Wednesday, March 21, 2007

Benedita e a ditadura do mais fraco!


Está certo, todo mundo já sabia que Benedita da Silva não era exatamente um gênio. Na verdade, trata-se de mais uma daquelas figuras míticas criadas pela esquerda, aquela coisa que tanto encanta a galera do forum social: orígem humilde, afro-descendente, aquelas coisas. Mas, nós sabemos, estas características não criam necessariamente bons administradores ou cabeças boas. No caso da senhora em questão, suas passagens pela vida pública sempre foram desastrosas. Nenhuma capacidade para lidar com dinheiro, medidas demagógicas, preconceito contra quem não é pobre e favelado etc.
Agora, bolsa-crime?????
Francamente, até para a Benedita é um pouco demais. Isso não é demagogia ou falta de noção. É burrice mesmo!
Essas pessoas realmente acham que o certo é expulsar do país quem teve estudo e alguma condição para deixá-lo para aqueles que, na cabeça dela, são os que têm direito ao país: favelados, afro-descendentes e marginalizados. Na cabeça dela, os outros têm uma dívida social com essas pessoas. É uma espécie de tendência Pol Pot. Vamos mandar os intelectuais para o campo, acabar com as escolas, para quê escola? Os analfabetos tomaram o poder e agora querem destruir quem não é. E tome bolsa para marginal, direitos humanos para assassinos, taxas para sustentar favelas.
Sempre detestei essa ditadura do mais fraco.
Precisamos de ação social? Sim, é claro.
Precisamos ser discriminados por sermos brancos e cultos? Não!!!!
Trata-se, mais uma vez, da cultura da inveja e do rancor. De se transformar idiotas em governantes.
Esse país adora ser miserável. Essa gente não quer resolver o problema da miséria, quer é nivelar todo mundo por baixo...
Deprimente.

Imagem: caricatura de Pol Pot...
Oriane

2 comments:

  1. Anonymous5:42 AM

    Este texto lúcido recorda um poema de Maiakovsky, que vale a pena reproduzir na íntegra (sempre na tradução do imortal Haroldo de Campos):

    INCOMPREENSÍVEIS PARA AS MASSAS

    Entre escritor

    e leitor

    posta-se o intermediário,
    e o gosto

    do intermediário

    é bastante intermédio.
    Medíocre

    mesnada

    de medianeiros médios
    pulula

    na crítica

    e nos hebdomadários.
    Aonde
    galopando

    chega teu pensamento,
    um deles

    considera tudo

    sonolento:
    - Sou homem

    de outra têmpera! Perdão,
    lembra-me agora

    um verso
    de Nadson...

    O operário

    Não tolera

    linhas breves.
    E com tal

    mediador

    ainda se entende Assiéiev
    Sinais de pontuação?

    São marcas de nascença!
    O senhor

    corta os versos
    toma muitas licenças.
    Továrich Maiacóvski,

    porque não escreve iambos?

    Vinte copeques

    por linha
    eu lhe garanto, a mais.
    E narra
    não sei quantas

    lendas medievais,
    e fala quatro horas

    longas como anos.
    O mestre lamentável

    repete
    um só refrão:
    - Camponês

    e operário

    não vos compreenderão.
    O peso da consciência

    pulveriza
    o autor.
    Mas voltemos agora

    ao conspícuo censor:
    Campones só viu

    há tempo
    antes da guerra,

    na datcha,

    ao comprar

    mocotós de vitela.
    Operários?

    Viu menos.
    Deu com dois

    uma vez

    por ocasião da cheia,
    dois pontos

    numa ponte

    contemplando o terreno,
    vendo a água subir

    e a fusão das geleiras.

    Em muitos milhões

    para servir de lastro
    colheu dois exemplares

    o nosso criticastro.
    Isto não lhe faz mossa -

    é tudo a mesma massa...
    Gente - de carne e osso!!
    E à hora do chá

    expende

    sua sentença:
    - A classe

    operária?

    Conheço-a como a palma!
    Por trás

    do seu
    silêncio,

    posso ler-lhe na alma -
    Nem dor

    nem decadência.

    Que autores

    então

    há de ler essa classe?
    Só Gógol,

    só os clássicos.
    Camponeses?

    Também.
    O quadro não se altera.
    Lembra-me e agora -

    a datcha, a primavera...
    Este palrar

    de literatos

    muitas vezes passa

    entre nós

    por convívio com a massa.
    E impige

    modelos

    pré-revolucionários
    da arte do pincel,

    do cinzel,
    do vocábulo.
    E para a massa

    flutuam

    dádivas de letrados -
    lírios,
    delírios,

    trinos dulcificados.
    Aos pávidos

    poetas

    aqui vai meu aparte:

    Chega
    de chuchotar

    versos para os pobres.
    A classe condutora,

    também ela pode
    compreender a arte.
    Logo:
    que se eleve

    a cultura do povo!

    Uma só,
    para
    todos.
    O livro bom

    é claro

    e necessário
    a vós,
    a mim,

    ao camponês

    e ao operário.

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  2. Anonymous3:15 PM

    Como a gente é besta! Devíamos era reivindicar uma bolsa-alguma-coisa.

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