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Ah, os meandros da lógica, que delícia...
Che Guevara, aquele asmático incorrigível e assassino trapalhão, - quem diria? - era chegado a um ícone do luxo desprezível das elite branca! Disse Elio Gaspari que o herói dos "incluídos do lado de fora" usava um Rolex quando foi morto pela pífia e descamisada polícia boliviana. Mais: ele tinha um outro e, talvez, um terceiro, não localizado, provavelmente roubado pela raça humana, essa incorrigível criatura que desdenha das ideologias ao se deparar com um objeto, digamos, de certo valor comercial, tudo por culpa do capitalismo selvagem, é claro!
Então, como ficamos? Ora, usando a fantástica fábrica de silogismos fajutos da esquerda (leia-se, incapacidade de formular corretamete as relações lógicas), podemos inferir o seguinte:
Premissa maior -
Todas as pessoas que usam Rolex são porcos capitalistas exploradores e merecem, por isso, serem assaltados pela bandidagem, como ocorreu com Luciano Huck.
Premissa menor -
Che Guevara gostava de usar um relógio Rolex - (e, pelo visto, guardar mais dois, de reserva.)
Conclusão inevitável:
Che Guevara era um porco capitalista e merecia ser assaltado.
O complemento necessário ao silogismo acima fica por conta da polícia da Bolívia, comprovadamente inepta até a medula, que exagerou no assalto a Che e acabou por matar o cara só para ficar com o cobiçado relógio - se Che tivesse sido preso na Suiça, talvez tivesse conservado o relógio e a vida: por lá eles estão cansados de ver as horas em máquinas de fino trato.
Essa incompetência latrino-americana é terrível...
Marx, o Groucho, pensando seriamente em comprar um Rolex com tutu de uma ONG, ou seja, com dinheiro público. Assim, em caso de assalto, todos os que pagam impostos estarão sendo punidos, inclusive o ladrão.