Thursday, November 30, 2006

Privacidade no Orkut...



Esta eu tirei do "No Mínimo"

Privacidade no Orkut já era

A notícia é da Folha de S. Paulo mas está em tudo quanto é canto da web:

Em meio a ações do Ministério Público Federal, que o acusa de sonegar informações sobre criminosos da internet, o Google do Brasil criou uma ferramenta que permite à Polícia Federal vasculhar dados do Orkut e até retirar do ar páginas com “possíveis práticas de crimes” sem a necessidade de determinação judicial.

Segundo a PF e o Google, os policiais do setor de crimes cibernéticos podem navegar pelas comunidades virtuais como “usuários especiais” e ter acesso a dados dos internautas, como o IP (código que identifica o computador, o que pode levar ao responsável por um texto ou por comunidade suspeita).

Pois sem comunicar a seus usuários, o Google deu à Polícia Federal total acesso a tanta informação quanto pode ceder.

Quer dizer: a polícia entra quando quer no Orkut e fuça o que quer de seus usuários sem a necessidade de ordem judicial ou chance de defesa. Cortesia do Google.

Em seguida, segundo a Polícia Federal, o sigilo telemático do usuário é armazenado pela empresa até que a Justiça autorize o uso. A ferramenta foi disponibilizada há três semanas, mas vinha sendo mantida em sigilo. Nem a PF nem a empresa informaram quantas páginas foram ‘embandeiradas’.

Segundo a PF, a ferramenta também é ’salutar’ ao Google porque pode evitar eventuais problemas à empresa ao hospedar comunidades criminosas.
O Google diz que divulgará oficialmente na próxima semana a ferramenta, que deve ser expandida mundialmente.

Há um problema, aí, uma linha fina. Se há crime, a polícia, mediante autorização judicial, pode conseguir acesso a dados particulares de indivíduos capturados de empresas privadas. De uma companhia telefônica, por exemplo. Ou mesmo do Google. É do jogo, coisa necessária para o funcionamento da Justiça.

A Justiça não pode violar, previamente, a privacidade de todos os usuários de um serviço. A Justiça não fez isso. A Polícia Federal não tem poder de ordenar a uma empresa que ceda os dados de todos os seus usuários. Mas a PF não fez isso. O que aconteceu é que a PF recebeu o poder de navegação oferecido de bandeja pelo Google.

Poderia, ao menos, ter oferecido aos seus pobres usuários a chance de pular fora antes. Afinal, às vezes participar de uma comunidade por brincadeira pode custar uma dor de cabeça policial.

Oriane

Passagem atribuída a vários autores finalmente revelada!


Martin Niemöller


Eu sempre quis saber de quem era essa passagem. Reinaldo Azevedo explicou:

“Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram. Já não havia mais ninguém para reclamar.”

Seu autor é o teólogo protestante alemão Martin Niemöller (1892-1984). Ele teve uma trajetória curiosa. Chegou a flertar com o nazismo nos primeiros tempos. Quando, vamos dizer, já havia ficado claro quem era Hitler e o que queria, ainda ambicionou incutir-lhe um tanto de sensatez. Até que percebeu do que se tratava e migrou para a oposição aberta. Foi processado em 1938 e enviado para o campo de concentração de Dachau, onde permanece até o fim da guerra. Correto estava o Niemöller do texto acima, não o que sonhou com as mãos estendidas para o ditador facinoroso.

Oriane - péssima em formatação...

Oh, darling, também não é assim! Prometo revisar tudo! He,he,he!
Marx, o Groucho revisor...

Wednesday, November 29, 2006

O Sonho de Lula é ser a rainha da Inglaterra!



Esta eu tirei do Blog do Diego Casagrande:

DEIXA O HOMEM TRABALHAR?
29.11, 15h08
por Marco Antonio Villa, na Folha

No primeiro ano da Guerra do Peloponeso, Péricles fez um célebre discurso. Recordou aos críticos que "não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação".

O conservadorismo tupiniquim incorporou essa fala antidemocrática - no sentido ateniense. O discurso foi migrando até chegar ao PT. A candidatura Lula assumiu e propalou com ardor o slogan: "Deixa o homem trabalhar". Era uma evidente resposta às críticas da oposição. O discurso conservador -ao estilo espartano, para voltar à Grécia- enfatizava o trabalho árduo do presidente.

Procurei a fonte disponível para checar se o slogan tinha alguma base: a agenda presidencial (pelo site www.presidencia.gov.br). Já tinha realizado essa pesquisa no ano passado e esperava, sinceramente, que o ritmo de trabalho do presidente tivesse entrado nos eixos. Ledo engano. A agenda é confusa, não há lógica no cotidiano presidencial. É difícil até entender o critério dos deslocamentos.

Muitas vezes, em prazo curto, foram realizadas viagens para o mesmo Estado, quando poderia haver só um deslocamento, diminuindo custos e obtendo maior eficiência. Outras vezes, a viagem é para cumprir um desejo do presidente, como se o país estivesse voando -algo especialmente difícil atualmente- em céu de brigadeiro. Um exemplo foi o deslocamento da comitiva presidencial para São Paulo simplesmente para inaugurar o Memorial do Corinthians.

Observando os compromissos de 2006, ficou evidente que o presidente começou a abolir as segundas e as sextas-feiras da agenda ou a ter só um despacho nesses dias. A jornada de trabalho também diminuiu. Em alguns dias, a agenda iniciou às 10h, foi interrompida para o almoço e, às 16h, o expediente foi encerrado.

Lula quase acabou com aquelas reuniões de todo o ministério -foram sete em 2003, cinco no ano seguinte e, em 2005, quatro. Em 2006, fez só um desses encontros, o que foi saudável, mas não considerou relevante a reunião reduzida de ministros quando houvesse um assunto de interface entre os ministérios, revelando descaso por temas administrativos.

Lula insistiu na importância da manutenção de várias secretarias com status de ministério, dada a relevância dos "movimentos sociais". Mas a agenda o desmente. O MST, além de outros "movimentos sociais", não foi recebido nenhuma vez, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, apenas uma. E a ministra Matilde Ribeiro (Políticas de Promoção da Igualdade Racial) teve a atenção presidencial em só um encontro de meia hora no ano todo. Pior sorte teve a Comissão de Ética Pública, vinculada diretamente à Presidência: não foi recebida sequer uma vez. É compreensível...

Já Ricardo Berzoini foi um homem de sorte. Como presidente do PT, esteve no gabinete cinco vezes em apenas seis meses. Curiosamente, quando foi ministro da Previdência Social, se encontrou somente uma vez com o presidente. Donde se deduz que, para Lula, o PT é mais importante que os milhões de aposentados.

Entre os congressistas, o recordista foi Renan Calheiros: seis entrevistas. Que inveja a ministra Nilcéa Freire (Políticas para as Mulheres) deve ter do senador: em dois anos e meio, nunca foi recebida pelo presidente.

Quando teve início a campanha, a agenda, que já era caótica, ficou ainda mais sem sentido. E vazia. Em agosto, em diversos dias, o expediente terminou às 12h30 (como no dia 2); em outros começou, às 11h, 12h ou 12h30 (como nos dias 7, 10, 14, 18 e 28). Em setembro, a situação se agravou. Poucos despachos. E, quando eram realizados, não passaram de atividades eleitorais, como em 21/9, quando recebeu "personalidades do mundo do livro" e assinou o decreto do cão-guia.

Se a situação já era preocupante, entre o primeiro e o segundo turno ficou ainda pior. Do dia 6 até o dia 29/ 10, estão registrados somente 16 compromissos. Nesses 24 dias, Lula teve uma média de 0,6 compromisso/dia.

A eficácia do trabalho é altamente questionável. A 6/10, teve um encontro de meia hora com o presidente eleito do México (única atividade daquele dia); no dia 24, o solitário registro foi a condecoração de Felipe Massa realizada no aeroporto de Congonhas. Ou seja, durante o mês de outubro, o governo ficou acéfalo. A análise da agenda revela que o governo não tem rumo, que as atividades presidenciais são mal planejadas e que o presidente mais parece chefe de estado que chefe de governo. Em um país que está estagnado há um quarto de século, é muito grave.


Oriane

Um pouco de história da arte




Minha amiga injustiçada, aquela perseguida pela chefe feia, é professora de História da Arte. Enquanto os alunos reclamam que a tal chefe-feia-comunista só passa vídeos de meninos de rua e temáticas sociais (gente, isso é no curso de História da Arte!!!)a minha linda amiga é especializada em Renascimento. Ela me deu uma aula bárbara sobre a cronologia da representação de Cristo.
O grupo escultórico que vocês estão vendo é o Laocoonte. Plínio, o velho, escreveu que esta era a mais bela obra de todos os tempos. Michelangelo leu. Quando o Laocoonte foi exumado, Michelangelo acorreu às escavações e reconheceu a descrição de Plínio. Laocoonte era um profeta e percebeu que havia algum problema com o cavalo dado pelos gregos à Tróia. Palas Athena enviou estas serpentes que o arrastaram para o mar. Entretanto, graças ao aviso de Laocoonte, Enéas consegue fugir e de sua fuga nasce Roma. Esse é o mito fundador de Roma e pode ser lido em Virgílio, na Eneida.
Laocoonte representa o auto-sacrifício pelo bem alheio. Sua expressão é de resignação e coragem e será a base para todas as representações de Cristo a partir do esboço que Michelangelo faz de cristo com inspiração em Laocoonte. esta é a segunda imagem que mostramos. Até então o Cristo era mostrado triunfante ou morto, mas jamais sofrendo.
As representações que agora conhecemos de Cristo são todas oriundas desse grupo escultórico fascinante. A partir da exumação da obra e do desenho de Michelangelo, teremos um Cristo vivo e sofredor.
O Cristo de Michelangelo fala de uma das passagens mais enigmáticas das escrituras: Senhor, Senhor, por que me abandonaste?

Precisamos de beleza para combater tanta feiúra...

Oriane

Tuesday, November 28, 2006

Vive la différence!


Essencialmente somos todos iguais, pertencemos à espécie humana, temos uma psique em comum. Esse é o solo, a raiz. A igualdade é jurídica, assim deveria ser. Quanto ao resto, vive la différence! Não estava nos planos divinos pasteurizar a Criação, pelo contrário, é nas diferenças, riquíssimas, extraordinárias, que se expressa esse Ser ao qual se dá, na esfera religiosa, o nome de Deus. É impressionante como essa constatação se opõe diametralmente a uma outra, aquela sobre a qual nos referimos aqui, volta e meia: enquanto a Divindade - de todos os credos, diga-se de passagem - capricha na multiplicidade dos acidentes, preservando a integridade da essência - Aris! Ô, meu velho, você já dizia isso, AC! - os adeptos de Sauron - em todas as suas monótonas, superneuróticas acepções, proclamam aos quatro ventos o INVERSO: eliminam a essência e convertem a individualidade ao caráter de legião, submetendo uma sinfonia inteira a um samba de uma nota só, sob a forma do esfarrapadíssimo "nivelamento" por baixo, à exceção da área administrativa, em que, como já denunciava Orwell, alguns são muito mais iguais do que outros. Na verdade, essa balela toda não passa de uma manobra retórica de proporções gigantescas, pincelada ao longo dos séculos por diversos dementes da mesma estatura espiritual - anã -, com o único intento de controlar de modo amplo, rápido e eficaz as almas que poderiam ser obstáculos à sua chegada ao poder total. Ou seja, historicamente sempre houve uma espécie de mensalão psicológico comprando as consciências confusas. Obviamente a forma menos sutil de dominação é a compra pura e simples, via tutucash, numa cueca ao portador. Entretanto, a moeda que mexe com o ego das pessoas, inflacionando-o, é terrivelmente mais eficaz.
O detalhe sórdido: às vezes é preciso criar artificialmente a "diferença" - ou acentuá-la - para que a berraria pelas igualdades seja realmente percebida, pelos futuros escravos, como um desejo irresistível de rebaixar o nível alheio, posto que ascender requer aplicação, esforço, essas coisas absurdamente irrelevantes. Ora, em Bulshitland, o país da metáfora futebolística oficial,todo mundo fica indignado quando um time ganha no...tapetão! Entenderam ou precisa explicar mais? Pura hipocrisia.
Tá bem, tá bem, verbetinho para posterior auto-ajuda: cota racial é ganhar no tapetão, ganhar vaga de emprego, por ser "pobre", é ganhar no tapetão e por aí vai.
Querem ver o mesmo fenômeno pela ótica da Estética? Dêem uma olhada na arquitetura soviética, implantada, em especial, nos prédios da burocracia vermelha: é uma ode à feiúra, à mesmice, à depressão, à igualdade acidental. Socorro, chamem Bernini!
Todo a conversa enjoativa sobre desigualdade social, mola-mestra da manipulação das massas, oculta justamente a manobra psicológica com a qual se faz uma caricatura grosseira da realidade, no intuito de fortalecer o ego das pessoas, focando-o nas tais onipresentes injustiças da sociedade - essa abstração horrenda e opressora. Trata-se de uma estratégia em duas etapas:
1- Olha, você tem um nariz feio, viu? Todo mundo diz isso! Ok, percebeu a bicanca?
2 - Pois bem, se percebeu, Pitanguy, já!
Não é genial? A propaganda de Saruman, testa-de-ferro de Sauron, é idêntica à do mundo capitalista, aquela, basiquinha: "criar" ego gera consumo. Na esquerdopatia, "criar" ego gera genocídio. A diferença - de novo! - é que, no primeiro caso, você tem escolha; no segundo, não. Dessa vez, chamem os hobbits!

Imagem : Êxtase de Santa Teresa D'Ávila. Bernini, em Roma.

Marx, o Groucho

A burrocracia acadêmica faz sua vítima!


Vocês devem estar lembrados daquele meu post sobre os burocratas da academia. No final eu falava daquela minha amiga linda perseguida pela chefe de departamento feia. Pois bem, ela foi chantageada pela chefe. Isso mesmo, CHANTAGEADA! Agora sabemos porque essas pessoas querem tanto a chefia. É para se locupletar, para usar em benefício próprio. Elas disputavam uma bolsa e a "chefe" disse que se ela não desistisse faria um parecer negativo sobre ela ( estava em estágio probatório). Foi assim, no meio de uma reunião. Todos viram e vai ficar por isso mesmo. Minha doce amiga, que nunca fez mal a uma mosca me ligou arrasada. Foi terrivelmente prejudicada.
Por que os piores sempre se dão bem? Porque são capazes dessas vilanias que, para pessoas educadas, são impensáveis.
Os argumentos então: fulana não precisa, é rica...
Mérito, esforço, tudo isso vai pelo ralo.
Minha amiga era melhor, a chefe sabia que ia "dançar". Usou sua triste arma.
Não preciso dizer que ela é da esquerda. Daquelas convictas.
Para eles, este tipo de coisa é comum. Os fins justificam os meios, sempre. Ela acha que tem mais direito porque é mais pobre e vale tudo para suprir essa diferença.
Outro argumento "excelente" usado por ela: diz que minha amiga não pode opinar porque não tem produção acadêmica. Por produção leia-se pontuação da Capes. Minha amiga publicou uns 5 artigos. Todos de vinte páginas em revistas da Europa, revistas de prestígio. A tal chefe-bruxa tem milhares, pois ela edita uma revista e cada entrevista que ela faz ela conta como artigo. Cada uma dessas entrevistas valem tanto quanto artigos que são quase teses e que demandam meses de estudo.
O destino de nossa academia está nas mãos de gente assim. Vide Emir Sader...
Que horror!...

Oriane

Monday, November 27, 2006

Put the blame on mame, cantava Gilda...




René Girard, pouco badalado pelos intelectuais tupinicóides - desconhecem-no ou fingem que ele não existe, famosa técnica de assassinato simbólico - é o autor de um excelente estudo sobre a figura arquetípica do bode expiatório. Não, pets (não é bonitinho desse jeito?), não se trata de cruzamento de cabra com telescópio! É uma formidável História - assim, com maiúscula - sobre o problema da culpa humana. Em quem jogá-la?
O maior bode da humanidade foi o Cristo, exatamente o ser sem-culpa. Todos os outros têm telhado de vidro, aqui e ali. O processo é inconsciente, é óbvio, posto que a consciência elimina todas as sombras e tropeços. Assim, não há ninguém que não projete no outro suas próprias culpas. Qual é a graça disso? Simples, o outro apanha no lugar do culpado, que se sente aliviado, por tabela, mas... incólume! Ideologias enraizadas no totalitarismo facilitam in extremis a irrupção desses ataques de projeção coletiva, quase sempre teleguiados por um líder tipicamente rodrigueano, ou seja, um canalha. Os nazistas culpavam judeus e cia, os comunistas culpavam a tudo e a todos (leiam o Arquipélago Gulag) sob o rótulo genérico de anti-revolucionários.
Hoje em dia os esquerdopatas culpam, igualmente, qualquer um que não reze pela sua cartilha, embora o Grande Satã americano lidere, com folga, sua lista negra. A sanha é tanta que professores dessa, digamos, - tá na moda! - raça, brindaram ferozmente à queda das torres gêmeas no EUA, em um departamento de universidade pública. Não há limite para essa gente quando se trata de exorcizar suas taras, usando a pele alheia: o conde Drácula perde longe!
Sugestão ao leitor: da próxima vez que sentir culpa, coma chocolate, pequena, ou passe na tabacaria e compre um charuto, dos bons - mas sem nenhuma maracutaia lulo-castrista, hein?! Ai,ai,ai!

Imagem: Rita Hayworth cantando Put the blame on mame, em Gilda, uma mulher como nunca houve uma outra antes, frase anterior a Lula.

Marx, o Groucho

Mais Constantino



Já que estamos falando em Constantino, este é o "Sonho". Pintado por Piero Della Francesca. Trata-se, na verdade, de uma anunciação. Constantino sonha com um anjo que lhe diz que ele só ganhará a guerra se os seus soldados combaterem com uma cruz pintada.
Mágico...

Oriane

Lindíssimo! A cruz, no sonho, vinha sob a legenda In hoc signo vinces - "sob este signo vencerás"...

Marx, o Groucho

Sunday, November 26, 2006

De Bosch - deboche? Não, Veríssimo, o malicioso!



Minha mãe, se viva, diria: Este é dos meus: pão, pão, queijo, queijo! Refiro-me ao Rodrigo Constantino (boa mistura de Rodrigo de Bivar, o El Cid, e Constantino, o imperador romano que se converteu ao Cristianismo), que analisa a malícia - burra - de Veríssimo, a respeito da morte de Milton Friedman, falando de céu e inferno:

" (...) Ora, vamos chamar boi de boi, não de jacaré. Os que repetem que o comunismo nunca existiu ignoram que ele jamais existirá, pois não passa de uma utopia idiota, impossível na prática – ainda bem, já que homens não são formigas. Mas é a tentativa de chegar lá, os meios usados para tal fim, que levam inexoravelmente ao terror, escravidão, miséria e genocídio. Por isso, inclusive, que socialistas detestam debater meios, tentando monopolizar os nobres fins. Tentar associar o comunismo soviético a algo perto de capitalismo é, portanto, falta de caráter ou de inteligência."

O trecho que põe o dedo na manipulação discursiva, sintoma da Língua de Pau, é este: " (...) Crentes fanáticos são justamente os socialistas, que fogem de um debate focado apenas em argumentos lógicos, apelando constantemente para a retórica, inúmeras falácias conhecidas, sensacionalismo barato e emoções instintivas."

Viram só? A questão inexorável, o campo da verdadeira batalha, está e sempre esteve lá, na "inculta e bela", sempiterna esfinge lingüística: é preciso, pois, estudá-la, apascentá-la, decifrá-la. Debater é preciso, caso contrário, kaput!

Texto do Constantino, na íntegra, aqui.
Imagem: mais Bosch, 1510 - Paradise and Hell, detalhe do quadro Garden of Earthly Delights .
Para os interessados em Bosch, visitar aqui.

Marx , o Groucho

Belelecas!


Aquela história de "não-discurso", no post anterior, fundiu a cuca, já meio beleleca - extraordinária invenção da minha avó, cujo significado é ruim dos neurônios -, de alguns petistas de plantão. Um deles veio argumentar comigo sobre o tênue, discutível e (HIRC!) "relativo" conceito de realidade e, em conseqüência, de discurso. Para a turma da Chauí (vide o famoso livro adotado em 12 entre 10 "dificuldades" brasileiras, Convite à Filosofia.), tudo é discurso, o ser é um pântano verbal, no qual alguns infelizes afundam, necessariamente, enquanto outros, os vivaldinos, nadam do jeito que lhes dá na telha. Não há norte, bússola, normas, paradigmas estáveis para essa cambada de psicopatas. Um dia, bocejando, um deles ouviu falar que "tudo flui" (Panta rei), adorou a idéia e esquizofrenizou de vez: Oba, se tudo é e não é, tudo é...relativo! Entenderam? Leitura filosófica fajuta dá nisto, um desastre que descamba, fatalmente, para a famosa moral petralha, também conhecida, desde tempos imemoriais, como Deus para mim, Diabo para os outros; na versão moderna, o bônus do Estado para mim, o ônus dos impostos para os outros. A propósito, há um post do Reinaldo, hoje, falando sobre a proposta de Lula para a reforma do PT em seu segundo mandato: que sejam MAIS INTELIGENTES! QUE FAÇAM "MENAS" TRAPALHADAS! Tradução óbvia: não deixem pistas das próximas vezes, suas bestas! Em suma: o problema semântico persiste, por conta do tal relativismo esquerdopata. "Inteligência" é esperteza, "moral" é o que lhes convém, "liberdade" é controle de tudo, "moral" é a ética politicamente correta, "Deus" é o Partido etc. A principal característica dessa gente é um surdo, malévolo, empedernido, revoltado, invejoso, sombrio orgulho. Ego. Aquele, o da queda arquetípica. Repito: não querem servir. Resta-lhes ser escravos. Viva Sauron!

Imagem: genial quadro de Hieronimus Bosch, 1490, Holland - Removing the Stone of Madness.

Marx, o Groucho

Saturday, November 25, 2006

Tudo sobre "preconceito", para petralhas: a luta continua!





Na semana da consciência negra (já viram expressão mais cretina? No tempo da minha bisavó, quem tinha consciência negra estava mal, muito mal, na fita: era, em geral, algum pulha com um tenebroso passivo de falcatruas nas costas.), surgiu, é claro aquela lenga-lenga de preconceito a torto e a direito - vide a declaração do Cabralzinho, aqui transcrita, citando o "grande intelectual Astrogildo", que forjou a máxima todo racista é um fdp, uma frase sofisticadíssima que até a nossa musa, Chauí, assinaria embaixo. Pois bem, aqui vai mais uma dica para petralhas politicamente corretos. Sabem MESMO o que é preconceito?
Preconceito é um enunciado fora de contexto. PRONTO! Agora, se virem! Vão procurar o que significa enunciado e contexto. Depois, tentem fazer a ligação (mais chique: nexo!). É, sem dúvida, um exercício e tanto, mas fazer o quê? Faz parte do nosso curso para patralhas bem-intencionados. Para os outros, passem amanhã!
Uma pista útil: contexto tem a ver com...realidade - pasmem! É penoso, mas vocês têm de ralar os neurônios. Vide sader, que chegou aonde chegou, cum laudem!
Exemplo-bônus: se você chamar um ladrão de... ladrão, não é preconceito porque ele é mesmo um larápio. Se o cara se sentir ofendido, trata-se de um caso de psicose, já que, estranhamente, ele não sabe quem é...
Fechando o raciocínio: se você impede um negro de entrar pela porta principal do seu prédio alegando sua negritude, isso é preconceito porque uma coisa não tem nada a ver com a outra . Todavia, se você impede um ladrão da vizinhança de entrar no seu prédio, isso não é preconceito pois há lógica no processo. Conclusão: preconceito é um conceito sem lógica, que, por sua vez, é o encadeamento entre o discurso e o não-discurso, inadequadamente chamado de "realidade" - afinal, se o discurso faz parte do real - como uma serpente comendo o próprio rabo -, é um contrasenso colocá-lo em oposição à categoria em que ele mesmo se encontra.
Chega, por hoje. Heráclito, Aris, darling, meus sais!!!

Marx, o Groucho

Friday, November 24, 2006

Hilário!

Colocamos um link novo para um blog hilário. É importante ler não apenas os posts, mas também os comentários.
Mais uma dica da Clau.

Uma pequena amostra:
Tomando como premissa a conclusão aqui apresentada, podemos desenvolver ainda mais e provar a realidade da dialética (pra quem não sabe, dialética é a parte da lógica que prova que as coisas são e não são ao mesmo tempo, dependendo do referencial em questão – que pode ser o mesmo ou não, dependendo da vontade do doutrinador).

Veja bem (não, não veja, repare, note, mas a veja é manipuladora e imperialista): se para ser livre é preciso não ser livre, a síntese da perfeição quanto à vontade é a não-liberdade livre, uma mistura perfeita de ambos.

Por analogia, a alegria perfeita é uma síntese entre alegria e tristeza, e a vida perfeita é a síntese entre vida e morte. Talvez apenas algumas mentes mais preparadas para viver sob o regime comunista consigam notar a possibilidade de isso tudo acontecer, mas é impossível explicar para pessoas de pensamento planificado e linear a complexidade de um pensamento como esse.

Para isso é preciso entender que no mundo há várias cores e, de cada cor, vários tons. Não há só “afrodescendente” e “ariano”; há ameríndio, índio, asiático e esquimó (e outros, cujos nomes não me lembro, mas que são igualmente importantes).

Então é chegada a hora de explicar o motivo deste artigo que escrevo. Além de clarear a mente da população com explicações simples – motivo principal e mais contundente – , há também o motivo derivado, que é avisá-los da inclusão em breve de mais um membro neste jornal: o camarada Correspondente Ateu em Cuba. Ele escreverá aqui alguns fatos sobre o governo mais esquerdista do mundo, o de Cuba, que, por sinal, é centrista (eu diria que é de centro-direita, mas não sou tão radical).


Este é um dos comentários:

Rafael MSM, sou extudante de letras na uerj, cara. Tu sabe que a lingua é denâmica e não ex-ziste serto ou errado?? O serto é o que agente emtende! Meu professor mesmo me falou!
Companhero, deixa essas frescura pra lá e vamos se consentrar onde importa: NA DESTRUISSÃO DO CAPITAL!!!!!!!!!

CONTO COM TIGO!!!


Leiam a íntegra (e divirtam-se) em: Opinião Popular

Oriane

"Democratisar", com s, é a expressão mais completa da nossa esquerda!



sader (sempre com minúscula), nosso grande intelectual, está fazendo uma enquete sobre a democratização da imprensa.
Vejam a pérola abaixo, postada por um dos democráticos opinantes:

Desconcentrar é a Solução.
A maior parte dos veículos de nossa mídia (principalmente os maiores) nasceram na época da ditadura militar. Nessa época havia uma necessidade do governo de controlar a população e a mídia da época se prestou muito bem para isso. O tempo passou, o país se democratisou, mas, a mídia não perdeu suas características e, no caso principalmente da mídia televisiva, continua servindo para vender produtos e, disfarçadamente sob a forma de entretenimento, deseducar a população.
A solução para isso seria desconcentrar o opoder desses veículos de mídia abrindo novas possibilidades de veículos e incentivando as TVs públicas para que invistam em educação e se tornem linha auxiliar das escolas.
Com isso, em poucos anos, teremos um povo mais educado e, consequentemente, um país melhor.


E o democratisou com s?
Não é uma delícia? É cheio de pérolas assim, vale a pena ver...
depois dessa, temos outras: existem alguns posts discordando dessa idéia da democratização. Comentário de um democrata que opina lá:


É impressionante como alguns comentaristas aí abaixo são estúpidos (felizmente só dois ou três, claramente de direita). Ninguém está propondo restrições à imprensa existente, por mais tendenciosa que seja, mas sim abertura para outras tendências, hoje excluídas por representarem interesses populares, contrários aos da classe dominante. Sim, restrições legais devem existir, e existem e devem ser ampliadas, como o direito de resposta política e pessoal. Rádios comunitárias são ótimas, mas não são uma solução por problemas técnicos (baixa potência, dada sua pulverização). Repito aqui: a solução passa pelas Rádios Partidárias. Uma rádio para cada partido, sem o limite de potência que é necessário para as comunitárias. Com o avanço tecnológico (TV digital) é possível que se possa propor até uma TV para cada partido. Vamos pensar sobre isso?

Como eu me divirto lendo aquilo...
Se quiserem se divertir também, é só clicar aqui
Essa gente é bizarra!

Oriane

Thursday, November 23, 2006

Delenda Banânia: é pau , é pedra, é o fim da picada!


Pois é. E o povão babando pelas comissuras labiais, o sorvete escorrendo da testa e a fala patriótica balbuciando o mantra democrático: eu vou votar, eu vou votar!... Exercer o direito do voto obrigatório (o velho Aris teria tido um ataque de pelanca diante desse enunciado cretino...) dá nisso: farsa dantesca, uma coisa nojenta que só pode acontecer em Bullshitland - copyright by Clau!
De um país de onde, há décadas, não se espera que saia coisa alguma, é exatamente daí mesmo que não sai nada.

"A grande farsa
Heitor De Paola, em 22 de novembro de 2006
Ausentei-me do país logo após a pantomima burlesca que chamam de ‘eleição presidencial’ por isto talvez este artigo esteja um pouco atrasado. Não obstante, em minha viagem ao Uruguai e à Argentina colhi alguns dados que o tornam atual.
Desde o início da campanha eleitoral denunciei que tudo não passava de mais uma marmelada cujo resultado estava resolvido a priori pois não houve, em nenhum momento, candidato de oposição. Até o fim defendi que Geraldo Alckmin não tinha a mínima pretensão de ganhar as eleições devido a acordos firmados desde 1993 entre FHC e Lula, em Princeton – leia-se entre o Diálogo Interamericano e o Foro de São Paulo -, tal como denunciado pelo Dr. Graça Wagner em artigo aqui publicado, acordo renovado em 2006 em almoço no Waldorf Astoria.
Perdi no mínimo um amigo e agastei-me com vários outros que acreditavam na dignidade de propósitos do Sr. Alckmin. Minha defesa intransigente da existência dos referidos acordos foi tida como rigidez e incapacidade de perceber que Alckmin havia desafiado os caciques do PSDB para se tornar candidato. Balela pura e simples, pois Alckmin foi o escolhido pelos referidos caciques para perder as eleições e sabia disto e o fez conscientemente.
Pediram-me provas e eu disse: assistam aos debates. Todos não passaram de espetáculos bem ensaiados entre um candidato que não saberia responder a nenhuma questão difícil e um almofadinha atônito que não as fez por isto mesmo. Vejo, consternado que, mesmo após a pantomima concretizada, continuam as perguntas: por que Alckmin não falou do Foro de São Paulo e da subordinação de Lula a Chávez, que levou à derrota de Ollanta Humala no Peru e Lopez Obrador no México, ao segundo turno no Equador e à vitória expressiva de Álvaro Uribe na Colômbia? Por que Alckmin não perguntou sobre o aborto, que arrasou Kerry em 2004? Por que Alckmin não defendeu os aspectos positivos da privataria tucana, principalmente o enorme sucesso internacional da Vale do Rio Doce privatizada, quando antes não passava de cabide de empregos – como continuam a ser a Petrossauro, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e outras falcatruas estatais? E o número de pessoas que hoje têm telefones fixos e celulares? Por que Alckmin não perguntou sobre... e sobre... e sobre...? E quanto mais queira! Só há uma resposta já antevista por quem quisesse e pudesse enxergar: porque Alckmin é um covarde. Sabia de tudo sobre tudo isto, mas não estava no script gerado pela farsa do mais farsante de todos os partidos da história do Brasil: o PSDB, comandado pelo farsante-mor, Fernando Henrique Cardoso que nada mais é do que representante dos interesses do Diálogo Interamericano e, indiretamente, do Council on Foreign Relations.
Até hoje não entendi muito bem porque os liberais e conservadores brasileiros tentaram desvincular Alckmin do partido a que pertence. Possivelmente wishful thinking, esquecendo a velha afirmação diz-me com quem andas... Procuravam ressaltar a figura impoluta – que não discuto quanto à sua vida pessoal – como se fosse uma senhora de alta moralidade vivendo num prostíbulo sem nem saber do que fazem suas coleguinhas. Repeteco de Lula: mais um que não sabe de nada, tadinho.
Alguns defenderam a tese – na qual não acredito – que Alckmin era independente e por isto foi agressivo com Lula no primeiro debate e, por isto, recebeu um cala-a-boca do partido. Se fosse verdade, qual seria a atitude digna de um homem que honra as calças que usa? Não seria renunciar à candidatura em pleno segundo turno, denunciando a farsa eleitoral a que estavam submetendo o povo brasileiro? Seria um enorme serviço ao Brasil e ao processo eleitoral. A ser verdadeira esta tese e ter calado a boca, confirma que não passa de mais um farsante.
A burla eleitoral foi apenas o capítulo final da campanha pela reeleição de Lula levada a efeito pelo PSDB desde que este partido recusou-se – e o PFL covardemente aceitou – a pedir o impeachment quando do destampatório de Roberto Jefferson. Tardiamente, Alckmin limitou suas críticas à corrupção – quando o povo já estava farto do assunto e nada mais colava no Presidente ‘traído’ pelos seus pares – e no pífio crescimento do Brasil, como se o povo estivesse minimamente interessado no PIB do Haiti. Seu programa de governo limitou-se a ameaçar ‘vender o Aerolula’, uma idiotice, pois trata-se de um avião que não pertence ao Lula mas à Presidência da República, cuja compra foi absolutamente necessária. Neste particular mentiu descaradamente ou foi enganado pelos seus assessores, ao dizer que o Primeiro Ministro inglês e o Presidente francês não possuem avião destinado à sua locomoção. A presidência da França possui não um, mas dois: um igual ao brasileiro, um Airbus A319 e o outro maior ainda, um A310 (já retirado do mercado e substituído pelo A330). Já Tony Blair tem uma frota de aviões British Aerospace BAE146 à sua disposição no Squadron 32, exclusivo para transporte VIP. Isto sem falar que o destemido Alckmin se ‘esqueceu’ de que no regime presidencialista o Presidente é ao mesmo tempo Chefe de Estado e Chefe de Governo, senão teria se informado de que a rainha da Inglaterra tem à sua disposição, a qualquer hora, além do Squadron 32, todas as aeronaves da British Airways recondicionadas para os padrões de luxo a que os aristocratas se acham merecedores, tudo às custas dos idiotas commons, além do salário de mais de £ 1,000.000 que recebe a família real. Acrescente-se a estes os Boeing 757 dos Presidentes do México e da Argentina e muitos outros. É só consultar o site www.airliners.net.
Em conversa com amigos em Buenos Aires, discutíamos as ‘elites’ políticas argentina, brasileira e uruguaia e mostraram-me a diferença radical entre a última e as nossas. Na Argentina, como no Brasil, só temos farsa. Raúl Alfonsín e sua Unión Cívica Radical (UCR) equivale aos nossos PSDB e PFL, partidos puramente oportunistas. Já no
Uruguai, a classe política é bem mais preparada e séria. Estive em Montevidéu durante a Cumbre Ibero-Americana e vi a atuação destacada dos mais ilustres líderes oposicionistas: os Ex-presidentes Luis Alberto Lacalle e Julio Maria Sanguinetti – respectivamente do Partido Blanco, liberal, e Colorado, Social Democrata. Ambos tiveram papel tão destacado que apareciam mais na televisão do que o Presidente atual, Tabaré Vázquez.
(...)
Embora Tabaré Vázquez esteja incluído no acordo do Foro de São Paulo, ele conta com uma oposição séria sem a qual não governará o País, diferentemente de Lula e Kirchner que têm apenas falsos oposicionistas como Serra, FHC e Alckmin, por aqui, e Afonsín por lá.
E já se vê por aí os farsantes para 2010: Aécio Neves e o burlesco ex-comunista, ex-direitista, ex ou futuro qualquer coisa que lhe sirva na ocasião, César Maia, o pior Prefeito do Rio desde Saturnino Braga, que faliu a Prefeitura.

Marx, o Groucho

Grande irmão




Mais uma do Reinaldo Azevedo.
Coloquei só algumas partes, leiam a íntegra aqui.

Somos mais governados pelo PT que não vemos do que por aquele que vemos. Quantos são os Velosos incrustados nas estatais, nos bancos públicos, nos fundos de pensão? Sabem qual era o salário do homem como diretor do Banco do Brasil? R$ 17 mil — o dobro do que ganha oficialmente o presidente da República. Estava afastado da empresa para servir à campanha de Lula. E continuava a receber salário? Continuava, sim. Tinha direito àquelas licenças ou sei lá o quê — tudo muito típico de empresas públicas. O fato é: fazia campanha eleitoral, mas estava na folha de pagamento do Banco do Brasil. O que leva um diretor de banco a se envolver com bandidos?, espantou-se o senador Jefferson Peres (PDT-AM). Ele não sabia bem. Sentia-se imbuído de uma espécie de missão...
...O fato é, leitor, que, neste exato momento, há um petista de olho em você. Quando se afirma que eles aparelham o Estado, não é apenas porque isso lhes vai garantir uma boa vida, poder etc. É bem mais do que isso. Significa, acima de tudo, ter informação privilegiada e poder usá-la em favor da causa. Não foi assim com Antonio Palocci? Ele pediu dados da conta de Francenildo, e o então presidente da Caixa, o também petista Jorge Mattoso — depois demitido — deu. Mas aqui ainda se fala de nomes que acabam ascendendo na “rede”...
...Há dias observei aqui o quão enjoada achava essa conversa de PMDB e divisão de Ministérios. Isso tudo é conversa para jornalista dormir. O lucro da Petrobras, em nove meses, é o dobro do que o Brasil tem para investir em um ano. A mina de ouro está nas diretorias e nos milhares de cargos das estatais. É aí que está alojado o PT. É por isso que eles lamentam tanto as privatizações do governo FHC. Imaginem se essa gente tivesse, por exemplo, a Telebrás nas mãos: 27 presidências regionais mais os milhares de cargos de confiança. Mais a Vale, a CSN, a Embraer...

Oriane

Wednesday, November 22, 2006

Cabralzinho, Zumbizinho e a tara pelo genocídio


Não tem mais jeito, a tal "idade das trevas" chegou mesmo, bem depois da inocente Idade Média (Leiam Luz sobre a Idade Média, de Régine Pernoud, um texto esclarecedor.). Cabralzinho, ingrato herdeiro de garotinho, soltou esta pérola, a respeito de uma frase de Astrogildo Pereira, em dia de Zumbi - todo dia, aqui, é dia de Zumbi... - "Há uma verdade no mundo. Todo racista é um FDP. A frase é de Astrogildo Pereira, grande intelectual, fundador do Partido Comunista Brasileiro em 1922." (fonte: O Globo, em 22/11/06)
Arregaçando as mangas do raciocínio, do trecho supra deduz-se que:
1- há algum vínculo misterioso entre a "grande intelectualidade" e defensores do comunismo.Já disse e repito, só tipos do calibre de Hugo Chaves, que censura Papai Noel, crê em comunista intelectual.
2- por incrível que pareça, a turminha de esquerda admite, de repente, não mais que de repente, que existem ... verdades! As deles, claro, inusitados paradoxos, oscilando loucamente na dúvida cruel: entre o relativo e o absoluto, mon coeur balance.
3- esquerdopata taxa os outros, a torto e a direito, de FDP, denotando um traço de caráter acadêmico-simiesco, bem ao gosto da tal colega de Oriane. O estilo é o homem.
4- Cabralzinho é um ícone, mais um, dos nossos políticos infectados pela Língua de Pau. Daí à homenagem a Zumbi, é um pulo...
5- E finalmente, Astrogildo, quem? Parodiemos, então, esse grande intelectual: todo comunista é um FDP. Tá bom assim? Ou é um imbecil, única alternativa no horizonte conceitual. Tertium non datur. Homeopatia neles!

Sinceramente? Língua de Pau combina com Cara de Pau, não é? O caso é grave: como alguém que faz a apologia de genocídios pode ser apontado como "intelectual"? Sob que justificativa moral? Diria, com certeza, Jung: psicose coletiva...

Marx, o Groucho

Nelson Rodrigues e a Língua de Pau, há décadas!


Não era um gênio? Gênios profetizam. Usam a lógica, a verdadeira, aquela ligada MESMO à realidade, seu único fundamento.

“Com as técnicas modernas de promoção, o homem cada vez pensa menos. É o jornal, é o rádio, é a televisão, é o anúncio, é o partido que pensa por nós. Nós ‘achamos’ o que os outros ‘acham’. A opinião deixou de ser um ato pessoal, uma posição solitária, um gesto de orgulho e desafio. Há sujeitos que nascem, envelhecem e morrem sem ter jamais ousado um raciocínio próprio. Há toda uma massa de frases feitas, sentimentos feitos, de ódios feitos.

Sem palavras.
Marx, o Groucho

Para espantar as caras feias: My fair lady!



Marx, o Groucho

Ídolos de pés de...shit!


Texto do Cristaldo, sobre os monstrinhos do século passado. Em negrito, nossos comentários.

"Com a nonchalance de um deus
Janer Cristaldo - 21 de novembro de 2006

Há mais de vinte anos não leio ficções. Já fui devoto do gênero e traduzi uma boa dezena delas ao brasileiro.. Acabei cansando. O autor faz das tripas coração para criar um universo imaginário. Como este universo é de mentirinha, ele não está limitado pelas contingências da realidade. No entanto, a realidade acaba superando de longe todas as ficções.
Qual ficcionista conseguiria criar personagens como Hitler, Mao, Stalin, Pol Pot? Nenhum. Na hora de matar, embora possa matar e permanecer impune, o autor de ficções é tímido. Verdade que o Hagiógrafo conseguiu criar um que matou todos menos um. Mas não é todos os dias que se es-creve uma ficção como a Bíblia. Quem mata um é assassino, quem mata milhões é conquistador, quem mata todos é Deus – escreveu o biólogo Jean Rostand. No século passado, assistimos a conquistadores que mataram com a nonchalance de um Deus.
Quem mata assim, a granel, sem dúvida, é psicopata, um doido que pensa ser... Deus. A questão aqui é a seguinte: quem não acredita em Deus, não pode “responsabilizá-lo” por mortes; mas, se acredita, percebe que Ele é o doador da vida e, por conseguinte, o único que pode tomá-la. Tudo mais, fora desse contexto, é crime. Simples como a famosa frase em texto de Dostoiewsky: Se Deus não existe, tudo é permitido (in: Irmãos Karamazov, pela boca de Ivan).

Costumamos empurrar a barbárie para épocas remotas da História. No entanto, o século em que mais se massacrou em todos os tempos foi o passado, este no qual todos nascemos. Outra carac-terística do XX, é que estes grandes assassinos foram cultuados como heróis, modelos de virtude e mesmo como deuses. Quando surgiram as notícias da morte de Stalin, não poucos comunistas não acreditaram. Um deus não pode morrer.
Bom, no Brasil temos uma lista respeitável de “projetos de genocida”. Todos pagos pelo Erário.

Se você nada conhece de Josiph Vissarionovitch Djugatchivili, nada entendeu da história recente. Este senhor, conhecido também por Koba ou Stalin, "o de aço", matou mais que Hitler e só não conseguiu matar mais que Mao. Ostenta em seu currículo a modesta cifra de 20 milhões de cadáveres. Houve época em que não era fácil encontrar uma biografia de Stalin no Brasil. A primeira biografia importante, a de Boris Souvarine, escrita originalmente em francês e editada em Paris em 1939, jamais chegou até nós. Consta ter existido uma tradução em russo, editada em único exemplar, para uso exclusivo de Stalin. Ignora-se o destino do tradutor.
Dá um pulinho na Sibéria e cava fundo na neve...

Outra importante biografia, a de Adam B. Ulam, em dois volumes e editada pela primeira vez nos Estados Unidos em 1973, tampouco chegou até nós. Tive acesso a elas porque vivia em Paris. Neste ano, tivemos nas livrarias brasileiras pelo menos três biografias do ditador georgiano, a do britânico Simon Seb.g Montefiore e a dos irmãos russos Roy e Zhores Medvedev e a de Isaac Deutscher.
Estão surgindo no Brasil biografias das mais completas destes grandes assassinos.
Isso prova, então, que a turma não lê mesmo e tem raiva de quem se informa: continuam adorando seus ídolos de pés de shit.

Ainda há pouco, li uma outra de Stalin, assinada por Simon Sebag Montefiore, intitulada Stalin, A Corte do Czar Vermelho [*], 860 páginas. Editada originalmente em 2003, esta biografia é trabalho invejável de um jovem pesquisador (o autor nasceu em 1965), que narra o dia-a-dia, cada frase, cada gesto de Stalin. Montefiore parece ser um observador onisciente e onipresente. O livro é lido com o sabor de um romance. Com um detalhe: os horrores nele narrados - com fria objetividade - nada têm de fictícios. É leitura que recomendo vivamente, particularmente aos jovens, em especial àqueles que nunca ouviram falar de Stalin. Se você quiser entender o século passado, leia o livro de Montefiore. Voltarei ao assunto.
Mal larguei Stalin, foi lançado Mao, a História Desconhecida, 960 páginas, de Jung Chang e Jon Halliday. Estas duas obras, ambas lançadas pela Companhia das Letras, preenchem uma lacuna enorme no estudo dos tiranos do século passado. Decididamente, nenhuma mente seria capaz de conceber ficcionalmente a trajetória destes monstros que foram cultuados como deuses.
Em Mao, a História Desconhecida[*], vemos Stalin amplamente superado por seu discípulo chinês, Mao Tse Tung. O nome duplo 'Tse Tung' significa brilhar sobre o Leste. De início vemos uma dife-rença básica entre ambos. Se Stalin passou a matar uma vez instalado no poder, matar foi o método empregado por Mao para chegar ao poder. Nesta biografia, é interessante ver Mao lutando contra Chiang Kai-Shek, Stalin apoiando Mao e Chiang Kai-Shek ao mesmo tempo, os Estados Unidos apoiando Mao, e Chiang Kai-Shek permitindo a progressão da Longa Marcha, marcha tão exitosa que começou com 80 mil homens e acabou com dez mil.
O Livro Negro do Comunismo[*] debita a Mao 65 milhões de cadáveres em tempos de paz. Jung Chang fala em 70 milhões. 65 ou 70, não se tem notícia na História de homem que, sozinho, tenha matado tanto. Entre 58 e 61, no Grande Salto para a Frente, 28 milhões de chineses morreram de fome. Segundo a autora, foi a maior epidemia de fome do século XX – e de toda história registrada da humanidade. A China produzia carne e grãos, mas Mao exportava estes produtos para a União Soviética, em troca de armas e tecnologia nuclear. Segundo o homem que brilhava sobre o Leste, as pessoas 'não estavam sem comida o ano todo – apenas seis ou quatro meses'.
Para Mao, morrer fazia parte da vida. É preciso que as pessoas partam para dar lugar às que chegam. Claro que jamais lhe ocorreu perguntar se alguma pessoa aceita partir antes do devido tempo. 'Vamos considerar quantas pessoas morreriam se irrompesse uma guerra – diz Mao –. Há 2,7 bilhões de pessoas no mundo. Um terço poderia se perder; ou um pouco mais, poderia ser a metade. Eu digo que, levando em conta a situação extrema, metade morre, metade fica viva, mas o imperialismo seria arrasado e o mundo inteiro se tornaria socialista'.
Gente, o cara era um gênio da raça! Talvez nem o Marques de Sade assinasse isso. O estado mental dos chineses devia ser absolutamente deplorável, para aplaudir isso. Bem, por aqui, sintomaticamente, já estão aplaudindo o Kaiser. Esse eterno retorno é o sintoma da inconsciência coletiva da legião.

A partir de 1953, foi imposto o confisco em todo o país, a fim de extrair mais alimentos para financiar o Programa de Superpotência. A estratégia era simples: deixar para a população apenas o suficiente para que permanecesse viva e tomar todo o resto. Segundo Chang, Mao via vantagem práticas nas mortes em massa. 'As mortes trazem benefícios' disse em 1958. 'Elas podem fertilizar o solo'. Os camponeses receberam ordens para plantar sobre os túmulos. Usar luto foi proibido e até mesmo derramar lágrimas, pois segundo Mao a morte deveria ser celebrada.
Depois disso, pessoas sabidamente esclarecidas(???) dão aquela risadinha imbecil achando um despautério dizer-se por aí que comunista comia criancinha.

O homem que brilha sobre o Leste não se contentou em matar e torturar. Procurou também humi-lhar a inteligência. Em 1966, durante o Grande Expurgo, fez arrastar e maltratar professores e funcionários da universidade de Pequim diante da multidão. 'Seus rostos foram pintados de preto e puseram chapéus de burros em suas cabeças. Forçaram-nos a ajoelhar-se, alguns foram es-pancados e as mulheres foram sexualmente molestadas. Episódios semelhantes se repetiram em toda a China, provocando uma cascata de suicídios'.
Os Guardas Vermelhos invadiram casas onde queimaram livros, cortaram pinturas, pisotearam discos e instrumentos musicais – conta-nos Yung Chang – destruindo tudo em geral que tivesse a ver com cultura. Confiscaram objetos valiosos e espancaram seus donos. Ataques sangrentos a residências varreram a China, fato que o Diário do Povo saudou como “simplesmente esplêndido”. Muitos dos que sofreram os ataques foram torturados até a morte em seus lares. Alguns foram levados para câmaras de tortura improvisadas em antigos cinemas, teatros e estádios. Guardas Vermelhos vagando pelas ruas, fogueiras de destruição e gritos das vítimas: esses eram os sons e as cenas das noites do verão de 1966.
Puxa vida, que bela CAUSA. E o nosso longevo Niemeyer, à época, não dizia nada, só batia palminhas de entusiasmo gagá. Bolas, exterminando a oposição, até eu conserto o mundo, he, he, he...

Que um tirano mate, isto nada tem de original. Faz parte de sua estratégia para manter-se no po-der. O que mais me causa espécie em Mao foi um episódio de seu regime que bem demonstra a insanidade de homens que se atribuem poderes absolutos. Sigo ainda o relato de Yung Chang. 'Um dia, Mao teve a brilhante idéia de que uma boa maneira de manter os alimentos seguros era se livrar dos pardais, pois eles comiam grãos. Então designou esses passarinhos como uma das Quatro Pragas que deveriam ser eliminadas, junto com ratos, mosquitos e moscas, e mobilizou toda a população para sacudir paus e vassouras e fazer uma algazarra gigantesca, a fim de as-sustar os pardais e impedi-los de pousar, de tal modo que eles cairiam de fadiga, seriam captura-dos e mortos pelas multidões'.
Vi certa vez um documentário sobre esta insânia. Milhares de chineses perseguiam pardais por ruas, árvores e telhados, buzinando, batendo latas e tambores. Que Mão matasse, até que se en-tende. O mais difícil de entender é ver um líder levando milhões de chineses a matar pássaros... no grito. O problema é que estes pássaros, além de comer grãos, eliminavam muitas pragas, 1e não é preciso dizer que muitas outras aves morreram na farra da matança. Pragas que eram man-tidas sob controle pelos pardais e outros pássaros floresceram, com resultados catastróficos. Os argumentos dos cientistas de que o equilíbrio ecológico seria afetado foram ignorados'.
Resultado da Grande Matança de Pardais: o governo chinês acabou pedindo, em nome do inter-nacionalismo socialista, que os russos enviassem 200 mil pardais do leste da União Soviética as-sim que possível. E durante anos houve quem cultuasse no mundo todo, como salvador da humanidade, este senhor ridículo."
Francamente! E ainda tem gente com coragem de fazer piada de português! Meu Stolly-Bolly, please!!!

Marx, o Groucho

Tá tudo dominado!

Quem leu o Blog do Diego Casagrande hoje deparou-se com uma matéria sobre Marcola.

O
  • artigo
  • é triste na medida que nos mostra o que não queremos saber: está tudo dominado! As favelas tomaram as principais capitais do país e não há mais nada que se possa fazer. Mesmo que nossos governantes quisessem mudar a situação, e eles não querem, ainda assim, talvez não fosse possível. Só alguém como eu, que passou anos querendo morar no Rio e agora só pensa em sair, é que sabe: a cidade está acabada. Sem chances. Muita gente está agora batalhando com o único objetivo de sair daqui o quanto antes. É o meu caso. Vindo da Barra para cá, fica claro que o Rio já não nos pertence. Olhamos aquele morro gigantesco, abandonado por um poder público leniente, que cobra impostos escorchantes e não dá nada em troca, e não há como não ficar em pânico. Nossas lindas encostas já eram. Não podemos andar nas ruas, as cercanias perigosas desestimulam passeios. As áreas das favelas e as áreas próximas são vetadas. Não há poder público, mas um poder paralelo muito mais forte e que nos odeia. Atualmente já não basta assaltar, tem que humilhar, torturar, assustar. A idéia de que todo carioca é refém do medo não é mero chavão. E não podemos nos enganar, nós os odiamos também.
    Enquanto isso é só fazer uma matemática simples: as classes média e alta não têm uma taxa de crescimento muito significativa. Um, dois, no máximo três filhos. Já nas favelas, vemos mães com cinco, dez filhos. O bolsa-familia está aí para estimular a ter mais filhos, uma vez que paga por filho "supostamente" na escola.
    Como isso vai acabar? Onde vai caber esta gente toda?
    Controle de natalidade é uma noção ecológica. Não estou falando em institucionalizar a sacanagem, claro que paralelamente ao controle deve haver uma educação moral, uma conscientização. Mas que esse surto demográfico precisa ser contido, isso é claro. Excesso de gente acaba por desvalorizar a vida. Excesso de gente enfraquece.
    São 580 favelas no Rio de Janeiro. Milhões de pessoas que se multiplicam numa velocidade assustadora. Entrementes, o aquecimento global garante que cidades costeiras vão acabar sofrendo inundações.
    E então? Você já pensou em se mudar? Acho bom pensar...

    Oriane

    Tuesday, November 21, 2006

    Grossuras, finuras e Lacerda, o certeiro.


    Achei fascinante o fato de alguém se declarar "grossa" e "de esquerda", como se a associação fosse natural, deixando claramente a "finura" para os infelizes da "direita". (Só falta chamar a direita de viada! Orgulho e preconceito, orgulho e preconceito!...) Ledo engano. A cabeça da criatura é binária, não chega às filigranas da vida. Lacerda - que Oriane gostaria de ter conhecido, lembram? - que, antes de ser normal, era comunista, exercia uma virulência verbal, articuladíssima, extraordinária, que explodia com o ego dos adversários sem dó em piedade. Eu o conheci pessoalmente, em plena campanha para governador do ex-Estado da Guanabara. Pois bem: ele esculhambava...elegantemente! Quando ele dizia canalha, trovejava e caíam raios! O impacto era muito maior do que se tivesse dito um palavrão banal. Por quê? Porque palavrões banais qualquer um diz, é um tiro n'água. "Canalha", na boca de Lacerda, era um certeiro tiro de canhão.
    Aqui é que entra o problema de pessoas que se identificam à gauche (Chiquerrésimo! Olha o sotaque, olha o sotaque!), ao mesmo tempo em que se rotulam orgulhosamente de "grossas", em tom de desafio: elas sofrem de escassez semântica - Uau! Belo eufemismo!-, só têm meia dúzia de insultos e chavões para torrar a paciência alheia. Prisioneiras da LP, estão numa redoma de estupidez que só pode ser quebrada pelo método zen-luso: tacape na cabeça: iluminação já!!! Afinal, as grandes conversões da História (se bem que em circunstâncias bem mais nobres...) se deram assim: fatos drásticos, porradas existenciais terríveis, como mutilações, cegueira, perda de entes queridos, sofrimento pra chuchu.
    Para aumentar o vocabulário: conversão é mais "in" se você diz metanóia. É passagem de um estado de consciência precária para outro, superior. Portanto, metanóia portuguesa na petralhada!

    Marx, o Groucho

    Perdas e danos: um exorcismo!



    Não, Oriane, você não perdeu, dear! Eles perderam. Aliás, essa história de "perdeu prá cá, perdeu pra lá" acabou virando gíria de marginal. Não adianta você gastar o seu Latim - como dizia a minha vó - com primata. Veja a diferença lingüística: você os entende, eles, não; você está uma escala existencial acima, eles, bem abaixo disso. Por isso há a elite e há a escória. A elite pode entender e interpretar a escória; a escória não tem nenhuma condição de fazer o mesmo. Zelite é a escória deles, cuja característica mais relevante é a intimidade com o poder, o que, logicamente, implica altos ganhos financeiros. Uma cambada desse naipe ficou, durante anos, hipnotizando as pessoas, na mídia e nas faculdades, distorcendo o real significado da palavra, com todas aquelas sinistras intenções que já conhecemos: lavagem cerebral do povão, controle político e, a cereja do bolo, acesso ao... ERÁRIO! Toda a falação da esquerda se resume a este nheco-nheco: pretextos ideologicamenete boçais - embora, do ponto de vista psicológico, muito eficazes... - para chegar "lá", o "lá" deles, não o seu. Significativamente, todas as pessoas, minhas conhecidas, que foram esquerdistas - sob várias siglas - viraram o ovo porque são basicamente honestas. Repito: honestas. São searchers, são bem-intencionadas, são autênticas em suas expressões e não buscam pisotear ninguém - como Prestes, que mandou executar uma colega de embriaguês vermelha, sem "julgamento", por mera suspeita de uma hipotética traição à "causa" (in: Camaradas, de William Wack.) Meteram-se pela esquerdopatia por dezenas de razões, as mais loucas. Curaram-se por obra e graça de sua própria natureza, receptiva ao LOGOS! Aha! Chegamos nele, o LOGOS! Em breve, neste blog!... Segura, Oriane!
    Oriane, da próxima vez, vomite nela. Sabe, "tipo assim" cena do Exorcista, versão cômica! He, he, he... (créditos para a Repossuída, com Linda Blair e Leslie Nielsen) Quem sabe ela se ilumina?

    Marx, o Groucho

    Da barbárie à decadência, sem escalas...


    ( Imagem: Jeremias de Michelangelo, detalhe do teto da Capela Sistina, evoca a melancolia. Ver também: Dürer - "Melancolia" e o Heráclito-Michelangelo de Rafael na "Escola de Atenas")

    Quem gosta de ópera, ou de clássicos, sabe que o conhecimento e o gosto por tal cultura não é instintivo. Para gostar de uma ópera é preciso acostumar-se com ela, conhecer a história e ouvi-la várias vezes. Não é um conhecimento fácil, assim como não é fácil compreender a arte barroca. São saberes difíceis, que exigem concentração, recolhimento profundidade. Não é para qualquer um no sentido de que nem todos buscam, mas é para qualquer um na medida em que todos podem ter.
    Os patrulheiros de plantão diriam que isso é coisa da Zelite. Pode ser, mas não se trata de uma elite financeira, mas sim de pessoas que cultivam a beleza, o recolhimento. As pessoas atualmente só querem o que é fácil, rápido, que não exija recolhimento e silêncio.
    O estudo de tais artes promove um indivíduo capaz de crítica, mas principalmente, capaz de ter senso estético. Alguém que leia Balzac, Wilde, Proust, não é capaz de falar aos berros num restaurante, coçar o saco, enfim, agir como um símio. As letras clássicas são um antidoto contra a grosseria e a vulgaridade.
    Pois bem, vários livros fundamentais para o conhecimento nunca chegaram ao Brasil. Nosso primeiro doutorado em História da Arte tem apenas dois anos, e nasceu de um esforço particular dos professores da UNICAMP.Seria fundamental que houvesse no Brasil uma editora como a Fondo de Cultura do México que tem um maravilhoso catalogo de clássicos. Quase sempre me sirvo desta editora ( principalmente pelos preços acessíveis )para comprar livros de que preciso.Enquanto isso, as cartilhas de segundo grau são todas sobre espoliação, não importa qual a matéria (existe um post antigo meu sobre isso, o susto que tomei ao olhar as cartilhas de segundo grau de história e filosofia - está embaixo do post " consumatus est"), o governo investe fortunas em livros e cartilhas que falam todos a mesma coisa! Letras clássicas e boa educação viraram artigos politicamente incorretos, coisas da Zelite. O certo agora é ler livros fáceis da esquerda, nada de Weber, que é muito difícil ( aliás, nada de Marx, é muito caudaloso - os livros não podem ter muito mais do que 100 páginas-), Proust é coisa de desocupado rico e boa educação, delicadeza, gentileza são valores vilipendiados e associados à Zelite.
    A tal poderosa da minha universidade, que é extremamente grosseira, já me disse várias vezes: eu sou grossa mesmo, sou de esquerda (sic), boa educação é coisa de gente fraca, em cima do muro. Gente riquinha que não deveria estar aqui... nunca consegui discutir com ela, está além da minha capacidade. Da última vez tive um ataque de choro e vomitei. Eu aprendi cedo a jamais gritar ou ser estúpida com os outros. Essas armas eu não tenho. Portanto eu perco, perco sempre.
    Esses são os valores que agora imperam no Brasil. Estamos nos tornando um povo grosseiro, identificado com o que há de pior e vulgar, nivelado por baixo. Esta gente, que fala tanto em construir um país melhor, está transformando nosso povo numa massa de ignorantes incapaz de competir internacionalmente. Quem perde são os poucos intelectuais sérios, que precisam buscar educação e livros fora do país, a peso de ouro.
    Conheci um menino de rua na Argentina, ele citava Borges e conhecia Gardel, tinha orgulho de sua cultura. Os nossos meninos mal sabem falar.
    Nós não devemos nos enganar: nosso povo está se tornando mais grosseiro do que já era. Com isso está se tornando mais animalesco e mais agressivo. O pouco valor que se dá a vida hoje é conseqüência direta da falta de cultura, da falta de cultivo.
    Um povo cultivado é naturalmente mais civilizado e menos agressivo.
    Não sei quem disse isso, mas concordo: o Brasil está passando da barbárie à decadência, sem escalas.
    Oriane

    Monday, November 20, 2006

    Adeus, casal garotinho


    Em termos estéticos e éticos, jamais alguém me repugnou tanto quanto rosinha e garotinho. A simples visão de garotinho, aquela cara untuosa, aquela pança estranha, aquela cara de boçal, aquele discurso evangélico feito de chavões e falsidades, me deixa enojada.
    O Rio de Janeiro sempre teve maus governantes, mas devemos admitir: nessa nós nos superamos.
    Deprimente!

    ps: me recuso a usar letras maiúsculas para falar dessas coisas. Até porque estes nomes dispensam naturalmente as maiúsculas. Que nomes são esses, afinal?

    Oriane

    "Bullshitland" é Ó-T-I-M-O!


    Clau acaba de nos enviar um vocábulo que vai arrepiar os cabelos pseudonacionalistas do Aldo Rebelo: Bullshitland! Podemos usar, podemos usar??? Deixa, deixa, darling!!!

    Marx, o Groucho

    Mais burocracia acadêmica....


    O comentário abaixo foi-me enviado por uma colega acadêmica. Vale a pena olhar, esta discussão é importante.
    A Capes quer mudar os parâmetros e, de novo, usar critérios quantitativos. Agora será adotado o valor 1.5 para parâmetro de Impacto das revistas, ou seja, só valem artigos publicados em revistas com esses parâmetros - número de leitores acima de X-. Agora, suponhamos que a área seja Lógica. Impossível alcançar este parâmetro. Existem um 100 leitores do assunto no Brasil. Filosofia, Química, assuntos mais difíceis, não são lidos. Não há quem leia. O problema está em artigos de má qualidade, em panelinhas, em pessoas que publicam coisas irrelevantes.O problema está no critério de pontuação da Capes!Esta medida reforça as panelinhas e não resolve o problema de pessoas que publicam lixo só para pontuar. As panelinhas serão reforçadas e quem publica lixo vai continuar publicando. O que precisa ser feito é reforçar os conselhos das revistas ou uma análise da qualidade dos artigos publicados. O critério não pode ser quantitativo e deve ser qualitativo.

    Oriane, cara,
    um dos maiores responsáveis por este descalabro ao qual você tão eloqüentemente se refere é o sistema de pontuação do Currículo Lattes, que pontua exlusivamente a quantidade. Artigos de duas páginas em risíveis revistas nacionais valem o mesmo que outros de vinte em revistas internacionais de altíssimo prestígio. Tenho o desprazer de conhecer profissionalmente uma pessoa, também ela chefe de departamento, que costuma computar entrevistas que realiza na revista que ela própria edita como "artigos", em seu Lattes. Tem vários artigos, esta pessoa. E por aí vai.
    Nos concursos públicos para professor, similarmente, um diploma doutoral da Sorbonne vale o mesmo que um da universidade de Sorocaba (ou afins). Naturalmente, hoje em dia a maioria dos acadêmicos prefere realizar o doutorado no Brasil, aproveitando o tempo para costurar a armação do seu concurso, do que viajar para o exterior e fazer um doutorado sério (é como a dança das cadeiras; ausentar-se por quatro anos pode significar não ter onde sentar, quando acabar a música).
    Caríssima Oriane, o panorama intelectual nacional é deprimente.


    Oriane

    Sobrenatural é pouco...



    Ainda na onda da análise junguiana - em notória sincronicidade com o post anterior -, olhem só o que o Pedro Sette Câmara postou no O Indivíduo:

    "Quem preconiza o ceticismo religioso e ao mesmo tempo condena o ceticismo político é, na mais generosa das hipóteses, um idiota.
    Que um homem não creia em Deus ou numa instância transcendente qualquer, até eu entendo. (...)
    Agora, que um homem creia no fundo de seu coração que a burocraciamelhorar o mundo, isso eu nunca consegui entender. Que veja na política a virtude superior que moldará a glória do futuro… É uma estupidez tão formidável que parece sugerir mesmo alguma ação sobrenatural. Não é obra só da mente humana."

    Dá-lhe, Pedro! Jung explica. Shakespeare, também.

    Marx, o Groucho

    Sunday, November 19, 2006

    Jung para petralhas - mandem o Kaiser ler isto!



    Lendo a obra de C.G.Jung, encontramos, invariavelmente, referência à palavra enantriodromia, que significa correr na direção oposta. É um conceito que remonta a Heráclito (atenção petralhas: não é o senador que vive às turras com a adorável Ideli!). Bem assimilado, é a chave da glória, a vacina perfeita contra a intoxicação da Língua de Pau. Sabem aquela situação em que alguém lê não pise a grama, numa tabuleta de jardim, e, ato contínuo, sente o irresistível desejo de fazer exatamente o contrário do que diz o texto? A criatura está sob o domínio da enantiodromia e faz parte do numeroso grupo das pessoas "do contra", aquelas que reagem de forma irrefletida, entregues a impulsos inconscientes. Afinal, refletir é distanciar-se: ninguém consegue se ver direito no espelho sem manter um mínimo de distância.
    Em breve, voltaremos ao tema, em mais um capítulo de nossa campanha converta um petralha neste verão. Por enquanto, curtam esta do Carlinhos, espetacular:

    "Se considerarmos que nem todo homem mora psiquicamente numa concha de caracol, ou seja, que não vive longe dos demais e que seu ser inconsciente se acha ligado a todos os outros homens, então um crime nunca pode ocorrer de maneira isolada como pode parecer à consciência. Ele ocorre num âmbito bem mais vasto.

    A sensação de todo crime provoca o interesse apaixonado pela perseguição e julgamento do criminoso, demonstrando que todo mundo, desde que não seja insensível ou apático, é excitado pelo crime.

    Platão já sabia que a visão do feio provoca o feio na alma. É um fato inegável que o mal alheio rapidamente se transforma em mal, na medida em que acende o mal na própria alma. O assassinato acontece, dessa forma, dentro de cada um e de todos. Seduzidos pela fascinação irresistível do mal, todos nós possibilitamos, em parte, a matança coletiva em nossas mentes e na razão direta de nossa proximidade e percepção.

    A esperança crescente no Estado não é um bom sintoma e significa na verdade que o povo está a caminho de se transformar num rebanho, o qual sempre espera de seus pastores um bom pasto. Logo o cajado do pastor se converte em vara de ferro e ele, o pastor, em lobo. Foi essa a impressão que se teve ao ver toda a Alemanha respirar aliviada diante de um psicopata megalomaníaco que disse: 'Eu assumo a responsabilidade'. Quem ainda tem algum instinto de autopreservação sabe que apenas um impostor pode assumir a responsabilidade pela existência do outro. Quem tudo promete e nada cumpre está em vias de se valer de expedientes escusos para cumprir a promessa feita, ou seja, manter a impostura, abrindo o caminho para uma catástrofe.(...)

    Todos esses sintomas, a completa cegueira acerca do próprio caráter, a admiração auto-erótica de si mesmo, a depreciação e atormentação dos demais (com que desprezo Hitler falava de seu povo!), a projeção da própria sombra, a falsificação mentirosa da realidade, 'o querer impressionar' e se impor, os blefes e imposturas, reúnem-se naquele homem que foi dado clinicamente como histérico mas que um destino curioso transformou durante doze anos no expoente político, moral e religioso da Alemanha. Será isso um mero acaso? "
    (C.G. Jung, in: Aspectos do drama contemporâneo, Vozes)

    Carlinhos é um clássico, percebem? No sentido da genialidade, da nomeação precisa dos arredores psíquicos. Há algo mais atual do que essas palavras? Delenda Banânia...

    Marx, o Groucho

    Rosinha torrou 100 milhões em auto-propaganda!


    Não gosto de chutar cachorro morto, aliás, não gosto dessa expressão, pois quanto mais conheço os humanos mais gosto dos animais. Mas fiquei horrorizada com a notícia de que a porquinha (mulher do suininho, ou seja, rosinha e garotinho - com letra minúscula mesmo -) gastou mais alguns milhões em propaganda no final do governo. As estatísticas são estarrecedoras, ela gastou mais em propaganda do que:

    Habitação
    Urbanismo
    Agricultura
    Cultura - aliás, porque gastar em cultura - evangélico só quer saber de cultura evangélica!

    A situação da UERJ é um descalabro. Só quem freqüenta sabe o que é.
    Enquanto isso, essa coisa torrou 100 milhões da nossa grana para promover feitos que não aconteceram!
    E ninguém fala nada!!!!

    Eu sempre brinquei que, quando descobrisse que estava com uma doença fatal, eu iria à Catedral da Fé, num dia em que o casal-porquinho estivesse lá, e, vestida com bombas, iria levar essa gente toda comigo. Um favor ao país, não acham? O casal mais um bando de gente da Universal.
    Sonhar não custa nada, até porque minha saúde é de ferro...
    Saudades do estado da Guanabara. Se ainda existisse essa gente estaria ainda em seu lugar... Aliás, saudades de Lacerda, que eu nem sequer conheci.

    Oriane

    Saturday, November 18, 2006

    Fernandinho e Gil... o Vicente!


    Sobre os heterônimos pessoanos: o luso ousou e deu nome aos bois de sua alma. Com isso, expandiu simbolicamente seu "eu", sua razão de ser - imaginem o sujeito "blogando"! Há pessoas que se submetem aos nomes; outras, aos bois, o que é raro e mais sábio. Que bagunça conceitual! A escravidão dos rótulos, especialmente quando eles foram absorvidos pela Língua de Pau, é quase invencível por causa da questão do hábito, a tal inércia que já registramos aqui, também conhecida como lei da gravidade máxima. Ninguém consegue ficar sozinho, tem de ter patota ao redor. Ninguém consegue ficar calado, tem de se atordoar com milhões de psicodecibéis. Ninguém sabe quem é, fica esperando que alguém lhe jogue em cima os andrajos do elogio.
    Outro luso, Gil Vicente, menos conhecido do que o Fernandinho do Tejo, escrevia autos, uma modalidade teatral tipicamente medieval, de cunho tanto profano quanto religioso. Dêem uma olhada num deles, Auto da Lusitânia, em que Todo mundo e ninguém, dois personagens, dialogam. É isso aí, a legião é muuuuuuiiiiiito antiga!... É luta que se perde nos tempos, é luta cotidiana, é luta em fio de navalha. É o bom combate.

    Marx, o Groucho

    Tokusan, Jung e o pulo do gato.


    Haja resistência. Quem resiste? O ego, esse usurpador. Tirar do falso centro e redimensionar a consciência é uma tarefa zen. Não o zen tupinicóide, "tipo assim" Mano Caê, mas o zen dos mestres autênticos. Por exemplo, o de Tokusan:

    TOKUZAN ESTAVA ESTUDANDO ZEN COM RYUTAN.
    UMA NOITE, TOKUSAN VEIO A RYUTAN E LHE FEZ MUITAS PERGUNTAS.
    O INSTRUTOR DISSE:
    “JÁ E TARDE DA NOITE. POR QUE NÃO SE RETIRA?”
    TOKUSAN INCLINOU-SE E, AO ABRIR A CORTINA PARA SAIR, OBSERVOU:
    “ESTA MUITO ESCURO LÁ FORA.”
    RIYUTAN OFERECEU-LHE UMA VELA ACESA PARA ENCONTRAR SEU CAMINHO.
    MAS, LOGO QUE TOKUSAN A RECEBEU, RYIUTAN ASSOPROU-A. NESTE MOMENTO, A MENTE DE TOKUSAN ABRIU-SE.

    Problema delicado: abrir mão de uma auto-ilusão, render-se, tornar-se servo, deixar de ser... escravo. Parece complicado, mas não é. Trata-se de silêncio interior, esforço em busca do si-mesmo. Quem sabe, lendo Jung... Talvez o movimento do papa-mosca na parede ou o pulo do gato! O pulo do gato, uma perfeição.
    Na dúvida, vejam Lisa Simpson ensinando Zen ao irmão, Bart.

    Marx, o Groucho

    Os clássicos, sempre!


    Empolguei-me! Tomei o freio nos dentes! Tô com a macaca porque o tema é o máximo: classicismo. De onde saiu? Saiu de um comentário do post sobre Don Camilo e Pepone: realmente, tiramos essa do baú, como poderíamos ter tirado Theda Bara, Caruso ou a deslumbrante Jeanette MacDonald - cantando São Francisco enquanto a cidade californiana treme da cabeça aos pés, por conta do arrasador terremoto de 1906.
    O gosto da coisa em si é que o bom não tem MESMO idade; portanto, é um clássico. Clássicos têm aquele traço de caráter que petralhas detestam: gosto de verdade absoluta, sabor de eternidade. O que é bom não se descarta, não se substitui, ou como gostam de dizer os adeptos das metáforas lulo-fetebolísticas, "em time que está ganhando não de mexe"... He, he, he... Desse jeito, trasformo Lula num "muso inspirador"... Eca! Aliás, se essa turminha-legião cantasse opereta no WC, talvez não fossem tão-tão.... sem graça.
    Voltaremos sempre a esse imortal assunto, aleatória, anárquica e loucamente, como manda o figurino deste blog, que tem a expressão como único compromisso. Nestes tempos de feiúra braba é bom um refresco de vez em vez.

    Marx, o Groucho

    Zumbis putrefatos


    Eles não sabem nada, mas simulam que sabem. Eles se arrastam em bandos como condenados, sem rumo, num mundo cinzento. Sua bússola é o cheiro da rapina mais próxima. Falta-lhes honra, falta-lhes senso de justiça, falta-lhes tudo aquilo que caracteriza um ser medianamente humano. Não, nem isso eles são. São vermes abjetos, carcaças, zumbis putrefatos que servem à obscuridade, cuja sombra projetam por onde passam, como marcas horrendas de sua sordidez. Venderam-se ao nada, à mentira, à fraude, à caricatura de tudo que pode ser nobre, reto, digno, belo. São excrescências, projetos abortados de si mesmos. O nome deles é legião. Eles têm mil codinomes. Um deles, Mino Carta.

    Marx, o Groucho

    Friday, November 17, 2006

    Petralhas usam doença de filho de Mainardi para atacá-lo!

    Chocante o uso que petistas fanáticos estão fazendo da doença do filho do Diogo Mainardi - o menino tem paralisia cerebral. Mino Carta já disse várias vezes em público que achava que a doença do filho do Diogo era castigo divino.
    Vejam o comentário que ele aprovou em seu site:

    Não se aborreça com Diogo Mainardi, afinal o máximo que o cidadão produz com perfeição é paralisia cerebral. Diogo Mainardi é um infeliz e digno de pena. Ter um filho deficiente dá mais pena ainda, porque isso fez dele uma pessoa amarga, invejosa e sem escrúpulos.

    Esta foi a resposta de Diogo:

    É um perfeito exemplo da grandeza moral de Mino Carta. Até hoje, por uma insuperável falha de caráter, fui incapaz de experimentar angústia e tristeza por causa de meu filho. Ele só me deu prazer e felicidade.

    Daí a gente percebe quem são estas pessoas e quão baixo elas podem chegar...

    Oriane

    Desabafo sobre os burocratas da academia.


    Hoje tive mais uma idéia dos meandros da ignorância. Eu faço pós-graduação numa universidade pública. Havia lá um grupo de alunos que dominava inteiramente a representação dos alunos. Dominava também a distribuição de bolsas através do conselho da comissão. Não conseguian isso porque eram os melhores, mas porque eram truculentos, conheciam a burocracia e pareciam ter um enorme tempo livre. Perseguiam professores e colegas que não concordavam com o que eles achavam ser o certo. Passaram a ter um enorme poder em nosso departamento. Fui a uma reunião e tinha até um militante do PSTU dando instruções a essas pessoas de táticas de intimidação etc. Recebia dezenas de emails dessas pessoas por dia, falando sempre coisas inúteis e agressivas; em geral, falavam sempre mal de alguém. Eu sempre me perguntava como eles tinham tanto tempo para escrever - Nossa profissão demanda muito estudo e recolhimento - como eles tinham tanto tempo para fofoca? Eles nunca foram muito bons na nossa profissão. A mulher que comanda essa gente é a cara da Marilena Chauí, só que mais feia e mais revoltada, e suas intervenções em congressos sõa bizonhas e risíveis. As pessoas, de outros departamentos sempre comentam os absurdos que ela fala. Mas ela está lá, em todos os congressos, e sempre descola uma verbazinha para ir.
    Na universidade de hoje, premia-se a produção, não importa se é boa ou ruim. Publicações, congressos, livros etc, estas coisas são pontuadas. Essas pessoas são especializadas nos meandros burocráticos. Não entendem nada do que fazem, não estudam, não são sérias. Mas publicam um monte de lixo e vão a congressos, todos eles, e sempre conseguem financiamento para ir de avião e ter suas despesas pagas. A pontuação deles na Capes é alta, embora a produção seja ridícula. Muita gente boa não se sente à vontade para publicar se não tiver o que escrever. Eles publicam qualquer coisa para pontuar. Nos tais emails vi pérolas inesqucíveis como: vc não tem estofo para me contestar, tenho vários seminários e publicações nas costas e vc?" Vi este argumento várias vezes. Essas pessoas se acham geniais. O mesmo argumento usa Sader para se defender. Ele escreveu 70 livros. Agora sabemos que grande parte foi descolando uma verba aqui, outra ali.
    São pessoas especializadas nisso, não na profissão que escolheram, mas nos labirintos burocráticos do poder. E não hesitam, nem por um minuto, em atacar quem é melhor que eles. Eles não querem os melhores, apenas os iguais. Eles já pleitearam e, durante algum tempo conseguiram, que só se desse bolsa aos mais pobres, desprivilegiando o mérito acadêmico, fundamental numa boa pós-graduação.
    Não me espantou que essas mesmas nulidades me mandassem um manifesto falando da afronta que sofreu o "cumpanheiro" Sader. Faz sentido. São da mesma turma. Sader também viceja na nulidade, especializando-se em descolar verbas públicas para fazer seus panfletos estúpidos. Dinheiro que poderia ser gasto em verdadeiro conhecimento. Nos departamentos de Universidades públicas essas pessoas são maioria, pois conhecem, como ninguém, o que fazer para alcançar a pontuação máxima. A tal projeto de Marilena Chauí da minha universidade moveu céus e terras para que fosse escolhido um ponto que favorecesse seu marido para a entrada no doutorado.
    É isso. Essa é a situação de nossa universidade: pesssoas despreparadas e recalcadas, viciadas no discurso da espoliação, que não têm profundidade mental para o necessário recolhimento que a vida acadêmica requer. Desconfio muito de colegas que enchem a boca para dizer que publicaram não sei quantos livros e artigos. Se é para ser como Sader, 70 livros e nada que preste, estou fora.
    Está acontecendo isso na universidade, os bons estão sendo substituídos por estas nulidades, estúpidas profissionalmente e pessoalmente, mas especialistas em burocracia. Vários colegas em outros departamentos estão reclamando disso. Todos sofrem perseguição ou alguma espécie de patrulha. Os bons estão sendo expulsos por estes projetos de burocratas cretinos. Tenho uma amiga que sofre perseguição - porque é linda, competente e rica - por parte da chefe de departamento (incrível, essas pessoas sempre estão na chefia!), que é feia, pobre e incompetende e não consegue suportá-la por isso. Todos percebem, mas ninguém fala nada. A dita cuja tem "puder". Além do mais, ser rico é considerado uma espécie de pecado mortal.
    Isso está acontecendo não só na Universidade, mas em todas as esferas da vida pública. O aparelhamento e a burocracia substituem a competência e nosso país vai pelo ralo.
    É de chorar.

    Oriane