Saturday, June 16, 2007

Geometria é tudo: o centro do alvo...


Linhas, pontos, tangentes, círculos, raios... Abstrações fantásticas que estão aí, todo o tempo, servindo de orientação no tempo-espaço, um eixo bilateral, ainda indefinido em termos de estudos mais profundos, mas suficientemente básico quando se trata de orientação existencial.
Pode-se traçar "uma linha do tempo", podem-se admirar os círculos mandálicos numa meditação, pode-se dizer que tangenciamos o problema, pode-se dizer tanta coisa...
Mas pode-se também mandar alguém ao raio-que-te-parta, num momento de ira santa, he, he, he...
Planos denotivos e conotativos, dessa forma, se entrecruzam simetricamente para que alcancemos a melhor expressão verbal possível, aquela que satisfaça o contexto que nos vivifica. Vivifica?! Que diabos é isso??? Simples: leiam a Arte cavalheiresca do arqueiro zen, de Eugen Herrigel, editora Pensamento.
Lá está claro como água o que é vivificar: trata-se de uma experiência indizível, visceral, que carrega consigo de roldão o intelecto e todo o resto, o que chega a ser cômico, pois, sob o ponto de vista de um mestre zen, a razão é justamente o que vem na rabeira, ela é que é o resto, a cauda do cometa, a conseqüência natural de uma tomada de consciência aqui/agora. Essa consciência - o verdadeiro "eu" - é chamada, no texto, de Algo, um termo indefinido que denota unicamente o que alguns chamam de Tao, outros de Self, outros tantos, simplificadamente, de Deus.
O fato é que a conduta correta, a palavra certeira, o alvo acertado na mosca, são fatos da vida que só podem ocorrer a partir de um centro organizador, uma instância unitária, um estado de não-divisão que pressuponha, como premissa absoluta, o abandono do ego. Uff... É dífícil né, santa???
Tentem. Um dia, distraidamente, a gente chega lá...
Imagem: um mandala do Sri Yantra, um desenho geométrico que serve como instrumento de concentração e meditação nas práticas hinduístas e budistas.

Marx, o Groucho

2 comments:

Ricardo Rayol said...

Marx, parece uma das palestras que o mago esotérico oportunista Heitor Caolho, a quem tenho a honra de psicografar, costuma proferir.

Clau said...

A gente passa muito tempo se perdendo em palavras, tentando racionalizar o que não pode ser racionalizado.

É esquecer as palavras e voltar ao silêncio; desligar a cabeça para voltar ao coração e deixar de lado a inteligência para recuperar a inocência.
Acho que o caminho é este: simples mas difícil para caramba!

Beijos