A imbecilidade coletiva costuma atingir índices estratosféricos quando é época de eleições em Banânia. Ela fica mais óbvia, mais auto-evidente, mas cheia de si, mais agressiva. É um espoucar de tiros na água, a torto e a direito, um monturo de desinformação deliberada, manipulações semânticas grosseiras que apenas revelam uma aposta - sempre audaciosa, mas nem por isso menos certeira - no altíssimo grau de insensibilidade perceptiva, dormência neuronal e ignorância crassa que, infelizmente, vem caracterizando, de longa data, a mente dos tupinicóides, nossos orcs de estimação...
O maior sintoma desse estado de coisas traduz-se pela presença avassaladora dos propagandistas de Joseph Goebbels (aquele simpático senhor nazista, autor da frase: uma mentira dita MIL vezes torna-se verdade"), uma horda de mentirosos profissionais que infestam todos os meios de comunicação com o único intuito de fagocitar a verdade, estuprando-a de todas as maneiras em prol de uma ilusão de poder. No vácuo produzido por tal sanha de desinformatzia, surgem milhões de inocentes úteis que embarcam nessa construção maquiavélica, também conhecida como segunda realidade, com o alvoroço infanto-juvenil dos abduzidos. Totalmente incapazes de pensar por si próprios - posto que nem sabem o significado de "si próprios" -, eles saem repercutindo as mentiras, incrementando-as com… mais mentiras!A coisa se espalha como aquela bolha assassina visguenta de filme de terror B, contaminando tudo ao redor com a pestilência da psicopatia que domina o planeta, uma espécie de Hidra de Lerna cujos cabeças renascem saltitantes por mais que as esmaguemos com um choque de realidade.
Well, está bem, está bem, o que é realidade? Caro leitor, vá à cozinha e queime o dedinho no fogão. Ou, se preferir, dê uma martelada no dito cujo em vez de acertar o prego. Ou, ainda, tente ficar sozinho em silêncio - não confundir com mutismo, ok? -, diante do espelho, olhando no fundo dos próprios olhos (ai, ai,ai…), sem emitir parecer algum sobre tão singela experiência. Eis aí: emudeça, dê um nó nos pensamentos, e a realidade já estará em seu encalço, louca para dialogar. Se der coceira, desejo incontido de voltar atrás, não esmoreça, não vire estátua de sal olhando por cima do ombro com nostalgia do discurso bolorento e vicioso que estrutura o corpo sombrio da segunda realidade. Deixe os bois aparecerem na sua frente para, DEPOIS, dar-lhes o devido nome, deu para entender? Sei, sei... É difícil romper o claustro do próprio umbigo, o vício da preguiça existencial, o medo de encarar, ou seja, "dar de cara com..." o sagrado real.
Ainda na esperança de clarear as coisas para uns pouco bem intencionados, mais uma dica, a mesma de sempre: tratem de digerir bons textos como, por exemplo, Meditações de Quixote (1914) de Ortega y Gasset, um filósofo espanhol que nunca jogou no Barcelona. Ah, não se esqueçam de pesquisar sobre o supradito conceito de segunda realidade, mais uma coisinha útil!
Imagem: o célebre monstrinho mitológico grego, metáfora perfeita da imbecilidade coletiva, levando cacetadas de Hércules!
Marx, o Groucho, em busca dos moinhos-de-vento espanhóis...
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