Saturday, September 29, 2007

Che e a perversão do arquétipo...


O inferno está cheio não só de boas intenções mas daquelas nem tão boas também. Essa maníaca historinha de Che Guevara nos leva à náusea completa. O culto esquerdopata promovido a seu respeito infeccionou gerações de jovens toscamente alfabetizados, deliberadamente desinformados, hediondamente manipulados até virar griffe de uma rebeldia redentora, ícone da psicose coletiva mais popular do planeta. A serviço dessa máquina de propaganda deslavada, são empregados os sempre "odiosos instrumentos" de uma sociedade capitalista, burguesa e cínica: marketing direto e indireto - em recente novela da Globo, "Pé na Jaca", um retrato de Che é insistentemente focalizado na parede da casa do personagem de Marcos Pasquim, obviamente o herói da churumela -, bem como todos os tentáculos da indústria cultural, em especial, aqueles financiados com tutu do erário, veiculando a idéia de que os fins justificam quaisquer meios. Que se venda Che como se vende Coca-Cola, qual é o problema, não é mesmo? As técnicas de mercado só são indesejáveis quando funcionam "do lado de lá"; "do lado de cá", não há problema algum, pois o nobilíssimo conteúdo de uma revolução de psicopatas como Che e aproveitadores como Fidel justifica qualquer estratégia, contanto que ela seja eficiente na tomada do poder. Na mesma linha de raciocínio, usa-se o estado democrático para se chegar ao seu oposto, o estado totalitário.
Alunos meus desfilam por aí, orgulhosamente, com as camisetas do seu "herói-motoqueiro preferido", cujas peripécias asmáticas passam ad nauseam na TV a cabo, reforçadas por documentários que se dedicam a explicar, em todos os seus detalhes mais contraditórios, singulares e épicos, a trajetória de um sujeito que não passa de mais um bode na sala do obscurantismo que avassala as estúpidas mentes da modernidade. É mais um mero sapo que virou príncipe, para o encantamento abestalhado de milhões de infelizes em busca de um rumo na vida. Afinal, se Deus não existe, Che é permitido - Dostô que nos perdôe, mas Jung explica! Querem saber o que é? Em linguagem junguiana, trata-se de uma perversão do arquétipo da divindade ou, vá lá, da figura do herói.
Todos nós trazemos na alma formas arquetípicas, fundamentos determinantes da nossa história particular, nossas respostas ao meio, nossas escolhas essenciais. Em bom português lulista, o desvio inconsciente de tais diretrizes psíquicas equivale ao famoso "NÃO TEM TU, VAI TU MESMO!" Por exemplo, em termos de ideologias socialistas/comunistas, autoproclamadas materialistas e atéias, uma vez extirpada a noção da divindade, a perversão desagua automaticamente na eleição de um partido ou de um líder que funcionem no lugar do destronado ente metafísico. Reparem que o culto a essa gente "eleita" é tão ou mais irracional e fanático do que a adoração a qualquer deus de religião primitiva: eles não falham, não perdoam erro, são implacáveis com os dissidentes, são o que há de mais execrável no poder absoluto, são "deuses" compatíveis, portanto, com todas as características dos deuses pagãos, alguns dos quais comiam mesmo criancinha chata, hehehe...
Para os que se interessaram por Carl Gustav Jung, um bom começo é a leitura de Memórias, sonhos e reflexões, Editora Nova Fronteira.

Marx, o Groucho

Sunday, September 23, 2007

Devido à situação, "Kill Bill" will ride again!


Imaginem aquela espada de samurai, a katana, manejada eximiamente por Uma Thurman, "a noiva", num ataque suicida a Brasília, fatiando o Senado, o Congresso e o Executivo, sem deixar unzinho vivo para se queixar à mãe Joana, a dona daquelas casas! Podem imaginar a cena??? Todos correndo feito doidos, viscosas baratas tontas, tentando se livrar da vingativa lâmina, silenciosa e eficientíssima. Uma sangueira magnífica, bem à Tarantino (com crase mesmo, ó pá...), lavando a alma de uma nação que não pode sair dela mesma porque os aeroportos estão congestionados e as estradas, esburacadas.
A "Furiosa" já homenageou o filme mais sangrento - exibido em duas partes - da história do cinema, mas volta a fazê-lo porque senão o fígado explode e o coração vai junto. Precisamos de uma catarse!
Alguns amigos que votaram em Lula várias vezes estão finalmente (Uff!) acordando para a realidade brasileira, tecendo comentários indignados sobre o Keiser e sua gangue, a turminha que assaltou o "puder" e que, pelo andar da carruagem, só sairá de lá a golpes de artes marciais RADICAIS. Talvez esse despertar esteja ocorrendo tardiamente. Enfim, pelo menos há uma tênue esperança de que todos os neurônios não tenham sido completamente exterminados.
Isso tudo está começando a cheirar mal... Alguém se habilita a sair do túmulo, onde atualmente se encontra enterrado vivo, a golpes de karatê?

Marx, o Groucho, praticando Kung-Fu!

Só nos restou isto: insanos x sadios...


Decididamente não classificamos as pessoas em categorias como "bom e mau", "honesto e desonesto", "inteligente e burraldo". É simplista demais, é bobo. A realidade é bem mais complexa do que a nossa capacidade de rotulá-la. Entretanto, do jeito que as coisas andam, é impossivel escapar do óbvio: os seres humanos se dividem, cada vez mais, infelizmente, em normais e anormais. Trata-se de uma visão igualmente simplista, mas a realidade tem-se mostrado tão grosseiramente contaminada pelos discursos do delírio que é praticamente impossível deixar-se de lado esse tipo de classificação tosca.
Trocando em miúdos, o que nos cerca está-se curvando à loucura coletiva - lembram do conceito bíblico de "legião"? - e as hostes de Sauron se multiplicam com tamanha velocidade que o único modo de lidar verbalmente com o fenômeno é por aí mesmo, pela via da sizígia explícita: gente sadia versus gente insana. O que seria uma rotulação genérica tornou-se uma descrição precisa em face aos eventos atuais.
Do ponto de vista de uma análise mais acurada, o comportamento dito "inconveniente" nasce na desistência do esforço individual pela aquisição de uma autoconsciência, ou seja, o conhecimento do "eu" autêntico é meio caminho andado para a reta conduta. Isso é socrático, isso é cristão. A outra metade do caminho é o imponderável que salta de algum canto obscuro da psique, bagunçando todas as conquistas da mesmíssima consciência. Trata-se do fator fiz porque quis, e daí?, moderna versão do sofisticado pensamento paulino que, agoniado e perplexo em suas epístolas, resmungava com seus botões ao perceber sua fraqueza pelas coisas moralmente erradas, embora sabendo perfeitamente o que seria correto fazer - esse desvio é também apelidado de "espírito de porco"...
Em suma, atos morais têm a ver com uma série de fatores que acabam desaguando na educação da alma humana. Ora, se a educação é um lixo, o risco de a pobre alma se enrolar toda é enorme. O resultado é que, quando ela se enrola, o hospício é logo ali. O mapa da realidade é o discurso. Se o discurso funciona como um mapa falso ou mal concebido, o viajante dá fatalmente com os burros n'água. A educação em Banânia, por todos os fatores fartamente debatidos neste blog, é um daqueles engodos de filme de terror, uma sinalização que algum bandido alterou, no meio do deserto, a fim de desviar as pessoas para um poço seco. A estratégia leva os sedentos à completa confusão mental e a tudo aquilo que os converte em escravos, justamente, daqueles que os desviaram da rota. O resto da estória é trágica, já o conhecemos.
Por aqui, a civilização já nos deu adeus há muito tempo. Todos os sintomas estão disponíveis e surge sempre mais um, escandaloso, a cada semana que passa, monotonamente. É um filme que se repete à exaustão, como um pesadelo do qual ninguém consegue acordar.
A denúncia de Ali Kamel sobre o dantesco livro que o MEC, entre outras numerosas aberrações, vem indicando e distribuindo por aí, já havia sido feita por Olavo de Carvalho há vários anos. O lixo editorial didático que se espalhou por Banânia é resultado de uma tática de guerrilha cultural que não encontra obstáculo em parte alguma, exceto em minúsculos bolsões de resistência porque ainda existem alguns seres normais "nestepaiz". O resto é uma inútil paisagem. Parece que a guerra das palavras já está perdida.
Não vai custar muito, e qualquer pessoa que use óculos será escorraçada nas ruas porque essa prática esquisita pode significar que ela dedica demasiado tempo à leitura, o que é perigoso para a estabilidade do governo totalitário - leiam a recente história no Cambodja de Pol-Pot...

Imagem: o saudoso Rubens Corrêa, interpretando Artaud, um gênio nada louco que piraria em Banânia...
Marx, o Groucho

Sunday, September 16, 2007

O país que virou piada ou o Abaporu íntimo de Banânia...


Era uma vez um país que virou piada. Começou como Terra de Santa Cruz e depois levou um pau-brasil no lombo, não se sabe bem por quê. A cipoada causou amnésia, a santa cruz foi esquecida de imediato e só sobrou o "brasil" do pau. Como a cor do tal pau era vermelha, os caras confundiram tudo e deram uma guinada à esquerda por questão de coerência cromática e respeito à semana de Arte Mais ou Menos Moderna (que gerou um bicho feio chamado Abaporu que, segundo a crítica erudita, inspirou o movimento antropofágico: trata-se daquele fenômeno antropológico em que o canibal acaba por comer a si próprio, por mera preguiça de procurar coisa melhor.)
Todavia, como os nativos já nasceram com óbvios problemas de visão, pintaram a bandeira de verde-amarelo e ficou por isso mesmo, embora ninguém tenha dúvidas quanto à cor local, pois nos dias de manifestação pública o tom predominante é mesmo o vermelhão do pau-brasil original, o que deixa os estrangeiros profundamentes intrigados.
O tempo passou - alguns curtos séculos- e a piada foi-se aperfeiçoando. Surgiu, por exemplo, a estorinha sobre Deus ter criado um certo país com mil maravilhas, esquecendo-se, porém, de caprichar nas pessoas que o povoariam - essa teria sido uma autêntica trapalhada divina.
Depois de muitas peripécias de péssima catadura histórica, o paiseco virou a Terra de Calheiros, após exemplar votação do Senado - pura inveja de um antigo anúncio de cigarro que falava orgulhosamente de uma "Terra de Marlboro", lá para o lado dos "americanu", esse povo horrível, execrável, perverso, nojento, atrasado e tudo mais, exatamente como todo devotado intelectual "brasilis" está cansado de ensinar aos fedelhos nacionais, com ótimos resultados pedagógicos.
Atualmente o país-piada está em vias de retornar ao ciclo monárquico, reinventando, inclusive, a época da escravatura explícita. Na verdade, os habitantes deste solo gentil estão todos com nostalgia de paulada no lombo, aquela lá do início, a que explica a confusão mental que sempre caracterizou as escolhas dessa curiosa sociedade de palhaços natimortos.
Argh!

Imagem: a obra que não ousa dizer seu nome, ou, ainda, o estado íntimo do país-piada após a absolvição de Renan Calheiros. (Reparem na cabeça do bicho, totalmente proporcional a seus neurônios reduzidos.)

Marx, o Groucho, bastante confuso.

Nosso futuro Abe Lincoln...


Dêem uma olhada neste trecho de um texto da excelente Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga - os realces em negrito são nossos :

"(...) Todos os tristes episódios que vêm se multiplicando nesse governo mostram com é pobre, abjeta, imoral nossa cultura cívica. Comparemos, por exemplo, o Brasil com o Japão. Neste país renunciou o premiê Shinzo Abe por conta de suspeita de corrupção. Sua aprovação popular que era de 70% quando assumiu o cargo havia caído para 29%, o que demonstra que no Japão tem povo no sentido de impor conduta e direção aos governantes. E na sua despedida em cadeia de televisão, disse Shinzo Abe: eu me vejo incapaz de cumprir minhas promessas – e eu me tornei um obstáculo para cumpri-las. É hora de alguém mais viável assumi-las. Nessas breves palavras, quanta diferença em relação ao que se passa entre nós, quando mesmo em face das mais claras evidências, altas autoridades que deviam dar exemplo se agarram desavergonhadamente aos cargos demonstrando que a elas só interessa o poder pelo poder.
Mas quem foi o grande ganhador no escândalo Renan Calheiros? Teria sido o senador que se manteve no cargo mesmo sendo indigno dele? Teria sido o Senado? Claro que não. O senador tem agora sua biografia manchada de forma indelével, em que pese a memória curta do povo. O Senado sai do episódio sórdido ainda mais desmoralizado, o que atinge o Congresso Nacional como um todo. O grande ganhador de fato foi o PT e sua figura-símbolo, Lula da Silva, chave para a permanência no poder dos companheiros e agregados.
Afinal, no recente congresso petista, entre as decisões tomadas estava a de extinguir o Senado. Daí é só um passo para acabar com o Congresso e seus picaretas (antiga expressão de Lula da Silva) e partir para a democracia de massas, quer dizer, de massas de manobra do PT.
Renan é bom companheiro, ninguém (pelo menos do PT) pode negar. Ele teve apoio explícito do presidente da República, foi defendido ardorosamente pela tropa de choque petista do Senado. Contudo, o senador devia conhecer as leis do PT, ou seja: esmagar quem apóia; triturar que não reza pela cartilha, jogar fora o que não tem mais serventia, desmoralizar, intimidar, perseguir, castigar, manter o poder a qualquer custo.
Eliminado o Senado restaria a Câmara já domesticada, mantendo-se, assim, a fachada de democracia à lá Chávez. Ficaria, então, muito fácil, a aprovação do terceiro mandado presidencial.
Resta perguntar, como fez um dos meus correspondentes: "que legado essa geração de políticos vai deixar para a história?". Ele mesmo responde: "Como a história é escrita por intelectuais cooptados pelo poder, nossos netos ficarão sabendo que houve no Brasil um Lincoln tropical, um pobre operário retirante que salvou os pobres e foi o maior estadista do século XXI. "

O texto completo vocês podem ler aqui.
Imagem: Abraham Lincoln, possível última encarnação de Lula.

Marx, o Groucho, tirando passaporte para o Japão...

Thursday, September 13, 2007

Achei isso no Ancelmo Góis...



Apropriado, não?

Oriane

Máfia, Matrix e elo perdido...


Chantagem dá nisso: com o rabo inexoravelmente preso, o PT manobrou para a absolvição de Renan. É claro que senadores de outros partidos também embarcaram na canoa pelo mesmo motivo mafioso. Ora, pois, pois! Banânia hoje é uma grande corporação mafiosa. Todos os nossos congressistas sabem - sempre!!! - de alguma coisa que pode "abalar Bangu" e, por isso mesmo, ficam fazendo aquele abjeto joguinho do toma-lá-dá-cá, que alguns desavisados confundem com política saudável. Isso não é política, é BANDITISMO! É prática da MÁFIA!
Dissemos aqui e reafirmamos: o Brasil é um prostíbulo mal administrado. Está ficando irrespirável. Para todo lado que a gente olhe lá está esta coisa visguenta, amorfa, debilóide, semi-rastejante, o "brasileiro" - e não venham com as execeções porque elas só confirmam a tenebrosa regra! Essa massa de imbecis se arrasta por todos os lados, agredindo a mais ridícula noção de lógica, atentando contra todas os padrões verbais que permitem um mínimo de comunicação decente. A penúltima que ouvimos, para variar, em sala de aula, "é que a culpa de tudo (???) é dos americanu", um chavão insuportável que, por si só, vale por uma leitura inteira de René Girard, um excelente escritor contemporâneo que vive explicando a teoria do "bode expiatório" para meia dúzia de pessoas ainda cerebradas. Alguém já leu seus textos? Pois é...
Será que nosso mal é genético??? Seremos o tal elo perdido que andou para trás porque teve preguiça de evoluir? Serão Renan Calheiros e seus pares do Senado Federal os protótipos dos "homens do futuro"? Já estamos tomando pílula colorida para sair de Matrix e não percebemos? Fomos internados no hospício e esqueceram de nos avisar?
Lamentável. Não há Bollystolly que de jeito nessa deprê...

Marx, o Groucho

Wednesday, September 12, 2007

Renan absolvido...

Imagem: Nossos nobres Senadores...

O Senador Renan Canalheiros foi absolvido por seus pares por 40 a 35. Uma vergonha sem limites!!!
O mais surreal foi o clima de intimidação narrado por Noblat em seu blog. Vejam as pérolas:
Senadora Heloísa Helena. A senhora sonegou o pagamento de impostos em Alagoas. Deve mais de R$ 1 milhão. Tenho um documento aqui que prova isso. E nem por isso eu o usei contra a senhora - disparou Renan Calheiros ao se defender da tribuna do Senado pouco antes de ser absolvido pela maioria dos seus pares.

- É mentira, mentira - gritou a presidente do PSOL sentada no meio do plenário. Pouco antes, ela subira à tribuna para atuar como advogada de acusação.

Renan não deu bola para a reação de Heloísa. Em seguida, virou-se para Jefferson Perez (PDT-AM) e comentou:

- Veja bem, senador Jefferson Perez. Eu poderia ter contratado a Mônica [Veloso, ex-amante dele] como funcionária do meu gabinete. Mas não o fiz.

Perez nada disse. Ouviu calado.

Então foi a vez do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Renan disse olhando diretamente para ele:

- A Mônica Veloso tem uma produtora. Eu poderia ter contratado a produtora dela para fazer um filmete e pendurar a conta na Secretaria de Comunicação do Senado. Eu não fiz isso.

Simon ouviu calado.


Bom, com isso passamos a ter certeza sobre quem são nossos Senadores. Nojo, revolta, vou voltar para a cama e para a minha depressão. Parece que tenho bons motivos para isso...

Oriane

Tuesday, September 11, 2007

Búzios - ainda em processo de cura...


Imagem: a casa de minha adorável amiga que se imbuiu da missão de me curar...

Amigos virtuais, vou voltando aos poucos para a vidinha besta de sempre. Não tenho muitos comentários para fazer. Nada mudou, a gente grita daqui e o governo faz o que quer de lá. Para que gastamos nosso tempo afinal? Nossa resistência não nos tem levado a nada...

Este fim de semana fui curar as feridas em Búzios. Cidade cheia, milhares de argentinos, não dá para ir à praia. Búzios está ficando igual ao Rio, cheio de flanelinhas, favelas e pessoas sem nenhum gosto...

Ficamos o dia na piscina cozinhando e ouvindo Chet...

Mas no final de tarde dá para sair, as pessoas já ficaram bêbadas e as ruas estão transitáveis...

Oriane