Wednesday, June 27, 2007
Epistemofobia
Clichê nos meios que discutem os rumos da educação nestepaiz: "É preciso ler, ler, ler!" Ok, a priori, bem superficialmente, concordamos com essa idéia. Quem, em sã consciência, se diria contra? O problema é que a exortação é veiculada sem o questionamento complementar necessário: Ler o quê? Ler qualquer coisa? Todas os textos têm o mesmo valor? A pergunta já nos foi feita diversas vezes em sala de aula, por alunos que ainda preservam alguns neurônios intactos. Acabam pedindo uma extensa bibliografia sobre os mais variados assuntos, no que são prontamente atendidos.
À essa altura do jogo, entra em campo a surradíssima questão, aquela que sempre eclode na TV Deseducativa, quando se reúnem, de madrugada, meia dúzia de bocejantes "especialistas" em embromação pedagógica: Ah, mas sempre se indica a melhor leitura sob o ponto de vista de cada um! Existem outras, com perspectivas diferentes, igualmente válidas! Sim, Pedro Bó, sempre existirão "muitas outras leituras". Acontece que existe também uma coisa esquisita chamada "critério", amiga inseparável de um ente, igualmente excêntrico e insuportável, chamado "lógica". Essas criaturinhas fazem um baita estrago nas mentes relativistas que querem validar - na marra, é claro - todo tipo de leitura, como se não houvesse escala de valor entre Shakespeare e Mano Brown, entre uma oca de índio tapuia e a catedral de Chartres, entre a mente de Sader e a de Aristóteles. Eis aí, uma vez mais, atropelando na reta final, aquela estúpida estorinha nivelante, com laivos de antropologia de boteco acadêmico, o caminho mais eficiente para a lobotomia em massa.
Estamos em plena era epistemofóbica: o traço mais gritante da cultura nacional é o HORROR ao conhecimento. Um cão hidrófobo tem mais chance de aprender alguma coisa do que um estudante médio, que atualmente está muito mais empenhado em queimar professoras chatas, com o beneplácito das "otoridades", que não passam de praticantes entusiastas da apologia ao crime, como se pode constatar diariamente nos jornais.
O principal sintoma dessa neura é exatamente essa febre de "nivelamento relativista", cuja intenção oculta, a médio prazo (que já foi "longo": o tempo está sendo encurtado assustadoramente!), é a completa destruição da capacidade de pensar.
Esse é o prelúdio para o surgimento de uma sociedade de ORCS, aqueles seres "coletivos" e "lindinhos" que enfeitam as páginas do Senhor dos Anéis, de Tolkien.
Well, na dúvida, não leiam rigorosamente nada! Aliás, isso pode virar um ótimo koan zen budista, uma espevitada paráfrase: qual era a leitura preferida de seus pais antes de eles nascerem??? Respostas com a Liza, do seriado Os Simpsons...
Em verdade vos seria dito: e preferível um bronco puro do que um bronco teleguiado. O primeiro é bem mais fácil de ser resgatado - vide o caso exemplar dos "pobres de espírito", os biblicamente legítimos, é claro...
A seguir, trecho de um ótimo texto sobre a leitura e seus aspectos educativos, de Lucas Mafaldo Oliveira, retirado do blog de Cláudio Telles, com grifos nossos:
(...) Por ser uma educação voltada para a grande conversação, a educação liberal é necessariamente uma educação voltada para a leitura dos grandes livros. Já estamos muito distantes do tempo de Platão, onde havia uma rica tradição oral através da qual podíamos nos inteirar das grandes opiniões do passado. Atualmente, grande parte desta tradição está perdida, mesmo entre aqueles que profissionalmente deveriam resguardá-la. Portanto, a educação liberal é, no nosso tempo, necessariamente uma educação através dos livros – não de quaisquer livros, mas apenas daqueles que foram escritos pelos melhores da nossa história.(...)
Para ler o resto, vá aqui.
Imagem: a catedral de Chartres, magnífico óleo de Corot
Marx, o Groucho
Monday, June 25, 2007
Grevistas da Sintusp
E é ao lado dessa gente que estavam os alunos que ocuparam a reitoria da USP.
Como Reinaldo Azevedo posta várias vezes, achei melhor reproduzir para quem não viu...
Meu Deus! Pânico total!
Oriane
O escorpião, Anne Sullivan e o minotauro: relações lógicas...
Estamos dizendo isso em sala de aula há décadas e ninguém acredita. Agora, com o aval do Tio Rei, talvez as almas de boa vontade entendam o espírito da coisa: O texto perturbado indica que também pensam de um modo perturbado. (Blog de Reinaldo Azevedo, em 25/06/07, no meio de um post sobre os disparates proferidos por um ente "Ah, cadê-o-MICO?", da USP, só para variar...) Na mosca! Quando é que as pessoas vão entender que a linguagem formal, também dita gramatical ou culta, não é o mero "decoreba de regrinhas" inventadas por velhinhos tarados, sádicos gagás que se comprazem em torturar os outros com o ensino de um troço chato, absolutamente inútil numa sociedade entupida de sons e imagens, recursos perfeitamente satisfatórios em termos de comunicação, segundo os parâmetros trogloditas?
Quando vão entender que niguém "nasce feito", que é preciso trabalhar sobre os dons recebidos para que desabrochem em todo seu esplendor? Somos seres simbólicos, verbais, dotados da capacidade de pensar por meio do domínio das línguas, um instrumento fantástico e exclusivamente humano, embora dependa de estudo e aplicação, sempre mais esmerados, a fim de que frutifique à altura da sua nobilíssima função.
Trocando em miúdos: sem o aperfeiçoamento lingüístico - e isso se faz com o estudo gramatical em todas as suas particularidades - não se pode PENSAR decentemente, com lógica - uma organização objetiva das idéias -, pois esse é o fio de Ariadne que nos conduz para fora do labirinto de Creta, onde o Minotauro da Subjetividade Destrambelhada nos tocaia, permanentemente, tentando comer nossa sanidade mental.
Por que isso é assim e não de outra forma? - perguntaria um fanático das hostes de "um outro mundo é possível". Parafraseando a fábula do escorpião e do sapo, porque essa é a nossa natureza, ora bolas! Por que não nascemos com três cotovelos e dois umbigos, não é mesmo?
Quem faz questão de pesquisar emocionalmente o tema, tente ver por aí um velhíssimo filme, O milagre de Anne Sullivan (1962), com a excelente e já falecida Anne Brancroft no papel de uma professora, quase cega, que é contratada para "ensinar" Helen Keller, uma mocinha... TOTALMENTE cega e, ainda por cima, surda-muda! Essa condição física precaríssima mantinha a infeliz num estado semi-animalesco, sem, é claro, nenhuma das benesses adaptativas que os animais trazem consigo ao nascer. Ela não era nada, era um aborto vivo, uma massa de carne ensandecida, sem linguagem articulada, um feixe de emoções reativas e brutais.
Qual foi o milagre de Anne Sullivan? Foi dar a Helen Keller um canal de acesso ao simbólico pelo único sentido que lhe restara, o tato. Ela aprendeu a falar, escreveu livros e esteve no Brasil, há muitos anos, fazendo palestras. Viveu, enfim, como gente.
Vejam o filme e percebam o que é disciplina, determinação, amor autêntico. E, sobretudo, percebam a importância do aprendizado formal da Língua na estruturação da nossa psique, o diferencial que, a todo custo, querem destruir "nestepaiz", por meio do culto diabólico ao analfabetismo funcional...
Marx, o Groucho
10 bilhões em cargos para a "cumpanherada"
A reportagem é de Regina Alvarez, publicada no GLOBO de ontem: “PT promete o fim dos cargos comissionados, mas o governo Lula fez o contrário, inflando o número dessas vagas de nomeação política de 19.000 para 22.000. O governo já gasta R$ 9,3 bilhões com essas nomeações sem concurso, mais do que todo o orçamento de R$ 8,7 bilhões do Bolsa Família*.
Pois é, emprego só para os apaniguados da esquerda festiva. Os malas que vêm aqui vociferar devem estar todos de barriga cheia num destes empregos "cumpanheros". Enquanto isso, nós, premidos pelos impostos abusivos para pagar essa farra, somos obrigados a despedir gente, acabar com empresas etc.
Os mesmos impostos que sustentam este bando de desqualificados do governo deixam sem emprego tanta gente boa. Sabe quanto um professor autônomo desconta se for dar aula num curso? 20%! Sim, 20% do salário de um professor autônomo, e sabem para quê???
Pois é, 40 bilhões desviados e mais dez bilhões para pagar o charuto da "cumpanherada"...
Que nojo!
* Retirado do Globo de hoje...
Oriane
Sunday, June 24, 2007
Pernalonga e meditação: tudo a ver!
Em teoria da comunicação, "ruído" é toda expressão que se pode jogar fora, pois ela só atrapalha a captura do significado que se pretende enunciar. É joio, não trigo. É enfeite, sobra, filigrana besta, desvio não essencial. Pois é: o que se fala por aí é só ruído, o sentido se perdeu. Não se pode dizer que isso foi produzido, de fio a pavio, como manipulação ideológica todo o tempo, mas pode-se afirmar que ela deu uma imensa e decisiva contribuição para que se tenha chegado novamente às cavernas, pela via da "inversão evolutiva", estágio em que a manifestação gutural é tudo o que se pode pretender como sofisticação lingüística. Para os evolucionistas, é uma volta à macaquice, digamos assim...
Em vista disso, complementando o post "marxista" sobre o livro de Bob Black, lembramos que Cristo, ao criticar Marta (vide o evangelho de São Lucas), ótima dona de casa e excelente pessoa, traz à baila não a condenação do trabalho em si, mas a escravização neurótica em que ele pode mergulhar os melhores e mais bem intencionados seres. Em contrapartida, o elogio à Maria, nesse mesmo episódio bíblico, é a proposta de um oásis verbal em meio à atarefada rotina do cotidiano, o que vem a ser uma drástica ruptura com o tal do "ruído", sem a qual a palavra essencial não pode emergir, trazida à vida em um diálogo tecido de silêncio autêntico e audição genuína, o pano de fundo perfeito para a comunicação entre o humano e o divino, em termos cristãos.
Quanto ao zen, lembramos que um dos conceitos mais importantes desse discurso fala de um vazio fértil - estado meditativo a que não se pode chegar sem uma dose cavalar de ócio -, a partir do qual ocorre o surgimento do verbo em seu melhor estilo, o da verdade, o que é impossível de se obter em meio à barulhenta verborragia que costuma acorrentar a maioria dos seres humanos.
Dessa forma, tanto o Budismo como o Cristianismo falam da necessidade de se limpar a mente, habitualmente estagnada num pântano de vícios verbais, o que só se obtém pela ruptura com a algaravia em que o homem-massa é aprisionado desde que vem ao mundo. Ou seja: a premissa para se alcançar um estado mais perfeito de consciência passa pelo combate a todos os tipos de apego, inclusive o apego ao trabalho, o que vem ao encontro das análises de Bob Black, em seu Groucho-marxismo. That' s all, folks!
Imagem: Pernalonga, dedicando-se à meditação da cenoura.
Marx, o Groucho
O groucho-marxismo: uma resenha
Oriane deu a Marx, o Groucho, um livro de Bob Black, Groucho-marxismo, editora Conrad. Detalhe do estado de esquisitice debilóide em que vivemos: a ficha catalográfica da obra mostra o título como "economia marxista", "escola marxista de sociologia" e "socialismo"! Não leram ou não entenderam nada. Que coisa!
Pois bem, foi um presente supimpa! Repleta de espírito-de-porco, totalmente cáustica, verdadeiramente racional, posto que provoca cambalhotas aeróbicas nos neurônios do leitor, a leitura evoca - e muito - um pouco do anarquismo de Mark Twain (pseudônimo de Samuel Clemens, autor dos deliciosos clássicos da literatura americana As aventuras de Huckleberry Finn e Tom Sawyer.) e Ambroise Bierce, um escritor pouco conhecido em Banânia, que não deixava pedra sobre pedra em suas críticas à sociedade bovina.
Tendo como referência inicial o humor caótico do Irmãos Marx, iconoclastas incansáveis de todas as ideologias conhecidas, Bob desenvolve uma proposta interessantíssima: a criação da sociedade do ócio, tendo como base o aspecto lúdico da alma, sempre desprezadíssimo por todos os seres sisudos que já produziram enxurradas de chatice teórica sobre "o que somos, de onde viemos e para onde vamos", não necessariamente nessa ordem monótona.
Há duas coisas a destacar no discurso de Bob Black em sua ode ao "groucho-marxismo": o elogio ao ócio e conseqüente condenação ao engodo em que consistem as loas ao "trabalho como dignificação do homem"- perspectiva que nos conduz, de imediato, aos conceitos mais radicais do zen-budismo e do cristianismo, no que eles têm de mais tremendamente libertário (exemplos de ambos no post a seguir) - e a apologia do senso de humor como método filosófico, o que nos remete diretamente a um pouco de teatro do Absurdo, uma vez que a linguagem é revirada pelas vísceras, em busca de significados menos corroídos pelo hábito corrente de vomitar clichês. Nessa análise dos embustes semânticos, Bob Black nos lembra Vladimir Volkoff - em Pequena História da Desinformação, livro citado várias vezes neste blog -, em especial quando afirma, acertando em cheio, que a corrupção da linguagem promove a corrupção da vida. Touché!
No ócio, a salvação. No humor, a ruptura com a casca da neurose cotidiana. O homo ludens é ressuscitado em seu esplendor criativo, em sua plenitude de estar-no-mundo sem relógio de ponto e bússola rabugenta. Trata-se de uma defesa radical do princípio de prazer em sua mais refinada escala, a do pós-juízo final, literalmente...
Em suma, tendo mais tempo para deixarmor fluir a psique, podemos chegar à reflexão mais profunda e à verbalização mais precisa sobre tudo o que nos cerca. Mais Logos, impossível - Heráclito aplaudiria de pé.
Aperitivos do livro, com alguns comentários "indispensáveis", é lógico :
Trabalhadores do mundo... relaxem! (acidental homenagem à Marta Suplício?)
Heródoto identificou o desprezo pelo trabalho como um atributo dos gregos clássicos no auge de sua cultura (nosso Keiser é mais culto do que pensamos?)
Ainda assim, políticos são os mentirosos ideais. É para mentir (além de dar ordens) que nós lhes pagamos, ou melhor, que eles se pagam com nossos impostos (não é que é mesmo??????)
"A revolução requer uma expressão idiomática antiidiota que expresse o até agora indizível" (Heidegger diria melhor?)
Na Astronomia "revolução" se refere a uma volta ao mesmo lugar. Para a esquerda, parece significar mais ou menos a mesma coisa. O esquerdismo é literalmente reacionário (petralhas, o suicídio é logo ali?)
Imagem: Chico, Groucho e Harpo, os irmãos Marx, os verdadeiros pais do "desconstrutivismo"...
Marx, o Groucho
Saturday, June 23, 2007
Blogagem coletiva - enterro de Anão
Porque nunca antes neste país se viu coisa igual...
rest in peace...
Friday, June 22, 2007
Nem Mefisto é esquerdopata...
Sabem como é: esquerdistas, grosso modo, trabalham seus louros neurônios (???) a partir de uma premissa filosoficamente fajuta, posto que logicamente suicida, a de que "tudo é relativo". Nesse pântano conceitual, afogam-se a ética, a estética e tudo mais que vive e respira, ou seja, nada é coisa alguma porque, segundo essa visão caolha, o que determina o sentido do que nos cerca é o pragmatismo de uma orientação ideológica cujo traço essencial é o completo - e patológico - desprezo pelo sagrado real. Não estamos lidando com criaturas desavisadas que tomaram o rumo de um discurso torto por causa de um tremendo azar, falta de recursos financeiros, más influências do bar da esquina, arroubos adolescentes, unha encravada e assemelhados. Tais pessoas podem se recuperar facilmente em qualquer lufada do destino, não são um caso perdido. Vivem sujeitas a chuvas, trovoadas e potes de ouro no fim do arco-íris, como qualquer mortal. São gente normal, incluindo-se nessa normalidade, é claro, as pontuais neuroses que pautam a vida cotidiana.
Exatamente pelo contrário, quando falamos em patologia de esquerda, trazemos à baila seres que abdicaram de sua condição humana porque não há guinada existencial alguma que os mobilize em outra direção. Essa turma é assumidamente psicótica, tendo-se em vista o tradicional paradigma que rege tudo o que se relaciona à autêntica humanidade, de "a" a "z": eles são avessos à saúde psíquica, resistentes à conversão espiritual, impermeáveis a argumentos lógicos, insensíveis à beleza e à polidez, surdos ao silêncio e imunes ao logos. Definitivamente, são "psicopatas por opção", um caso raríssimo de paradoxo que só encontra explicação razoável na narrativa dos mitos diabólicos. Estão nitidamente fora do trajeto que pode levar um cara depravado à mais excelsa santidade ou um sujeito inconsciente à mais perfeita lucidez.
A esquerdopatia é a prova mais arrepiante e tenebrosa de que o livre-arbítrio realmente existe, a evidência mais atordoante de que escolhe-se o que se quer ser, a prova final de que pode-se optar pela loucura.
O velho Mefisto, perto dessa gente, é anjinho barroco em procissão de colégio de freira...
Imagem: cartaz do excelente filme de Istvan Szabó, Mefisto, com Klaus Maria Brandauer.
Marx, o Groucho
Thursday, June 21, 2007
Desabafo
Damos emprego a muita gente: professores, técnicos, ajudamos muita gente durante este tempo. Calculo que em torno de 15 pessoas vão ficar desempregadas por causa desta porcaria de país. 15 pessoas que fazem um trabalho maravilhoso de educação e cultura. Trabalhar com cultura no Brasil é roubada.
É isso.
E se algum destes petralhas imbecis vier aqui descarregar seus estúpidos impropérios, não vou dar uma resposta gentil. Estou de saco cheio dessa gente cagando regra no nosso blog. Chega.
Uma fortuna de imposto, gente desempregada e tudo para sustentar o cleptostalinismo de Lula com seu politburo de ladrões. Para o dinheiro ir parar na cueca dos aloprados, na pança desmesuradamente grande do filho do lula ou sustentar os bastardos do renan.
Odeio impostos, odeio banânia e odeio ainda mais os petralhas chatos que escrevem aqui por absoluta falta do que fazer.
Somos trabalhadores, trabalhamos muito mais do que oito horas por dia. E para quê?
Pois é... para nada!
40 bilhões jogados pelo ralo dos renans ( minúscula mesmo) da vida e essa gente ainda tem a cara de pau de culpar a classe média...
Oriane
ps: não uso mais maiúscula para grafar o nome desses ladrões...
Tuesday, June 19, 2007
Fora Calheiros!!!
E o advogado Calmon que foi depor no senado ( com minúscula mesmo) só para ser vilipendiado por aquela coisa - o Sibá - e por aqueles senadores grossos e sem honra?
A OAB não vai fazer nada? Esta entidade para a qual pagamos uma fortuna por ano???
Vejam alguns trechos da farsa:
Desde quando dinheiro tem carimbo ou certidão de nascimento? Meu Deus do céu, isso aqui é uma vergonha! Pedro Calmon, advogado
Peço que o senhor não fale esse tipo de coisa! Estou me sentindo ofendido e não vou aceitar. Não tente misturar os papéis. Estamos aqui para trabalhar, de dia ou de noite. Não estamos nem um pouco interessados em comentários Sibá Machado, presidente do Conselho de Ética
Esse depoimento foi inútil, apenas mostrou um pouco mais quem é a Mônica. Mas não é o comportamento dela que está em julgamento Demóstenes Torres, senador do DEMGO
Que espécie de moral tem essa coisa - Sibá- para sentir-se ofendido? Ofendidos estamos nós!!!!Nosso País está perdido!
Fora Renan! Fora Sibá! Fora Cafeteira! Fora seus canalhas!!!!!!
Oriane
Saturday, June 16, 2007
Às almas sensíveis
Não basta amar, é preciso parecer que se ama - mal parafraseando o enunciado sobre a mulher de César, aquela que deveria parecer honesta se fosse realmente honesta.
Quando há amor, é preciso fazer determinados gestos, dizer certas coisas essenciais, marcar posições que não deixem dúvidas. A ambigüidade e a tibieza são as mães da suspeita, da insegurança, do medo. Não permitam vocês, os que pensam que amam, que haja meias palavras, aquelas verdades pela metade que podem ser meros projetos de descaradas mentiras. Façam com o discurso o que os melhores bailarinos do mundo fazem com o corpo: "limpem" a expressão verbal de todos os ruídos que a tornem obscura, insuficiente, confusa, trôpega. Isso é essencial, isso é benfazejo, isso é amoroso, mesmo quando o que se diz não agrada, adula ou envaidece o ouvido alheio. Não há amor à margem da verdade, não há amor de mãos dadas com o ponto de interrogação, não há amor meia-bomba, amor de pneu furado, amor-remendo. Ou se está inteiro ou não se está em parte alguma, porque amor é presença, é totalidade, é ser.
Imagem: simplesmente Natalia Makarova.
Marx, o Groucho - bancando a conselheiro amoroso...
Geometria é tudo: o centro do alvo...
Linhas, pontos, tangentes, círculos, raios... Abstrações fantásticas que estão aí, todo o tempo, servindo de orientação no tempo-espaço, um eixo bilateral, ainda indefinido em termos de estudos mais profundos, mas suficientemente básico quando se trata de orientação existencial.
Pode-se traçar "uma linha do tempo", podem-se admirar os círculos mandálicos numa meditação, pode-se dizer que tangenciamos o problema, pode-se dizer tanta coisa...
Mas pode-se também mandar alguém ao raio-que-te-parta, num momento de ira santa, he, he, he...
Planos denotivos e conotativos, dessa forma, se entrecruzam simetricamente para que alcancemos a melhor expressão verbal possível, aquela que satisfaça o contexto que nos vivifica. Vivifica?! Que diabos é isso??? Simples: leiam a Arte cavalheiresca do arqueiro zen, de Eugen Herrigel, editora Pensamento.
Lá está claro como água o que é vivificar: trata-se de uma experiência indizível, visceral, que carrega consigo de roldão o intelecto e todo o resto, o que chega a ser cômico, pois, sob o ponto de vista de um mestre zen, a razão é justamente o que vem na rabeira, ela é que é o resto, a cauda do cometa, a conseqüência natural de uma tomada de consciência aqui/agora. Essa consciência - o verdadeiro "eu" - é chamada, no texto, de Algo, um termo indefinido que denota unicamente o que alguns chamam de Tao, outros de Self, outros tantos, simplificadamente, de Deus.
O fato é que a conduta correta, a palavra certeira, o alvo acertado na mosca, são fatos da vida que só podem ocorrer a partir de um centro organizador, uma instância unitária, um estado de não-divisão que pressuponha, como premissa absoluta, o abandono do ego. Uff... É dífícil né, santa???
Tentem. Um dia, distraidamente, a gente chega lá...
Imagem: um mandala do Sri Yantra, um desenho geométrico que serve como instrumento de concentração e meditação nas práticas hinduístas e budistas.
Marx, o Groucho
Thursday, June 14, 2007
Wednesday, June 13, 2007
A torre do espírito
Reparem, por exemplo, na metáfora da torre e na citação das instâncias externa e interna, conceitos referentes a espaços onde acontecem coisas que afetam, de uma forma ou de outra, o cerne da alma, ou seja, o "eu". Há campos do saber que se dedicam exclusivamente ao estudo das esferas externas, ignorando por completo - às vezes, até rejeitando energicamente - a existência das esferas internas.
Na verdade, tal divisão é meramente didática. Para o taoísmo não há "dentro e fora", mas uma consciência que viaja por onde bem entende, focalizando as paisagens habitadas por entes de toda espécie, imunes à rotulação de abstratos e concretos, ideais e materiais e por aí afora, rotulações que só servem de suporte a uma organização intelectual, sem dúvida necessária num mundo rigorosamente verbal.
Essa febre de organização discursiva é típica, por exemplo, das lides filosóficas. Os filósofos costumam enveredar por questões embaraçosas, tentam respondê-las, ficam especulando ao redor de perguntas que, por vezes mal formuladas, restam sem nenhuma resposta decente, por motivos óbvios - por esse motivo é tão desconcertante conversar com pessoas desarticuladas. É impossível dialogar com elas. Ao mais, o que é pior, fica-se com a desagradável impressão de que nós é que estamos emburrecendo drasticamente ou enlouquecendo geral...
É contra esse perigo mental, o discurso, que desvia o "eu" de seu autêntico caminho, o percurso, que o taoísmo e o zen advertem ferozmente. Por outro lado, da mesma maneira, o foco excessivamente voltado para dentro costuma conduzir o indivíduo a perigosas travessias sem volta, tal qual uma espécie de vivência pré-psicótica, exatamente porque não se pode viver todo tempo nem como ostra deprimida precisando de Prozac nem como libélula histérica em busca de Valium.
Trocando em miúdos, o "eu" não pode parar em parte alguma. Não tem pouso, não tem onde ficar, é como o vento que, quando é preso à força em uma caixa, deixa de ser vento para ser ... ar parado!
Meditem:
A TORRE DO ESPÍRITO
O espírito possui uma torre inexpugnável
Que nenhum perigo ameaça
Desde que a torre esteja guardada
Pelo Protetor invisível
Que age sem saber e cujas ações
Perdem-se quando são deliberadas,
Reflexivas e intencionais.
O inconsciente
E toda a sinceridade do Tao
São perturbados por qualquer esforço
De demonstração autoconsciente,
Todas essas demonstrações
São mentirosas.
Quando nos exibimos
Dessa maneira ambígua
O mundo exterior explode
E nos aprisiona.
Não somos mais protegidos
Pela sinceridade do Tao.
Cada novo ato
É um novo erro.
Se os atos são públicos,
Feitos à luz do dia,
Seremos punidos pela humanidade.
Se são privados
E secretos,
Seremos punidos
Pelos espíritos.
Deixe cada um compreender
O sentido da sinceridade
E proteger-se contra o exibicionismo!
Ficará em paz
Com a humanidade e os espíritos
E agirá corretamente, desapercebido,
Em sua própria solidão,
Na torre do seu espírito.
Imagem: uma estampa de Chuang-Tsu, sonhando, provavelmente, com a célebre borboleta...
Marx, o Groucho
Tuesday, June 12, 2007
Sem tempo, apelo para as cartas do Globo...
Carta hoje no Globo:
Estou com o advogado do Vavá e não abro. Tem razão o ilustre causídico quando diz que Vavá não tem capacidade intelectual. Como é da mesma família do nosso líder e deve ter freqüentado as mesmas escolas, tendo a mesma educação, só falta o PT indicar Vavá para presidente em 2010. Vai fundo, Vavá, diga que não sabe de nada que a turma do Bolsa Família te elege. LUIZ PAUMGARTTEN (por e-mail, 11/6)
Vocês estão vendo que eu ando mesmo enrolada. Já estou apelando para as cartas do Globo!!!
Oriane
Monday, June 11, 2007
Sobre um comentário "apetralhado"...
Atenção, Sr. Gangorra, comentarista do post "Mais do que blindagem!": sim, todo mundo ("Todo mundo e ninguém" são dois personagens do Auto da Lusitânia, de Gil Vicente, escritor de teatro luso do séc.XVI, ora pois...) faz isso e aquilo, todo mundo escarra na rua, todo mundo põe parente no emprego mais próximo, todo mundo vota no Keiser, todo mundo diz bobagem dez vezes ao dia. Perguntaria, fleumaticamente, um inglês da melhor cepa: and so? E daí, cara???
Não se segue - consultar o manual sobre falácias no capítulo dedicado a "non sequitur" -, dessa constatação ÓBVIA, que NÃO se façam estatísticas e críticas negativas das peraltices que rondam a presidência da República, não é mesmo? Se for modismo em Banânia todo mundo se atirar da janela, o senhor vai se jogar, também, da sua "gangorra"? Essa mania, ou melhor, esse método petralha de igualar desiguais, com o intuito de esboroar responsabilidades e esfumaçar culpas, é mais velho do que a Sé de Braga. Inventa outra. Aliás, se todo mundo, um dia, morre mesmo, por que o senhor não se suicida?
Quanto ao seu argumento sobre atirar a primeira pedra, o perdão a que se refere o Cristo nesse trecho evangélico nada tem a ver com o pseudo-arrepedimento de políticos hipócritas que estão muito mais para sepulcros caiados e raça de víboras do que para mulheres adúlteras e não merecem, exatamente por isso, a mínima consideração. Pelo contrário, chicote neles! Ao mais, no caso do Keiser, uma pedreira inteira caindo sobre sua cabeça seria muito pouco, em termos de metáfora, é claro...
Ok, ok, o comentário do senhor Gangorra é uma brincadeirinha, mas não resistimos à réplica!
Imagem: rosto da 1ª edição das Obras completas de Gil Vicente (1562), escritor que já se apresentou neste blog, mui valioso para quem deseja sinceramente entender certas artimanhas de argumentação.
Marx, o Groucho
Exemplo banal de psicose coletiva na TV...
Domingo, lá para as onze da noite. Um programa esportivo no canal sete, comandado por Luiz Datena. Jornalistas esportivos babam platitudes e implicâncias bairristas dos mais variados matizes. De repente, o ex-jogador Neto resolve bombardear o Vasco da Gama, a propósito dos "jogos em São Januário", insinuando que o time cruzmaltino tem sido beneficiado com um número suspeito de pênaltis quando joga em seu campo. Empolgado com a genial malícia do colega, Datena endossa a suspeita, fazendo alusões à influência de Eurico Miranda, dirigente vascaíno que teria o poder de "pressionar os juízes" a seu bel-prazer.
De repente, objetivo como um raio no meio da floresta, um jornalista de São Paulo corta o clima imbecilizante com uma declaração absolutamente herética: a estatística do último campeonato brasileiro diz que o "Vasco foi o time que teve menos penalidades máximas marcadas a seu favor. Isso é fato." Sem graça, meio amarelo, Datena dá de ombros, balbuciando algo como "Fatos? O que têm os fatos?" Tão rápido no gatilho verbal quanto havia sido na citação da estatística, o inconveniente e realista interlocutor respondeu: "Fatos? Fatos são a base de um jornalismo sério." - Please, uma estátua em praça pública para esse solitário indivíduo, só pelo "fato" de ser normal!
Cai o pano. Datena e seus acólitos deveriam ter pedido demissão ali mesmo - ou feito harakiri ao vivo, se fossem japoneses tradicionais -, para o bem da profilaxia da midia.
Essa cena dantesca se repete em todos os cenários do país, bastando que se reúnam algumas pessoas para "debater", por meio de arrotos mentais inacreditáveis, seja lá o que for: política, economia, samba, desmatamento no planeta ou menstruação das saúvas no baixo Egito. O ícone-mór desse culto à esquizofrenia coletiva é o poderoso Keiser eleito por milhões de abduzidos que, sem dúvida, como ele, também odeiam os fatos que desmentem suas fantasias.
Chamem a turma do Absolutely Fabulous!!!
Imagem: Patsy e Edina, absolutamente normais, se comparadas aos jornalistas tupinicóides.
Marx, o Groucho
Sunday, June 10, 2007
Mais do que blindagem!
A gente sabe que há blindagem programada na vida do Keiser, mas não é estranha TANTA sorte assim? Como dizia Nelson Rodrigues, deve ser coisa do "Sobrenatural de Almeida"...
Aí vai um ótimo texto de Carlos Reis sobre o sortilégio imponderável que hipnotiza a política de Banânia:
Um homem de azar
Lula é um azarado. Tudo o que ele toca suja suas mãos. Seus amigos têm uma vocação irresistível para a fraude, para a trapaça. Lula está cercado de mau olhado. Só os piores tipos dele se acercam abusando de sua extrema generosidade, de sua grande alma (mahatma), de sua bondade de coração – de sua maneira manteiga-derretida!
Lula por onde anda está cercado de gente que não presta; seus auxiliares o traem a toda hora; seus colaboradores tramam contra ele. Até o presidente Hugo Chàvez, que ele pensava que era seu amigo, disse coisas horríveis do Congresso brasileiro que ele comprou com tanto carinho! A traição o espreita. Uma vez, em Paris – lembram? – ele se queixou dela.
Essa Operação Navalha só pode ser coisa de invejosos do seu sucesso, dos seus discursos apurados de intelectual, de suas tiradas metafísicas-futebolísticas, embora ditas com amor, com compaixão pelos pobres, pelos irmãos, pelos gentios. Lula é um injustiçado. Agora querem acusá-lo de ter um irmão vigarista! Até a Polícia Federal o traiu. Tarso Genro, quem diria, seu Ministro da Justiça, trama contra ele. Renan Calheiros é injustamente envolvido em uma falcatrua com empresários e tem a sua vida privada aberta à execração popular. Sarney faz de tudo para protegê-lo ... mas até quando? Um compadre seu, pasmem, teria relações promíscuas com dinheiro público em Diadema. Querem prejudicá-lo prendendo e denunciando seus amigos próximos e seus parentes mais queridos, querendo insinuar que ele, de novo, sabia de tudo.
Lula é um azarado. O presidente do seu Partido é um “aloprado”. O ex-presidente do PT, Genoíno, tinha um irmão quer forrava as cuecas com dólares só para prejudicar Lula. O “nosso” Delúbio fazia maracutaias com o Marcos Valério (onde andará?) deixando o PT com a injusta fama de partido desonesto e corrupto. Sabem para quê tudo isso? Para atingir Lula; para ferir de morte a sua honestidade e a sua caridade! Essa gente que acompanha Lula há 30 anos não presta! Chegaram a acusá-lo agora de ter vendido a Petrobrás da Bolívia ao Hugo Chàvez! Vejam aonde chega a maledicência desses invejosos! Imaginem se um presidente eleito pelo Foro de São Paulo faria tal coisa contra o patrimônio nacional! Lula está cercado. Tem gente embaixo de sua cama o roubando; tem ascensorista suspeito, motoristas inconfiáveis, que à primeira oportunidade o trairão e o deixarão mal junto à opinião pública. Seu amigo Bruno Maranhão o traiu ao depredar o Congresso nacional. Pois foi deixado impune para que essa maldição antidemocrática fosse assacada contra ele, Lula. Os seus amigos mais próximos são suspeitos de assassinarem dois prefeitos e de ameaçar familiares sobreviventes. Jornalistas agora são perseguidos. Tudo apenas para sujar o seu nome. É muito azar!
Em vista de tudo isso, em vista da enorme injustiça que se comete à miúde contra esse santo homem, alguém deve dele se aproximar e dizer claramente: Presidente, cuidado, eles querem lhe pegar! Mas talvez isso não seja necessário. Soube hoje, com alívio, que os especialistas da mídia, essa sim muito fiel e solidária, já garantem que Lula sairá sobranceiro de mais essa crise – a crise de número 145! –, que ele dará a volta por cima como sempre deu com a ajuda do seu povo faminto, dos seus parlamentares fiéis no Congresso. Afinal, se há alguma coisa que é sincera e fiel aliada do Lula é esse tal de Congresso e essa tal de mídia. Custa caro para o Lula, a gente sabe, mas como assegurar tanta fidelidade em apenas um ou dois mandatos? Da imprensa ele só tem alegrias. Coitado, ultimamente estava tão alegre que resolveu fazer uma televisão só para ele e com gente confiável. Mas já tem gente falando mal dele, que ele está imitando o Chàvez, e outras inverdades.
Então, seus secadores, tirem o cavalinho da chuva: o affair Vavá não vai dar em nada, de novo. O homem é azarado, mas tem um santo forte, blindado, comprado a peso de ouro, incorruptível, um santo impoluto como só ele sabe ser. Só falta agora a Justiça, que ele criou à sua feição, virar-se contra ele e de forma erótica e libidinosa condená-lo a uma multa de R$100,00! A maldade humana não tem limites!
Saturday, June 09, 2007
Ortega y Gasset
Sem nenhum tempo para escreve recorro a Ortega y Gasset:
Isso nos leva a apontar no diagrama psicológico do homem-massa atual dois primeiros traços: a livre expansão de seus desejos vitais, portanto, de sua pessoa, e a radical ingratidão para com tudo que tornou possível a facilidade de sua existência. Essas duas características compõem a conhecida psicologia da criança mimada. E, de fato, quem a utilizasse como quadrícula para ver através dela a alma das massas atuais não erraria. Herdeiro de um passado longo e genial — genial de inspirações e de esforços —, o novo vulgo foi mimado pelo mundo à sua volta. Mimar é não limitar os desejos, dar a um ser a impressão de que tudo lhe é permitido, que não é obrigado a nada. A criança submetida a esse regime não tem noção de seus próprios limites. Por se evitar qualquer pressão à sua volta, qualquer choque com outros seres, chega a acreditar efetivamente que só ele existe, e se acostuma a não considerar os demais, principalmente a não considerar ninguém como superior a ele. Essa sensação de superioridade alheia só lhe poderia ser proporcionada por quem, mais forte que ele, o obrigasse a renunciar a algum desejo, a se restringir, a se conter. Assim teria aprendido esta lição essencial: “Ali eu paro e começa outro que pode mais que eu. No mundo, pelo visto, há dois: eu e outro superior a mim.” Ao homem médio de outras épocas essa sabedoria elementar era ensinada cotidianamente por seu mundo, porque era um mundo toscamente organizado, onde as catástrofes eram freqüentes e não havia nada seguro, abundante nem estável. Mas as novas massas encontram uma paisagem cheia de possibilidades e, além de tudo, segura, e tudo isso rápido, à sua disposição, sem depender de seu esforço prévio, como o sol se encontra no alto sem que tenha sido preciso que o levantássemos nos ombros. Nenhum ser humano agradece a outro o ar que respira, porque o ar não foi fabricado por ninguém: pertence ao conjunto do que “está aí”, do que dizemos “é natural”, porque não falha. Essas massas mimadas são bem pouco inteligentes para acreditar que essa organização material e social, posta à sua disposição como o ar, é da mesma origem que este, já que, pelo visto, também não falha, e é quase tão perfeita como a natural.
Oriane
Friday, June 08, 2007
Diotima defende a nossa anarquia
Falar de anarquistas de direita ou de esquerda - ou, por negação, anarquistas que nunca são de direita ou de esquerda - não é, no limite, uma contradição em termos? Não é de se esperar que anarquistas sejam, justamente, os primeiros a questionar esse tipo de ferramenta? O criativo e auto-denominado "anarquismo" deste blog vincula-se, creio eu, justamente à vontade de navegar à margem de grupos que se fecham ao redor de "ideologias", definindo-se a si próprios e aos demais a partir de esquemas que, na atualidade, são mais mentais do que políticos - como justamente o binarismo esquerda/direita.
Do ponto de vista da história política, evidentemente, o termo "anarquismo" é tão anacrônico quanto "direita" ou "esquerda", e a meu ver o seu emprego heterodoxo, como o faz esse blog, só tende a tonificá-lo ao propor novos sentidos e discussões. Há algo menos anarquista do que prender as próprias palavras em camisas de força?
Diotima
Thursday, June 07, 2007
Pena de morte x controle de natalidade
Venho pensando muito no problema da pena de morte e penso que, neste quesito, não sou tão furiosa assim. Desde cedo, a idéia da pena de morte sempre me pareceu desagradável. Matar algo, mesmo que seja uma formiga, me repugna. Não conseguiria suprimir assim algo que não criei.
O simples extermínio de pessoas não parece resolver o sério problema por que passa o estado moderno. Qualquer estado, não só o Brasil. Está claro que o problema deve-se principalmente à superpopulação. Exterminar pessoas pode não ser tão producente, entretanto impedir que elas se reproduzam além da capacidade de cuidar é humano. Defensora assídua de um estado pequeno, a hipótese dessa máquina sem face se voltando contra o cidadão para matá-lo, exibindo assim sua força, parece-me preocupante. Vai contra tudo que eu espero do Estado. Isso equivaleria dizer que eu sou responsável por uma morte, mesmo que seja a morte de um facínora e minha responsabilidade seja uma mera estimativa.
O crime sempre existiu, pena de morte também. Mas o que nos caracteriza como civilização é termos vencido nossos instintos mais animalescos. Nosso crescimento vem de podermos superar o que em nós é ainda o instinto primário da agressividade e defesa. Sei que nestes tempos modernos, onde direitos humanos e pieguice se uniram para desmoralizar o sentimento de humanidade, fica difícil sentir alguma compaixão por monstros que matam sem o menor escrúpulo e são defendidos por aproveitadores sem escrúpulo e sem gosto. Mas não consigo deixar de pensar que desejar-lhes a morte seria me igualar a eles.
Quanto a desejar que não nasçam já é outra coisa. O excesso de gente acaba por gerar o colapso das próprias relações e, com isso, desejar ou ser indiferente à morte de outrem parece quase natural. Neste ponto sempre me surge uma hipótese ambientalista: seria o homem, vivendo apenas para se reproduzir e dominar, o vírus da Terra? Os vírus não acabam por destruir o hospedeiro? Em algum momento, se continuar assim, haverá muito mais humanos do que a capacidade do planeta de suportar. Não consigo entender por que o controle de natalidade não é uma prioridade. Será que é tão difícil perceber que só poderemos ter uma sociedade melhor se a quantidade de bens for compatível com a quantidade de pessoas? E que numa sociedade assim não haveria a necessidade de matar, afinal de contas haveria espaço para todos, mesmo que fosse nos presídios?
Não consigo me empolgar com a pena de morte, mas defendo arduamente o controle da natalidade, não como imposição do estado, mas a partir da educação e conscientização da população.
Oriane
Sibá, Renan e o osso...
Imagem: Sibá - num terninho para lá de elegante... por que será que esses políticos adoram roupa de gangster??? E Gangster de mau gosto...
BRASÍLIA. Ao se defender pela primeira vez das denúncias de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior teria pagado despesas pessoais suas, Renan Calheiros o fez do plenário, sentado na cadeira de presidente do Senado.
Ontem, após a notícia de que o Conselho de Ética decidira abrir processo de quebra de decoro contra ele, afirmou que não pretende se afastar do cargo*.
Pois é, o Renan não vai largar o osso ...
É de uma falta de ética, uma cara de pau. Que coisa assustadora!!!
Piadinha maldosa que corre na internet: o Sibá entrou no Senado pelo sistema de cotas...
Oriane
* Jornal - O Globo - 07/06/2007
Tuesday, June 05, 2007
Blogagem coletiva: meio ambiente.
Hoje é dia de blogagem coletiva, proposta por Lino rezende . O assunto é meio ambiente. Como vários blogueiros estão escrevendo e eu estou sem nenhum tempo, vou dar a lista dos participantes que encontrei no "Aqui não, Genésio".
Gostaria de falar sobre a poluição sonora, um problema que tem constantemente me enlouquecido. Como os retardados que só sabem dirigir com a mão na buzina, os idiotas que falam aos berros em lugares públicos, os adolescentes com sua música alta e por aí vai. Poderia falar também sobre a poluição visual que transformou o meu Rio de Janeiro numa aberração: prédios horrorosos, obeliscos bizarros, pichações em todos os muros.
Pois é, isso também é poluição. Nunca custa lembrar que estética e ética andam de mãos dadas.
Vamos deixar o egoísmo de lado e proteger nossa casa: a terra.
Um bom texto para ler é sobre a hipótese Gaia, de John Lovelok, um famoso ecologista...
Abaixo, os blogs participantes:
Carla, Laura, Taís Moraes, Poliane, Fábio, Ítalo, Mário, Luma, Jackie, Fernanda, Oscar, Cadinho RoCo. Ernâni Motta, Cris Penaforte, Marta Bellini, Renata, Cejunior, Denise, Karina, Ricardo Rayol, Taty Sabino, Ângela, Chris, Keityxinha, Flávio, Úrsula, Aninha Pontes, Betty, Vivien, Flávia Sereia, Mônica Montone, Bruna, Leticiah. Edhy, Patty, Enoísa, Nádia, Wilson, Mércia, As partes interessadas, Jeanne, Adriana, Meire, Cláudio, Saramar, Paulo, Dona Minhoca, Por que não, Chawca, Sandra, Whaner, Marina, Marcos, Nilza, Tina, Verinha, Dácio, Yvonne, Ronald, Mélica, Elisabete, Rosa, Geórgia, Fábio, Gérson, João Bosco, Maria Augusta, Lili, Lula, Grace, Kadu, Euza, Kaká, Ju Moreira, Olhos de Mel, J. Neto, Keila, Regina, Crys, Simone, Claudinha, Raquel, Lulu, Rafael, Lucy, Clau, Sérgio, Lúcia, Regina, Luci, Márcia, Carol, Vanna, A comentarista, Sam, Grazi, Chris, Samantha, Mari,
Oriane
A Polidez
Imagem: Bergson
Amigos, sem muito tempo para escrever recorro hoje a Bergson. Tenho feito um estudo teórico sobre a pequena ética e encontrei este texto no discurso LA POLITESSE*, um texto não traduzido para o português. Vejam que delícia...
Jovens estudantes, no fundo da verdadeira polidez vocês encontrarão um sentimento: o amor pela igualdade. Mas existem várias maneiras de amar e de compreender a igualdade. A pior de todas consiste em ignorar completamente a superioridade de talento ou de valor moral. É uma forma de injustiça, fruto do ciúme, da inveja, ou de um desejo inconsciente de dominação. A igualdade reclamada pela justiça é uma igualdade de relação, e consequentemente uma proporção, entre o mérito e a recompensa. Chamemos de polidez das maneiras, por assim dizer, uma determinada arte de demonstrar a cada pessoa, pela sua atitude e pelas suas palavras, a estima e a consideração às quais ela tem direito. Não poderíamos dizer que essa polidez expressa ao seu modo o amor pela igualdade?
Oriane
* De la politesse, Discours de remise des prix à de jeunes lycéens prononcé en 1885, cité in Mélanges, textes de 1885 et de 1892, PUF, Paris 1972
Monday, June 04, 2007
Diotima também é contra a aprovação automática
estou momentaneamente vivendo no exterior e, quando minha mãe, pelo telefone, me contou sobre a aprovação automática, achei que estivesse ficando gagá. Realmente, achei isso. Menos mal que não - por outro lado, que tragédia para todos nós. Sou professora de universidade pública, como vocês, e tanto alunos como colegas sabem que eu "reprovo". Não por faltas, nunca por faltas, até porque não passo lista de presença; parto do princípio que meus alunos são adultos e devem assistir aulas se eles próprios desejarem ou considerarem importante. Sei que isso é até um risco para mim, pois, segundo os estatutos da universidade, passar lista de presença é uma obrigação do professor - e, em off, muitos professores afirmam utilizá-la como forma de controle sobre os alunos. No entanto, todos os meus alunos sabem que precisam passar em duas provas para ser aprovados - não são difíceis, desde que se faça o mínimo. Muito bem: ano passado, pouco antes de sair em afastamento, uma senhora apareceu no dia da prova final (a prova final é realizada para aqueles que não apareceram nas provas anteriores ou então que não atingiram média 7). Eu nunca a havia visto mais gorda. Mau educada, nem sequer se apresentou; pegou o papel da prova e se sentou para faze-la com displicência e um certo ar de desafio. Na prova final, basta tirar 5 para ser aprovado. Muito bem; ela tirou 1,5 - e ainda assim porque eu "espremi" algumas de suas respostas para livrá-la do constrangimento do zero absoluto. Foi reprovada. Já tendo viajado, recebi um mail dela dizendo que era "concluinte", isto é, que aquele era seu último semestre, e a minha, a última disciplina deste último semestre. Resumindo: se eu não a aprovasse, ela precisaria esperar um ano a mais para se formar. Não respondi. Dias depois, recebi um mail da chefe de secretaria dizendo o mesmo. Respondi dizendo que a fulana nunca tinha aparecido no meu curso, nem sequer para as provas, que só apareceu na prova final e que ainda asim tirou 1,5. Ninguém me escreveu mais. O subtexto do mail de ambas é claro: ora essa, em concluintes, a aprovação é automática!!! Essa já é uma realidade nas universidades brasileiras, infelizmente, e pelo que pressinto será um golpe de misericórdia no ensino público.
Diotima
Sunday, June 03, 2007
Georges Rousse na casa França-Brasil
Já falei aqui anteriormente sobre Georges Rousse. Por ocasião da péssima Bienal de São Paulo acabei caindo nesta exposição que nem fazia parte do circuito oficial. Faz sentido, o circuito oficial era uma porcaria e esta era a única boa exposição em São Paulo naquela época. Pois bem, ele está no Rio, na casa França-Brasil. Ele sempre faz intervenções em ruínas e a casa França-Brasil está uma ruína. Abandonada, uma tristeza. Mas esta boa exposição está lá. Infelizmente não há uma intervenção no próprio espaço, como havia em Sampa. Mas, mesmo assim as fotos estão lá. E há um vídeo interessante onde vemos como ele faz.
Apesar de pouco conhecido no Brasil, Rousse é um dos melhores artistas contemporâneos. Quem estiver passando por lá...eu aconselho, mas por causa do vídeo, pois as fotos podemos ver pela Internet, o que valeria a pena seria ver a intervenção real, como mostra a imagem acima.
Oriane
O Pilatos de Garanhuns
Dessa forma, nas entrelinhas de sua farsa verbal, o Keiser nos assegura que Huguinho pode virar a Venezuela de cabeça para baixo, que Evito pode tomar para si, na marra, o capital estrangeiro investido na Bolívia, que Sadham fez muito bem em queimar os curdos com armas químicas, por sádico patriotismo, que Hitler, Stalin, Mao e Pol-Pot fizeram o que fizeram porque estavam "cuidando do interesse" de seus países.
Trata-se do velhíssimo "método Pilatos" de lavar as mãos, deixando que o Cristo se exploda - é interessante lembrar que a mulher do cônsul romano deu-lhe um esporro monumental depois da ablução fatídica. Não esperemos tal atitude do Louro José, pois não???
Friamente cínico, deliberadamente covarde, calculadamente ambíguo, Lula endossou as declarações de Chávez, seu cupincha "excessivamente democrático", fazendo de palhaço, só para variar, o poder legislatvo "destepaiz".
Eis aí o raio-x da criatura que milhões de apatetados puseram no poder em Banânia. Aguardem, vem mais por aí: Jabor já levou o seu no traseiro, apesar do seu DNA esquerdóide.
Imagem: o passatempo predileto do Keiser.
Marx, o Groucho
Saturday, June 02, 2007
Desconstruindo mais um mito esquerdopata...
Pois bem, Paulo Freire, responsável em grande parte pelas hordas de analfabetos funcionais que hoje pululam por aí à mercê da sanha marxista, não passava de um aproveitador dos méritos alheios, uma característica bem ao gosto do perfil psicológico da esquerda verde-amarela, marcada pelo parasitismo intelectual, via cópia descarada das idéias de outra lavra que não a própria - Ai, que preguiça mental!
O badalado "método Paulo Freire de alfabetização" não passa de uma fraude nojenta, adotada com entusiasmo pelos que nele viram um ótimo meio de doutrinação comunista das mentes dos incautos, como manda a cartilha de Gramsci. O "método" foi plagiado diretamente das aulas de um missionário protestante norte-americano, Frank Charles Laubach (1884-1970), que esteve em visita a Pernambuco em 1943, como se pode verificar no texto de David Gueiros Vieira, num artigo para o MSM, em 2004.
Sem dar o devido crédito ao seu legítimo criador, é claro, o pernambucano senhor assinou embaixo o texto da metodologia, depois de avaliar seu potencial valor como "instrumento de disseminação da luta de classes". Num país em que boçais lutam pelo "puder"l no planalto central, ele fez um imenso furor nas fileiras pedagógicas, entendendo-se por "pedagogia", nestas plagas, um eficaz meio de lavagem e programação cerebral, devidamente referendada pelo MEC, aquele repelente cabide de emprego que, hoje, talvez esteja vivendo seus melhores dias.
Leiam um trecho do original de Davis G. Vieira:
Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco - assim ele afirma em sua autobiografia - encarregado dos programas de educação daquela entidade. No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco. Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão. Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. As novas cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua 'condição de oprimidas'. O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome a essa “nova metodologia" - da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos - como se a mesma fosse da sua autoria.
Na íntegra, aqui.Imagem: Frank Charles Laubach, o verdadeiro criador do "método PF"...
Marx, o Groucho
Distorção paratáxica, ou seja, falta de coordenação verbal.
Nesse baú conceitual pode-se incluir toda sorte de mentiras, delírios e ilusões, sempre sob a capa subjetiva da "verdade de cada um", aquele ranço lingüístico consagrado no hospício mais próximo. Partindo dessa premissa, pode-se dizer que analisar esquerdopatas é um brinquedo muito divertido: é só inverter o sentido do que eles proclamam para se chegar rapidamente à "vida como ela é", bem rodrigueanamente falando. Assim, quando se dizem amantes da democracia, já sabemos como a democracia NÃO É. Da mesma forma, ao se dizerem "progressistas", é facílimo perceber o quanto são retrógrados, jurássicos, ensebados. Se defendem a verdade "deles", as tais convenientemente relativas, já se sabe como funcionam os mais vagabundos sofismas do mais reles manual de filosofia. Quando se esganiçam berrando por um "mundo melhor", já sabemos que há um genocídio programado no horizonte. E por aí vai, é um curso completo!
Portanto, caro leitor, se você quiser estudar pela via negativa - o Budismo descreve isso esplendidamente - basta bater papo com um esquerdopata convicto, ou melhor, fanático, porque uma convicção autêntica tem de passar pelo crivo da consciência aguda, ingrediente impossível de se achar nas receitas da esquerda, o que justifica o fato de seus bolos saírem sempre "solados", duros de engolir! Por quê? Porque consciência é humildade, desapego, esforço contínuo, plena atenção para além do próprio umbigo. Não existe esquerdopata com essas características. Não é maniqueísmo, é mera constatação.
Imagem: Harry Stack Sullivan (1892-1949), psiquiatra americano, pai da expressão "distorção paratáxica".
Nota: em breve, vocês terão o gostinho de ler os trechos mais chocantes do "Livro negro do comunismo", cuja resenhas mal saíram na mídia à época de seu lançamento. Serão fortes emoções!
Nunca é demais lembrar que a obra é difícil de ser encontrada nas livrarias dedicadas à "intelligentzia" - ou "burritzia" - nacional.
Marx, o Groucho
Mateus, primeiro os meus!
Vamos ao texto:
"A conferência dos Democratas: Esquerda é populista sim.
(enviada em 01/06/2007)
Amigos, se me permitem gostaria de tecer algumas palavras acerca do artigo do ótimo José Nivaldo, intitulado "A Conferência dos Democratas".
Devo confessar que tenho me afastado ultimamente dessa interpretação do PT e demais organizações integrantes do FSP como sendo a revolução comunista em curso na América Latina. De fato, o exame das atas e documentos extraídos das reuniões do Foro, que este MSM tão bem e patrioticamente disponibiliza para o seu público leitor, conduz realmente, em um primeiro momento, a uma conclusão alarmante, de um perigo iminente a rondar o nosso país. Eu também participei por um tempo desse entendimento, no sentido da orquestração comunista, em torno do FSP, para a construção de uma espécie de união de repúblicas socialistas na América Latina. Mas, vejam bem, se continuarmos a refletir e a observar o cenário político do país, o teatro de operações da política nacional e sul-americana, se tivermos em conta o que foi e o que é o PT, sob o ponto de vista da sua história, e se atentarmos para os movimentos dos principais atores dessa ópera bufa, o srs. Lula da Silva, Hugo Chavez, Evo Morales, Rafael Correa, Fidel Castro, Daniel Ortega, Lopes Obrador, Farc, Piqueteros argentinos do sr. Kirchner, partidecos de extrema esquerda América Latina afora, enfim, toda essa escória esquerdista e suas correias de transmissão, notaremos que, para além dos compromissos calorosamente firmados por essa gentinha de baixa extração em inúmeros documentos e atas oficiais, na realidade eles estão mesmo é naquela do cada um por si, cada um com seu projetinho pessoal de poder, arrastando uma legião de espertalhões que sonham, acima de tudo, com as benesses da vida à sombra dos "gobiernos".
Mas, pensem bem: será que uma besta quadrada feito esse Apedeuta tem condições de liderar movimento revolucionário em algum lugar? Será que um troglodita semiletrado feito esse Chávez tem algum perfil de revolucionário comunista? Será que esse índio de araque do Evo Morales entende alguma coisa de marxismo, além dos chavões conhecidos por qualquer integrante de grêmio estudantil? Será que algum dos narcotraficantes dessa Farc já ouviu falar de Gramsci? Será que esses chupins do MST desejam alguma coisa além da mamação do dinheiro público que já lhes é concedido à larga? Penso que não. Lembro-me de certa feita haver escutado o Olavo de Carvalho, no seu True Outspeek, referindo-se à consideração que os comunistas do Leste Europeu nutriam pelo velho pecebão. Disse o professor algo mais-ou-menos assim: "os comunistas europeus achavam os caras do PCB uns palhaços, incapazes de conduzir uma revolução". E isso em referência ao PCB que, mal ou bem, era um partido de quadros, com o concurso de inúmeros intelectuais. O que é o PT? Uma maçaroca de psicopatias insanas, uma feijoada ideológica que, embora juntando teóricos uspianos, antigos militantes comunistas, a esquerda herética da Igreja Católica, sempre foi e continua sendo dominada pela corja egressa do movimento sindical, que era a turma que sempre bancou as porra-louquices dos teóricos e militantes, e que, de uma forma ou de outra, sempre mandou no partido. Esse gente sempre desejou o poder pelo poder. Querem é se dar bem. Querem é mamar nas tetas do Estado. São - como disse o Reinaldo Azevedo, a Nova Classe Social dos burgueses do capital alheio. Essa gente é incapaz de revolucionar galinheiro sem galo, porque são primitivos, toscos, boçais, ignorantes, incompetentes, todos eles, do Lula ao mais réles pelego de sindicato interiorano. Chávez? Morales? Ora, apesar dos urros, das ameaças, das bravatas, dos atos de autoritarismo, não passam de fenômenos locais, possíveis somente no ambiente de seus países atrasados, e utilizam o discurso de esquerda porque é o verniz teórico disponível no momento para cobrir o seu velho caudilhismo latino com uma camada de justicialismo social, o que atrai o apoio dos ressentidos de esquerda e seus aparelhos respectivos. Por isso, discordo do Nivaldo. São todos populistas sim. E apesar de tudo o que consta dos documentos do FSP, a prática indica que, como tudo na esquerda, são palavras ao vento, e o que vale de verdade são os interesses locais de cada grupo ou tiranete, ou candidato a tiranete. Na realidade o que nos falta é uma luta cultural em larga escala. Já escrevi lá no site do Reinaldo que, tivéssemos nós mais uns 10 Reinaldos, Olavos e Mainardis, essa tropa esquerdista já teria sido posta pra correr há muito tempo, e esse Lula da Silva não teria chegado à presidência nem a porrete. E também nos falta uma representação política que assuma e brigue pelos ideais conservadores e liberais, como faz o Partido Republicano mos EUA. É isso.
Estou com comunistas soviéticos: os socialistas de salão do Brasil não passam de 'palhaços'.
Um abraço."
Imagem: os três espertalhões...
Max, o Groucho