Thursday, July 29, 2010

O buraco negro do formalismo verbal!













Nada mais óbvio, escandaloso, auto-evidente do que a mais recente declaração do Keiser sobre a atual política brasileira de não-interferência em assuntos dos "outros países", em especial quando esses "outros países" são seus aliados por afinidade ideológica. Esse é mais um caso exemplar, para quem gosta de fazer "análise de discurso", prática tão benquista nos bancos acadêmicos, de formalismo verbal como tropa de choque de manipulação semântica. Trocando em miúdos, frases deslocadas de seus contextos originais, desprovidas, portanto, de conexão com a realidade, servem de sofismas vagabundos, vendendo gato por lebre a fim de confundir os depauperados cérebros de milhões de analfabetos funcionais, que obviamente não sabem a diferença entre uma carcaça sem vida e um corpo repleto de sentido. Sem dúvida, é melhor, por questão de saúde mental, ficar vendo os anúncios das "Óticas do povo, morô???"

O sujeito é tão cretino que não lhe passa pela cabeça que, mesmo que resolvesse fazer "média" com os que pedem sua preciosa "intervenção" em prol de quaisquer desses infelizes submetidos à sanha totalitária, sua fala não seria ouvida nem aqui nem no Irã, pois ninguém de sua própria laia dá a mínima atenção ao seu palavrório de pseudo-estadista, exceto quando lhes é conveniente usá-lo para fins de xadrez internacional.
Tanto faz como tanto fez, não é prezado Keiser? No entanto, o senhor faz questão de manter o pomposo discurso de que apóia debilóides cubanos, venezuelanos et caterva quando o assunto é aprisionar, torturar, mutilar e apedrejar, coisinhas básicas em qualquer ditadura que se preze, sob o pretexto de que não se deve meter o bedelho na gestão interna de governo nenhum, posto que eles têm lá suas leis e ordenamentos jurídicos,  mui respeitáveis e acima de qualquer crítica externa. Por isso, por causa dessa profunda convicção paulina, o senhor vem a público vomitar a ladainha de sempre, dessa vez por conta da sentença de lapidação de mais uma mulher muçulmana na terrinha sacrossanta do cupincha Ahmadinejad:

"Tem que ter cuidado, as pessoas têm leis, têm regras. Se começassem a desobedecer as leis deles para atender os pedidos dos presidentes, daqui a pouco haverá uma avacalhação." (Lula, o sábio…)

Em vista desse vício de pensar, pura calhordice, é importante lembrar que, no caso recente da polêmica sobre a extradição daquele terrorista sentenciado na Itália, Cesare Battisti, a diplomacia tupiniquim desandou a dar palpite nas decisões do judiciário italiano, a começar pelas indignadas declarações do nosso fabuloso causídico Tarsinho Genro, simplesmente porque o bandido reza na cartilha dos nossos maravilhosos governantes - aí, sim, a tal da ingerência "pode"...

O mais NOJENTO é esse estado de loucura e empulhação ser tão cristalino, tão espantoso e ninguém dizer nada - excetuando-se os de sempre, os cada vez mais raros membros da diminuta Sociedade do Anel... -, ninguém sair às ruas em protesto contra tanto descalabro, tanta ambigüidade cínica, tanta onipotência descarada, um festival de afrontas à mais rudimentar inteligência. Depois desse panorama horrendo, se alguém declara que Banânia é uma cloaca, um puteiro, milhares de hienas patriotas riem, riem, riem... 
Não, não se deve temer a avacalhação, caro Keiser, ela já está aí, a pleno vapor, destruindo tudo a seu redor, como um buraco negro.

Imagem: lindo e tenebroso, não?

Marx, o Groucho, procurando um  telescópio...

Tuesday, July 27, 2010

A Hidra de Lerna e a "segunda realidade"...






















A imbecilidade coletiva costuma atingir índices estratosféricos quando é época de eleições em Banânia. Ela fica mais óbvia, mais auto-evidente, mas cheia de si, mais agressiva. É um espoucar de tiros na água, a torto e a direito, um monturo de desinformação deliberada, manipulações semânticas grosseiras que apenas revelam uma aposta - sempre audaciosa, mas nem por isso menos certeira - no altíssimo grau de insensibilidade perceptiva, dormência neuronal e ignorância crassa que, infelizmente, vem caracterizando, de longa data, a mente dos tupinicóides, nossos orcs de estimação...
O maior sintoma desse estado de coisas traduz-se pela presença avassaladora dos propagandistas de Joseph Goebbels (aquele simpático senhor nazista, autor da frase: uma mentira dita MIL vezes torna-se verdade"), uma horda de mentirosos profissionais que infestam todos os meios de comunicação com o único intuito de fagocitar a verdade, estuprando-a de todas as maneiras em prol de uma ilusão de poder. No vácuo produzido por tal sanha de desinformatzia, surgem milhões de inocentes úteis que embarcam nessa  construção maquiavélica, também conhecida como segunda realidade, com o alvoroço infanto-juvenil dos abduzidos. Totalmente incapazes de pensar por si próprios - posto que nem sabem o significado de "si próprios" -, eles saem repercutindo as mentiras, incrementando-as com… mais mentiras!
A coisa se espalha como aquela bolha assassina visguenta de filme de terror B, contaminando tudo ao redor com a pestilência da psicopatia que domina o planeta, uma espécie de Hidra de Lerna cujos cabeças renascem saltitantes por mais que as esmaguemos com um choque de realidade.

Well, está bem, está bem, o que é realidade? Caro leitor, vá à cozinha e queime  o dedinho no fogão. Ou, se preferir, dê uma martelada no dito cujo em vez de acertar o prego. Ou, ainda, tente ficar sozinho em silêncio - não confundir com mutismo, ok? -, diante do espelho, olhando no fundo dos próprios olhos (ai, ai,ai…), sem emitir parecer algum sobre tão singela experiência. Eis aí: emudeça, dê um nó nos pensamentos, e a realidade já estará em seu encalço, louca para dialogar. Se der coceira, desejo incontido de voltar atrás, não esmoreça, não vire estátua de sal olhando por cima do ombro com nostalgia do discurso bolorento e vicioso que estrutura o corpo sombrio da segunda realidade. Deixe os bois aparecerem na sua frente para, DEPOIS, dar-lhes o devido nome, deu para entender? Sei, sei... É difícil romper o claustro do próprio umbigo, o vício da preguiça existencial, o medo de encarar, ou seja, "dar de cara com..." o sagrado real
Ainda na esperança de clarear as coisas para uns pouco bem intencionados, mais uma dica, a mesma de sempre: tratem de digerir bons textos como, por exemplo, Meditações de Quixote (1914) de Ortega y Gasset, um filósofo espanhol que nunca jogou no Barcelona. Ah, não se esqueçam de pesquisar sobre o supradito conceito de segunda realidade, mais uma coisinha útil! 

Imagem: o célebre monstrinho mitológico grego, metáfora perfeita da imbecilidade coletiva, levando cacetadas de Hércules!

Marx, o Groucho, em busca dos moinhos-de-vento espanhóis...

Saturday, July 24, 2010

O pó de ontem e o pó de hoje: nada a ver...

Nas priscas eras dos anos 50-60, havia uma gíria ecoando na boca da minha adolescência - aliás, inesquecível -, que significava  "o que é que há?", variação de  "qual é o babado?", um pouco mais recente. Tratava-se de qual é o pó?,  olhem só que beleza! Imaginem, hoje, o sentido que essa frase tomaria por aí, hein???  Pois é, No tempo em que os bichos falavam - subtítulo de um ótimo programa de rádio, infantil, da década de 50 - ninguém poderia imaginar, mesmo, o que aconteceria de tão catastrófico e irreversível a ponto de transformar um país chamado Brasil em um troço esquisito chamado Banânia... Bem, sem mais delongas nostálgicas, vamos à reprodução, na íntegra, de um texto de Guilherme Fiúza (/colunas.epoca.globo.com/guilhermefiuza/) em homenagem à área semântica, denotativa e conotativa, da caquética expressão acima, repaginada em tempos bem menos inocentes.
O PT e o pó
"O PT está indignado com a acusação de que tem ligações com as Farc e o narcotráfico. A explicação é simples: o partido pensava que aquele pó branco que os companheiros colombianos vendem era açúcar.
O PT não tem nada a ver com a cocaína. Adriano Imperador e Vagner Love também não. Todos eles só gostam de passear ao lado de traficantes armados até os dentes, conversar com eles por telefone, unir forças contra os agentes do mal.
Essa doce revolução do oprimido levou, por acaso, o líder narcoguerrilheiro Raul Reyes a escrever várias cartas a Lula. Todas devidamente recebidas pelo presidente brasileiro, porque trazidas em segurança por parlamentares do PT. Não há notícia de qualquer palavra de Lula de repúdio, crítica ou mesmo desconforto com essa situação.
Ninguém jamais ouviu o presidente brasileiro esclarecer, em alto e bom som: não mantenho e não manterei diálogo com terroristas financiados pelo narcotráfico.
Não. Os companheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia são interlocutores do PT, já até tomaram assento juntos em colóquios formais, à luz do dia. Nessas ocasiões, possivelmente os bravos correligionários de Lula ainda pensavam que cocaína é açúcar.
O mais novo indignado com as acusações de ligação com as Farc é Hugo Chávez. O presidente venezuelano criou mais uma crise internacional para sua coleção, rompendo relações com a Colômbia. Ficou zangado porque disseram que há gente das Farc abrigada na Venezuela.
Deu a louca nos bolivarianos de butique. Tendo a seu lado o grande Diego Armando Maradona – que também não sabe diferenciar açúcar de cocaína –, Chávez protestou contra a afirmação de que há narcoguerrilheiros colombianos instalados em seu território. O que terá ele feito com seus hóspedes das Farc? Terá exportado a turma para algum acampamento seguro do MST?
Não está dando para entender a esquerda sul-americana. No Brasil, depois de anos e anos de flerte com os revolucionários do pó branco, o PT fica chateado com uma frase de Indio da Costa sobre a poética narcótica da relação. Esses amantes são mesmo suscetíveis.
Do jeito que as coisas vão, daqui a pouco o partido de Lula vai dizer que não conhece Dilma Rousseff. Ou que só a conhece socialmente, assim como os fuzis e o açúcar que passarinho não cheira."
Imagem: qual é o pó, ao pé da letra???...
Marx, o Groucho, revisitando fotos do seu curso ginasial...

Tuesday, July 13, 2010

Sobre pérolas e porcos...



Já ouviram falar em não dêem pérolas aos porcos, uma das muitas exortações exemplares de JC? Pois é. Parece que existem pérolas e parece que existem porcos, todos perfeitamente metafóricos, não é mesmo? O que serão os porcos e as misteriosas pérolas? Por que aqueles vivem se esfregando na lama e essas vivem nas profundezas do mar, literalmente no ostracismo? Ora bolas, o sentido é óbvio, mas nestes tempos "mudernos" o entendimento, a interpretação de um texto, por mais simples que seja,  torna-se uma manobra mental tão dolorosa quanto acertar um dedo com o martelo. É um parto, às vezes, uma primorosa diarréia neuronal. Ninguém quer doer assim, ninguém quer se esforçar tanto, pois, afinal, a língua só serve para dizer aquilo que já se sabe, o comezinho, o rotineiro, o diálogo sem viço, sem surpresa, sem horizonte algum à vista, o  repeteco do repeteco, uma espécie de buraco negro que traga sem dó nem piedade qualquer chance de conexão com a realidade, a única fonte de energia vital
A partir desse triste panorama, neca de ar fresco, neca de excitação, neca de paisagens novas. Para isso, há as drogas, o simulacro estupefaciente e sinistro do que poderia ser uma vida autêntica. Vive-se hoje exatamente isto, o "lado negro da força", sem direito a um sabre de luz, a uma katana básica, a uma elegante pena sobre um papel de linho, nele desenhando-se, talvez, a elegância do logos

Um povo que considera relevante, engraçadinho, fofo, o discurso de um presidente energúmeno - segundo Dona Marilena, a "intelequitual" aplaudida de pé nas universidades do Oiapoque ao Chauí, quando Lula abre a boca, o mundo se ilumina! Essa criatura extraordinária, proclamada "filósofa", conseguiu fazer a luz andar em curva ao descrever o mito da caverna de Platão em um de seus livros, sempre amplamente divulgados no meio "loucadêmico"- e cogita eleger sua balbuciante, oligofrênica herdeira, pertence, sem dúvida, à estirpe dos porcos. Não adianta explicar nada a essa gente, não adianta argumentar com eles, não adianta pedir-lhes um pouco de atenção para um diálogo honesto, uma troca justa de palavras com peso e medida. Não adianta. Eles costumam pisotear a verdade. São porcos. Que chafurdem sem pérolas.

Imagem: Chanel, elegantérrima, e suas indefectíveis pérolas.

Marx, o Groucho

Monday, July 12, 2010

Uma mistura de Pelé com National Kid!


Já que estão todos loucos-varridos, vamos homenagear o cacoete verbal - entendem? - de Edson Arantes do Nascimento, o rei da terceira pessoa do singular e ainda, por enquanto, o maior jogador de futebol do planeta. Pelo menos o cara foi realmente bom em alguma coisa...
Aí vai a transcrição do excelso texto da candidata àquele lugar, daquele país, daquele povo que está-se, pouco a pouco, configurando como sub-raça, entendem? É um primor de construção lógica, um espetáculo de estrutura morfossintática, uma coisa de demente precoce ou drogada em último grau, entendem?
Detalhe: o discurso aconteceu em casa de Lili Marinho, entendem?
“Entre os anos 20 e 30, quando a gente teve a Semana de Arte Moderna, o Brasil cumeçô a se pensar como país, depois houve a Revolução de 30, saiu da República Velha, depois, ali no final dos anos 50 e nos anos 60, teve Brasília, a bossa nova, o cinema novo, toda também uma discussão sobre os caminhos do futuro do país, né?, a discussão sobre a identidade. Acho que nós vivemo um momento igual”.

Budilma é uma fábrica de textos impecavelmente medíocres, remelentos, inodoros, insuportavelmente boçais. Fica como consolo, dos que vão votar nesse apocalipse de saias, a hipótese de que os incas venusianos já andaram mesmo por aqui, instalando engenhosos chips que destroem o cérebro de suas vítimas abduzidas, transformando-as em zumbis. Não vemos NENHUMA razão superior a essa para explicar a epidemia de estupidez que se avizinha desta pobre nação em mais um ano de disputa (???) eleitoral. Chamem o National Kid!!
Quem quiser ouvir o restante da fala, na maviosa voz da iluminada candidata, clique aqui: em casa de Lili Marinho. Reparem no "efeito-eco" que ela obtém, rimando ão, ão, ão, cacoete que denota apurado pendor para a poesia! Ao mais, ela contribui horrores para a psicologia básica, ao descobrir que existe uma projeção para dentro, além de uma outra, espantosamente redundante, para fora... Isso só pode ser uma maldição, não é mesmo?
Imagens: 1- National Kid, herói precursor do sushi no Brasil.
               2- os incas venusianos, com orelhas dignas de eleitor brasileiro. Notem o modelito fashion, imaginando a troca do z pelo d, é claro.
Marx, o Groucho, procurando sua fantasia de Batman.

Sunday, July 04, 2010

A Favorita da Marinha e a candidata dos "sem-si-mesmo"...





Ego. O  cara se identifica com o partido, com as idéias - a ideologia, ó pá… - do partido, a cueca do partido, os uivos, os risinhos de pseudo-superioridade e a arrogância do partido. Alguém, num patamar distante da "realidade real", gasta rios de dinheiro público manipulando o psiquismo doentio da população. Por que doentio? Porque esse mesmo alguém, um autoproclamado ente de razão entupido de vazios completamente estéreis, trabalha em surdina dilapidando METODICAMENTE a já fragilizada cultura nacional, solapando o conteúdo dos meios de informação com propinodutos milionários e chantagens de todos os matizes, corroendo os programas escolares por meio das diretrizes deliberadamente estúpidas do MEC, transformando em consenso, em rotina mental, tudo o que há de mais entorpecido, distorcido, irreal  sobre a terra de Banânia, uma verdadeira ode à boçalidade educacional, ao que há de mais baixo, mentiroso, delirante e torpe nesta incubadora de toupeiras. 
Tudo isso encontra-se condensado emblematicamente nas pessoas que ocupam atualmente o poder, as mesmas que trabalham freneticamente para perpetuá-lo por meio de uma figura patética, "a minha, a sua a nossa"  (parafraseando o "slogan" criado pelo radialista César Ladeira, em homenagem à Emilinha Borba, a favoritíssima musa da Marinha, que já morreu e não tem nada a ver com isso, tadinha …) candidata dos sem-si-mesmo,  a fantástica Budilma!
É uma lástima termos de constatar que o potencial de um povo está cada vez mais bloqueado por conta das manobras políticas de criaturas igualmente em péssimo estado psíquico, gente cujo passatempo principal é turbinar o próprio ego - e, por tabela e por fagocitose, o dos outros - a estágios estratosféricos de inflação egóica. O resultado deprimente desse estado de coisas é o aumento em proporção geométrica de um monstro coletivo que só faz se propagar como uma metástase incontrolável, criando todas as condições favoráveis à ruptura com o regime democrático vigente, o óbvio mais previsível desde a queda do Império Romano...
Imagem: Emilinha Borba, às voltas com bananas, no filme "É fogo na roupa", em tempos bem mais inocentes...

Marx, o Groucho