Friday, May 09, 2008

A perversão do heroísmo...


Reinaldo, estraçalhando:
"Não tenho por que desconfiar de Dilma Rousseff, certo? Se ela, como disse ao exaltar o próprio heroísmo, conseguiu, sob tortura, mentir de forma deliberada para salvar a vida dos companheiros de antes e enganar os seus algozes, não poderia, sem tortura nenhuma, fazer o mesmo para salvar os companheiros de agora e enganar os senadores da oposição? A ministra demonstrou ali ter uma têmpera de aço, certo? Acredito nela. A minha indagação é puramente lógica: o que se faz, por necessidade, sob risco de vida, não se pode fazer, também por necessidade, sem nenhuma ameaça ou perigo?"

Ai que preguiça!!! Os neurônios de Banânia estão tão comprometidos pela cachaça - et caterva - do populismo, que raciocínios sereníssimos como o supradito passam ao largo da percepção das gentes, sobretudo das gentes do nosso vergonhoso Senado... O dado relevante nessa triste estória da guerrilheira que virou ministra é, sem dúvida, sua tenacidade, sua lealdade à "causa" quadrilheira. É nessa obsessiva adesão ao idealismo de proveta marxista que mora o perigo: a perversão do heroísmo, no sentido em que todos os fins justificam os meios e dane-se quem defende o contrário. A distorção do conceito de "herói", uma vez mais, denuncia a manipulação do discurso coletivo com fins de lavagem cerebral dos néscios disponíveis por metro quadrado sob o luar deste sertão, uma turminha que, para nosso desespero sem peias, já totaliza um apavorante número, o que nos deixa à beira do abismo absoluto. Todavia, não precisaríamos realmente recorrer a tanta retórica, posto que bastaram apenas algumas horas para que as mentiras se rendessem aos fatos, só para variar...
Que coisa cansativa! Que triste país o nosso, em que psicopatas e cínicos espertalhões de todos os matizes se travestem de heróis e ninguém diz nada, só os resistentes de sempre...

Marx, o Groucho, torturando o teclado.

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