Roubo da direita para a esquerda e vice-versa. De cima abaixo e vice-versa.
A exceção virou regra, tomou de assalto a razão - a boa e velha herdeira do logos -, pintou um quadro medonho que se rotula por aí de… Brasil, vulgo Banânia, nomenclatura válida apenas para os pouquíssimos vacinados contra o vírus da loucura coletiva, doença conhecida, desde a Bíblia, por "síndrome de legião".
Intróito sombrio? Não, constatação dos horrendos fatos em desfile diário nos meios de informação, mas sobretudo conclusão óbvia de meia dúzia de raciocínios nada sutis. Sim, nem democracia nem porcaria nenhuma, vivemos a plenitude de uma CLEPTOCRACIA. Essa é a origem de tudo, para além de ideologias vagabundas, dos delírios dos desavisados, dos sistemas econômicos, de todas as tentativas pífias de explicação da realidade vigente. Banânia hoje é o paraíso dos dementes de carteirinha, dos idiotas crônicos, de uma gente sem rumo, exceto no que se refere à chave de algum cofre recheado de grana. A visão de alguma carteira recheada, a perspectiva de alguma negociata rentável, tudo é motivação para os preguiçosos, os incompetentes, os invejosos, os que sobrevivem como vampiros do esforço alheio, da criatividade de algum ser saudável que ainda resiste à contaminação epidêmica, à voracidade da ignorância programada.
A outrora promissora nação brasileira descansa - segundo a profética recomendação contida na letra do próprio hino nacional… - em um berço de inconsciência profunda, uma doença letal que tem transformado todas as pessoas em seres ocos, insensíveis, hienas que se aglomeram em bandos cada vez mais poderosos, quadrilhas cujos tentáculos já tomaram todos os poderes da república com tamanha desenvoltura e naturalidade que praticamente nenhum indivíduo consegue mais identificar um reles trigo em meio a tanto joio. Assim, o que era despautério ontem é a risonha normalidade de amanhã.
Os sintomas estão todos à flor da pele, despudorados, claros como água, mas invisíveis aos olhos que não vêem, aos ouvidos que não escutam, aos cérebros que não raciocinam mais, só reagem aos instintos mais básicos, mais animalescos: hienas comem carcaças e zumbis não têm alma.
Marx, o Groucho, depois de longo e tenebroso inverno...
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