Galileu, Ideli e Mão Santa...
Tuesday, April 01, 2008
O hospício é aqui: a profecia de Machado de Assis.
"Prezado sr. Kleber: gratos pelo seu gentil contato.
A dura verdade é que no Brasil chegamos ao ponto onde assuntos reais, palpáveis e facilmente verificáveis, como o Foro de São Paulo, os projetos de uma Nova Ordem Global e a crescente aliança entre grupos revolucionários de todos os matizes com megaespeculadores e bilionários internacionais, para citar apenas alguns exemplos dos assuntos que chocam muitos leitores que freqüentam as páginas deste MSM, assumiu ares de teorias da conspiração.
Enquanto isso, discos voadores, aquecimento global causado pelo homem, a tumba perdida de Jesus Cristo, o poder secreto da maçonaria, da Igreja Católica, da Opus Dei, a "farsa" da conquista da Lua, o fim do comunismo, a "ética" do PT, e inúmeros outros assuntos mitológicos, absurdos, claramente farsescos e não raro circenses, assumem ares de verdade revelada na mídia brasileira, demonstrando a que ponto a incapacidade de pensar e a necessidade atávica de viver num ambiente de sonho e alucinação chegaram neste país."
O resultado grotesco é que temos comentaristas de futebol opinando sobre política, vigaristas profissionais posando de políticos honrados, um autêntico bufão mitômano como presidente da República, e todo mundo achando isso a coisa mais normal do mundo. Em outras palavras, a realidade pode e muitas vezes é mais fantástica do que a ficção, e ai está o Brasil para não nos deixar mentir.
Atenciosamente,
Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA"
Voltando, eis aí a questão que vive saltitando nas linhas deste blog: é espantoso o quadro de corrosão psíquica que tomou conta "destepaiz", cujo primeiro sintoma grave foi a eleição de Lula. Ela revelou um quadro patológico que rapidamente se transformou em epidemia (ou "psicorragia"), deflagrada pelo segundo mandato do emblemático energúmeno e pelas recentes pesquisas sobre a sua crescente popularidade. Sim, há um hospício em construção, exatamente ao nosso redor, seguindo ao pé da letra o inspiradíssimo conto de Machado de Assis, O alienista, que, dessa forma, assume proporções de profecia... Será abdução? Puseram alguma coisa na água? Será o mosquito da dengue? Não, é a tática petralha dando certo do Oiapoque ao Chuí. É método, é método, é método...
Espelho meu, espelho meu, quem é mais petralha do que eu??? Somente o povo de Banânia tem essa resposta nos sombrios confins de sua cada vez mais óbvia doença mental.
Imagem: o profético e genial Machadinho.
Marx, o Groucho, experimentando uma elegante camisa-de-força.
Saturday, March 29, 2008
A "descobertura" do Jornal Nacional: cadê Cícero???
Estamos em 2008, segundo mandato do Keiser de Banânia. Nada mudou. Aí está outro apetitoso escândalo, tão cabeludo quanto aqueles dos anos anteriores. Até quando, Catilina-Lula - parafraseando Cícero -, vai ficar por isso mesmo???
Este é um país de idiotas.
Imagem: Cícero, o pai das Catilinárias, uma série de discursos feitos contra Catilina, um sujeito que tentava transformar o senado romano em sucursal de Brasília. Precisamos de alguém que escreva as petelinárias...
Marx, o Groucho, vestindo toga.
Friday, March 28, 2008
Pois é... apertem os cintos, o povo sumiu!
Este perfil da sociedade brasileira, descrito por Couty, nos remete a outras recordações. Sem nenhuma conotação terceiro-mundista de complexo de inferioridade, vem à lembrança que, enquanto a Revolução Industrial, iniciada em fins do século XVIII na Inglaterra, dali se espalhava para o continente europeu e alguns lugares do mundo, no Brasil não se podia sequer falar em evolução agrária um século depois. Assim, enquanto a partir do Império Britânico se desenvolveram a técnica, a ampliação de mercados, o capitalismo industrial, na ex-colônia portuguesa utilizava-se até fins do século XIX o escravo no lugar da máquina, a força bruta em vez da tecnologia. E sob a mentalidade da Contra-Reforma, anticapitalista e antiprodutiva, o legado lusitano de lucro fácil e aversão ao trabalho metódico e produtivo, imprimia no tecido social os comportamentos que fazem de nós em grande parte o que somo agora.
Lembremos também que nosso Executivo já nasceu forte, assim permanecendo até hoje. E mesmo quando esse Poder, ao longo da história, deixou a desejar, tal fato não estimulou em nosso povo atitudes revolucionárias ou mesmo reações de protesto que, se aconteceram partiram de alguns grupos e não da sociedade como um todo.
A explicação de nossa proverbial passividade deve ser buscada em nossas raízes e como tão bem enfatizou Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil:
“Entre nós, o domínio europeu foi, em geral, brando e mole, menos obediente a regras e dispositivos do que a lei da natureza. A vida aqui parece ter sido incomparavelmente mais suave, mais acolhedora das dissonâncias sociais, raciais e morais. Nossos colonizadores eram, antes de tudo, homens que sabiam repetir o que estava feito o que lhes ensinara a rotina”.
A Espanha, que na bela imagem de Fernando Diaz Plaja “é como um licor forte que pode ser apreciado ou detestado, mas nunca bebido com a indiferença com que se toma um copo d’água”, legará também ás suas colônias seus valores, seu radicalismo. O espanhol foi deixando seu rastro, engendrando com as índias uma raça mestiçada, os crioulos, que herdaram os valores de Castela: orgulho, honra, coragem, fidalguia, aversão ao trabalho manual, individualismo.
A partir de 1810, inicia-se o processo de independência das colônias hispânicas com a participação de seus povos, algo que não ocorreu no Brasil. Entretanto, as revoluções das oligarquias nativas continham muito mais o elemento da tradição do que o da mudança. O que se desejava alterar era a composição do poder e não sua essência. Desse modo, surgirá na América de origem espanhola o desequilíbrio estrutural cujas manifestações mais graves e até hoje sentidas são a instabilidade política, o atraso econômico e, no plano cultural a desconfiança generalizada e o individualismo.
Mesmo assim, vemos hoje com relação a comportamentos cívicos, a diferença entre nós e os demais países latino-americanos. Estas sociedades são capazes de reação diante de governos considerados inaceitáveis ou pouco convincentes.
Vimos isso há pouco tempo na Venezuela, no movimento organizado por estudantes que disseram “no” ás pretensões de Hugo Chávez de se consolidar como ditador. Observamos o apoio do povo colombiano ao seu presidente Uribe, nas manifestações contra as sanguinárias Farc. Não têm faltado insurgências de bolivianos contra Evo Morales. E agora a classe média argentina está arregimentada e indo às ruas fazer “panelaços” contra a elevação de impostos das exportações de grãos.
No Brasil, o MST recrudesceu em violência, destruição, desrespeito á propriedade e ninguém tomou conhecimento. Uma epidemia de dengue, antes negada pelo ministro da Saúde, avança no Rio de Janeiro ceifando vidas, principalmente de crianças, e com possibilidade de se alastrar para outros Estados. Mas o presidente disse que nossa Saúde está perto da perfeição e todos acreditam. A violência urbana mata como se estivéssemos em guerra e as pessoas se deixam matar como moscas sem reclamação. A corrupção governamental é tanta que se banalizou e é tida como natural. E quando o presidente Luiz Inácio, tendo um ataque agudo de chavite diante do ditador de fato da Venezuela, bravateia em Recife como um Odorico Paraguaçu, que ligou para o presidente Bush e disse: “Ô Bush, o problema é o seguinte, meu filho: nós ficamos 26 anos sem crescer. Agora que a gente está crescendo, vocês vem nos atrapalhar, pô? Resolve! Todo mundo embevecido aplaude e a aprovação do grande líder sobe.
Será que passado tanto tempo depois da visita de Couty, ainda não temos povo?
Monday, March 17, 2008
Lá vai o justo contraditório!
Publicada em 08/03/2008 às 18h31mO Globo Online
"RIO - João Victor Portellinha, o garoto de oito anos que foi aprovado para direito no vestibular da Universidade Paulista de Goiás (Unip), em Goiânia, decidiu que não fará o curso. O jovem universitário fora barrado na entrada da Unip, na última quinta-feira , quando tentara entrar na instituição para o seu "suposto" primeiro dia de aula. A decisão foi anunciada durante uma entrevista para o site UOL. (Entenda o caso: Menino de 8 anos passa para a faculdade)
- Acreditamos que a faculdade não mereça o João Victor como aluno já que não teve o respeito de recebê-lo e a responsabilidade de tratar o assunto como algo sério - disse o pai do menino, Willian Ribeiro ao site. Ele descartou entrar na justiça contra a universidade.
Os pais de João Victor chegaram a ir para São Paulo para uma conversa com o diretor geral da universidade, professor José Augusto Nasser. Eles pediram a permissão para que o garoto assistisse às aulas do curso de direito como "treineiro" no campus de Goiânia. (Saiba mais; universidade vai mal na prova da OAB)
O pai de João Victor disse na entrevista para o site que nos próximos dez ou quinze anos será normal garotos com a idade de seu filho cursando uma faculdade, assim como advogados exercendo a profissão com apenas 15 anos.
- A humanidade está evoluida. Para você ver, hoje as crianças já nascem até com dente. Eu sugiro que as universidades particulares comecem a preparar um ambiente para jovens dessa idade. A estrutura da educação está muito arcaica e precisa evoluir - discursou
Apesar de estar um ano avançado na escola, João diz que não se considerar uma criança superdotada, e como qualquer garoto gosta de brincar e jogar futebol. Perguntado por um internauta qual lei ele criaria se pudesse, o menino, que sonha ser juiz federal, disse obrigaria a construção de guaritas em todas as florestas para evitar que as pessoas desmatem a natureza, e também o uso de um filtro no cano de desgarga dos carros.
O ministro da Educação Fernando Haddad classificou a aprovação do menino de preocupante e informou que o secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, vai avaliar o teste aplicado pela Unip. (Leia também: MEC vai investigar faculdade que aprovou menino de 8 anos).
A família agora aguarda novo calendário de exames vestibulares para que João Victor possa, novamente, disputar uma vaga em outra universidade."
Sunday, March 16, 2008
A Máfia que nos protege...
Bertolucci fez um filme, há anos, muito bonito e enigmático: O céu que nos protege (1990, baseado no livro de Peter Bowles, "The Sheltering Sky") . Areia, camelo e calor para todo lado, puro Saara. Corrupção, aridez existencial, falta de comunicação, o exotismo da presença do outro - e de outra cultura - na vida de um casal de turistas corroídos pelo solipcismo etc. Ok, vejam o filme...
Por aqui, o filme é outro: A máfia que nos protege. Lendo o post abaixo, o do garoto que o Estado de Coma Brasileiro não quer que estude, percebemos o quanto o veneno ditatorial da esquerdopatia se insinua sob as mais variadas capas de "proteção" ao pobre indivíduo de Banânia, nos melhores moldes da Máfia italiana. É o mesmo estilo, só que mais camuflado ainda. As pessoas que pagam proteção à Máfia sabem exatamente em que camisa-de-onze-varas estão se metendo, sabem do perigo, sabem que isso tudo é pura extorsão, bandidagem impiedosa. Em Banânia, muito antes pelo contrário, "as gentes" (lindo isso, não?...) se entregam à boca das hienas - sem essa de "leão", um bicho lindo! - de bom grado, caminham para o cadafalso tributário com um riso imbecil na boca, votam alegremente nos mesmos quadrilheiros para dar continuidade à mesma situação vexatória de paiseco terceiro-mundista, com uma educação de baixíssima qualidade, um sistema de saúde indecente, uma malha rodoviária vexaminosa, um aparato policial ineficiente, um caos total.
Ao mais, todas as instituições democráticas estão sendo desmoralizadas paulatinamente pela crônica chantagem da esquerdopatia que grassa em Brasília, e grande parte da imprensa se encontra cooptada pelos milhões de reais roubados ao povo mais beócio, mais mal informado, mais traído do planeta. Tudo em nome do social, tudo em nome de um país melhor, tudo por conta do politicamente correto, tudo para o bem de todos e felicidade geral desta REALMENTE riquíssima nação.
A nossa Máfia é pior do que a deles... Cadê o Eliot Ness??? Ou talvez o monstro do lago Ness?
Imagem: Robert Stack, na pele de Eliot Ness, do seriado Os intocáveis, e Debra Winger, no citado filme de Bernardo Bertolucci.
Marx, o Groucho, enlouquecendo de vez.
Thursday, March 13, 2008
E ainda acham que "estepaiz" é democrático...
Deixem o Portellinha estudar em paz
por Alexandre Barros (O Estado de S. Paulo 12/3/2008)
"Portellinha, contrariamente à impressão que o nome pode dar, não é perigoso traficante, compositor de samba ou bicheiro. Da mesma maneira que Luca Paccioli não é poderoso chefão da Máfia.
Paccioli, frade italiano, viveu entre 1445 e 1514. Foi professor de Matemática de Leonardo da Vinci e inventou a contabilidade de dupla entrada: receita e despesa. Sem ela não existiriam empresas modernas, pois não haveria como medir receita, despesa, lucros e perdas. Foi um dos maiores inventores da história do capitalismo, segundo Goethe.
João Victor Portellinha de Oliveira tem 8 anos (nem 18, nem 28). Mora em Goiânia. Inscreveu-se, pela internet, no vestibular de uma faculdade de Direito. Fez a prova em pessoa e ninguém o impediu. Foi aprovado. Matriculou-se.
Como você é fantástico, Portellinha. Precisamos de gênios. Políticos discutem como melhorar a educação. Você melhorou a sua, por conta própria. Ganhou, mas, se depender da OAB e do governo, você não vai levar.
Que bom que a IBM, quando desenvolveu o microcomputador, não exigiu diploma de um menino maluquinho chamado William Gates III, que havia largado a faculdade.
Se o maluquinho do William Gates III não tivesse sido contratado pela IBM para produzir o sistema operacional dos primeiros computadores pessoais, você não teria na sua mesa um computador com Windows. Eu não teria acesso à internet e não poderia ter feito, com precisão, a maioria das citações contidas neste artigo. Não saberíamos o que é um e-mail nem poderíamos ler o Estadão na tela. O mundo não seria o que é nem o terceiro homem mais rico do mundo se chamaria Bill Gates.
A OAB suspeita que o exame de admissão da faculdade não foi sério. Mas, mesmo que tenha sido sério, a OAB argumenta que um jovem de 8 anos não deveria ter sido autorizado a prestar o exame porque não pode ter maturidade para ser advogado.
Se o Portellinha vier a cursar a faculdade, seus pais estão dispostos a pagar pelo curso do filho. O que a OAB tem que ver com isso? E os burocratas do Ministério da Educação que dizem que ninguém pode cursar um curso superior sem antes haver feito os cursos inferiores? Mesmo que o interessado pague por isso e não ponha em risco a vida de ninguém, não pode.
Recentemente saiu a notícia de que as passagens aéreas dentro da América do Sul vão baixar de preço, gradualmente, até setembro de 2008. Isso quer dizer apenas uma coisa: até agora o governo nos protegeu contra preços mais baixos. Preferimos não ter essa proteção. Da mesma maneira que as tarifas aduaneiras nos protegem contra produtos importados mais baratos. Proteção desnecessária e indesejável.
Çábios (obrigado, Elio Gaspari) e autoridades de Ordens e Conselhos dizem que nos protegem do que não queremos ser protegidos. Potoca, apenas defendem seus associados contra concorrentes mais competentes ou que cobrem preços mais baixos.
Recentemente, Alan Robert, alpinista francês, escalou o Edifício Itália, no centro de São Paulo. No fim de sua maratona foi detido pela polícia e teve seu passaporte retido. Acusação: periclitação de vida.
Fica a pergunta: por que o Alexandre Barros tem o direito de andar de moto a 230 km por hora e ainda ganhar dinheiro e fama por isso e o escalador não pode subir o Edifício Itália, empreitada na qual ele só está arriscando a própria vida?
Já pensaram se o governo tivesse proibido outro jovem maluquinho de correr feito um desesperado em automóveis? Não teríamos tido Ayrton Senna. Morreu de acidente. Risco dele. Ninguém tinha nada que ver com isso. Estava arriscando a própria vida, e só ela. Virou herói nacional. Sua irmã faz obras de caridade com a herança dele.
Que culpa tem o Portellinha se os senhores da OAB só tiveram competência para virar advogados depois dos 18 anos? Com freqüência, com mais de 20.
A Universidade de Chicago tem 81 Prêmios Nobel (só de Economia, 25) e não exige nenhum diploma para que alguém estude ou lá desenvolva pesquisas. Qualquer pessoa que lá queira estudar ou desenvolver um projeto científico interessante pode, independentemente de sua idade e de cursos anteriores.
É claro que entrar para Universidade de Chicago assim, do nada, não é simples nem rotineiro, mas a porta está aberta. Basta ir lá e pedir para conversar com um grupo de professores que entendam do tema. Se conseguir convencê-los de seu mérito ou de sua criatividade, poderá ser admitido. A rigor, não precisa ter passado nem pelo jardim da infância.
Estou seguro de que alguns, ou muitos, não conseguiram transpor essas barreiras por insegurança dos mais velhos, ameaçados pela inovação e pela competição.
Deve ser por isso que Robert M. Hutchins, reitor da Universidade de Chicago entre 1929 e 1951, disse uma vez: “Depois de uma longa e penosa experiência, cheguei à conclusão de que professores são um pouco piores do que algumas pessoas, e cientistas são um pouco piores do que alguns professores.”
Pela lógica dos protetores do Portellinha, Hutchins nunca teria sido reitor da Universidade de Chicago. Foi escolhido para o cargo aos 29 anos e nele permaneceu por 21 anos.
Se deixarem o Portellinha cursar a faculdade de Direito e, o que é pior, se ele der certo (apesar de todas as cascas de banana que colocarão no seu caminho), o que vai ficar claro é que os escudos de competência atrás dos quais se defendem profissionais de todas as profissões vão derreter-se.
O problema não está nos precoces. Acho que decifrei a charada: está nos velhos! Os velhos é que têm medo da competência e da concorrência dos novos.
Conselhos e Ordens só cumprem uma função: protegem os consumidores contra preços baixos, eliminando a concorrência."
Marx, o Groucho, brindando à burrice nacional com ... Bollystolly!