Saturday, March 31, 2007

Um pedaço do post anterior, que ficou enorme.

Imagem: é de uma série hilária do Kibe Loco chamada placas do Braziu...é maravilhosa!!!

Ao se adotar uma política de cotas, acabamos por vitimizar um segmento social e, de uma certa forma, estamos também diminuindo este segmento. Com o sistema de cotas estamos dizendo que eles estão numa situação inferior.

Por que, afinal, este governo faz tanto esforço para acirrar a briga entre pretos e brancos, pobres e classe média (reparem só, Lula e seus asseclas falam mal da classe média e não dos ricos... a Zelite é a classe média)? Desde que o governo Lula assumiu tenho notado um aumento na violência com que os crimes são cometidos. Já não são assaltos, são vinganças. Andamos nas ruas com medo, sabemos que só por termos uma aparência um pouco melhor, ou um carro velho pelo qual passamos anos juntando dinheiro para comprar; enfim, qualquer coisa já é motivo para despertarmos inveja, ódio. Esse ódio é que gera os crimes violentos que estamos vendo. Esse ódio é despertado pela inveja de uma sociedade que nada tem: ela se volta contra todos aqueles que têm, mesmo que seja muito pouco. Nesta sociedade pobre a vida é barata e odeia-se por quase nada.

Ah, me lembrei, esta guerra toda acabou dando emprego para Dona Matilde, a ministra (com minúscula mesmo) da desintegração racial, e toda a sua turma. Aliás, quantas Ongs, autarquias e partidos não faturam alto com essa questão?

Oriane

Pelo sim, pelo não, agora não chamo mais meu gato preto de "negão", só de afro-felino. Vai que alguém ouve e me processa!

Imagem: Mapplethorpe - da série Black and White.

De certa forma é explicável que os negros estejam ainda numa posição desfavorecida socialmente. Foram trazidos para cá numa posição desvantajosa há pouco tempo. Todos sabemos que o dinheiro e as relações da família são fundamentais para o alcance de uma boa situação social. Os negros estão há poucas gerações nas Américas, mas o fato é que estão melhores aqui do que, por exemplo, em Angola, ou Serra Leoa, como disse corajosamente Serjão em seu blog. Com o passar do tempo, naturalmente, vêm alcançando maior ascensão social. Vemos negros como professores, magistrados, artistas, empresários. Muitos desses tiveram antepassados escravos. Isso fala de sua garra e justa luta. No mundo de hoje vence o mais forte e nem sempre as condições iniciais são responsáveis pelo sucesso futuro.

Ao se adotar uma política de cotas, acabamos por vitimizar um segmento social e, de uma certa forma, estamos também diminuindo este segmento. Com o sistema de cotas estamos dizendo que eles estão numa situação inferior.

Nossa sociedade é muito pobre, não temos tantos ricos assim. Nossa classe média vive na corda bamba, e a maioria viu seu padrão de vida cair drasticamente em vinte anos. O fato é que nesta sociedade pobre há muito pouco para muitos. Privilegiar, por pouco que seja, uma parcela é discriminar. E o pior: como há muito pouco a disputa vai ser mais acirrada e este segmento favorecido passará a ser odiado. Não será odiado pela cor da pele, mas por seu privilégio. Numa sociedade tão pobre, qualquer privilégio é invejado. Aqui começará o preconceito e a luta entre pretos e brancos numa sociedade que era notória por sua convivência exemplar.

Por que, afinal, este governo faz tanto esforço para acirrar a briga entre pretos e brancos, pobres e classe média (reparem só, Lula e seus asseclas falam mal da classe média e não dos ricos...a Zelite é a classe média)? Desde que o governo Lula assumiu tenho notado um aumento na violência com que os crimes são cometidos. Já não são assaltos, são vinganças. Andamos nas ruas com medo, sabemos que só por termos uma aparência um pouco melhor, ou um carro velho que passamos anos juntando dinheiro para comprar, enfim, qualquer coisa já é motivo para despertarmos inveja, ódio. Esse ódio é que gera os crimes violentos que estamos vendo. Esse ódio é despertado pela inveja de uma sociedade que nada tem. Volta-se para todos aqueles que têm, mesmo que seja muito pouco. Nessa sociedade pobre a vida é barata e odeia-se por quase nada.

O que acontece depois? Com o passar do tempo, este pequeno privilégio das cotas acaba gerando um separação: eles, os cotistas, e os outros. Na África do Sul há cotas para tudo que se possa imaginar, e devemos levar em consideração que lá isso faz mais sentido do que aqui.
Qualquer pessoa com um pouco mais de cultura sabe que não foram só os brancos que escravizaram os negros, mas, principalmente, negros escravizavam e vendiam negros. O fato é que lá, quando as pessoas entram nos hospitais e vêem um médico negro, acabam não querendo ser tratadas, não porque o médico é negro, mas sim por causa do sistema de cotas. Aquele médico estudou pelo sistema de cotas e conseguiu o emprego pelo sistema de cotas, quem auferiu a competência dele? O quanto ele precisou das cotas para entrar? Esta dúvida sempre permanece. Muitos negros americanos sentem orgulho de afirmar que não usaram o sistema de cotas para estudar.

Os mais fortes escravizam os mais fracos: esta é a triste natureza humana. Em vez de cotas raciais os homens deveriam se preocupar com o problema dos mais fracos. Aqueles que são fracos demais para a luta diária. Que fazemos? Criamos cotas para eles? Jogamos do alto do penhasco? Afinal, porque será que a humanidade sempre só existiu em função de 1%? Ou será que achamos que a desigualdade é só agora? Os vencedores sempre foram minoria e os vencidos maioria. Muitos trabalham para poucos. Claro que numa sociedade tão superlotada como a nossa isso acaba por atingir proporções bíblicas. Daí que, sim, será necessário redistribuir, ou a situação se tornará insustentável, como já vemos acontecer em vários lugares. Todas as brigas, por mais que as mascaremos como religiosas, raciais, são por dinheiro, terra, posses, poder. Tudo gira em torno de o quê vai ficar com quem. Os mais fortes sempre ficarão com mais, mas um mínimo de dignidade para o resto é fundamental para que se possa manter o equilíbrio.

E que não nos enganemos: classe média de terceiro mundo não é dominadora, é dominada! Portanto, tratemos de nos fazer fortes, tratemos de parar de investir na preguiça, tratemos de investir na educação. Não haverá um sistema de cotas para o terceiro mundo, muito menos uma bolsa-sei-lá-o-quê. O poder de transformar está na coragem de uma sociedade e no seu esforço. Sistema de cotas acaba perpetuando a fragilidade de um grupo e lhe colocando na situação de “coitadinho oficial”. Este tipo de atitude é um convite à preguiça, à acomodação. Permitir que se entre na academia por qualquer motivo que não o mérito é desmerecer e diminuir a academia. A academia é lugar para esforço, renúncia, atitude. Numa sociedade naturalmente preguiçosa tende a enfraquecer ainda mais o que já é tão fraco. O cotista não vai se esforçar mais do que já se esforçou para entrar, os outros é que vão se esforçar menos para acompanhá-lo. E sempre o que entrou sem cotas irá discriminar o que entrou com as cotas.

Esta discussão toda mostra o quanto este grupo social está forte, pois consegue bem mais concessões do que, por exemplo, os índios que, esses sim, foram expropriados de suas terras. O silêncio da sociedade quanto ao que verdadeiramente ocorreu na África é uma outra prova de como a propaganda pró-africanos é forte. O que nos leva a perguntar: a quem afinal interessa tudo isso? Outro dia no Edital da Lei Rouanet vi que existe a pergunta: trata-se de atividade que promova a cultura Afro? Ou seja, se for tem uma chance muito maior de ganhar aprovação. Promover a cultura Afro dá dinheiro! E, diga-se de passagem, é bem mais digno e eficiente do que cotas. Ah, me lembrei, esta guerra toda acabou dando emprego para Dona Matilde, a ministra (com minúscula mesmo) da desintegração racial, e toda a sua turma. Aliás, quantas Ongs e autarquias não faturam alto com essa questão?

Estamos criando o racismo no Brasil e esta divisão acabará nos arrastando irremediavelmente para o penhasco.

Oriane

Friday, March 30, 2007


Discurso de nosso genial presidente para os jovens carentes:

"Não se pode punir a juventude diminuindo a maioridade penal. Vocês não tem culpa de ser o que são, vocês são fruto de vários governos que não investiram em educação. Vocês não são o que são porque querem, mas sim porque um dia o estado os abandonou..."
Então tá! Agora todos os jovens excluídos já podem se sentir a vontade para roubar: eles não têm culpa coitados, a culpa é do Estado. Não do Estado de Lula, é claro, a culpa é da tal "herança maldita".

Socorroooooo! Quero sair daqui!!!!!! Será que algum estrangeiro bondoso não quer me adotar?

Oriane

Desabafo de um professora sobre os bolsistas proiniciar...

Este post me foi enviado por uma amiga, professora da UERJ. Vale a pena ler:

Bela Oriane,
sou professora da UERJ. Tive bolsistas "Proiniciar", e vários alunos que entraram pelo sistema de cotas. As bolsas "Proiniciar" são uma obra-prima de demagogia e populismo, um engana-trouxas como poucas vezes se viu em instituições públicas: os alunos mais pobres (em ordem decrescente) ganham, durante seu primeiro ano de estudos, uma bolsa acadêmica. Requisito: devem ser orientados por professores doutores (claro, como estão tão adiantados um professor só com mestrado não serve), e desenvolver uma pesquisa. Foram-me designados 3 bolsistas proiniciar, ano passado. Três moças semi-analfabetas. Eu não tinha a menor idéia do que fazer com elas. Li diversas vezes o edital relativo às bolsas, para saber o que poderia propor; o dito cujo, porém, é um primor de evasão. Basicamente, não explica nada. Quais são as obrigações do bolsista? Desenvolver o quê? Um trabalho acadêmico? Como esperar que um aluno que entrou por cota desenvolva uma trabalho acadêmico logo no primeiro ano? Seria muito mais honesto se a bolsa fosse assumidamente assistencialista, e não se desfarçasse com tintes intelectuais. Resultado: das 3 moças, duas não fizeram absolutamente NADA. A terceira era, a primeira vista, a mais burra de todas, mas ao menos realizou, male male, as cada vez mais banais tarefas que eu lhe passava (fichamentos de textos em português, quase sempre). As outras duas nem sequer apareciam na minha aula; uma desapareceu inteiramente, e a outra apareceu para fazer a prova, na qual tirou zero, naturalmente. Resultado: não assinei o relatório final das duas. Não as inclui no meu lattes. A diretora do instituto veio me procurar, lacrimejante, dizendo que, se não assinasse, elas provavelmente teriam que devolver o dinheiro que receberam. Que devolvam. E, se não devolverem, que sejam processadas pelo Estado. São ladras. Não tenho pena, mas raiva. Tenho um aluno paupérrimo, que mora em Jacarepaguá e trabalha em uma imobiliária, que é brilhante, esforçado, e não tem bolsa de nenhuma espécie. É branco, tem até olhos verdes, como vai ter bolsa?!? Um último comentário: eu sou a única, em meu departamento, a defender o fim das bolsas Proiniciar e o fim do sistema da cotas. Acho até que há colegas que pensam como eu, mas ninguém ousa falar nada. Vivemos numa ditadura, num arremedo de estado policial, em que a liberdade de pensamento e expressão se vê ameaçada constantemente. Depois do episódio Proiniciar, eu cheguei até mesmo a temer que algo me acontecesse. Teria sido uma vítima, aí sim, do racismo e do preconceito.

Terrível, não? Detalhe: esta bolsa é só para os afro-descendentes e vem criando constrangimentos e um mal-estar entre os alunos pobres que não são beneficiados pelo programa...
Oriane

Wednesday, March 28, 2007

Contra Lula e seus demagogos só a gramática salva!


Globo de Hoje, pag. 14: "A cada 15 dias, haverão (sic) reuniões..."
Não vou entrar na seara da ministra, que acha que negros têm o direito de discriminar brancos, mas na mesma matéria descubro que existe uma Secretaria da Defesa dos Direitos da Pessoa Humana(sic).

Acho melhor nós fazermos, com urgência, uma secretaria de defesa da Gramática!!!

Oriane

Tuesday, March 27, 2007


Acho que esta seria a melhor ilustração para o post que coloquei abaixo.

Oriane

Macânica quântica e picaretagem!



Imagens: Ramtha - espírito Lemuriano de 35000 anos.

Recentemente estive discutindo o filme “Quem somos nós” com um grupo de pessoas. Foi engraçado que um dos argumentos que uma das senhoras que estava no grupo usou para me desqualificar era que eu não era suficientemente holística. Achei graça, mas tendo a ficar preocupada com essas coisas. Num mundo onde os parâmetros estão desaparecendo, a pseudociência vêm ganhando um terreno enorme na mídia contemporânea. É um sem fim de curas quânticas, medicina holística, terapia de vidas passadas. Não posso dizer nada sobre as duas últimas, mas posso afirmar que a primeira é uma grande besteira.

Quanto ao filme, é fundamental ler dois excelentes artigos escritos no blog – Dragão na Garagem. Os argumentos são maravilhosos, mas maravilhoso mesmo é descobrir que o filme foi produzido por uma dessas seitas picaretas que tentam arrancar dinheiro das pessoas. Se vocês têm alguma dúvida, é só preencher o formulário de inscrição para o retiro de 4 dias (veja a foto acima) a 600 euros na França. A seita é uma tal de Ramtha Escola de Iluminação, e foi fundada por uma dona de casa que começou a receber este espírito que seria um guerreiro de Atlântida. Mas nem pense em tentar receber o dito cujo: a tal dona tem o copyright sobre esta aparição, você acabaria tendo que pagar uma taxa. No site que eu indico acima, é feita uma análise de cada um dos “cientistas”que falam no filme, e o resultado final é o seguinte:

Um ex-padre que pregava o evangelho do irmão gêmeo de Jesus, um médico que quer curar os gays e acha que os liberais são retardados mentais, outro que exerce uma terapia não reconhecida pela ciência, um físico praticante de levitação, um cara morto há 35.000 anos baixando em uma dona loira e, em má companhia nesta turma, um físico sério enganado pelos discípulos de uma seita maluca. Bem, agora que você já sabe onde está pisando vamos assistir ao filme.

Murray Gell Mann, o físico que deu o nome aos quarks, se perguntava por que a mecânica quântica dava ensejo a tanta mistificação. A questão parece girar em torno do fato de que quase ninguém percebe que a mecânica quântica é uma abstração matemática, uma série de contas que dão certo e só isso. Tentar aplicar isso ao nosso mundo ainda é uma especulação, pois justamente o que a física busca como seu Santo Graal é a interação entre o mundo macro e o micro. A mecânica quântica somente se aplica a partículas e a teoria que e rege é incompatível com a teoria que rege o resto.

Detecto dois malentendidos primordiais sobre a mecânica quântica:

1) Teoria da incerteza

2) Superposição quântica.

As duas falam do mesmo fenômeno: a teoria procura calcular os estados de uma partícula - posição, velocidade etc. Ocorre que não é possível mensurar dessa forma este tipo de partícula. É necessário mensurar por probabilidades. Daí se dizer que uma partícula pode estar em dois estados quânticos. Isso quer dizer que pode ser duas coisas ao mesmo tempo ou mesmo estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas isso também quer dizer que nós podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo ou viajar mais rápido do que a luz? Claro que não. Estamos falando de uma partícula infinitesimal e de uma abstração matemática. Para fins de cálculo de uma partícula vamos levar em conta todas as suas probabilidades. Diz-se que ela ocupa uma nuvem de probabilidade. Mas isso é uma abstração para fins de cálculo e não significa que a partícula está em todos os lugares, mas sim que ela pode estar em todos os lugares e para fins de cálculo devemos considerar que está.

A dualidade onda partícula é uma conseqüência da falha apontada anteriormente. Quando vamos calcular sua função onda imediatamente trazemos a partícula para este estado, se calculamos sua posição como partícula também será necessário que ela assuma este estado. Essa é a idéia do colapso da função de onda, ao voltar nossa atenção para ela forçamos uma decisão. Ela pode ser duas coisas mas só escolherá, naquele momento, um dos caminhos. Ela pode estar em qualquer lugar, mas ao olharmos ela se mostrará em um só. Num único momento poderemos dizer ou sua velocidade ou sua posição, mas nunca as duas coisas ao mesmo tempo. É mais ou menos assim: se eu quiser calcular a velocidade ( que também não é velocidade, é uma abstração da velocidade) de uma partícula ela será apenas velocidade e nada mais. Se não me explico bem é porque não entendo bem. Nem eu nem ninguém. Um amigo, grande físico, tentou me explicar por várias horas e depois me disse: “isso é apenas um monte de conta que dá certo, você não pode tentar visualizar. Feynman, um dos maiores físicos do séc XX costumava dizer: “Se você acha que entendeu alguma coisa sobre mecânica quântica, então é porque você não entendeu nada.” Por isso mesmo não podemos sair afirmando nada sobre ela.

Os esotéricos e pseudocientistas querem nos fazer crer que existe uma cura quântica, pois a matéria seria vulnerável ao pensamento e usam o colapso da função de onda como prova. Por mais que eu seja simpática à idéia de que podemos dominar a matéria com o nosso pensamento (seria o máximo, não seria?), eu sei que este tipo de coisa nunca foi comprovada e acho mesmo que é impossível. Na verdade acredito que isto é culpa de nossa onipotência que deseja impor ao universo a força de nossa vontade. Além do mais, vale tudo para escapar de nossa realidade tão banal. Para que o pensamento pudesse influir na matéria, ele precisaria de uma partícula e, por mais que queiramos acreditar que pensamento é energia ( e até agora só sabemos que são interações químicas) o fato é que não há nenhuma partícula associada a ele. Pensamento e matéria são de essências diferentes!

Podemos criar um mundo melhor, podemos acreditar em muitas coisas, mas não é certo que se tente embasar essas crenças com uma comprovação científica que nunca aconteceu. A ciência prossegue em seu lento e rigoroso caminho. Nada nos indica que pensamento e matéria são compatíveis, mas nada nos diz que não. Procurar embasamento científico para certas crenças é justo. Mas é necessário que isso seja feito com rigor, para não deixar dúvidas. Não podemos aceitar como certo coisas que não são comprovadas pela comunidade científica. Quem pode esquecer a beleza do dia em que a teoria da relatividade foi comprovada na prática? Foi aqui no Brasil, num eclipse. Deste dia em diante percebemos que, de fato, espaço e tempo são os tecidos do cosmo e que a gravidade era uma deformação neste tecido. A partir daí foram previstos os buracos negros e foi aberta uma nova perspectiva de visão do universo. Nenhuma teoria foi tão surpreendente quanto a da relatividade, poucas têm a sua beleza. E o que é melhor: foi comprovada.

A mecânica quântica também foi comprovada, mas até agora a única coisa que podemos dizer dela é que é uma série de contas que dão certo. O resto é pura especulação.

Oriane

Monday, March 26, 2007

Verdades sobre a escravidão: os negros não precisam de paternalismo babaca!


Todos sabem que sou contra ação afirmativa e outras babaquices. Não podemos dizer para os que estão insatisfeitos para voltarem para suas pátrias de origem. Dizer este tipo de verdade é taxado como preconceito.
Semana passada estava numa aula daquelas densas quando passou um grupo fazendo um barulhão infernal. Um aluno jovem foi pedir silêncio e o grupo riu na cara dele e continuou a baderna. Era a reunião semanal do grupo afro de ação afirmativa. Tivemos que mudar a nossa aula de dia pois não havia como pedir silêncio. Eles são arrogantes, nos olham de cima, e só fazem o que querem. Na faculdade todo mundo sabe, se tentar falar qualquer coisa acaba-se tachado de racista etc. Mas vocês acham que todos os negros são assim?
Sempre bati na tecla que a escravidão não era só culpa dos brancos. Os africanos vendiam uns aos outros numa boa. Muitas famílias africanas, negros, enriqueceram assim. São ricos até hoje. Mas ninguém fala nisso. É mais fácil para todos fingir que a culpa é só dos brancos. Se vamos falar sobre isso logo aparece algum engajado gritando. Sim, essas pessoas não argumentam, elas gritam. É fundamental para todos os afro-militantes que a culpa fique com os brancos e ponto. Nosso demagogo presidente pediu desculpas aos africanos pela escravidão no Brasil. E fez isso em nome da nação. Mas eu e muita gente esclarecida não concordamos com isso. Eu não quero pedir desculpas para ninguém. Nem eu nem meus antepassados escravizamos ninguém. Só porque somos brancos não significa que sejamos escravocratas. Tenho horror a qualquer espécie de discriminação!
A escravidão é aviltante, sem dúvida, mas a culpa é de toda uma sociedade voltada para o egoísmo e para a esperteza em detrimento do outro. E dividir a responsabilidade é fundamental. Lula é um ignorante, isso já sabemos, mas sua atitude foi ridícula e demagógica e deu ensejo a essa turma que está louca por uma vantagenzinha, um bolsa-família, bolsa-afro ou seja lá o que for. Entretanto, nem todos os negros pensam assim.
Uma amiga minha tinha duas orientandas bolsistas da Rosinha. Afro-descendentes que entraram pelo sistema de cotas e ganhavam um dindin. As duas eram péssimas, mal educadas, não iam à aula, faziam corpo mole e depois diziam: "você não pode me reprovar, sou bolsista, vou reclamar com o reitor e dizer que você é racista...". Não tinham o menor interesse no que estavam estudando, mas queriam garantir a graninha no final do mês. Mérito para receber a bolsa? Nenhum, apenas a cor da pele.
Enquanto isso, um amigo meu, que é branco e muito pobre, vive tentando uma bolsa para poder continuar os estudos. Excelente aluno, vê-se na contingência de largar o estudo para ajudar a família. Para ele não tem bolsa não, apenas esforço não recompensado. Agora, uma outra amiga, que é negra e também foi excelente aluna, vê-se assustada com o sistema de cotas, pois ela teme, com justa razão, que isso acabe acirrando o preconceito e diminuindo o mérito daqueles que, como ela, conseguiram o respeito da sociedade sem a ajuda de ninguém. Trata-se de uma das pessoas mais cultas e estudiosas que conheci. De orígem muito pobre, sempre estudou e venceu na vida. O pai era marginal, mas nunca sentiu-se tentada por este tipo de atividade. O sistema de cotas e a suposição de que pobreza leva à criminalidade são um desrespeito a pessoas como ela. Ela acha que isso tudo é preconceito disfarçado em paternalismo. Teme que os mais ingênuos tornem-se massa de manobra para políticos populistas e mal intencionados. Por que temos que continuar fingindo que a culpa da escravidão foi só dos brancos????
Vejam um trecho que extraí do Globo na quinta- feira, na coluna de Demétrio Magnoli:

O tráfico e a escravidão continuam reverberando. O escritor moçambicano Mia Couto relata uma visita aos EUA de HonóriaBailorCaulker, uma senhora africana, presidente da câmara do povoado de Shenge, na Serra Leoa. Convidada a discursar, ela subiu ao palco, cantou “Amazing Grace” e, após demorada pausa, informou à platéia que o célebre hino religioso foi composto por um filho da escravatura, descendente de uma família que deixou Shenge. A platéia explodiu em aplausos comovidos, mas Honória os interrompeu e indagou se a homenageavam como símbolo do sofrimento de milhões de escravos. Diante da resposta uníssona, atalhou: “Pois eu não sou descendente de escravos. Nem eu nem o autor do hino.

Somos, sim, descendentes de vendedores de escravos. Meus bisavós enriqueceram vendendo escravos.” Os europeus, como regra, não caçavam africanos, mas os adquiriam na segurança de suas fortalezas costeiras. A carga humana era fornecida pelos reinos negreiros, alguns muito poderosos, como o Estado ashanti, da Costa do Ouro, que cobrava aluguel dos traficantes europeus pelo uso das fortalezas e mantinha parte dos cativos como serviçais domésticos de seus chefes.

Em 1872, bem depois do encerramento do tráfico atlântico, o soberano ashanti Zey dirigiu uma carta ao rei da Inglaterra solicitando a retomada do comércio de escravos.

Yaw Bedwa, da Universidade de Gana, diagnostica uma “amnésia geral sobre a escravidão”. O interdito, vigente em diversos países africanos, não decorre apenas das conveniências de elites clânicas ligadas por escassas gerações ao negócio do tráfico.

Pois é, até quando vamos tratar com paternalismo esse assunto? Até quando vamos ter tanta gente se fazendo de vítima e explorando essa vitimização? Quantos negros não venceram por mérito próprio, enterrando de uma vez por todas a idéia de que são burros ou seja lá o que pensam os racistas. A persistir o sistema de cotas e que tais essa imagem do negro frágil e intelectualmente despreparado acaba por se perpetuar!
Só um adendo importante: eu realmente acho que os negros são, de fato, discriminados. Apenas acho que isso não pode ser combatido com mais discriminação. Precisamos sim valorizar esta rica cultura combatendo, por exemplo, a sanha de certos grupos evangélicos que tentam associar o candomblé ao demônio. A Cultura afro é, de fato, uma cultura riquíssima e deve ser preservada a todo custo. Quem tiver qualquer dúvida leia o excelente escritor angolano Kwame Appiah, que escreveu um livro sobre a África cultural. Aliás, leia qualquer escritor angolano, eles são maravilhosos. E isso naquela terra que está inteiramente dizimada! Se queremos acabar com o preconceito devemos mostrar a imensa riqueza da cultura africana, a beleza de seus rituais, culinária etc. Nunca, jamais devemos insistir em suas fraquezas. Os negros brasileiros não são negros nem africanos, são brasileiros como todos nós. Não são diferentes, mas são aqueles que guardam um cultura antiga e riquíssima! Somos todos do terceiro mundo, irmãos em riqueza e infortúnio!
Negros, vocês são fortes, uma cultura rica e antiga, não precisam de paternalismo babaca, muito menos de cotas e muito menos serem usados como massa de manobra para políticos desonestos!!!
Basta de paternalismo e hipocrisia!!!

Oriane


Saturday, March 24, 2007

Psicose coletiva...



Deu na mídia: ursos brancos, abandonados pela mãe, merecem morrer porque, se forem cuidados pelos humanos, correm o risco de perder sua essência "ursóide"! Nunca se viveu um tempo tão claramente doentio como este, "nesteplaneta", em especial, "nestepaiz". É obscena a quantidade de sandices, disparates, delírios e barbaridades outras que se vêem e ouvem por aí, sem que ninguém se rasgue de alto a baixo, abraçando o lago Titicaca!
Os jornais parecem boletins extraídos do quadro informativo de um grande hospício: Julieta, hoje, acordou com vontade de ser Romeu, a paciente do quarto 15 regou as pernas do rapaz do quarto 23 com gasolina e tacou fogo, o diretor geral transou com Napoleão à sombra de um pé de chuchu mexicano, dois internos surraram a enfermeira porque ela estava vestindo meias azuis. Parece enredo de comédia americana - lembram de Mel Brooks? - dos anos sessenta e setenta... "A demência veio a cavalo" seria um título digno para definir a atual conjuntura. Todas as referências, esteios, apoios, balizamentos e paradigmas de racionalidade escoaram pelo ralo. Ninguém diz mais coisa com coisa. A praga já se espalhou de tal modo que a profecia de Machadinho de Assis, em O Alienista, se realizou plenamente: todos os doidos estão do lado de fora. É um pesadelo real,concreto, palpável e degustável. Respira-se loucura por todos os poros. A revolução semântica - leia-se Língua de Pau - que preparou o terreno para esse estado de coisas obteve um êxito esmagador: destituídas de suas raízes originais, amputadas de seus étimos seculares, travestidas do que realmente não são, as palavras, carro-chefe da sanidade mental, saem às ruas sob o rótulo da "normalidade", cobrindo a existência verdadeira com os signos do seu avesso, do seu não-ser, da sua negação, da sua ausência absoluta. Nesse panorama lúgubre, o humor morreu porque ele é, sempre, o derradeiro baluarte da razão, a reserva de alguma consciência crítica, o oásis para onde se poderia correr num aperto psíquico mais incômodo. Com ele, foi-se o saudável riso dos inteligentes, pois só nos resta a gargalhada de hiena dos beócios, os mesmos que conduzem ao poder seus pares, seus assemelhados, suas projeções grosseiras, espelhos de ridículos narcisos.
Todos se merecem, à exceção dos ursos.
Imagem: Mel Brooks e Cia, na ótima comédia "Alta Ansiedade".

Marx, o Groucho

Wednesday, March 21, 2007

Benedita e a ditadura do mais fraco!


Está certo, todo mundo já sabia que Benedita da Silva não era exatamente um gênio. Na verdade, trata-se de mais uma daquelas figuras míticas criadas pela esquerda, aquela coisa que tanto encanta a galera do forum social: orígem humilde, afro-descendente, aquelas coisas. Mas, nós sabemos, estas características não criam necessariamente bons administradores ou cabeças boas. No caso da senhora em questão, suas passagens pela vida pública sempre foram desastrosas. Nenhuma capacidade para lidar com dinheiro, medidas demagógicas, preconceito contra quem não é pobre e favelado etc.
Agora, bolsa-crime?????
Francamente, até para a Benedita é um pouco demais. Isso não é demagogia ou falta de noção. É burrice mesmo!
Essas pessoas realmente acham que o certo é expulsar do país quem teve estudo e alguma condição para deixá-lo para aqueles que, na cabeça dela, são os que têm direito ao país: favelados, afro-descendentes e marginalizados. Na cabeça dela, os outros têm uma dívida social com essas pessoas. É uma espécie de tendência Pol Pot. Vamos mandar os intelectuais para o campo, acabar com as escolas, para quê escola? Os analfabetos tomaram o poder e agora querem destruir quem não é. E tome bolsa para marginal, direitos humanos para assassinos, taxas para sustentar favelas.
Sempre detestei essa ditadura do mais fraco.
Precisamos de ação social? Sim, é claro.
Precisamos ser discriminados por sermos brancos e cultos? Não!!!!
Trata-se, mais uma vez, da cultura da inveja e do rancor. De se transformar idiotas em governantes.
Esse país adora ser miserável. Essa gente não quer resolver o problema da miséria, quer é nivelar todo mundo por baixo...
Deprimente.

Imagem: caricatura de Pol Pot...
Oriane

Wednesday, March 14, 2007

Foro privilegiado

Estão querendo - leia-se PT e Arlindo Chinaglia - propor que o foro privilegiado seja estendido a todos aqueles que já ocuparam cargos públicas, ou seja, um bando de ladrões!
Tive uma idéia: por que não foro privilegiado para:

Favelados
Excluídos
Afro-descendentes
Sociólogos de esquerda
Gente de ONGs

Nós não vamos fazer nada?
Este país é um descalabro!!!!

Oriane

Sunday, March 11, 2007

Ícones de um tempo perdido.



Enquanto não conseguimos fugir "desteplaneta" para uma civilização galática melhor - sonho delirante de Oriane - vamos nos refugiando no discurso literário, por meio do qual compensamos nossa sede por novas plagas, culturas e pessoas.
Um aluno meu, há uns dez anos, classificou Eça de Queirós de o "segundo pior escritor que ele já tinha lido, pois o primeiro era, sem dúvida, Machado de Assis" (Atenção: o distinto tinha uns 40 anos e era filho de professora de Literatura. Freud teria se esbaldado com ele!), só porque o lusitano escrevia com "vocabulário do século XIX, sobre coisas que não interessavam a um brasileiro". Por coincidência, essa lembrança me "assaltou" - homenagem ao Rio - após a leitura do texto de Rouanet, transcrito por Reinaldo Azevedo em seu blog, em que o autor daquela Lei mambembe (Vejam como a mesma pessoa tem facetas diametralmente opostas, só para variar.) distingue dois tipos de "herança" nacional, a psicologia indígena dos Caetés e Tupinambás. Foi impossível não identificar o tal aluno, que odiava Eça e Machado, como um deslumbrante Caeté! Sua argumentação, quando o chamei para se explicar melhor, foi toda pautada por esse nacionalismo idiota, autofágico, demente mesmo, que saltou aos olhos nas manifestações de rua à visita de Bush, que, aliás, culminou em mais uma extraordinária produção pornô, expelida diretamente da cornucópia cerebral do Keiser, nossa Magda kármica, agora também Guia Sexual dos Povos Caetés.
Mas, voltando à literatura, o livro de Eça de Queirós que gerou o estapafúrdio comentário do meu aluno era A cidade a as Serras, sua derradeira obra. Com a típica intuição que ilumina os gênios, Eça conta a história de Jacinto de Thormes, descendente de miguelistas fanáticos, mas nascido em Paris. Tornado um dandy exemplar pela féerie parisiense, Jacinto, que vive numa mansão nos Campos Elísios, é obcecado por aquilo que chama de máxima civilização. Ele seria, hoje, uma espécie de "nerd", porque colecionava toda a parafernália tecnológica da época sem descuidar dos requintes mundanos que sua classe social exigia. Eça nos descreve esse cenário com tal precisão de detalhes e tamanha ironia que é impossível não viajar cinematograficamente com ele até o universo de seu personagem principal, exatamente como ocorre, não por acaso, quando se lê a obra de Proust - o Keiser diria, sem dúvida, que esses escritores atingiram o ponto G da Literatura.
Qual seria o tema de a Cidade e as Serras? Lá pelo meio da narrativa, enjoado de tanta civilização, Jacinto empalidece, murcha, perde a força. Por acaso, tem de ir a Portugal, para regularizar documentos relativos às suas propriedades rurais, as mesmas que lhe davam o sustento luxuoso a que se acostumara desde o nascimento. Em contato com as raízes serranas, Jacinto renasce psiquica e fisicamente, tomando sopas fantásticas, dormindo em colchões duros, respirando ares viçosos, extendendo a vista por paisagens exuberantes e... acordando com as galinhas! Deduz-se daí, então, que Eça era um pré-ecologista? A obra exalta a volta à natureza, ao solo pátrio, ao modus vivendi rústico, à pobreza igualitária? Será um libelo socialista - bastante provável já àquela época - contra às más condições de vida no campo português? Sim, porque Jacinto entra em contato - enquanto descobre um "outro mundo realmente possível"- com os problemas de seus empregados, gente simples e trabalhadora, mas com todos os óbvios problemas dos "sem-grana" e "sem-Estado". Será o texto um tratado de inclusão social sob a égide do combate à violência? Pouco provável: os camponese descritos por Eça são amáveis e mentalmente saudáveis. Será a antecipação da tese de Rouanet sobre a filosofia caeté? Fora essa tal de Paris, dane-se o resto da Europa! Tecnologia? Só se for a nossa! Abaixo o luxo, nós queremos é lixo, queimem a casa na rua dos Campos Elíseos!
Acertou quem percebeu que o escritor lusitano, rei da adjetivação criativa, nos propõe, como um legado final de seu engenho, a conciliação inteligente dos opostos, a seleção do que há de melhor em qualquer contexto, a LIBERDADE do "e" contra a DITADURA do "ou". Jacinto descobre o equilíbrio, a sanidade existencial, o melhor de qualquer mundo.
Nestepaiz, Eça seria devorado por Caetés petralhas. Jamais seria eleito para qualquer coisa, nem para gandula do Maracanã.

Imagens: Eça de Queirós e Machado de Assis, ícones de um tempo perdido.

Marx, o Groucho.

Friday, March 09, 2007

Vida em outros planetas e o nosso caos...



Frank Drake e a sua famosa equação que tenta calcular o número de civilizações tecnológicas na nossa galáxia com a possibilidade de estabelecerem comunicações entre si. Crédito: SETI Institute


Esta semana estava lendo o excelente livro de Stephen Hawkin – Buracos Negros e Universos Bebês - . Trata-se de um pequeno livro com várias questões pertinentes à ciência atual. Um artigo em especial me chamou a atenção: nele Hawkin fala sobre a evolução do cérebro humano. A tese ( já comprovada) é a seguinte: o cérebro humano evoluiu de acordo com as leis da natureza e de acordo com a própria capacidade do homem até o momento em que surgiu a linguagem. Deste ponto em diante o homem dá um salto não acompanhado pela natureza na estruturação do cérebro. Em outras palavras – o homem adquire uma imensa capacidade intelectual, mas permanece com o cérebro de homem das cavernas -. Importante notar que os elementos mais fundamentais para a sobrevivência do homem das cavernas eram a violência e a agressividade. Isso explica porque grande parte da nossa ciência é investida em armas e destruição. A violência é elemento fundamental em nosso cérebro e é um instinto de sobrevivência, instinto esse que se volta contra nós em face da nossa capacidade de destruição. Uma arma de fogo na mão de um homem das cavernas gera o que estamos vendo: uma sociedade no caminho da auto-destruição.
A maior parte das vezes em que se pensa sobre a paz, sobre mudar a sociedade, não levamos em conta nossa história evolutiva, mas ainda vale este tipo de reflexão.
Ainda haveria saída para nós?
Os cientistas andam se impacientando com o fato de não termos ainda ouvido outra civilização. Isso poderia significar que não há nenhuma por perto ou que toda civilização que atinge um certo grau de evolução tecnológica ( o que nos permitiria ouvir seus sinais de rádio ) acaba por se auto destruir. A hipótese que seria provável é que as civilizações se destroem ao atingir certo grau de tecnologia. Esta hipótese já é proposta na equação de Drake, a mais importante equação do estudo sério de hipótese de vida em outros planetas.

A Equação de Drake é formulada como segue:
N = R* X fp X ne X fl X fi X fc X L
Onde:
N é o número de civilizações extraterrestres em nossa galáxia com as quais poderíamos ter chances de estabelecer comunicação.
R* é a taxa de formação de estrelas em nossa galáxia
fp é a fração de tais estrelas que possuem planetas em órbita
ne é o número médio de planetas que potencialmente permitem o desenvolvimento de vida por estrela que tem planetas
fl é a fração dos planetas com potencial para vida que realmente desenvolvem vida
fi é a fração dos planetas que desenvolvem vida que desenvolvem vida inteligente
fc é a fração dos planetas que desenvolvem vida inteligente, que têm o desejo e os meios necessários para estabelecer comunicação
L é o tempo esperado de vida de tal civilização sem que se auto-destrua

Detalhe importante: o resultado desta equação é que deveria haver em torno de um milhão de civilizações em nossa galáxia. Pelas minhas contas a mais próxima deveria estar a uns 300 anos luz. Mas isso ainda nos deixa a questão: se é assim algum sinal dessa civilização já deveria ter sido ouvido. Qual o problema? Seremos os primeiros ou elas se destruíram? Pelo nosso próprio exemplo me parece que a segunda hipótese é a mais provável...

Pois é, por isso acabo sendo tão pessimista.

Oriane

Saturday, March 03, 2007

Um hospício chamado Banânia!


A propósito de uma questão assustadora: além de estar ficando impossível conversarmos com a maioria das pessoas em Banânia, apresenta-se agora, sorrateiramente, à nossa perplexidade, uma espécie de fenômeno agregado ao panorama supradito, por si só já tão apavorante. Trata-se do questionamento, sedento por respostas lógicas, feito por intermédio de discursos ininteligíveis. O efeito é devastador. Diante de um monte de perguntas desconexas, surge a atordoante impressão de que nós é que estamos emburrecendo além da conta - isso contamina arrasadoramente!
Um fato recente, acontecido conosco, ilustra o problema que nos envenena a sanidade mental. Em uma festa de confraternização nostálgica, encontramos velhos amigos, acompanhados de seus rebentos (ou arrebentados?, perguntaria Lacan.), bem crescidinhos e já claramente acadêmicos, loucos para bater um suculento papo com os mais velhos, aqueles que parecem "saber das coisas".
Pois bem, uma das simpáticas criaturas nos atropelou, numa ansiedade própria de juventude deslumbrada, fazendo uma espécie de entrevista-relâmpago, repleta de perguntas saltitantes, em que predominavam assuntos filosóficos e sócio-políticos, regados com o previsível e velhaco ranço da narrativa histórica de cunho esquerdóide, naturalmente patrocinada pela típica retaguarda escolar que se caracteriza por um monte de clichês que doutrinam sem educar e confundem para dividir.
O pivô da conversa, só para "não variar", era a violência de plantão, espécie de entidade difusa que ocupa mentes e corações destepaíz sem que se vá à parte alguma em termos de uma conclusão lógica sobre o que se pode fazer para reduzi-la.
O discurso que nos crivava de perguntas, ávido por soluções definitivas e explicações convincentes, vinha tão sem pé nem cabeça, graças à sua constituição de colcha de retalhos sem costura racional aparente, que nos deu vontade de mandar a interlocutora para um Jardim de Infância tradicional(???), onde talvez possa reaprender os primeiros passos da língua que hoje pensa falar: Apaga tudo! Zera o taxímetro! Você não está dizendo coisa com coisa...
Notem bem, é papo de gente cursando pós-graduação...
Em consideração ao clima de confraternização, reprimimos o impulso sanitário e lá restamos sob uma saraivada de "a classe média é culpada desde o golpe de 64, em que havia duas posições a tomar (!!!) porque hoje a mídia aumenta tudo e afinal as pessoas são exatamente o quê?, no meio social que as oprime, porque a compreensão disso tudo, tirando da questão qualquer análise via metafísica, é o que resta, sem relativismos também, já que Aristóteles disse que somos racionais, sobretudo porque um copo pode ser uma outra coisa que não o próprio copo, isso é fato!"
Entre uma saraivada e outra, ponderamos que tudo, afinal, sempre pode ser UMA OUTRA COISA! Uff! Nem um mestre zen, daqueles supimpas, criaria um koan tão eficiente. Jogamos a toalha, mas não chegamos à iluminação, infelizmente...
O pior dessa experiência foi a estranha sensação de que, no fundo, poderíamos NÃO ESTAR ENTENDENDO ALGO de muito importante e inteligente e produtivo por deficiência nossa: Alzheimer? Pane mental por fungo nos neurônios? A abdução finalmente nos pegou de jeito?
Não dá mais. Estamos vivendo num hospício. Dose tripla de bollystolly, sweety!

Imagem: Bubble, a piradíssima secretária de Edina Monsoon, em AbFab.

Marx, o Groucho

Gêmeas

Thursday, March 01, 2007

Povo merece sua molusca excelência...


O imperador de Banânia, o molusco lesado, colocou a culpa da violência nas políticas econômicas do passado e disse que a violência é, muitas vezes, questão de sobrevivência. Ele é tão abilolado que pasmem, estava falando do crime dos franceses! O cara não tem a menor idéia do que está falando.
Acorda, molusco burro! O cara que matou os franceses não passava privação, era educado, eles pagaram faculdade para ele. Ele assassinou brutalmente seus benfeitores. Não tem nada a ver com exclusão, necessidade, pobreza. Tem a ver com caráter, tem a ver, senhor molusco, com comportamentos como o seu, pessoas que querem ganhar sem trabalhar, que querem se dar bem em cima dos outros. Na falta de bolsa-ditadura, ele roubava os amigos. Assim como vossa molusca excelência faz: rouba-nos com a bolsa ditadura, a bolsa-reeleição e a graninha do seu filho obeso. Sua excelência é o que de mais podre já houve no Brasil. Explora nossos bons sentimentos em seu favor.
Sabe como é a mentalidade do assassino? Largou a faculdade porque não queria estudar, assim como o senhor molusco não quis. Dá muito trabalho, não é mesmo? Trabalho é chato, mas como fazer para comprar o tênis da moda? Ou a camisa oficial da seleção? Ou consumir tudo o que se quer? O cara deu um desfalque de 80.000 reais. Necessidade? Isso é um dinheirão! Para quê? Provavelmente para comprar a chuteira do Ronaldinho ou um loira cachorra qualquer.
Essa é a mentalidade do nosso povo, que merece o presidente que tem...

Oriane