Thursday, May 31, 2007
O pior congresso da nossa história!
Já há algum tempo que venho batendo na tecla: ESTE É O PIOR CONGRESSO DA NOSSA HISTÓRIA. E isso não é pouca porcaria...Por isso adorei este texto do Villas-Bôas Corrêa no site No Mínimo:
O pior Congresso da história deste país
29.05.2007 | Não importa que a defesa do senador Renan Calheiros tenha mais furos que rede de pescador. E é pura perda de tempo catar as contradições e lacunas no seu depoimento: o presidente do Senado jamais correu qualquer risco.
Tal como em comédia burlesca ou em novelas de televisão, antes do primeiro capítulo o final está pronto na cabeça do autor. Por que infernizar a vida do presidente do Congresso, um dos líderes do PMDB que ajudou a tanger o partido para as pastagens do governo, de um companheiro sempre pronto a atender os pedidos dos colegas?
Depois, os antecedentes armam a grelha – ou o limpa-trilhos do preciso regionalismo alagoano – para o pouso do senador no fofo colchão da impunidade: o Congresso não tem autoridade para punir ninguém, nem deputado do baixo-clero, depois de consagrada a absolvição de dezenas de denunciados no festival de escândalos do Legislativo recordista, como nunca se viu igual na história deste país.
Por entre os felizardos premiados com os gasparinos da absolvição da ladroagem do caixa dois, das propinas do mensalão, nas trapaças apuradas pelas CPI dos Correios, das ambulâncias e de emplacada a máxima de que o voto que elege e reelege tem o generoso sentido do perdão do povo, o ilustre e empelicado representante de Alagoas desfila com o garbo de carneiro em parada.
A imprensa cumprirá o seu dever de catar contradições na defesa que parece armada com tela de galinheiro. Se os documentos exibidos nos 24 minutos de engasgada emoção não comprovam a origem do dinheiro que o pai pródigo gastou com a filha, fruto de uma relação extraconjugal, o senador arranjará outros. O lobista da Mendes Junior, o prestimoso amigo Cláudio Gontijo, deve dispor de pilhas de recibos para todas as serventias.
O presidente do Senado obedeceu ao figurino e comportou-se como recomendam as normas da Casa. À fila de senadores de todos os partidos que o afogaram nos abraços e sacudiram o pó com as palmadas nas costas e anteciparam o desfecho sabido, seguiu-se o blablablá da bazófia: tudo deve ser apurado para a exemplar punição dos culpados. Se for o caso, o rigoroso Conselho de Ética examinará as acusações e a defesa. E, na forma do louvável costume, o plenário do Senado garante a absolvição e a nova manifestação de solidariedade.
A esfuziante solidariedade pessoal ajusta-se ao modelo ético de novos tempos. Pipocam as justificativas para barrar a ressaca da indignação dos poucos que gritam e dos muitos que calam. Todas ou muitas de inegável oportunidade, como o financiamento público de campanha; a fidelidade partidária ou o fechamento dos ralos na elaboração do Orçamento.
Mas não se toca nem com o dedo mindinho nas causas reais da desmoralização do mais democrático dos poderes, como as semanas de dois a três dias úteis, as quatro passagens mensais para o fim de semana com a família, a orgia das mordomias, vantagens e benefícios, como a da inqualificável verba indenizatória de R$ 15 mil para as despesas dos quatro dias da folga semanal.
O ex-deputado federal e estadual, acadêmico Afonso Arinos de Melo Franco Filho, confessou a sua perplexidade: “Não consigo encaixar o meu pai neste Congresso.”
Puxamos o fio do saudosismo e fomos longe na especulação: não apenas o senador Afonso Arinos, o mais completo parlamentar desde o fim do Estado Novo. Para ficar em alguns exemplos: Milton Campos, Nereu Ramos, Gustavo Capanema, Aliomar Baleeiro, Bilac Pinto, Carlos Lacerda, Alberto Pasqualini, Odilon Braga, Daniel Krieger, Petrônio Portela, Thales Ramalho,
Paramos por aí. Silenciados pela vergonha.
Oriane
Wednesday, May 30, 2007
Árvore de Natal gigante voadora : a Estação Orbital Internacional!
Imagens: o desenho feito pelo meu amigo e a estação espacial. Quando mandei a foto para ele, ele reconheceu na hora. Morri de inveja, eu havia visto uma árvore de natal voadora!
Sábado, por volta de uma da manhã, fazendo observação noturna com meu binóculo, encontrei um objeto muito interessante. Como sou uma cética razoável, imediatamente acreditei tratar -se de um satélite. Se tivesse que descrevê-lo, diria que é uma árvore de natal gigante no formato de um pera. Eu sei que parece bizarro, e é, mas não se trata de mais uma daquelas malucas avistadoras de OVNIS. Nada disso, faço observação do céu com alguma freqüência, uso um binóculo simples, nada sofisticado, um 50 x 10 da Bushnell. O objeto fazia uma trajetória noroeste-sudeste, passava por cima da cabeça do Centauro e parecia uma árvore de Natal: uma série de fios de luz, como aquelas coisas de luz que as pessoas usam nas fachadas. Mas lembrava também um lustre de cristal daqueles antigos, com vários fios de cristais. O mais interessante é que ele tinha umas luzes vermelhas que pareciam voar ou girar em torno dele. Eu enxergo muito mal, uso óculos, pois tenho muito pouca acuidade visual. Estava com alguns amigos e pedi ajuda a alguém com um olhar mais acurado.
O resultado foi emblemático e tive dois insights: a subjetividade do olhar é impressionante e, caramba!, como eu enxergo mal e sou imaginativa!!!
Onde eu vi uma árvore de Natal, meu amigo viu um objeto cujo desenho está ali
O fato de não ser um OVNI, nem uma árvore de Natal voadora com bolinhas flutuantes, não tirou a beleza da coisa: ver um objeto passando longe, mesmo que seja um inocente satélite, é muito gostoso.
Preciso admitir o quão mais interessante seria se fosse um OVNI, ou mesmo uma árvore de Natal voadora (com bolinhas flutuantes, é claro!)...
Oriane
Monday, May 28, 2007
Que elite é esta? De volta à Língua de Pau...
As palavras têm um peso "x", uma vez esgotados os contextos em que se inserem. Nenhum dicionário, porém, pode dar conta das acepções que se multiplicam, dinamicamente, dia após dia. O vocabulário - o léxico - é a parte da Língua que anda a jato. O resto vai a pé, ou seja, modificações morfossintáticas são lentíssimas, quase insignificantes. Por um moticvo muito simples: a estrutura gramatical propriamente dita, o conjunto formado pela morfologia e pela sintaxe, é mero reflexo de uma outra estrutura, a que serve de arcabouço à expressão lingüísitca, a estrutura lógica na base do pensamento. Assim sendo, é claro que o que se entende como sistema gramatical, com seu cabedal de regras e paradigmas, não pode se curvar aos ataques irracionais dos que "acham" que podem reinventar a língua ao sabor da sua conveniência subjetiva, seu irraciuonalismo pedante. Uma língua "particular" não é uma língua, é um balbucio esquizofrênico, um nonsense travestido, às vezes, de vanguarda literária e porcarias do gênero.
Esse panorama surreal fica bem mais sombrio quando um determinado grupo se apossa desse furor revisionista e "reescreve" a Língua à sua maneira, não mais como um arroubo infanto-juvenil em nome do próprio umbigo narcisista, mas - o que é tremendamente perigoso - como propaganda ideológica deliberada, estratégia de conquista das massas via empulhação verbal.
A Língua de Pau, sobre a qual já falamos diversas vezes aqui, é uma dessas manobras semânticas insidiosas. Um clássico exemplo desse uso da novilíngua (By Orwell, in "1984": the newspeak...) é o estupro da palavra ELITE. Em seu nascedouro, ela significa "o que há de melhor"(o "crême de la crême", como diria a turma de Asterix). De repente, cumprindo o roteiro de uma propaganda minuciosamente arquitetada, os magos da "sociologia e da história" - com minúscula mesmo... - meteram as patas no dicionário e arrancaram da pobre palavrinha o seu traço de nobreza, transformando-a num reles sinônimo de "classe dominante, cheia da grana, que se locupleta no poder para chupar o sangue dos excluídos, blá-blá-blá...e toda aquela lenga-lenga marxistóide. Em suma: elite, que denotava uma coisa muito boa, virou uma "troço" detestável, com uma torpe conotação política.
Há várias perversidades nessa manobra, nítidos sintomas de uma sanha psicopatológica, típica da esquerdopatia. Em primeiro lugar, nega-se uma escala de valores, uma hierarquia natural, em que existem, necessariamente, os melhores e os piores de qualquer atividade humana - eis aí a instauração do tal "igualitarismo" em seu esplendor macabro, com toda sua carga de ressentimento, impotência e inveja subjacentes; em segundo lugar, a palavra abduzida retorna como um espectro opressor, um rótulo que pode ser pespegado em qualquer grupo de indivíduos que não reze pela cartilha "deles", ou seja, "elite", hoje, é o único fator responsável por todos os males do planeta.
O mais deprimente dessa autêntica descida aos infernos da Língua de Pau é que, na boca do Keiser, a pobrezinha virou "zelite", tornando-se uma piada estúpida, um vocábulo vagabundo, logo ela, que expressava a excelência das excelências... COMO RECUPERÁ-LA? Como evitar que seja enterrada, proscrita do seu contexto original? Só há um jeito: proclamando-a aos quatro ventos, energicamente, e, acima de tudo, ressuscitando o vocábulo que lhe faz nítido contraste semântico, a boa e velha ESCÓRIA, cujo sentido é "o que há de pior entre os piores"! Sim, o que temos em Banânia atualmente é a escória no poder, a escória nas artes, a escória na mídia, a escória embaixo da cama! Filosoficamente, se tivéssemos, de fato, uma ELITE no poder, este seria um outro país, com o lulopetismo em seu verdadeiro lugar: a lata de lixo onde se misturam todas os dejetos da História.
Marx, o Groucho
Sunday, May 27, 2007
Diego alemão e as escolhas de nosso povo
Não sei bem o que significa uma figura como esta ser idolatrada, mas sei que é algo muito ruim. É assustador, nosso povo se identifica com ele.
Assistam e chorem...
Oriane
Saturday, May 26, 2007
O boca-de-clichê
São crianças sem chinelada, adolescentes sem freio, eternos rebeldes sem causa, oligofrênicos, parasitas das idéias alheias, cujos significados evidentemente não sabem explicar - o estudo passa longe de suas vidas -, embora os cuspam, a torto e a direito, como se fossem vespas assassinas.
O boca-de-clichê do século XIX lia, ao menos, a introdução dos livros, além do sumário e do prefácio. O boca-de-clichê de hoje, nem isso: limita-se às orelhas, pois o que está escrito na quarta capa é longo demais e dá bocejo.
O boca-de-clichê lembra muito os simpáticos meninos que trabalham como guias turísticos improvisados -uma figura muito comum no nordeste -, aqueles, espertíssimos, que ganham uns belos trocados em troca de uma ladainha fantástica, por meio da qual eles narram, sem parar um segundo, todas as informações históricas, essencialmente pitorescas, a respeito de um determinado lugar ou monumento.
Aprazíveis aos ouvidos do turista atento - e quase sempre encantado perante enxurrada verbal tão vibrante e ritmada -, esses meninos não entendem patavina do que decoraram, mas repetem direitinho o texto porque esse é seu ganha-pão.
Com eles, tudo bem, o decoreba é um honesto meio de vida, eles não se arvoram em historiadores ou sociólogos. Com o boca-de-clichê, tudo mal, dado que acredita - piamente! - que conhece a fundo o que proclama aos quatro ventos, que esse é o texto da sua vida, sua razão de ser, sua identidade psicossocial.
O pior de tudo é que o boca-de-clichê freqüenta todas as faixas etárias, dos oito aos cem anos...
Marx, o Groucho
A Xerox e a a lei de Gerson
Imagem: a lei de Gerson ou a formação moral do povo brasileiro
Este post é uma continuação do outro abaixo. Vou falar sobre a praga da xerox nas Universidades. Há uma verdadeira máfia das cabines de xerox e uma indústria de xerox para alunos. Seria isso certo? Claro que não! Uma xerox de um livro esgotado, ou que não tenha no Brasil, está certo. Agora, xerox de livro que está no mercado é errado. Nós bem sabemos o quanto os editores que editam cultura sofrem. Muitos acham que todos os editores são capitalistas selvagens querendo se dar bem em cima dos pobres estudantes, só que isso não é verdade. Há os grandes editores que, em geral, só editam lixo, e os pequenos que são idealistas mesmo. A maioria dos pequenos editores que conheço tem um emprego para sustentar a editora. Aí publicam, com muito custo, um livro fundamental. Mandam para um professor que o adota, põe na xerox e pronto: nunca mais ninguém vai comprar. Um detalhe: vejo muitos alunos que só usam xerox comprando com prazer os Paulos Coelhos da vida...
Alguns alunos não compram livros, nem um livro sequer, durante a faculdade. Há outros que não comprarão um livro durante toda a vida.
Há um mito de que a xerox democratiza a leitura. Aí, se você é contra a xerox é porque está contra os pobres que, coitadinhos, não podem comprar livros. Todos compram o tênis da moda, o celular, mas recusam-se a comprar um mísero livro. Vejo-os todos no botequim da esquina tomando cerveja, mas livro eles não podem comprar.
Tenho um amigo muito pobre, um grande acadêmico que entrou na faculdade sem saber português direito. Pegou uma apostila de português e se acabou de estudar. Hoje fala e escreve com perfeição em várias línguas. Sempre detestou a xerox, pegava livros na biblioteca ( onde a maioria dos estudantes não entra, a biblioteca vive às moscas) ou comprava-os nos sebos, que é o que eu faço. Minha universidade é cercada de sebos, com uma escolha ampla, um livro custa às vezes menos do que uma xerox. Mas não, querem a xerox porque dá a impressão de que estão passando por cima do capitalismo selvagem. Por capitalismo selvagem essas antas entendem o pobre editor que se vira como pode para publicar livros de cultura.
Eu não entendo esta lógica. Quando dei aula na faculdade pública, indicava apenas livros que podiam ser encontrados em sebos. Quando o aluno era muito pobre e muito bom, eu dava o livro. Mas os alunos protestavam, queriam a cópia assim mesmo! Havia um aluno do PSTU que fazia questão de ir com roupas sujas, fedendo, e dizia que livro era coisa de capitalismo, que a xerox era a democratização da cultura. Aliás, péssimo aluno, tão viciado em clichês que não conseguia pensar.
Meu amigo "duro" ganhou vários livros de professores. Ele tem verdadeiro amor ao livro e por isso não gosta de xerox.
Aliás, Schopenhauer tem um livro muito interessante sobre isso: "Sobre livros e leitura", foi editado por uma mini-editora maravilhosa, do sul. Sabem o que aconteceu com essa editora? Pois é, faliu! O livro é maravilhoso e ensina também o amor ao livro como objeto. Enquanto não ensinarmos o valor do livro para os alunos, não seremos capazes de tocá-los quanto ao valor da cultura. Enquanto essa cultura de "por que fazer quando podemos pegar dos outros" existir, nós não iremos a lugar algum. Essa é a mesma lógica que faz com que os esquerdopatas batam palminhas para a quebra de patentes de remédios. A velha esperteza brasileira, o jeitinho, aquela idéia fixa de se dar bem em cima dos outros.
A Cultura da Xerox não é apenas imoral, é perigosa também, pois os alunos são educados desde cedo para burlar a propriedade intelectual. E depois disso, para que as empresas e editoras vão investir em conhecimento? O que pode estimular uma indústria farmacêutica a gastar milhões em pesquisa para não poder recuperar depois? Para que vamos traduzir e publicar clássicos para vender 100 exemplares? Os alunos não sabem ler em outras línguas e precisam da tradução. Será que eles sabem que isso custa dinheiro e o quanto custa? Até sabem, mas mesmo assim preferem a xerox, uma opção consciente pelo roubo!
ps: eu sei que não deveria usar a palavra xerox e sim reprografia, mas é assim que é popularmente conhecida.
Oriane
Censura acadêmica e Greta Garbo, tudo a ver!
Uma nação doente é aquela em que as pessoas perdem por completo a noção de autocrítica, o senso de humor e a consciência do que é realmente certo e errado. Essa é, hoje, a situação do nosso país.
Há fortes indícios, se olharmos com acurácia os fatos históricos, de que o homem marçano - bela expressão de Fernando Pessoa para designar um tipo de gente que nasce, vive e morre sem saber ao que veio, reproduzindo-se como gado e marchando para o matadouro sem a mínima noção de perigo. - é escravo do "outro", um ente coletivo de face invisível e voz onipresente que dita regras invariavelmente cerceadoras da liberdade, em todos os seus níveis. Essa gente PEDE para ser oprimida, PEDE para ser censurada, PEDE para vomitar regras ditatoriais estúpidas, PEDE para vigiar e denunciar os passos do vizinho que não reza pela mesma cartilha. Não estudam, não refletem, só repetem como papagaios o que o discurso totalitário vigente manda dizer e fazer. Eles não agem, eles reagem com a mesma obediência cega e "salivante" de um cachorrinho de Pavlov. Essa turma, os adeptos de Sauron - sempre ele, o símbolo do mal no Senhor dos Anéis... - se arrasta por aí, farejando vítimas, caçando (e cassando!) a individualidade alheia. Não dialogam - porque não sabem fazer isso, é óbvio -, dão porrada como hienas hidrófobas, ameaçam, chantageiam. Eles são os porcos que não merecem pérolas, pois não sabem identificá-las, apreciá-las, honrá-las. Estão por toda parte, como um enxame de abelhas assassinas em filme de terror. Repetimos: ESTÃO em toda parte! Na mídia, na internet - invadindo blogs com comentários imbecis e querendo aparecer de qualquer jeito -, no meio acadêmico, em todas as áreas de influência cultural.
Eis um pequeno e estarrecedor exemplo de como andam as coisas, a que ponto a gosma do Sauron de Banânia já se infiltrou pelas artérias "destepaiz": o corpo docente de uma faculdade carioca recebeu um comunicado da direção para que evitem qualquer referência a nuances sexuais - leia-se, claramente, homossexualismo - e raciais de toda ordem, incluindo-se brincadeiras e olhares que possam ser mal interpretados pelo paranóico corpo discente. Isso tudo aconteceu porque alguns alunos ameaçaram entrar na justiça contra professores que andaram "fora da linha" do que eles entendem como "boa conduta".
Resultado: docentes ameaçados, acuados, proibidos de falar o que bem entendem em sala de aula. Entretanto, como sabemos, elogiar genocidas, isso pode. Debochar do Papa, isso pode. Pôr Che Guevara no altar, isso pode...
Mistura total do público e do privado, desconhecimento completo do que seja o estado de direito, manisfestação de barbárie e caos, como já está acontecendo na USP. Terrorismo mental, patrulhamento ideológico grosseiro, apologia do crime, isso PODE.
E olhem só que análise interessante do exemplo acima: alguns estudantes(???) ousam fazer esse tipo de chantagem porque as faculdades particulares têm medo de perder alunos e ir à falência, ou seja, a culpa acaba sendo do maldito capitalismo - e que bom que se pode usá-lo contra ele mesmo, sem dar na vista! Que legal essa tal de dialética, não é ???!!!
Chamem Fred Astaire e Cid Charisse, dançando em Meias de Seda, uma refilmagem musical de Ninotchka - uma espécie de Olga pelo avesso...-, com Greta Garbo no papel de uma agente soviética enviada a Paris para resgatar três colegas que não resistiram à gandaia "capitalista". Obviamente ela também acabou ficando por lá porque sabia que se retornasse à "mãezinha russa" sem cumprir a missão acabaria como picolé na Sibéria. Peguem na locadora. É um clássico, com músicas de Cole Porter, irresistíveis. E deprimentemente capitalistas, é claro...
Marx, o Groucho
Friday, May 25, 2007
Blog devorador de comentários
Acredito que deva ser uma destas esquisitices que passam. Já vi de tudo no blogger...
Desculpem-nos...
Para Frodo Balseiro! Urgente!
Please, faça de novo seu último comentário, sobre um post de Oriane, porque ele foi acidentalmente deletado pelo sistema do Blogger! Teremos o maior prazer em autorizá-lo!
Marx, o Groucho
Thursday, May 24, 2007
Parafraseando REImário, REInaldo é o "cara"!
Há pessoas com um extraordinário poder de concisão, um misterioso dom verbal que condensa em poucas palavras um extenso bla-blá-blá, dizendo o rigorosamente o essencial. Reinaldão é um deles. O parágrafo abaixo é um tratado de antropologia, sociologia, política and so on. Tirem o chapéu. Ele também é o "cara", não é Romário ??? Só que já passou, há muito, do post mil...
Tom Jobim e Dolores Duran. Já tivemos futuro. A cada dia, como cultura, só nos resta passado. A turma do “outro mundo possível” corrói tudo.
Marx, o Groucho
Wednesday, May 23, 2007
Homeopatia como "método semântico"...
cérebros dedicados à propaganda política perceberam a eficácia dessa manobra e, ato contínuo, trataram de passá-la didaticamente adiante, com propósitos de conquista ideológica, é claro. Qual seria o anti-vírus?
Ora, a única forma de boicotar essa estratégia é pelo método homeopático básico: palavrório neles! Por exemplo, toda vez que vier à baila uma conversa sobre comunas, devemos nos referir a eles, COM TODA A NATURALIDADE DO MUNDO, como fascistas e genocidas. Pespeguem o rótulo sem hesitar, falem como se isso fosse um ponto pacífico secular, sublinhem o enunciado como se tratasse de um axioma. Mostrem sua estranheza acerca do fato de existir um PCdoB no país, ao passo que não se pode cogitar a existência de um partido nazi em Banânia, não é mesmo? Afinal, são irmãos siameses, ora pois! Por que um pode e o outro, não?
Firmeza no olhar, segurança na entonação, desembaraço e clareza na verbalização et voilà! Na mosca.
Outro exemplo? Quando alguém elogiar o "grande arquiteto" Niemeyer (invariavelmente essa propaganda do cara está sempre colada em suas opiniões políticas deploráveis, o que não é mera coincidência, pois isso faz parte de um jogo subliminar, em que se tenta convencer os incautos por meio de uma falácia de autoridade, como se Pelé, o rei da bola, pudesse opinar sobre veterinária), pespegue, sempre, um comentário do tipo: "Parece que ele é ótimo nisso! Pena que seja, também, um fervoroso simpatizante de sistemas totalitários perversos... Ele só deveria abrir a boca para falar de arquitetura."
Quando o papo estiver rolando sobre cinema brasileiro, mostrem o quanto se desperdiçou o tutu do povo desdentado - "os excluídos" - ao se financiarem porcarias como "Olga" e "Diários da motocicleta", pura propaganda ideológica vagabunda. Se nenhum desses assuntos estiver em pauta, traga-os à luz vocês mesmos, com entusiastmo e total interesse. Falem da esquerdopatia como uma idiotice, uma aberração caricata, um ranço jurássico trazido das brumas do século dezenove por gente gagá e desinformada, seres que mal conseguem ler as orelhas de um livro porque são analfabetos funcionais. Taxem todo mundo de reaças, psicóticos, descerebrados, ignorantes, imbecis. Ou, melhor ainda, de mal-amados e invejosos, aqueles adjetivos gloriosos que às vezes fazem a festa da revista Caras quando o assunto é denegrir os famosos. Façam isso com convicção, ironia, assertividade máxima. A vacina para veneno de cobra é veneno de cobra.
A diferença fundamental, todavia, estará no fato de que os rótulos do lado de cá têm firmes nexos com o mundo real, enquanto os de lá, não. Essa é a grande diferença: eles mentem, nós, não; eles desqualificam, nós constatamos.
Por fim, fica-nos uma curiosa pulga atrás da orelha: qual será o raio de alcance de verdades veiculadas pelo mesmo sistema usado para difundir mentiras? O que prevalecerá na mente das pessoas? Em Banânia, as pessoas já estarão completamente fascinadas pela fantasia? A julgar pelos sintomas psicóticos que pipocam por aí, a probabilidade de a vaca ir para o brejo é altíssima...
Aceitam-se palpites!
Imagem: Christian Friedrich Samuel Hanneman (1755-1843), o pai da Homeopatia.
Marx, o Groucho
A despedida de Silas
Coloquei aqui a despedida do ministro Rondeau, fiz alguns poucos comentários em vermelho...
“Comunico que, na tarde de hoje, entreguei ao excelentíssimo sr. presidente da República ( o apedeuta) o cargo do ministro de Minas e Energia que, honrosa (??????)e dedicadamente, exerci por sua confiança. Cada segundo que dediquei com afinco ao exercício de minhas funções foi pautado ( pela voracidade em embolsar o meu...)por valores éticos, morais e cristãos( Já falei sobre essa mania de citar Deus, são sempre os mais canalhas). Nunca, em momento algum, pratiquei qualquer ato que não fosse orientado ( pela ganância e pela falta de qualquer senso)pelos princípios essenciais que sempre nortearam minha vida, com absoluta honestidade e compostura ( ah, fala sério, ninguém nesse governo tem compostura).
Reafirmo minha completa e absoluta inocência em relação às denúncias levantadas contra minha pessoa ( então tá, agora que você afirmou a gente acredita), na certeza de que tudo será esclarecido, provando a injustiça e a crueldade ( tadinho!!!) das mentiras e insinuações divulgadas a meu respeito que atingiram minha honra ( de novo?). Minha vida de técnico, trabalhador, de vida modesta ( ah, se era modesto podia roubar, ainda não está na constituição, mas vão colocar), respeitado no setor elétrico que escolhi por profissão e ao qual me dediquei inteiramente, tem sido marcada pela lisura e pela honradez ( honra outra vez? Alguém ensina redação para esse cara). Tudo fiz para servir ao governo do presidente Lula ( agora está explicado) e agradeço a Deus ( olha ele outra vez) a oportunidade de tê-lo conhecido de perto e com ele trabalhado pela grandeza ( agradeceu pela boquinha, mas não disse quanto deu para os chefes)do Brasil. É com gratidão que a ele me dirijo, lamentando profundamente a ocorrência desses fatos ( que pena, te pegaram no flagra, não é?). Deixo o governo para impedir que o setor energético, fundamental para o desenvolvimento do país, seja prejudicado, e que a imagem do governo seja de algum modo afetada.
Creio em Deus ( já sabemos da sua culpa, ministro. Não precisa insistir) e confio na Justiça.”
Sabe o que faltou neste discurso? Ele não falou que a culpa era da direita raivosa nem justificou-se dizendo que sua opção era pelos pobres e miseráveis e por isso era perseguido. Comeu mosca ex-ministro...
Oriane
Tuesday, May 22, 2007
Devolvam nossa grana, seus canalhas!!!!!
Tarso Genro, uma das várias mentes iluminadas do governo, tenta justificar as propinas que os políticos recebiam da Gautama como brindes. Segundo ele, todas as empresas fazem isso.
Lembrei-me daquela famosa estória do general Castelo Branco com o irmão. O irmão recebeu um carro de uma montadora de presente ( acho que era carro, se não for pensem apenas que foi um presente). Castelo mandou devolver e seu irmão disse que era apenas um brinde. Castelo então retrucou: - Despedido você já está, o que estamos agora decidindo é se você será ou não preso!
Enquanto isso, em Banânia, a "cumpanherada" acha que são só brindes. Natural receber brindes, afinal eles são tão bonzinhos, não é mesmo? Eles se justificam: tudo isso é em nome da "justiça social". Em nome dela vale tudo. Tudo mesmo: roubar, matar, mentir...
Como diria Sidarta Gautama: quem não chora não mama....
Oriane
Monday, May 21, 2007
Ataque de pelanca!
Banânia hoje é um gigantesco palco onde atores tristemente caricaturais repetem estupidamente papéis de pífia concepção, numa rotina cujo enredo é encenado um milhão de vezes - sintoma típico de algumas patologias mentais - sem que ninguém ouse apontar o fenômeno, denunciar a farsa, mostrar o péssimo gosto da peça em cartaz, jogar um mísero ovo podre no elenco de última classe, berrar, enfim, que "o rei está nu".
Sim, a vida é uma arte eminentemente teatral, todos temos papéis a desempenhar. O problema é o mau gosto das tramas em que hoje somos obrigados a chafurdar, ou seja, o próprio nível da sociedade do espetáculo está ao rés do chão. O que se oferece ao olhar dos que ainda têm um fiapo de consciência é uma historinha vagabunda, totalmente previsível e enjoativa como novela da Globo. É enervante, é desesperador, é preocupante porque já está cheirando à prisão perpétua. Basta ver o código de Hamurabi do "Politicamente correto" e a censura galopante que ele introduz subliminarmente...
Ah, lembramos! É provável que a expressão ataque de pelanca tenha sido obra da musa das musas, Dercy Gonçalves, numa chanchada da Atlântida de saudosa memória. Naquela época, ainda mprovisava-se tudo com alguma graça, ingenuidade e inteligência. Hoje, até o próprio improviso é clichê...
Disgusting play!
Marx, o Groucho
Sunday, May 20, 2007
Greves na USP
O vídeo é hilário e emblemático. Quem ainda não teve a chance de ver deve dar uma olhada...
Oriane
Lula e Pangloss
Hoje deparei-me com uma estranha coincidência: estava há dias querendo escrever sobre Lula e o professor Pangloss, mas eis que José Murilo de Carvalho no Globo de hoje faz essa associação. Não chegam a ser novidades expressões e bravatas como "nunca antes neste país" ou "a nossa saúde está próxima da perfeição". Elas tornam essa associação quase natural.
Não sei se vocês se lembram do professor Pangloss, criação de Voltaire para sacanear Leibniz. Pangloss é o guru de Cândido e é adepto da teoria de Leibniz de que este mundo é o melhor no melhor dos mundos possíveis. Um otimista que beira a estupidez. A teoria de Leibniz é que Deus desenhou este mundo com perfeição e aqui só acontece o que é o melhor. Cândido cai nessa esparrela e tem a Pangloss como um guru. Cândido só se ferra, passa pelas mais terríveis provações junto a Pangloss com este lhe dizendo: "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”. Maravilhoso o final onde Cândido, depois de passar a vida esperando por Cunegonde, a reencontra velha, desdentada e barriguda.
Voltaire era muito cruel quando queria. Sabe lá Deus como encontraremos este país quando o apedeuta finalmente apear do poder.
Por favor, não pensem que não gosto de Leibniz, eu adoro! Grande matemático e filósofo, ele é um dos grandes da humanidade. Sua filosofia é impecável. Infelizmente em sua época os filósofos ainda acreditavam haver necessidade da participação de Deus em todos os sistemas filosóficos. Daí porque Descartes cometeu seu "gênio maligno" e também seu "Deus garantia" assim como Leibniz cometeu seu "melhor mundo possível". São tentativas de explicar questões que ainda hoje escapam ao nosso intelecto. Há uma verdade como correspondência, como garante o "Deus garantidor” de Descartes, ou seja, há uma correspondência entre o que pensa o sujeito e o objeto? Ou ainda de acordo com o problema de Leibniz, o que explica o mal?
Se o mundo é, ou não, como o imaginamos e construímos, se nossa idéia de bem e mal é correta, não temos ainda como saber. Não sabemos ainda como foi nossa criação e parece certo que este esforço do conhecimento deve unir físicos, cosmólogos, filósofos, estudiosos da mente.
Quando vemos a situação do país, nosso presidente idiota, nosso povo ignorante, percebemos imediatamente o espaço que nos separa de um outro mundo, aquele que anos atrás não tinha a realidade das máquinas e dos inacreditáveis avanços de 150 anos para cá. Este tempo ainda é muito próximo. O que explica ainda o analfabetismo, a pobreza extrema, a ignorância? Vamos recorrer a um Deus para isso? Ou vamos dizer que este é o melhor mundo possível? Até quando precisaremos recorrer ao Deus ex machina para explicar nosso mundo, justificar nossos erros?
Lula é o professor Pangloss porque ambos se recusam a ver a verdade: o mundo não é perfeito, precisa de trabalho para conquistá-lo, é preciso a frustração do erro, a humildade do aprendizado. Lula acha-se um Deus, acha que não há nada que precise aprender, acha que atingiu o “ápice do ser humano", falta-lhe o mínimo para aprender: determinação, coragem, trabalho duro, humildade, vontade. Pangloss não merece esta comparação, era apenas um idealista, mais um destes bem intencionados um pouco ridículos. Lula não é nada disso, é preguiçoso, arrogante e quem sabe se não é pessimamente intencionado.
Não acho Lula engraçado como Pangloss, acho triste, sinto vergonha. Se ao menos ele tivesse qualquer ideal, eu poderia simpatizar com ele. Mas nem isso ele tem a me oferecer.
Oriane
Saturday, May 19, 2007
Decifra-me ou devoro-te!
Que coisa! Olhem ao redor e tremam nas pernas: parece que não há saída!
Se entrarmos no labirinto para matar o Minotauro lá instalado, correremos o risco de não voltarmos à superfície porque o tal fio de Ariadne - o que nos conduziria de volta - está mesmo pra lá de roto, quase rompido... Por outro lado, se ficarmos no meio da estrada e resolvermos encarar a esfinge, teremos de ser tão ágeis mentalmente quanto Édipo, decifrando-a antes que ela nos devore.
Trocando em miúdos menos sofisticados, bem ao estilo de chanchada da Atlântida, "se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come!" Entre chamar Édipo e Zé Trindade, o que fazer? Se ficarmos levando tudo muito a sério, enlouqueceremos, certo? Todavia, se relaxarmos excessivamente a guarda, eles nos pegam e nos transformam em zumbis, depois de sugar toda nossa massa encefálica!
A coisa está feia como os congressistas de Banânia, não escapa ninguém...
Bollystolly já!
Imagem: Édipo e a Esfinge - belíssima figura em um vaso grego.
Marx, o Groucho
Ótimo: "hora de crescer"...
"Não é fácil ser drogado: quando o produto desaparece, a privação instala-se, o corpo revolta-se e a lucidez abandona a criatura. Não falo de mim. Falo dos selvagens que, depois da vitória de Nicolas Sarkozy nas presidenciais francesas --uma vitória democrática, entendam-- saíram para a rua e, muito democraticamente, queimaram carros e agrediram policiais. Comentários?
Alguns, mais moderados, explicaram na imprensa européia que os selvagens apenas manifestaram o seu "descontentamento" com os resultados. Não duvido. Mas duvido que queimar carros e agredir policiais seja a melhor forma de o fazer, exceto se estivermos a falar de certas classes de primatas, onde o desporto é habitual.
Outros, mais agressivos, denunciaram o fenômeno -- no fundo, a intolerância antidemocrática das massas-- e perguntaram, com certa razão, o que diria a opinião bem pensante da Europa se a palavra "esquerda" fosse substituída por "direita". Imaginem o filme: a extrema-direita queimava 800 carros e agredia 80 policiais. Ainda estaríamos a falar de "descontentamento" democrático?
Respeito os meus colegas colunistas, mas regresso ao início: não é fácil ser drogado. E quando se sabe que as intenções de Sarkozy passam por emagrecer, e em certos casos liquidar, a monstruosidade inviável do estado social francês --a semana das 35 horas, um mercado laboral paralisado, uma altíssima carga fiscal-- entende-se facilmente que o problema das massas é o típico problema do drogado a quem lhe prometem retirar o produto. A privação instala-se, o corpo revolta-se, a lucidez abandona a criatura. Ele quer a sua dose, mas o "dealer" nega-lhe a dose. Como explicar isto? E como resolver isto?
As respostas são avançadas por Roger Kimball no último número da revista "The New Criterion". Ponto prévio: considero a "The New Criterion" a melhor revista mensal do mundo, embora entenda que o tom descaradamente "highbrow" da publicação seja um insulto para cabeças estreitas.
Kimball, com erudição e simplicidade, escreve longo ensaio sobre Hayek, o economista austríaco que venceu o Prêmio Nobel da Economia em 1974. E escreve sobre o lado menos conhecido de Hayek: a denúncia que o teórico fez das conseqüências psicológicas que uma forte dependência econômica e social do Estado acaba por provocar no carácter dos indivíduos.
A denúncia surgiu em "The Road to Serfdom", livro de 1944 que transformou Hayek em estrela popular e que ainda hoje se lê com prazer e proveito. Desde logo porque Hayek procurava mostrar como um crescente domínio da economia pelo Estado representava uma forte ameaça à liberdade individual. Essa ameaça era identificada por Hayek no seu próprio país de acolhimento, a Inglaterra, onde uma mentalidade dirigista procurava chamar para as mãos do governo as rédeas da economia nacional.
Para Hayek, esse centralismo crescente não significaria, apenas, o empobrecimento da Grã-Bretanha, ou seja, a destruição de uma ordem espontânea de mercado onde os indivíduos podem agir livremente, seguindo regras de conduta justa e perseguindo os seus fins pessoais. Como o título do livro sugere, o crescente controlo da economia pelo Estado conduziria a democracia pelo caminho da servidão. Como na Alemanha ou na União Soviética.
Hoje, é possível ler o aviso de Hayek com algum desconto: a presença do Estado na economia não conduz necessariamente a uma abolição da democracia e à imposição de um regime ditatorial. As sociais-democracias européias, que praticamente se transformaram na única linguagem política aceitável pelo "centrão" eleitoral, mostram como o equilíbrio entre o Estado e a iniciativa privada é possível, e se calhar desejável.
Mas um aspecto do trabalho de Hayek merece ser revisitado - e Roger Kimball fá-lo no artigo: trata-se da "servidão" psicológica que as economias fortemente dominadas pelo Estado acabam por infligir aos indivíduos. Hayek fala de uma "alteração de caráter" e, retomando Tocqueville, denuncia o que lhe parece ser uma "infantilização" dos seres humanos: um Estado que cuida deles do berço à sepultura, respondendo a todas as suas necessidades com patológico paternalismo, é também um Estado que lhes retira qualquer possibilidade de se tornarem adultos e responsáveis.
Nas noites de Paris, Lyon ou Nantes, não foi apenas a extrema-esquerda que saiu à rua. Foram crianças sem maneiras, que o Estado infantilizou durante longos anos de doentia proteção. Este atraso não se resolve com polícia. Resolve-se da única forma possível: terminando com a mesada e obrigado as crianças a crescer."
(João Pereira Coutinho, 30, é colunista da Folha de S.Paulo. Reuniu seus artigos no livro "Vida Independente: 1998-2003", editado em Portugal, onde vive. Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha Online.)
Pois é. Tudo não passa, como sempre insistimos em dizer, de neurose coletiva, já descambando nitidamente para a psicose irreversível...
Marx, o Groucho
Friday, May 18, 2007
Da barbárie para a decadência, sem escalas!
Adorei este trecho De Paulo Eboli no Globo:
Sempre que saio à rua, observo a crescente ocorrência de pequenos (?) delitos, cometidos por todo tipo de gente, mas, principalmente, por aqueles que parecem mais bem posicionados socialmente, os que moram bem e ganham melhor. O chiquérrimo calçadão do Leblon é uma passarela de desrespeito ao próximo, às regras urbanas, à civilidade e, claro, às leis. A bicicleta passa, voando, pela calçada; o coroa todo equipado anda, devagarzinho, pela ciclovia; os cachorros correm e fazem suas necessidades na areia da praia; os carros avançam os sinais; a moçoila cheia de charme berra ao celular de última geração; um caminhão caindo aos pedaços, carregado de cocos, pára no meio da rua e o carona grita para o quiosqueiro se ele quer comprar algum; o carro bacana que vem atrás do caminhão senta a mão na buzina; o garotinho joga o resto do sorvete, com papel e tudo, na calçada e a mamãe finge que não vê. Todos agem como se não houvesse mais ninguém no mundo, pelo menos, ninguém tão importante quanto eles próprios.
Pois é, nosso maior problema é mesmo o egoísmo, essa é a base da falta de educação. O velho lema da farinha pouca meu angu primeiro. Todo mundo quer ser o Kleber Bambam, todo mundo quer ser esperto e se dar bem. Esse país não tem futuro e a culpa é desta mentalidade boçal do brasileiro. Tem muita gente que acha bonitinha esta característica de não seguir regras. Eu, não, acho que isso é barbárie.
Como já foi dito antes: o Brasil passou da barbárie para a decadência sem escalas!!!
Imagem: Congresso, o antro maior da grosseria e do egoísmo...
Oriane
Fascinante o pendão dos nossos artistas populares para a ganância explícita. Depois se dizem comunistas etc.
A última foi do inacreditável Zeca Pagodinho sobre a tentativa de proibição de propaganda de bebidas feita por artistas. Zeca retira uma fortuna em propaganda de cerveja, não quer abrir mão da boquinha. Zeca deveria ser visto como um estímulo para não tomar cerveja nunca. Uma pança que lhe deforma e o rosto doentio, destruído, que não deveria ser um estímulo para ninguém. Mas em Banânia é rei. Tudo o que ele diz é o máximo, pois, nestas terras, se você faz boa música isso acaba te habilitando para dar opinião sobre tudo, mesmo que você não entenda nada. Zeca não entende nada de nada. Detesta leituras, seu negócio é cerveja e pagode. Isso não deveria ser exemplo, mas parece que a maioria gostaria de ser como ele. Por isso Zeca é um garoto propaganda tão valioso.
E isso deixa uma coisa clara: num país onde ele é exemplo e todos querem imitá-lo, é mais do que natural eleger Lula presidente.
Que droga...
Oriane
Tuesday, May 15, 2007
Clô e as "desigualdades" em Banânia...
Igualdade é desejável quando se quer uma sociedade que dê ensejo, a todas as pessoas, de ter uma vida digna, com saúde, educação - material e moral - e segurança, tudo de primeira qualidade, uma vez que os impostos cobrados são sempre de altíssimo valor. A idéia estaciona aí, porque esse é o seu limite. Estarão os japoneses "discriminando" as mulheres porque elas não podem fazer sushi e sashimi? Elas, as japas, sairão à ruas, de faca em punho, berrando por "igualdade" e direito ao trabalho, só porque não pode haver uma sushiwoman na cozinha nipônica?
Um maneta pode se sentir discriminado porque não o aceitam num curso de piano? Um ceguinho pode processar sei lá quem porque não é aceito para o curso de controlador de vôo? Pois é, nem todo mundo tem acesso natural a tudo. Há habilidades particularíssimas, exigências físicas e psíquicas, especificidades tais, em vários campos de trabalho, que travam as pretensões de alguém quanto a determinadas atividades. Além disso, há dons, há tendências, há vícios psicológicos, há um monte de coisas que determinam a possibilidade - ou não - de se escolher uma área de trabalho, um ganha-pão à altura da capacidade do indivíduo. Desconhecer as diferenças, ignorar a óbvia diversidade humana, é provocar na população, sistematicamente, desejos megalômanos, metas histéricas, alvos utópicos, o que, sem dúvida, trará em seu rastro, como conseqüência lógica, frustração, raiva, ódio, todos aqueles ótimos sentimentos que servem de caldo de cultura e fértil adubo à manipulação das massas. Sempre em proveito de uma minoria esperta, é claro. O fim do processo é o mesmo de sempre: todos igualados pela cova rasa.
Pois bem: uma deputada histérica resolveu encarnar todas as mulheres do Brasil - eis aí um ranço "igualitário", a ofensa coletiva... - quando Clodovil, eleito democraticamente por mais de um milhão de pessoas, fez um comentário irreverente e generalizante sobre certo comportamente feminino muderno - um tanto inspirado na boa e velha Messalina - e, de lambuja, chamou a deputada de "feia". Ou seja, o cara externou duas opiniões sinceras e pode levar um processo pela cara. Ele foi grosseiro? Sem dúvida. Constatações, como já vimos aqui, são quase sempre desagradáveis para o objeto da constatação. Mas há algum lugar mais adequado à grosseria explícita do que o Congresso Banânico?
No Executivo, o Keiser é, disparado, o "top de linha" em gafes e ofensas, com a diferença de que ele não constata nada, ele ofende mesmo - pelo menos à inteligência! - e ninguém ousa falar em processá-lo, nem mesmo pelas falcatruas em que seu governo anda envolvido desde que chegou ao poder. Em suma: verdades merecem processo, mentiras, não. Essa é a ética politicamente correta.
Parafraseando George Orwell, em Banânia é assim: todos são "processáveis", mas alguns são mais "processáveis" do que os outros...
Marx, o Groucho
Monday, May 14, 2007
Bento, uma bússola...
Não tem jeito. Para quem ainda não entendeu o espírito da coisa, reiteramos: o que o Papa prega - e essa é a palavra da doutrina da Igreja - é aquilo de sempre - o óbvio ululante que os escotomizados não conseguem ver há séculos, a pedra filosofal da conduta humana, por inspiração do Logos divino, ou seja, o valor de verdades absolutas, o paradigma que serve de norte espiritual. O que Bento prega se baseia nessa terrível simplicidade cristã, intragável para os obcurantistas de plantão, a convicção de que há CERTEZAS em meio às dúvidas da borrasca em que nos debatemos cotidianamente, há uma bússola!
Essência é essência, não tem jeito. "Separar o joio do trigo é isso", afastar o que importa - o eterno, o absoluto, o verdadeiro - do que é descartável pela própria natureza - o efêmero, o relativo, o inautêntico.
Como diria São Paulo, "que seu sim seja sim, que seu não seja não, pois tudo que ultrapassar essa instãncia é pecado". Pecado quer dizer "desvio do alvo", exatamente como quem atira uma flecha a dois quilômetros da mosca. Não é qualquer um que acerta o alvo. É preciso praticar, esforçar-se, não desistir. Quem faz DIREITO qualquer coisa, sabe disso, desde bife à milanesa à pintura da Capela Sistina.
Não há mérito sem esforço, é simples. Não há "cotas" para preguiçosos no Reino dos Céus. Lá o PT não manda. Que frustração, né, Keiser? Imagine você dizendo "nunca antes neste reino do céus..."
Voltando ao Papa: com toda a feroz propaganda anticatólica dos últimos tempos - claro, eles farejam quem é seu real adversário - por meio das tentativas de desmoralização feitas sistematicamente pela mídia, a absoluta falta de cultura religiosa do povo bananóide, com tudo isso e mais alguma coisa, lá está ele, fazendo um sucesso midiático estrondoso, arrastando multidões por onde anda, um senhor de oitenta anos, um estranho "pop star" sem alavanca midiática a seu favor, um poliglota, um teólogo, um ser muito, muito, esquisito para os padrões da Sociedade do Espetáculo.
Uma nota: louve-se uma entrevista dada na Globo, a respeito da personalidade de Bento XVI, pelo secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Don Odilo Scherer, que sem meias palavras ("que seu 'sim' seja sim"...) chamou a imprensa de PRECONCEITUOSA e divulgadora de CLICHÊS! Até que enfim, um macho em Banânia!
Imagem: o óbvio instrumento que permite a navegação segura, aquela em que "navegar é preciso, viver, não."...
Marx, o Groucho
Thursday, May 10, 2007
Eu odeio a Telemar!!!!!!!!
Outro dia recebi uma carta bomba da Telemar. Há alguns anos, 10 para ser exata, eu recebi aqui o filho de uma acadêmica do Maranhão. O rapaz além de me roubar ( um anel lindo de rubi, da minha formatura) deixou uma conta telefônica astronômica sem pagar. O telefone nunca foi cortado e a conta começou a acumular. Pois bem, um dia resolvi pagar. Pedi que a Telemar calculasse, fizemos um acordo e paguei em 12 vezes. Foi uma conta alta, paguei um fortuna. E na segunda, 9 anos depois, recebi uma oferta para quitar meu débito com desconto. Não era o valor astronômico da época, devia ser um remanescente, mas o susto foi grande. Como assim? Como se cobra uma dívida 9 anos depois. Nem tenho mais os comprovantes, só guardo por cinco anos. E o pior foi tentar falar com a Telemar. Gastei duas horas ao telefone, com um atendente grosso me redirecionando para outro mais grosso ainda. Ligava pra 103 e a pessoa dizia que o meu caso era só no 0800. No 0800 me mandavam ligar para 103. Quando eu dizia isso desligavam na minha cara. Depois de 3 horas tive uma crise de nervos e comecei a chorar. Liguei para a Anatel e registrei a queixa. Parece que a Telemar tem cinco dias para mandar alguém que tenha pelo menos um neurônio me ligar e me dar alguma satisfação sobre o que aconteceu. Se eu pagar, quem me garante que daqui a pouco não chega um outro remanescente? E onde já se viu cobrar uma conta anos depois quando os recibos já foram para o lixo?
Já me aconteceu do VISA me cobrar duas vezes a mesma conta. Por sorte eu tinha todos os recibos. Na época eu falei que já havia pago e eles me mandaram mandar um fax para São Paulo. Achei um absurdo e processei. Ganhei uma grana em cima dos canalhas.
E agora? O que vai acontecer?
A Telemar, como todos sabem, é a empresa campeã de reclamações no Procon e outros órgãos de defesa do consumidor.
Oriane
Ser cidadão nesta terra é uma tortura...
Tuesday, May 08, 2007
Só rindo para não chorar...
Outra pérola: disse que não roubava maçãs em criança porque teve uma educação rígida de D. Lindu e não queria envergonhá-la.
Não sei não, ou ele perdeu o medo depois que a mãe morreu, ou a restrição era só para as maçãs...
Mas se vocês quiserem mesmo se divertir às custas do analfa é só dar uma olhadinha no vídeo abaixo. Coisa de louco, muito engraçado. Chama-se "Burrices do presidente do Brasil".
Oriane
Monday, May 07, 2007
Paulo Coelho se redime num artigo iluminado
Eu, como legítima representante do meio acadêmico e editorial e que por isso mesmo sempre surrei Paulo Coelho, humildemente assumo que o Mago foi onde nenhum de nós teve coragem. Sempre odiei Paulo Coelho, mas depois de sua lucida matéria sobre o neurótico Roberto Carlos e sua incompreensível proibição de um livro que só lhe faz elogios, preciso dizer: valeu Paulo Coelho, nunca mais vou ser tão cruel com você. O texto é lúcido, corajoso e verdadeiro.
Eu sequer vou perguntar porque Roberto Carlos fez o que fez. Ele já foi grande, seus discos antigos eram o máximo, mas depois de um certo tempo ficou francamente constrangedor. Brega, com músicas sem inspiração, politicamente corretas e chatas. O cantor é atualmente uma pálida sombra de si mesmo, fenômeno muito comum na MPB. Uma das justificativas que ele dá no processo ( não a principal) é que a obra impede lucros futuros caso ele queira escrever sua própria biografia. Isso de um cara que ganha 1,5 milhão por mês contra um que é professor primário. Uma indignidade. Dizem que a audiência foi uma piada, com cenas de tietagem e tudo. Mas o fato é que Roberto atualmente não passa de um sujeito esquisito, nosso Michael Jackson tupiniquim, mais célebre pela maluquice do que pela arte. O cara é doente e ninguém deveria se arriscar a escrever nada sobre ele. Ele não gosta que escrevam nem artigo. Quer reservar tudo para ele. Seria isso ganância? Mesquinharia? Quem vai saber? Alguns artistas tão engajados no "bem estar" do povo não gostam nem um pouco de ver seus lucros cessando. Meia entrada, ingressos populares, tudo isso avilta-lhes a arte e derrruba seu pseudo esquerdismo. Caridade sim, mas não com a grana deles.
Quanto a isso, o que dizer a respeito do Falabella na apresentação popular de sua peça, onde desrespeitou o público de forma inacreditável apenas porque estava numa apresentação de um real? Humilhante!
Teria RC feito isso por dinheiro? Parece que não, mas vendo o exemplo dado por certa parte da classe artística a hipótese nem é tão improvável assim.
Mas que RC foi mesquinho, disso não tenho a menor dúvida...
Se vocês quiserem ler o texto do Mago na íntegra cliquem aqui ( não precisa ser assinante da folha, a Cora Rónai providenciou).
Oriane
Mais Noblesse Oblige
Vocês conhecem o ditado?: - a vida do babaca é atribulada e cheia de imprevistos...
Pois é, na apresentação do Municipal de Moricone um "roqueiro" - Marcelo Cardoso - que eu não tenho a menor idéia de quem possa ser, resolveu botar suas patas vestidas com tênis no palco. Longe de mim querer reprimir quem quer que seja, mas detesto gente grossa. E tenho a impressão de que cada dia mais estes "artistas" jovens e mimados só pensam em aparecer. O objetivo da diatribe do roqueiro-grosso era aparecer, mostrar que é "muderno", provocar polêmica. Tudo o que conseguiu fazer foi desrespeitar um dos raros templos onde a noblesse oblige ainda não havia sido abandonada e, com isso, mostrar sua profunda ignorância. Essa gente acha que pode a tudo e a todos desrespeitar. Tudo em nome de uma liberdade que parece muito mais egolatria do que qualquer outra coisa. O idiota não estava querendo exercer sua liberdade, mas sim agredir os outros. E isso é ridículo.
Ele deve ser proibido? Claro que não. Mas faria muito bem ao ego desmesurado deste imbecil levar umas três olhadelas frias e ser devidamente ignorado. Deve ser tratado como uma criança, que é o que ele é, e rejeitado por aqueles que já aprenderam que o convívio social só pode ter como base a liberdade se cada um aprender a não invadir o espaço do outro.
Adolescentes idiotas querendo aparecer só podem ser combatidos com boa educação.
Quem nasce sem berço, como o babaca do Municipal, ou tenta se ilustrar ou vai pastar junto com as mulas. Aposto que ele é um eleitor feliz de Lula e, francamente, eles se merecem.
E o pior é que é gente como esse babaca que acaba por justificar uma sociedade repressora. Pessoas que não conhecem o seu lugar acabam favorecendo a criação de regras para delimitar espaços que tolhem a liberdade de outros que nada têm a ver com isso. Daqui a pouco o Municipal volta a proibir a entrada de pessoas vestidas com tênis e bota bedéis para tolher engraçadinhos que querem por o pé no palco e este retardado vai bradar: ditadura! censura!
Por causa de idiotas assim, sem nenhum senso de propriedade, temos um estado que trata a todos como crianças.
Em nome da sua liberdade pessoal o babaca clássico só faz invadir o espaço do outro. Essa gente realmente se acha o centro do universo.
Oriane
Sunday, May 06, 2007
Vai trabalhar vagabundo!!!
O artigo hoje do Ubaldo tinha alguns trechos primorosos que merecem ser reproduzidos:
O presidente da República, que encarna uma perigosíssima combinação de inteligência, esperteza e ignorância, ruim para ele e péssima para nós, disse outro dia que chegar à Presidência é ´o ápice do ser humano´. E acrescentou: ´Não tem nada além disso´. Por boa vontade, atribuo a afirmação à incultura e não à pobreza de espírito e valores de quem, aparentemente, se julga à altura, ou mais, de Péricles, Aristóteles, São Jerônimo, Galileu, Santo Inácio de Loiola, Isaac Newton, Churchill e muitos outros de tope semelhante.
... Não há praticamente transferência de renda alguma, exceto a tirada da classe média, que, ao que tudo indica, no ver de alguns compositores, jornalistas e palpiteiros gerais, devia ser toda fuzilada, ou condenada a trabalhos forçados ou a dar tudo logo ao governo e ir para a classe dos pseudo-mamantes. É esse o Estado que somos, o Estado úbere e o Estado esmoler. E, como aconteceu com a CPMF, o Bolsa-Família será eterno. E, mais ainda, se quem o criou anunciar que seu sucessor vai acabar com ele, haverá quase certa sublevação, talvez seguida de uma solução de emergência, para superar a crise. Uma solução plebiscitária, com a pergunta sobre se queremos mais uns dez anos do mesmo presidente. O Bolsa-Família o leva à vitória outra vez e bem que ele pode tornar-se mesmo imperador, Sua Majestade Inácio Lula I, II, III, IV e V, o maior imperador do mundo desde Nabucodonosor da Caledônia.
É isso aí: o voto obrigatório é usado como justificativa para legitimar este bando de ladrões que está assaltando nosso estado ( sempre com minúscula). E já usaram a eleição para justificar a pizza dos mensaleiros. A justificativa é que eles foram absolvidos pelo voto popular.
Como nós sabemos, o voto popular é extraído à força de uma massa ignorante que leva em conta apenas aquilo que o poder da propaganda e das benesses governamentais lhe oferece. Para o governo Lula os beneficiários do bolsa família são apenas uma massa de manobra que vota nos candidatos que prometem manter a bolsa-reeleição apenas para se perpetuar no poder.
E a classe média é a única que resta como "inimiga do povo", afinal só sobramos nós para reclamar dos impostos. E reclamar dos impostos hoje em dia é reclamar, indiretamente, da esmola vergonhosa do bolsa família e do salário dos cumpanheiros. Eles não deviam sentir tanta raiva da gente, somos nós que os sustentamos. E, realmente, são impressionantes as matérias e cartas dos esquerdopatas: todas acusam a classe média de reacionária para baixo. A única verdade que essa gente não quer ver é que não aguentamos mais sustentar vagabundos...
Oriane
Pedro II, um exemplo que Lula desconhece
Já havia discutido aqui minha estranha opção por uma Monarquia anarquista. Acredito platonicamente que o governo deve ser exercido por intelectuais, pessoas preparadas para governar e que não se deslumbrem com o poder. O trecho a seguir foi retirado do Jornal Globo partindo de um livro do historiador José Murilo de Carvalho:
O excessivo rigor no trato da coisa pública — a base do próprio conceito de república — foi uma das marcas do imperador, que assumiu o governo precocemente aos 14 anos, mas nunca se deixou tomar pelo gosto do poder e das benesses que sua posição lhe garantiam. Muito pelo contrário. D. Pedro levava uma vida austera num palácio desprovido de fausto e proibiu que lhe aumentassem o salário sequer uma única vez nos 49 anos de governo após a maioridade, em 1840, vendo sua dotação reduzir-se de 3% a 0,5% do Orçamento imperial ao fim de seu reinado. Além disso, pagava as viagens do próprio bolso e recusou a pensão que o governo da República lhe ofereceu após derrubá-lo em 1889, ficando em dificuldades financeiras em seus últimos anos, já velho e doente no exílio em Paris, onde morreu no modesto Hotel Bedford em 1891. E não ficava por aí o desprendimento do monarca em relação às verbas públicas, por cujo controle os políticos republicanos têm se digladiado desde 1889. Também do próprio bolso, financiou os estudos de 151 brasileiros — 41 deles para estudarem no exterior, com a obrigação de retornarem ao Brasil ao fim dos cursos. E, na forma de ajuda aos pobres, muitas vezes despendia mais de 10% de seus ganhos anuais, numa espécie de bolsa família em pequena escala, como define José Murilo.
Que diferença para nosso babalorixá de Banânia, com sua bolsa ditadura, suas viagens de aerolula e o bolsa família com a nossa grana. O bolsa família do imperador saia do dinheiro dele e era voltado para educação enquanto que nosso guia gasta mais dinheiro com auto-propaganda do que com educação. Mas o que se poderia esperar de um presidente analfabeto e ignorante?
Gente assim não deveria sequer poder se candidatar!
Oriane
Saturday, May 05, 2007
Uma rosa é uma rosa, é uma rosa...
Voltando a nossa mania de falar sobre semântica em doses homeopáticas, lá vai uma observação que pode ser valiosa para muita gente boa que gosta de se expressar - digamos... - objetivamente, uma verdadeira ofensa num mundo onde impera o solepcismo esquizóide, regido pelas forças ocultas dos chupadores de cérebro.
Algumas pessoas reclamam, com aquele ar fajuto de vestal estuprada, quando alguém, por exemplo, num debate ou num texto crítico, adjetiva fulanos e beltranos de "idiotas, estúpidos, debilóides, retardados" etc. Essa turma reclamante - sempre politicamente correta, é claro! - acha que tais rótulos são xingamentos, preconceitos, exageros verbais imperdoáveis, merecedores de repúdio em praça pública. Eles não sabem que "xingamento", "desqualificação do outro" e congêneres equivalem a uma manifestação emocional que se caracteriza, justamente, por rebaixar, distorcer, perverter a imagem daquele que se quer atingir, dado que o contexto é exatamente esse, nele não há nenhum desejo de precisão racional, pelo contrário, o irracionalismo costuma acompanhar religiosamente tais surtos emotivos. Aliás, essa é uma das funções da linguagem, a que funciona como uma válvula de escape. Portanto, num ataque de raiva, é perfeitamente cabível alguém xingar um Einstein de "energúmeno"... A distorção é proposital, a intenção é ofender.
Tudo isso cai por terra quando estamos às voltas com pessoas assertivas - sempre taxadas de "agressivas" pelos pacifistas de meia tigela - que, longe de estarem em estado de privação dos sentidos, estão simplesmente dando nome aos bois (Ah, meus queridos, pastando por aqui de novo!), ou seja, estão chamando pedra de pedra, gênio de gênio, imbecil de imbecil.
Essa é a diferença, e a isso se convencionou chamar de constatação. Constatar que alguém age como retardado só pode levá-lo a ser nomeado como tal: não é insulto, é mera constatação, não é preconceito, é conceito perfeitamente ajustado à realidade. A frase emblemática da constatação-mór deve ser, sem dúvida, a que consagrou a escritora Gertrude Stein na esfera literária - já que seus textos não eram lá grande coisa -, a muitíssimo parafraseada uma rosa é uma rosa, é uma rosa...
Dessa forma, não se xinga ou se desrespeita nosso Keiser quando o chamamos de apedeuta, pois essa é a sua natureza. Estúpido seria chamá-lo de Thomas Alva Edson, o inventor da lâmpada! afinal, o que falta ao nosso guia é justamente luz...
Assertivos, uni-vos!
Imagem: Picasso - retrato de Gertrude Stein
Marx, o Groucho
Corrupção é... sair de um emprego no zoológico para sócio da Gamecorp!
Vocês lembram daquele desenho chatinho, que fez furor durante anos n"O Globo", o dos bonequinhos do Amar é...? O tempo passou, esqueceram os coitados - se bem que, às vezes, alguma agência de publicidade retoma o tema -, mas a Furiosa, no seu setor de sessão nostalgia, ressuscita e parafraseia a idéia, lançando a série "CORRUPÇÃO É..." Como Banânia é a terra da criatividade quando se trata de novos modos de corromper, solicitamos às pessoas que colaborem com essa atualização do blog, sempre que tiverem alguma boa sugestão a respeito.
Inaugurando, lá vai a imagem de estréia:
Corrupção é... sair de um emprego no zoológico para sócio da Gamecorp!
Recordando:
"CONRADO CORSALETTE - Folha de S.Paulo
A Gamecorp, produtora que tem como um de seus sócios Fábio Luis Lula da Silva, 28, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu, em janeiro deste ano, um investimento de R$ 5 milhões da Telemar, empresa de telefonia.
O dinheiro investido representa quase todo capital social da produtora, que é de R$ 5,2 milhões.
O negócio foi intermediado pela DBO Trevisan, empresa de auditoria e consultoria contratada pela produtora para buscar um investidor.
A Trevisan tem como principal sócio Antoninho Marmo Trevisan, amigo pessoal do presidente Lula e integrante do Conselho de Ética Pública da Presidência da República.
A Gamecorp produz conteúdo voltado ao mercado jovem que vai ao ar em dois programas de televisão, veiculados na Bandeirantes e na Mix TV. O conteúdo --programas sobre videogames-- passará a ser usado pela Oi, empresa de telefonia móvel do grupo Telemar até o fim do ano.
Segundo sócios da produtora, a Telemar pagou R$ 2,5 milhões pela compra de 35% das ações da Gamecorp e outros R$ 2,5 milhões para ter exclusividade sobre o conteúdo produzido, podendo usá-lo em celulares e internet.
(...)
Fábio Luis, filho de Lula e da primeira-dama Marisa, é sócio, desde 2003, de seus amigos de infância Fernando e Kalil Bittar, filhos de Jacó Bittar, amigo de Lula e conselheiro da Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social). Eles montaram a G4, que associada à Espaço Digital, de Leonardo Badra Eid, passou a produzir um programa sobre videogames para a TV Bandeirantes.
Para receber o investimento da Telemar, eles criaram uma holding, a BR4, que figura como sócia majoritária da Gamecorp, montada logo em seguida, em dezembro do ano passado.
Em parceria com a empresa de telefonia, a Gamecorp, cujo capital social era de apenas R$ 10 mil, começou a produzir, há 15 dias, um programa para a Mix TV, canal UHF no qual era veiculado o programa Shoptour.
Os R$ 5 milhões ajudaram a produtora a aumentar sua produção de 40 minutos de programa ao dia para 4 horas.
Os programas são feitos num prédio no Alto da Lapa, zona oeste de São Paulo. O imóvel conta com um estúdio e é alugado.
O faturamento estimado da Gamecorp para este ano é de cerca de R$ 7 milhões. (...) " - na íntegra, aqui.
Marx, o Groucho
Friday, May 04, 2007
Post confessional
O hábito de não se responsabilizar pelos próprios atos tem várias modalidades. Uma das mais usadas é a doença mental. Vide o Rabino Sobel. Mas o caso Sobel sequer é relevante dentro do mar de abusos que a psiquiatria moderna produz. Na minha família existe o mito da doença mental. Minha avó se matou, ela sofria realmente de uma depressão profunda e talvez coisa pior. Passou boa parte da vida na Doutor Eiras tomando choque. Eu a adorava e nunca notei que havia algo errado com ela. Minha avó morreu há mais de vinte anos e, aparentemente, era realmente doente. Somos nove netos e a psiquiatria achou por bem encontrar a "doença", que eles garantem ser hereditária, em 4 de nós e na minha mãe e uma tia. Fui acostumada, desde cedo, a quando ficasse triste tomar um prozaczinho. Tomava um pé na bunda ( e Deus sabe que foram vários ), ficava triste e minha mãe dizia: é melhor ir ao Dr. X e acertar o medicamento. Fui criada para acreditar que não era responsável pelos meus atos. Minha vida só começou a andar para frente quando entendi que não havia doença nenhuma, que eu era a única responsável pela minha miséria e que a doença era uma desculpa para não fazer nada. Me libertei e hoje vivo uma vida produtiva e feliz. Outros não tiveram a mesma sorte. Seduzidos pela conversa psiquiátrica, segundo a qual remédios são a solução para qualquer decepção, conhecidos meus abrem mão de sua vida em função de uma doença que não existe. Conheço especificamente três homens ( um de 40, outro de 30 e outro de 32) que vivem neste mito. Conheço bem os três: são talvez as pessoas mais egoístas que já conheci. Incapazes de fazer qualquer coisa por alguém, vivem presos a um ressentimento invejoso em relação àqueles que conseguiram qualquer coisa na vida. Num deles o estrago é medonho: garoto lindo na juventude, tornou-se feio e ressentido. Enorme de gordo, não faz nada para melhorar o corpo e a mente. Gentileza, favor etc são palavras que inexistem em seu vocabulário, para ele se a farinha é pouca seu angú primeiro. Tendo algum dinheiro de família, aproveita a doença para viver as custas dos outros. O dinheiro acabou e ele continua nessa. Sempre foi mal educado, agressivo e vazio. Mas a família sempre o mimou e tratou como um coitado e um gênio mal-compreendido! Uma vez chegamos na casa dele, várias mulheres carregando pacotes de carvão para um churrasco. Ele estava na piscina fumando e nem lhe passou pela cabeça se oferecer para ajudar. Quando reclamei com a mãe dele ela disse: ah, deixa ele, ele está tão bem hoje...
Tenho visto este menino ( agora um homem) sendo tratado assim há anos. E minha dúvida é: seria ele uma vítima da psiquiatria, que lhe justifica a falta de caráter, ou da própria família que não o educou para não se aborrecer.
Num país em que ninguém quer assumir suas responsabilidades esta é apenas mais uma estória, mas quantas vítimas deste tipo tem produzido a psiquiatria moderna? Quantas pessoas estão abrindo mão de suas vidas em função de uma doença que não existe? Quantos pais deixam de educar seus filhos por medo do confronto? Quantas pessoas não tomam remédio por medo de enfrentar a dor? E tudo isso com a conivência de uma psiquiatria que vive da percentagem que ganha por remédio receitado.
Nosso mundo está doente, mas a doença não é psiquiátrica, é egoísmo mesmo...
Oriane
Wednesday, May 02, 2007
A ditadura da CEG
Imagem: uma das gravuras que Arlindo Daibert fez para o Grande Sertão.
As gravuras são todas belíssimas!
Num post abaixo - Nonada - Marx fala que ninguém fez nada contra aquele absurdo estelionato do gás. Preciso protestar. Eu fiz.
Chegou um sujeito super grosso na minha casa dizendo que eu tinha que fazer tais e tais obras para a troca de gás. O valor era absurdo. Eu disse que não ia fazer e queria uma segunda opinião. O sujeitinho arrogante começou falando:
- Negativo...nós vamos cortar o seu...
Ele não terminou a frase. Imediatamente eu o coloquei para fora da minha casa. Abri a porta e mandei ele sair. Ele ainda me disse com um sorrisinho triunfante que ia mandar cortar meu gás. Bom, vocês imaginam onde eu mandei ele enfiar o gás dele.
Estou sem gás há seis meses.
Me recuso a admitir que um empregado do governo, ou seja, eu pago o salário dele, entre em minha casa, seja arrogante e saia me dando ordens sobre o que fazer ou não em minha casa.
Odeio este governo, odeio esta gente, odeio ser obrigada a gastar meu dinheiro e sustentar estes retardados.
Oriane