A prova do crime está na instância verbal, só para variar. A famosa "distorção paratáxica" a que nos referimos aqui por inúmeras vezes é facilmente detectável na análise do discurso, óbvio dos óbvios, pois sendo o único ser dotado de linguagem verbal, instrumento da racionalidade por excelência, o homem pode ser capturado em seus labirintos psíquicos pela análise do que expressa, ou seja , ele é, sem dúvida, o "seu estilo" - nesse ponto o rabujento Freud tinha inteira razão. O fenômeno da distorção é simples de entender: ela ocorre quando o verbo vai para um lado e a realidade, para outro, pois não há "parataxe" entre eles, ou seja, COORDENAÇÃO. Simples, não?
Nesse baú conceitual pode-se incluir toda sorte de mentiras, delírios e ilusões, sempre sob a capa subjetiva da "verdade de cada um", aquele ranço lingüístico consagrado no hospício mais próximo. Partindo dessa premissa, pode-se dizer que analisar esquerdopatas é um brinquedo muito divertido: é só inverter o sentido do que eles proclamam para se chegar rapidamente à "vida como ela é", bem rodrigueanamente falando. Assim, quando se dizem amantes da democracia, já sabemos como a democracia NÃO É. Da mesma forma, ao se dizerem "progressistas", é facílimo perceber o quanto são retrógrados, jurássicos, ensebados. Se defendem a verdade "deles", as tais convenientemente relativas, já se sabe como funcionam os mais vagabundos sofismas do mais reles manual de filosofia. Quando se esganiçam berrando por um "mundo melhor", já sabemos que há um genocídio programado no horizonte. E por aí vai, é um curso completo!
Portanto, caro leitor, se você quiser estudar pela via negativa - o Budismo descreve isso esplendidamente - basta bater papo com um esquerdopata convicto, ou melhor, fanático, porque uma convicção autêntica tem de passar pelo crivo da consciência aguda, ingrediente impossível de se achar nas receitas da esquerda, o que justifica o fato de seus bolos saírem sempre "solados", duros de engolir! Por quê? Porque consciência é humildade, desapego, esforço contínuo, plena atenção para além do próprio umbigo. Não existe esquerdopata com essas características. Não é maniqueísmo, é mera constatação.
Imagem: Harry Stack Sullivan (1892-1949), psiquiatra americano, pai da expressão "distorção paratáxica".
Nota: em breve, vocês terão o gostinho de ler os trechos mais chocantes do "Livro negro do comunismo", cuja resenhas mal saíram na mídia à época de seu lançamento. Serão fortes emoções!
Nunca é demais lembrar que a obra é difícil de ser encontrada nas livrarias dedicadas à "intelligentzia" - ou "burritzia" - nacional.
Marx, o Groucho
No comments:
Post a Comment